664: Pegadas de dinossauros mais antigas da Península Ibérica descobertas em Alvaiázere

 

⚗️ CIÊNCIA // Combinação de 🕷️ e 🐳 PALEONTOLOGIA // 🦖DINOSSAUROS

Com cerca de 195 milhões de anos, este registo é a mais antiga ocorrência de dinossauros da Península Ibérica, depois de terem sido encontradas pegadas de Saurópodes na Pedreira do Galinha (Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire).

Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo um estudo científico divulgado esta sexta-feira.

“As pegadas encontram-se numa camada de rochas carbonatadas (calcários dolomíticos) da Formação de Coimbra, datada do andar Sinemoriano (Jurássico Inferior).

Estas pegadas foram atribuídas a dinossauros ornitísquios e a crocodilomorfos. Estes animais deixaram a suas pegadas numa vasta planície costeira, que existia naquela altura, onde actualmente se encontra o concelho de Alvaiázere”, refere um comunicado do Centro Português de Geo-História e pré-História (CPGP) e do Instituto Politécnico de Tomar (IPT)

A descoberta, publicada na revista internacional Historical Biology, permitiu identificar uma nova espécie de dinossauro, denominada ‘Moyenisauropus lusitanicus’, por uma equipa multidisciplinar de investigadores portugueses e possibilitou “ampliar conhecimento acerca da diversidade de dinossauros e outros vertebrados conhecida no registo fóssil do Jurássico Inferior europeu e mundial”.

Com cerca de 195 milhões de anos, este registo, de acordo com o CPGP, é a mais antiga ocorrência de dinossauros da Península Ibérica, depois de terem sido encontradas pegadas de Saurópodes na Pedreira do Galinha (Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire), com cerca de 170 milhões de anos.

“O registo fóssil do Jurássico Inferior na Península Ibérica é escasso, constituindo-se assim este trabalho como um importante contributo para o conhecimento sobre os dinossauros do Jurássico Inferior a nível internacional e para a reconstituição paleogeográfica e paleobiológica do Sinemuriano de Portugal”, adianta o CPGP.

O estudo foi liderado pelo Professor do Instituto Politécnico de Tomar e Presidente e investigador do Centro Português de Geo-História e Pré-História, o paleontólogo Silvério Figueiredo, que também é investigador associado do centro de Geociências da Universidade de Coimbra.

Participaram ainda investigadores da Universidade de Coimbra; do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente; do Geoparque NaturTejo; do Instituto D. Luís da FCUL; da Al-Baiaz – Associação de Defesa do Património e da CAA-Portugal.

Além dos investigadores, participaram também nos trabalhos de campo três jovens estudantes do secundário, no âmbito de um estágio de verão organizado pela Ciência Viva em parceria com o CPGP e inserido no projecto.

DN/Lusa
29 Setembro 2023 — 16:59



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644: Nova espécie de pterossauro “de tamanho considerável” descoberta em Portugal

 

⚗️ CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // 🐦PTEROSSAURO

Uma equipa internacional de investigadores liderada pelo português Octávio Mateus descobriu em Portugal um fóssil de uma nova espécie de pterossauro, a que foi dado o nome de Lusognathus almadrava.

Jason Brougham
Reconstrução do Lusognathus almadrava e do seu habitat paleobiológico

O fóssil, composto por um crânio incompleto e vértebras parciais, foi descoberto em 2018, na Formação Lourinhã, na Praia do Caniçal, no centro-oeste de Portugal, e apresentado num artigo publicado esta semana na revista PeerJ.

A espécie, que pertence à subfamília Gnathosaurinae da família Ctenochasmatidae, remonta ao período Jurássico e é a primeira do seu género a ser encontrada em Portugal.

Com uma envergadura estimada superior a 3,6 metros, o Lusognathus almadrava é um dos maiores pterossauros conhecidos e o maior pterossauro gnatosaurino, desafiando concepções anteriores sobre o tamanho dos pterossauros do Jurássico.

O paleontólogo Octávio Mateus, investigador da Universidade Nova de Lisboa e fundador do Museu da Lourinhã, realça a riqueza e diversidade do Jurássico em Portugal, onde outros fósseis de vertebrados como plesiossauros, ictiossauros, mosassauros e dinossauros também foram encontrados.

“A distribuição global conhecida e diversidade dos pterossauros reforça o seu sucesso como grupo, uma vez que são encontrados em todos os continentes — incluindo a Antárctida”, diz o paleontólogo português, citado pela Sci News.

No entanto, até agora, o registo fóssil de pterossauros em Portugal tinha sido limitado devido à sua estrutura óssea frágil, tornando esta descoberta notável.

“A relativa escassez do seu registo fóssil levanta desafios na compreensão da sua paleobiologia, quando comparados com outros vertebrados”, explica Octávio Mateus.

O pterossauro recém-descoberto habitava um ambiente de lagoa flúvio-deltaica, e os seus robustos dentes sugerem que se alimentava provavelmente de peixe.

A descoberta acrescenta informações críticas à paleobiologia dos pterossauros do Jurássico, especialmente em relação ao seu tamanho.

Embora os pterossauros do Triássico e Jurássico fossem habitualmente considerados menores, com envergaduras de cerca de 1,6 a 1,8 metros, novas evidências sugerem que poderiam ter sido maiores do que se pensava anteriormente.

A descobertas oferece mais evidências de que os pterossauros já tinham atingido tamanhos consideráveis no final do Jurássico, possivelmente como uma resposta evolutiva para competir com as aves.

Este grande tamanho aponta para um ecossistema próspero e abundante em presas durante este período.

ZAP //
23 Setembro, 2023


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576: Lua Azul: o que é e quando será a próxima?

 

🇵🇹 CIÊNCIA // 🔭ASTRONOMIA // 🌕 LUA AZUL

É consensual que a Terra foi bafejada pela sorte quando a Lua caiu na sua órbita. O nosso satélite natural brinda-nos com eventos fantásticos, como, por exemplo, o espectáculo da Lua Azul.

Lua Azul: o que é e quando será a próxima?

A próxima Lua Azul ocorrerá na próxima quinta-feira, 31 de Agosto, à 01:35 GMT. Nessa altura, a Lua estará a uma distância de 357.344 km da Terra e será a maior Lua que veremos em 2023, além de que será 30% mais brilhante.

Este é um fenómeno invulgar que ocorre a cada dois anos e meio ou três anos, e que está para acontecer este ano e este mês. Chamaram-lhe Lua Azul, mas, na verdade, astronomicamente falando, trata-se de Lua cheia.

Conforme é sabido, a Lua cheia ocorre quando a Terra está entre o Sol e a Lua, um fenómeno que acontece aproximadamente a cada 29,5 dias. Isto significa que normalmente temos uma Lua cheia por mês, doze por ano, embora como os meses são mais longos do que 29 dias, isto não é totalmente exacto.

Já a cor azul que pinta o nome da Lua cheia tem que ver com as gotículas de água no ar ou as partículas lançadas para a atmosfera por catástrofes naturais, como cinzas e fumos vulcânicos. Isto porque, na realidade, o que vamos ver é uma Lua cheia, normal e sem nada de azul.

Então, qual a razão para lhe chamarem azul?

Segundo a NASA, em 1883, um vulcão indonésio chamado Krakatoa produziu uma erupção tão grande que os cientistas a compararam a uma bomba nuclear de 100 mega-toneladas. As cinzas da explosão do Krakatoa subiram tão alto na atmosfera quanto 80 quilómetros.

Muitas dessas partículas de cinzas podem ter cerca de 1 mícron de tamanho, o que poderia espalhar luz vermelha e agir como um filtro azul, fazendo com que a Lua pareça azul.

Luas de cor azul apareceram durante vários anos após a erupção de 1883. Muitos outros vulcões ao longo da história, e até mesmo incêndios florestais, têm sido conhecidos por afectar a cor da Lua.

Para criar uma Lua azulada, as partículas de poeira ou cinzas devem ser maiores que cerca de 0,6 mícron, o que espalha a luz vermelha e permite que a luz azul passe livremente.

Dito tudo isso, o que chamamos de Lua Azul normalmente aparece em cinza pálido, branco ou de cor amarelada – assim como a Lua em qualquer outra noite.

Depois desta, temos de esperar 3 anos para ver outra

Geralmente, as Luas Azuis ocorrem a cada 2 a 3 anos. A nossa última Lua Azul foi em 31 de Outubro de 2020. Marte era vermelho e muito grande, já que estava mais perto da Terra, e era visto no céu perto da Lua Azul.

Portanto, não veremos outra Lua Azul até Agosto de 2026.

Pplware
Autor: Vítor M
26 Ago 2023

A minha Lua “azul” em 31/10/2020 – © Copyright inforgom.pt # Powered by F Gomes # 2020-2023 # All Rights Reserved


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537: Novos fósseis de dinossauros descobertos perto do cabo Espichel

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🦖PALEONTOLOGIA // CABO ESPICHEL

Foi encontrado um conjunto de fósseis de dinossauros saurópodes, com cerca de 129 milhões de anos, em diferentes camadas na base de uma formação geológica.

© CPGP

Novos fósseis de dinossauros herbívoros foram descobertos a cerca de dois quilómetros a norte do cabo Espichel, incluindo a que poderá ser uma nova espécie de dinossauro saurópode, informou esta sexta-feira o Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP).

Num comunicado, a instituição explica que foi encontrado um conjunto de fósseis de dinossauros saurópodes, datados do Cretácico Inferior (cerca de 129 milhões de anos), em diferentes camadas na base de uma formação geológica.

Os restos pertencem a diferentes indivíduos de dinossauros saurópodes (os gigantescos dinossauros de pescoço e cauda compridos), com a maioria a pertencer a saurópodes do grupo do titanossauros, que era muito diversificado durante o Cretácico.

O CPGP destaca no comunicado o achado de “duas vértebras em conexão anatómica de um pequeno indivíduo”, que poderão “pertencer a uma nova espécie destes dinossauros, um novo dinossauro de dimensões pequenas, comparadas com os seus parentes gigantescos”.

Os dinossauros terão vivido nas proximidades de um ambiente de litoral (lagunar), frequentado por diferentes espécies de vertebrados (crocodilos, pterossauros, tartarugas e outros dinossauros), que usavam a região como habitat ou zona de passagem entre área de alimentação, considera o CPGP no comunicado.

Os resultados agora divulgados na revista Science Direct resultam do trabalho de uma equipa de paleontólogos e geólogos portugueses e brasileiros, liderada pelo paleontólogo Silvério Figueiredo.

DN/Lusa
11 Agosto 2023 — 16:31


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486: Lunar Astrophotography 🇵🇹

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Julho 2023

Moon: 88.8%

Waxing Gibbous

Current Time: 30 de Jul de 2023, 0:47:39
Moon Direction: 205,86° SSW
Moon Altitude: 17,76°
Moon Distance: 366.790 km
Next Full Moon: 1 de Ago de 2023, 19:31
Next New Moon: 16 de Ago de 2023, 10:38
Next Moonset: Today, 3:21

Stellarium

30.07.2023

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Regresso de satélite “made in Portugal” à Terra foi um “sucesso”

 

CIÊNCIA // 🇵🇹 PORTUGAL // 🛰️SATÉLITES

O Aeolus “entrou com sucesso no corredor pretendido, sobre a Antárctica”, onde se desintegrou, anunciou a Agência Espacial Europeia.

Imagens virtuais do satélite Aeolus
© ESA

O satélite europeu Aeolus – que chegou ao fim da sua missão em órbita – regressou “com sucesso” à Terra, após uma manobra inédita para minimizar o risco de queda de detritos no solo, anunciou neste sábado a Agência Espacial Europeia (ESA, na sua sigla em inglês).

O satélite de observação da Terra, que contou com tecnologia portuguesa, foi lançado para o espaço em 2018 para medir os ventos. Neste seu regresso, entrou na atmosfera de forma controlada, após vários dias de manobras para baixar a sua órbita.

Com pouco mais de uma tonelada, a nave que operava a uma altitude de 320 quilómetros desceu gradualmente até aos 120 quilómetros. Entrou depois na atmosfera, onde se desintegrou na noite de sexta-feira, informou a ESA.

O Aeolus “entrou com sucesso no corredor pretendido, sobre a Antárctica, onde há menos população no mundo”, disse à AFP o engenheiro da ESA, Benjamin Bastida, responsável pelos detritos espaciais.

O satélite foi projectado no final dos anos 1990 e não tinha a potência de propulsão necessária para controlar a sua queda, indicou o engenheiro. As manobras de assistência controlada na atmosfera são frequentes para satélites recentes.

O satélite tem o nome do guardião dos ventos na mitologia grega (Aeolus em inglês, Éolo em português).

Esteve em missão durante cinco anos, mais dois do que o prazo inicialmente previsto, com o intuito de ajudar os especialistas a melhorarem os modelos climáticos e as previsões meteorológicas.

Foi desligado, no início de Julho deste ano, depois de quase ter esgotado o combustível.

DN/AFP
29 Julho 2023 — 18:12


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469: Lunar Astrophotography 🇵🇹

 

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Julho 2023

Moon: 50.5%

First Quarter

Current Time: 26 de Jul de 2023, 0:04:14
Moon Direction: 246,93° WSW
Moon Altitude: 6,50°
Moon Distance: 390.845 km
Next Full Moon: 1 de Ago de 2023, 19:31
Next New Moon: 16 de Ago de 2023, 10:38
Next Moonset: Today, 0:44

Stellarium

25.07.2023

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412: “Lua de Trovão”: A primeira super-lua de 2023

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // SUPER-LUA

Embora com uma ligeira poluição atmosférica, sempre consegui uma imagem desta super-lua de hoje, a Lua de Trovão.

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Julho 2023

Moon: 99.2%

Waxing Gibbous

Current Time: 2 de Jul de 2023, 22:54:23
Moon Direction: 149,78° SSE
Moon Altitude: 15,73°
Moon Distance: 363.597 km
Next Full Moon: 3 de Jul de 2023, 12:38
Next New Moon: 17 de Jul de 2023, 19:31
Next Moonset: Tomorrow, 5:43

Stellarium

02.07.2023 – Super-lua

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257: Português quer ajudar a China a procurar vida em Marte

 

🇵🇹 PORTUGAL // CIÊNCIA // ASTROBIOLOGIA // MARTE // 🇨🇳 CHINA

Projectos de investigação em salinas em Portugal e em Cabo Verde podem ajudar a China a descobrir vida em Marte, disse à Lusa um cientista português que lidera uma unidade de astrobiologia em Macau.

CNSA
O robô Zhurong, da agência espacial chinesa CNSA, chegou a Marte a 22 de Maio de 2022

No final de Abril, André Antunes esteve na primeira Conferência Internacional de Ciências de Exploração do Espaço Profundo, organizada em Hefei, capital da província de Anhui, no leste da China, que tem uma zona especial dedicada à indústria aeroespacial.

Um dos temas em discussão, explicou o investigador natural de Coimbra, foi a recolha de amostras do solo de Marte no âmbito da próxima missão espacial chinesa, a Tianwen-3, cujo lançamento está previsto para 2030.

As agências espaciais norte-americana (NASA), europeia (ESA) e chinesa (CNSA), têm neste momento missões para trazer à Terra uma amostra de solo do Planeta Vermelho — e a corrida ainda não tem um vencedor claro, nota o Space Today.

A missão Tianwen-3 planeia lançar, entre 2028 e 2030, dois foguetões Changzheng 5 que levarão a Marte dois conjuntos de veículos autónomos, um dos quais constituído por um orbitador e uma nave de retorno capaz de trazer de volta à Terra amostras de solo do Planeta Vermelho.

Até 2026, a China quer decidir o local exacto onde irá procurar “sinais de vida”, explicou o responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).

André Antunes esteve entre os cientistas que defendeu na conferência de Hefei a aposta na recolha de cristais de sal, porque “têm uma excelente capacidade de preservar água e matéria orgânica, micro-organismos, no seu interior, como uma espécie de cápsula do tempo”.

“É por isso que os estudos de ambientes salinos são uma prioridade tão grande para a astrobiologia”, para formar “uma melhor noção dos limites da vida” em condições extremas, sublinhou o português.

Apesar de atrasos causados pela pandemia, André Antunes revelou que trabalhos de campo, feitos com a Universidade do Minho, permitiram isolar novas espécies de micróbios que “sobrevivem e prosperam” em salinas em Aveiro e na ilha do Sal, em Cabo Verde.

Um dos aspectos que mais interesse tem despertado na equipa da MUST é a possível utilização de micro-organismos para transformar a poeira que assola o planeta vermelho em “tijolos espaciais”, referiu o investigador.

“Uma das coisas que encarece e que complica bastante a vida em relação à exploração espacial em missões é que tem que ser tudo enviado” a partir da Terra, recordou André Antunes.

A agência espacial chinesa quer recolher 500 gramas do solo de Marte e trazê-lo de volta para a Terra numa missão única, “o que pode parecer à partida uma estratégia um bocadinho mais arriscada”, admitiu André Antunes.

Mas o cientista lembrou que as missões da China a Marte, que incluem uma nave orbital, um módulo de pouso e o robô Zhurong, a explorar o planeta vermelho desde 2021, têm tido “um sucesso tremendo”.

Na semana passada, investigadores chineses revelaram que o Zhurong descobriu indícios da existência de água líquida, incluindo crostas, rachaduras, granulações e outras marcas criadas pela água na superfície de Marte.

ZAP // Lusa
14 Maio, 2023


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247: GPS português no espaço. Empresa de Coimbra usa IA para proteger satélites do lixo espacial

 

🇵🇹 PORTUGAL // LIXO ESPACIAL // LIMPEZA // IA

A empresa portuguesa Neuraspace nasceu em plena pandemia, em 2020, e está a dar cartas no espaço, na “corrida” para organizar o trânsito de satélites. Com tecnologia de Inteligência Artificial (IA), é uma espécie de GPS para evitar acidentes com o “lixo espacial”.

johan63 / Canva

milhões de objectos à deriva no espaço que são um problema para os satélites, pois, por mais pequenos que sejam, podem causar danos irreparáveis, com os consequentes custos que isso implica. Vários desses satélites são essenciais para os serviços de Internet e telecomunicações, entre outros.

Deste modo, a Neuraspace usa tecnologias de Inteligência Artificial (IA) para organizar o trânsito de satélites, com o objectivo de evitar o choque com o “lixo espacial”.

“Estamos a falar de pedaços abandonados de foguetões ou satélites, que estão no espaço e tem uma particularidade muito específica: não estão parados” e podem viajar “a 25 mil quilómetros por hora”, como explica à Rádio Renascença (RR) o director de desenvolvimento de negócios da Neuraspace, Carlos Cerqueira.

Assim, podem ocorrer “grandes acidentes provocados por pequenas peças”, pois “não é preciso ser uma peça enorme para destruir um satélite”, como analisa Carlos Cerqueira. “Uma peça de um centímetro pode destruir qualquer satélite” e “há mais de um milhão de peças dessas à solta no espaço”, nota.

É no meio deste “drama” que a Neuraspace actua, alertando os operadores de satélites para onde estão estas peças. Funciona, deste modo, como uma espécie de GPS espacial.

Um mapa do espaço

“O operador de satélite, em princípio, sabe onde está o seu satélite. O que nós temos que fazer é avisar onde estão os restantes objectos, sejam eles pedaços de lixo ou satélites activos”, refere Carlos Cerqueira à RR, notando que é preciso “avisá-los da sua localização e prever o que é que vai acontecer”, dando essa informação “da forma mais precisa possível”.

“É aí que entra a nossa vantagem competitiva com recurso à IA e ao “machine learning””, continua o responsável da Neuraspace.

O processo funciona com um “mapa do espaço”, ou um “catálogo com a posição conhecida dos objectos”, explica ainda.

Já há várias empresas a actuarem neste sector, mas Carlos Cerqueira acredita que a Neuraspace é “uma das mais inovadora de todas, se não a mais inovadora“, devido ao “uso único” que faz da IA.

Abrir escritório em Pampilhosa da Serra

A empresa tem financiamento privado, mas também tem recebido apoios públicos através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em Abril de 2022, o PRR aprovou um financiamento de cerca de 25 milhões de euros para “um projecto em consórcio com universidades portuguesas: o Técnico, a Universidade de Coimbra, Universidade Nova”, entre outras entidades, que vai permitir à Neuraspace “adquirir infra-estruturas para ter acesso a melhor informação, a melhores dados”, e também ter acesso a conhecimento académico “mais actualizado”, revela Carlos Cerqueira.

Os planos da empresa passam, agora, por abrir um espaço na Pampilhosa da Serra, já depois de uma parceria com a Câmara Municipal local deste município do distrito de Coimbra. Além de Coimbra, a Neuraspace também tem escritório em Lisboa.

ZAP //
11 Maio, 2023


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