629: O asteróide que exterminou os dinossauros permitiu que as flores prosperassem num mundo pós-apocalíptico

 

⚗️ CIÊNCIA // ☄️ ASTERÓIDES // 🦖 DINOSSAUROS

Os cientistas descobriram que as plantas com flores passaram praticamente ilesas pelo evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg) há 66 milhões de anos, permitindo-lhes aproveitar as vantagens do novo planeta livre de dinossauros.

Embora o asteróide que matou os dinossauros tenha eliminado muitas espécies de plantas com flores, as principais famílias – conhecidas como angiospermas – sobreviveram à extinção em massa. (Crédito da imagem: photokai/Shutterstock)

O asteróide gigante que extinguiu os dinossauros no final do período Cretáceo (145 milhões a 66 milhões de anos atrás) deixou flores relativamente ilesas, e as flores prosperaram no rescaldo, descobriu um novo estudo.

A Terra perdeu três quartos das suas espécies, incluindo todos os dinossauros não-aviários, quando um asteróide atingiu a Península de Yucatán, no México, há 66 milhões de anos.

Os cientistas chamam este período cataclísmico de evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg).

Novas modelagens revelam que, apesar da devastação generalizada, as principais famílias de plantas com flores, chamadas angiospermas, foram suficientemente adaptáveis ​​para sobreviver ao evento mortal e colher os frutos, de acordo com um estudo publicado a 13 de Setembro na revista Biology Letters .

“Depois que a maioria das espécies da Terra foram extintas em K-Pg, as angiospermas aproveitaram a vantagem, semelhante à forma como os mamíferos assumiram o controle depois dos dinossauros, e agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente de plantas com flores”, disse o principal autor do estudo, Jamie . Thompson , biólogo evolucionista com pós-doutorado na Universidade de Bath, na Inglaterra, disse em comunicado .

Os pesquisadores têm dificuldade em identificar plantas com flores no registo fóssil; a maior parte do registo é composta de folhas isoladas que não estão ligadas a outros órgãos da planta, de acordo com um estudo de 2008 publicado na revista The Paleontological Society Papers .

Há evidências de extinção de plantas com flores após a colisão do asteróide, mas não de declínio generalizado como em outros tipos de organismos.

Para saber mais sobre como as plantas com flores responderam ao evento de extinção K-Pg, os autores do novo estudo analisaram as principais linhagens de plantas com flores previamente mapeadas a partir de mutações no DNA de milhares de espécies.

Eles usaram modelos matemáticos para estimar que as plantas com flores experimentaram uma taxa de extinção relativamente estável ao longo do tempo, sem evidência de extinção em massa.

Isso significa que, embora espécies individuais tenham sido perdidas durante o evento, os grupos familiares maiores sobreviveram, de acordo com o estudo.

A maioria das famílias de plantas com flores que vemos hoje surgiram antes do evento K-Pg, com os ancestrais das orquídeas modernas, magnólias e hortelã vivendo ao lado dos dinossauros. Após a extinção do K-Pg, as plantas com flores sobreviventes se espalharam e se diversificaram.

“As plantas com flores têm uma capacidade notável de adaptação: elas usam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização, algumas duplicaram seus genomas inteiros e outras desenvolveram novas formas de fotossíntese”, diz o co-autor do estudo Santiago Ramírez-Barahona, pesquisador da a Universidade Nacional Autónoma do México, disse no comunicado. “Esse ‘poder das flores’ é o que os torna os verdadeiros sobreviventes da natureza.”

Livescience
Por
Publicado em 18.09.2023


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604: Há 900 mil anos os ancestrais dos humanos quase se extinguiram. Restaram 1.280

 

CIÊNCIA // ANTROPOLOGIA // PALEONTOLOGIA

Uma nova técnica de análise genética permitiu concluir que, há cerca de 900 mil anos, os ancestrais dos humanos modernos estiveram a um fio de se extinguir: sobreviveu apenas um grupo de 1.280 indivíduos.

Mihin89 / Deviant Art

De acordo com um estudo publicado esta quinta-feira na revista Science, os ancestrais dos humanos em África estiveram à beira da extinção há cerca de 900.000 anos.

O número de indivíduos aptos para reprodução reduziu-se então a apenas 1.280 e permaneceu estagnado durante cerca de 117.000 anos.

Este período antecede a emergência do Homo sapiens, sugerindo um estrangulamento populacional significativo muito antes de a nossa espécie vir a existir.

Segundo o geneticista Haipeng Li, investigador da Academia de Ciências da China e co-autor do estudo, cerca de 98,7% dos ancestrais humanos desapareceram durante este período.

Li sugere que este estrangulamento pode justificar a escassez de registos fósseis entre 950.000 e 650.000 anos atrás em África e na Eurásia.

Nick Ashton, arqueólogo no Museu Britânico, ficou surpreendido com o longo período durante o qual esta pequena população conseguiu sobreviver, considerando que para tal terá sido necessário um ambiente estável, com recursos suficientes.

Avanços na sequenciação do genoma nos últimos anos permitiram uma melhor compreensão do tamanho das populações na história recente da Humanidade, mas pouco se sabia sobre ancestrais humanos mais antigos.

Ao construir uma árvore genealógica complexa a partir do ADN humano moderno, os autores do estudo conseguiram identificar eventos evolutivos significativos na nossa história precoce, explica a Science.

Este método lança a luz sobre um período de 800.000 a um milhão de anos atrás, correspondendo à transição do Pleistoceno Inferior-Médio—um período de mudanças climáticas drásticas e longos períodos de seca em África.

Estas pressões ambientais podem ter levado à extinção de populações humanas antigas e forçado o surgimento de novas espécies humanas, dizem os autores do estudo,tendo eventualmente conduzido ao aparecimento dos ancestrais comuns dos humanos modernos — os Denisovanos e Neandertais.

Há cerca de 813.000 anos, a população começou a expandir-se novamente, por razões que permanecem ainda incertas.

Segundo Ziqian Hao, co-autor do estudo, este estrangulamento provavelmente teve um impacto significativo na diversidade genética humana, incluindo características como o tamanho do cérebro. Até dois terços da diversidade genética podem ter sido perdidos durante este período.

Embora o estudo sugira um colapso populacional global, o número de sítios arqueológicos fora de África desafia esta noção.

Nick Ashton defende que é necessário obter mais evidências arqueológicas para suportar estas conclusões, sugerindo que um estrangulamento regional possa ser mais plausível.

 Armando Batista, ZAP //
2 Setembro, 2023


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541: Mapa interactivo mostra a localização da sua casa no tempo dos dinossauros

 

MAPA INTERACTIVO // TERRA // PALEONTOLOGIA

Já alguma vez se questionou sobre o aspecto da zona em que vive durante a era dos dinossauros? Agora pode visualizar facilmente as paisagens antigas que existiam há milhões de anos, utilizando um mapa interactivo.

(CC0/PD) sumitsahare / Pixabay

Basta introduzir o seu endereço no mapa disponível em https://dinosaurpictures.org/ancient-earth para explorar a forma como a geografia da Terra evoluiu ao longo dos tempos.

Os continentes e oceanos que hoje conhecemos sofreram transformações significativas ao longo de milhões de anos devido aos movimentos das placas tectónicas.

Embora estas alterações sejam imperceptíveis durante a vida humana, este mapa permite-lhe testemunhar a evolução do planeta ao longo de vastas escalas temporais.

Criado por Ian Webster em colaboração com C.R. Scotese do Projecto PALEOMAP, o mapa oferece uma viagem através do tempo, começando há 240 milhões de anos, quando o super-continente Pangaea dominava a Terra.

A ferramenta interactiva oferece opções para explorar diferentes épocas, desde há 750 milhões de anos até aos dias de hoje.

Para os utilizadores de computadores, manter premidas as setas da esquerda e direita do teclado permite-lhe assistir ao processo de deslocação e remodelação dos continentes ao longo dos milénios.

O mapa não só mostra as mudanças geográficas, explica a IFLScience, como também oferece informações sobre momentos cruciais na história da vida no nosso planeta. Pode observar o surgimento dos vertebrados, o aparecimento dos primeiros hominídeos e a dramática extinção dos dinossauros.

À medida que navega por diferentes períodos, pode até encontrar criaturas pré-históricas icónicas como o megalodonte, um enorme tubarão antigo.

ZAP //
13 Agosto, 2023


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537: Novos fósseis de dinossauros descobertos perto do cabo Espichel

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🦖PALEONTOLOGIA // CABO ESPICHEL

Foi encontrado um conjunto de fósseis de dinossauros saurópodes, com cerca de 129 milhões de anos, em diferentes camadas na base de uma formação geológica.

© CPGP

Novos fósseis de dinossauros herbívoros foram descobertos a cerca de dois quilómetros a norte do cabo Espichel, incluindo a que poderá ser uma nova espécie de dinossauro saurópode, informou esta sexta-feira o Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP).

Num comunicado, a instituição explica que foi encontrado um conjunto de fósseis de dinossauros saurópodes, datados do Cretácico Inferior (cerca de 129 milhões de anos), em diferentes camadas na base de uma formação geológica.

Os restos pertencem a diferentes indivíduos de dinossauros saurópodes (os gigantescos dinossauros de pescoço e cauda compridos), com a maioria a pertencer a saurópodes do grupo do titanossauros, que era muito diversificado durante o Cretácico.

O CPGP destaca no comunicado o achado de “duas vértebras em conexão anatómica de um pequeno indivíduo”, que poderão “pertencer a uma nova espécie destes dinossauros, um novo dinossauro de dimensões pequenas, comparadas com os seus parentes gigantescos”.

Os dinossauros terão vivido nas proximidades de um ambiente de litoral (lagunar), frequentado por diferentes espécies de vertebrados (crocodilos, pterossauros, tartarugas e outros dinossauros), que usavam a região como habitat ou zona de passagem entre área de alimentação, considera o CPGP no comunicado.

Os resultados agora divulgados na revista Science Direct resultam do trabalho de uma equipa de paleontólogos e geólogos portugueses e brasileiros, liderada pelo paleontólogo Silvério Figueiredo.

DN/Lusa
11 Agosto 2023 — 16:31


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509: Percetus colossus. Gigantesco animal extinto pode ser o mais pesado da História

 

CIÊNCIA // 🇵🇪 PERU // 🦖 PALEONTOLOGIA // PERCETUS COLOSSUS

Descoberta de esqueleto de um colosso dos oceanos no Peru pode roubar (por muitas toneladas) a coroa da baleia-azul, considerada a mais pesada de sempre.

Alberto Gennari
Uma impressão de um artista de como será a Perucetus colossus

Considerada há décadas o maior animal a alguma vez respirar no Planeta Terra, a baleia-azul pode estar prestes a ser destronada por uma familiar.

Pensava-se que as baleias só tinham atingido tamanhos colossais há três ou quatro milhões de anos, mas a recente descoberta de 13 vértebras, quatro costelas e um quadril absolutamente gigantescos, em Ica, Peru, fez os paleontólogos confirmar que estamos perante uma nova besta que viveu há 39 milhões de anos — a Percetus colossus.

As estimativas dos investigadores, partilhadas na Nature, apontam para 20 metros de comprimento e mais de 340 toneladas de imensidade nos oceanos, lê-se em comunicado oficial.

Em comparação, a actual recordista baleia-azul “só” atinge as 200 toneladas, apesar de atingir os 30 metros de comprimento.

A diferença, que aparentemente só se reflecte no peso, deve-se precisamente ao peso dos ossos da colossus, mais densos, que serviriam de lastro para melhor flutuabilidade nas águas costeiras, segundo o New Atlas. Ao contrário de outras baleias anciãs, a colossus vivia exclusivamente dentro de água.

“A flutuabilidade associada ao aumento da massa óssea é consistente com um estilo de vida em águas rasas, o que apoia a teoria de que os basilossaurídeos eram hiper-especializados para esse tipo de ambiente costeiro e ilumina a ordem de animais antigos”, dizem os investigadores.

E o que é que um gigante de quase 200 mil quilos come? Provavelmente peixe e crustáceos. Está também em cima da mesa a possibilidade de ter sido pioneira de sistemas de filtragem alimentar que baleias de barbatana usaram, mais tarde, para devorar krill — crustáceo semelhante ao camarão — às toneladas, mas é difícil dizer sem ser encontrado um crânio do animal.

 Tomás Guimarães, ZAP //
3 Agosto, 2023


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487: Tartaruga “panqueca” com 150 milhões de anos encontrada na Alemanha

 

CIÊNCIA // 🐢TARTARUGAS // PALEOECOLOGIA

Uma equipa de cientistas encontrou um fóssil muito bem preservado de uma tartaruga achatada do período Jurássico tardio. O antigo réptil nadava em águas pouco profundas perto de um conjunto de ilhas na actual Baviera.

(dr) Peter Nickolaus
Impressão de artista da tartaruga “panqueca” Solnhofia parsonsi

O espécime achatado de Solnhofia parsonsi foi encontrado no sul da Alemanha, numa Baviera com um aspecto muito diferente do da região actual. Há cerca de 150 milhões de anos, era um arquipélago tropical pouco profundo com recifes de corais à sua volta.

Quando animais como esta tartaruga morriam nestas massas de água salgada e com pouco oxigénio, os necrófagos tinham muita dificuldade em separar os seus restos mortais.

“A muito boa preservação dos fósseis nas camadas de calcário pode ser explicada pelas condições ambientais da época”, disse o paleoecologista da Universidade de Tübingen, Andreas Matzke, em comunicado.

É por isso que a descoberta deste espécime é tão importante: actualmente, o seu estudo é fundamental para ajudar os paleontólogos a descobrir mais informações sobre a evolução destes répteis em ecossistemas marinhos mais superficiais.

Fóssil da tartaruga “panqueca” Solnhofia parsonsi

Ao contrário das tartarugas actuais, os membros anteriores e posteriores desta tartaruga são curtos, um pormenor que sugere que vivia perto da costa.

Já a cabeça e a carapaça (parte superior das costas), que também estão muito bem preservadas no fóssil, revelam que o animal tinha um bico longo e pontiagudo e um crânio triangular com cerca de 5 centímetros de comprimento.

A carapaça apresenta uma forma única que se assemelha a um polígono de cinco lados e a parte de trás uma pequena cavidade, característica da espécie.

“A Solnhofia parsonsi pode ter usado a sua grande cabeça para esmagar alimentos duros, como invertebrados com carapaça, como fazem algumas tartarugas modernas, mas isso não significa que estes constituíssem exclusivamente a sua dieta”, explicou Márton Rabi, co-autor do artigo científico publicado no Scientific Journals.

De acordo com o Interesting Engineering, esta tartaruga destaca-se por ser apenas a segunda a preservar tanto o crânio como os ossos traseiros do corpo nas suas posições naturais.

As suas articulações revelam que os ossos estão ligados da mesma forma que estavam durante a vida do animal, o que permite aos cientistas estudar a anatomia completa do espécime e obter informações valiosas sobre a sua estrutura, estilo de vida e história evolutiva.

ZAP //
29 Julho, 2023


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284: Já sabemos quantos T-Rex alguma vez existiram — e o número é aterrorizante

 

– Já cá não moram, não fazem mal a ninguém. Em contrapartida existe uma sub-espécie humana de T-Rex’s que continuam a fazer muito mal a toda a civilização…

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA / 🦖 DINOSSAUROS // T-REX

Uma nova pesquisa estima que 1,7 mil milhões de T-Rex existiram na Terra, um valor bem abaixo de uma estimativa anterior.

Michael Watts / Pixabay

Alguma vez se perguntou quantos T-Rex é que já caminharam pela Terra? Um novo estudo publicado na Paleontology tem a resposta — e o número é de dar pesadelos.

A pesquisa sugere que até 1,7 mil milhões destes animais terão existido. O valor baseou-se em estimativas que tiveram em conta a esperança média de vida, a maturidade sexual e o número de ovos de T-Rex que, em média, sobreviviam.

Apesar de 1,7 mil milhões ser muita fruta, esta estimativa ainda fica bem abaixo do valor antecipado por um estudo de 2021 — 800 milhões abaixo.

A nova investigação tem em conta dados mais recentes sobre o crescimento e a reprodução dos T-Rex, devendo por isso ser mais precisa.

“Ao contrário do meu modelo, o tempo de geração, bem como as esperanças de vida, taxas brutas de reprodução e valores reprodutivos de indivíduos calculados a partir do modelo anterior, todos contradizem fortemente a nossa compreensão actual da biologia do T-Rex e de outros terópodes”, explica a ecologista evolutiva Eva Griebeler, da Universidade de Mainz.

Os novos cálculos sugerem, por isso, uma taxa de sobrevivência mais baixa, menos regerações no geral, e uma quantidade menor de ovos postos. Estes dados foram obtidos com base em estudos de fósseis e comparações com espécies modernas que os cientistas acreditam que mantiveram alguns traços dos dinossauros.

Griebeler testou o seu modelo com dados de 23 diferentes espécies existentes entre répteis, pássaros e mamíferos e descobriu que as suas previsões dos números da população eram mais próximas do que as do modelo anterior. Isto sugere que as estimativas relativas ao número de T-Rex também estarão mais próximas.

Um dos autores do estudo de 2021, o paleontólogo Charles Marshall, também acredita que o novo modelo é mais preciso, afirmando ao Live Science que o número de 1,7 mil milhões é “mais realista“.

ZAP //
23 Maio, 2023


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272: Dentes de chaves de fenda? Paleontólogos ficaram perplexos

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA

Cientistas começaram a perguntar: “Estava a comer o quê? Móveis do IKEA?”.

5telios / Flickr
Crânio de um mosassauro

Os “monstros marinhos” não entram só nos filmes. Há muito, muito tempo, há cerca de 100 milhões de anos, haveria muitos monstros marinhos, no período Cretáceo Superior.

Havia répteis marinhos pré-históricos, autênticos lagartos predadores, que tinham o tamanho de um autocarro. Eram predadores marinhos dominantes. E seriam venenosos.

Esses mosassauros terão sido extintos ao mesmo tempo que os dinossauros. Ainda bem, reage muita gente.

Agora um estudo publicado na revista Fossils, nesta quarta-feira, revela a descoberta de um novo tipo de mosassauro.

Os paleontólogos descobriram uma mandíbula parcial com duas coroas dentárias enterradas lá no fundo em Oulad Abdoun, numa zona de Marrocos.

Os dentes, bizarros, são diferentes de tudo que já tinha sido descoberto, destaca o portal Gizmodo.

Dentes relativamente pequenos, curtos e têm sinais óbvios de desgaste nas pontas.

Mas é uma “série notável de cristas proeminentes, afiadas e serrilhadas”, de acordo com os paleontólogos. Ou seja, nada parecido com as morfologias dentárias anteriores – nem de mosassauro, nem de outro réptil ou mesmo nem de qualquer outro vertebrado.

“Os dentes parecem a ponta de uma chave de fenda Phillips, ou talvez uma chave hexagonal. Então o que está a comer? Parafusos de cabeça Phillips? Móveis IKEA? Quem sabe?”, perguntou Nick Longrich, paleontólogo da Universidade de Bath (Reino Unido) e principal autor do estudo.

Este novo ser terá vindo de uma espécie e de um género totalmente diferentes dos mosassauros descobertos até aqui.

Os cientistas optaram por juntar “estrela” e “dente”, em latim, para descrevê-lo como Stelledens.

O nome da espécie é Mysteriosus – porque esta descoberta é mesmo um mistério, ainda. Até porque não surgiu qualquer pista sobre a sua alimentação. Os dentes não ajudaram.

“É possível que tenha encontrado uma maneira única de se alimentar, ou talvez estivesse a preencher um nicho ecológico que simplesmente não existe hoje”, analisou Nick Longrich.

De resto, até seria um mosassauro pequeno: cerca de 5 metros de comprimento; o dobro de um golfinho.

ZAP //
19 Maio, 2023


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267: 1.7 billion Tyrannosaurus rexes walked the Earth before going extinct, new study estimates

 

SCIENCE // PALEONTOLOGY // TYRANNOSAURUS REX

The new prediction suggests fewer T. rex individuals roamed our planet than scientists previously thought.

n artist’s interpretation of what Tyrannosaurus rex may have looked like. (Image credit: Shutterstock)

The total number of Tyrannosaurus rex to ever roam Earth has been recalculated by scientists, with new research revealing 1.7 billion of these dinosaur kings existed throughout our planet’s history.

In April 2021, a study published in the journal Science (opens in new tab) estimated that up to 2.5 billion T. rex individuals lived between 68 and 65.5 million years ago, whenroamed Earth. But a new study, published April 18 this year in the journal Palaeontology (opens in new tab), has challenged that number, suggesting the actual figure is probably closer to 1.7 billion.

Study author Eva Griebeler (opens in new tab), an evolutionary ecologist at the Johannes Gutenberg University of Mainz in Germany, told Live Science that her new model factored in information about T. rex that the original study’s authors overlooked, which resulted in the reduced number.

The result is a more well-rounded study that improves upon the original team’s work, Charles Marshall (opens in new tab), a paleontologist at the University of California, Berkeley and lead author of the 2021 study, told Live Science.

A cast of a T. rex skeleton that was found in the badlands of eastern Montana in 1990. (Image credit: Keegan Houser/University of California, Berkeley)

In the original study, Marshall’s team created a complex model that factored in a number of different variables — such as average body mass, population density, approximate geographic range, age of sexual maturity, number of eggs laid, average lifespan, survival rates and generation time — to estimate how many T. rex could have survived alongside one another. The model revealed that each T. rex generation likely consisted of around 20,000 individuals and that there were around 125,000 generations in the 2.5 million years they existed — meaning 2.5 billion T. rexes in total.

But Griebeler disagreed with some of the data imputed into this model. She believed Marshall’s team overestimated the survival rates and egg-laying capabilities of T. rex, as well as the number of generations that existed during this time, which skewed the results.

Research by Griebeler published shortly after the original study (opens in new tab) found these values were likely more similar to those seen in modern birds and reptiles. When these values were imputed into an updated model, it revealed that there were 19,000 individuals in each T. rex generation and that there were only around 90,000 generations, meaning the maximum number of T. rex to exist was 1.7 billion.

Researchers had overestimated the survival rates of T. rex. (Image credit: Roger Harris/SPL)

The original study was the first to estimate how many T. rex lived on Earth and “was driven in part by pure curiosity,” Marshall said. It was like wondering “how many stars there are in the sky,” he added. As a result, the team was happy to have come up with a decent estimate at all. But the researchers are glad that it has now been updated to a “more realistic” estimate, Marshall said.

Regardless of the exact number, both studies raise an interesting question — where are all the T. rex bones? If Griebeler’s predictions are correct, it means that we have only found the remains of 0.0000002% of these giant dinosaurs. This is an important question that requires further research, Griebeler and Marshall said.

Our understanding of T. rex is constantly changing. In recent years, numerous discoveries about the species have altered what we know about the long-dead dino kings.

In November 2022, one research group predicted that the largest T. rex to ever walk Earth would have been 70% larger than the largest known T. rex fossil “Scotty.” And in April 2021, another group revealed that the species’ maximum speed would have likely been around 3 mph (5km/h), which is around the same speed as a walking human. And other discoveries have suggested that the giant dinosaurs were also warmboolded like modern birds and hid their teeth behind a thin pair of lips.

Live Science
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published 17.05.2023


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232: Descoberta “cápsula do tempo” da Idade da Pedra em África (e tem pistas sobre a evolução humana)

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // ARQUEOLOGIA //  CÁPSULA DO TEMPO

Um estudo recente revela o mais antigo sítio arqueológico datado directamente na África Ocidental, estendendo o período conhecido de kits de ferramentas da Idade da Pedra Média na região para há 150 000 anos.

Khady Niang
Núcleo do conjunto de ferramentas de pedra da Idade da Pedra Média do sítio de Bargny 1

Um novo estudo publicado na Nature Ecology and Evolution descobriu padrões únicos nas mudanças culturais na África ocidental em comparação com outras regiões do continente.

A pesquisa foi feita no sítio arqueológico mais antigo da África ocidental e mostra uma continuidade tecnológica ao longo de cerca de 140 000 anos e dá novas pistas sobre a estabilidade ecológica da região.

A nossa espécie emergiu em África há cerca de 300 mil anos e tipicamente usou ferramentas e técnicas de criação de ferramentas conhecidas como kits de ferramentas da Idade da Pedra Média, até entre há 30 e 60 mil anos.

Nesta mesma altura, começaram a emergir kits de ferramentas da Idade da Pedra Posterior no norte, leste e sul de África.

Mas os indícios mais recentes sugerem que os kits de ferramentas da Idade da Pedra Média persistiram na África ocidental até muito mais tarde — até há cerca de 10 mil anos —  e não se sabe ao certo qual é a antiguidade deste tipo de tecnologias.

A nova pesquisa, que fez escavações no sítio se Bargny 1, no Senegal, alarga o período em que se sabe que as ferramentas da Idade da Pedra Média eram usadas na África Ocidental até há 150 mil anos.

“O conjunto de ferramentas de pedra datado de 150 mil anos atrás mostra características clássicas da Idade da Pedra Média, com o uso de Levallois e métodos de redução discoidal e o uso de pequenas ferramentas de lasca retocadas em vez de implementos maiores”, explica Khady Niang, autora principal do estudo.

A cientista acrescenta que o sítio de Bargny 1 é o “primeiro na África ocidental datado do Pleistoceno Médio, antes do início da regionalização tecnológica substancial noutras partes da África”, cita o SciTech Daily.

Nenhum artefacto que indica um envolvimento humano directo foi encontrado, mas o estudos dos ambientes dá pistas. “Encontramos micro-fósseis de plantas de mangue e salobra associados à ocupação do local.

Isto é particularmente interessante porque mostra que o sítio estava localizado perto de um estuário e demonstra a importância desses habitats para os humanos do passado e do presente”, refere Chris Kiahtipes, co-autor do estudo.

“Uma explicação para a continuidade cultural duradoura que observamos é que foi uma adaptação comportamental estável a condições ambientais estáveis, enquanto o isolamento potencial de outras populações em toda a África também pode ter levado à estabilidade demográfica.

O nosso estudo ajuda a ilustrar a utilidade persistente das tecnologias da Idade da Pedra Média para habitar os diversos habitats encontrados em toda a África”, remata o co-autor Jimbob Blinkhorn.

ZAP //
8 Maio, 2023


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