561: Gotas da água do mar podem conter vestígios de um mundo antigo

 

CIÊNCIA // OCEANOS // GEOLOGIA

O sal é um recurso natural que esconde pequenas gotas de água do mar. E estas gotas minúsculas parecem preservar a história geológica do mundo. 

atlascompany / Freepik

Um novo estudo examinou a formação de sal marinho, também conhecido como halita, em bacias sedimentares dos Estados Unidos, Europa, Ásia e África nos últimos 150 milhões de anos.

No interior das amostras de sal encontraram pequenos bolsões de água do mar antiga que podem revelar a história geológica do mundo.

“O oceano é como uma sopa gigante de diferentes elementos. O sódio e o cloro são os mais comuns”, afirma Tim K. Lowenstein, professor na Universidade de Binghamton e pós-doutorado pela Universidade de Princeton, citado pelo Tech Explorist.

“No entanto, existem dezenas de outros elementos dissolvidos na água do mar em quantidades vestigiais, como o lítio”, acrescenta Lowenstein, co-autor do estudo publicado recentemente na Science Advances.

Nas últimas décadas, os cientistas têm tentado descobrir as causas por detrás da modificação da composição da água salgada.

Nesta investigação, os cientistas conseguiram reconstruir as alterações químicas que aconteceram na água do mar durante os últimos 150 milhões de anos, através de equipamento altamente especializado.

E perceberam que a quantidade de lítio presente na água salgada tem vindo a diminuir consideravelmente.

Segundo os investigadores, a diminuição da formação da crosta oceânica e a actividade hidrotermal do fundo do mar, controlada pelo movimento de placas tectónicas, são as principais causas para a diminuição da concentração de lítio na água salgada.

Nos últimos 150 milhões de anos, a movimentação de placas tectónicas diminuiu e, como tal, menos lítio foi projectado para o oceano e menos CO2 foi libertado para a atmosfera — o que causou a diminuição da temperatura na Terra.

Há 150 milhões de anos havia mais lítio na água, mais dióxido de carbono na atmosfera e o mundo era mais quente.

Para chegarem a estas conclusões, os cientistas perfuraram cristais de sal com um laser, para conseguir aceder às pequenas gotas de água do mar que residiam no seu interior. De seguida, utilizaram um espectrofotómetro de massa para analisar a presença de oligoelementos.

Os resultados revelam que o lítio sofreu um declínio de sete vezes nos últimos 150 milhões de anos, acompanhado de um aumento, nas mesmas proporções, de cálcio e magnésio.

“Existe uma estreita ligação entre a química dos oceanos e a química atmosférica. Qualquer mudança que aconteça no oceano, reflecte o que está a acontecer na atmosfera”, explica Mebrahtu F. Weldeghebriel, primeiro autor do estudo.

Esta investigação revela importantes avanços na compreensão da química dos oceanos antigos da Terra e explica de que forma é que o movimento de placas tectónicas alterou a composição da hidrosfera e da atmosfera do nosso planeta.

Os efeitos destas mudanças podem também ser vistos na biologia, através de conchas de carbonato de cálcio de alguns animais marinhos.

“Os oceanos e a atmosfera estão conectados um com outro. A forma como um muda está relacionada com a forma como o outra também muda. Tudo está conectado”, termina, assim o investigador.

 Patrícia Carvalho, ZAP //
18 Agosto, 2023


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530: Cientistas descobrem mundo colorido debaixo do fundo do mar

 

CIÊNCIA // 🌊 MAR // DESCOBERTAS

Um ecossistema antes escondido debaixo do fundo do oceano foi agora descoberto, abrindo portas a um mundo inédito no misterioso oceano, que ainda tem 95% de si para nos mostrar.

Schmidt Ocean Institute
Vulcanoctopus junto a mexilhões e vermes tubulares

O fundo não é o fim da “cebola” que é o mar, e cientistas do Instituto Oceânico Schmidt acabam de o comprovar.

Um ecossistema antes escondido acaba de ser desvendado por um robô subaquático, que descascou as crostas vulcânicas nas profundas águas do Pacífico.

Foi mesmo debaixo do fundo do mar que os investigadores encontraram veias de fluidos subterrâneos, vivos, a nadar — um novo mundo, nunca antes visto.

“Em terra, já sabemos de animais a viver em cavidades subterrâneas, e no oceano de animais a viver em areia e lama, mas pela primeira vez, cientistas olharam para animais debaixo de ventos hidrotermais”, sublinha o director do instituto, Jyotika Virmani.

O novo ecossistema, escondido dentro de outro ecossistema, só foi agora descoberto porque muito provavelmente, em 46 anos de pesquisa, nunca ninguém pensou em espreitar para debaixo das águas termais, sublinha o Science Alert.

Descascando o oceano, a equipa responsável encontrou vermes, lesmas e bactérias quimiossíntese, que não precisa de luz do sol para produzir energia.

“Existem dois habitats dinâmicos de ventilação. Os animais de ventilação acima e abaixo da superfície prosperam juntos em uníssono, dependendo do fluido de ventilação em baixo e do oxigénio na água do mar de cima”, explica a ecologista Monika Bright, da Universidade de Viena.

Foram as poliquetas de tubo (Riftia pachyptila) que os cientistas acharam mais fascinantes. Ao que parece, estas criaturas aproveitam-se dos fluidos vulcânicos para viajar debaixo do fundo do mar e colonizar novos habitats.

Logicamente, os investigadores assumiram que estes “tubos” amadurecem aí escondidos, justificando a ausência de jovens desta espécie acima do solo.

Schmidt Ocean Institute
Um grande aglomerado de vermes tubulares. Experiências testaram a teoria da dispersão de espécies através de rachas na crosta terrestre

Para verificar essa hipótese, o SuBastian salvou o dia: este robô foi limpar o fundo do oceano e foi colocada uma caixa no topo. Ao remover a caixa, dias mais tarde, novos animais tinham colonizado a área, vindos de debaixo do fundo do oceano.

A descoberta pode vir a ser gigantesca, uma vez que serve para demonstrar o pouco que conhecemos sobre o gigante líquido.

 Tomás Guimarães, ZAP //
10 Agosto, 2023


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440: Fim do planeta azul? A Terra pode tornar-se o “planeta verde” (e isso é mau sinal)

 

CIÊNCIA // PLANETA AZUL // PLANETA VERDE

O aumento da temperatura nos oceanos está a fazer crescer a quantidade de fitoplâncton, o que está a tornar as águas mais verdes.

Yinan Chen / Wikimedia

Um novo estudo publicado na Nature baseou-se na análise a imagens de satélite captadas durante 20 anos e concluiu que os oceanos da Terra estão a mudar de cor e a tornar-se mais verdes por causa das alterações climáticas. A mudança é especialmente notória na região do equador.

Esta mudança de cor deve-se ao aumento das temperaturas da água, que se reflecte num crescimento das populações de fitoplâncton — pequenos micróbios, como algas, que usam a clorofila verde para fazer a fotossíntese. Quanto mais fitoplâncton há, mais verdes se tornam os oceanos.

A mudança de cor está longe de ser o único impacto. O crescimento do fitoplâncton acaba por dizimar a quantidade de oxigénio na água, criando mais zonas mortas onde muito poucas espécies que podem sobreviver.

O fitoplâncton pode não ser a única razão para a mudança de cor dos oceanos, de acordo com os investigadores. No entanto, a análise corresponde de perto a um modelo avançado que prevê como os ecossistemas oceânicos podem estar a  responder às alterações climáticas.

Como o fitoplâncton absorve o CO2, o seu aumento em número pode ser visto como um valioso sumidouro de carbono, tornando a ligação mais complexa do que parece à primeira vista, explica o Science Alert.

Mas como estes micróbios podem alterar muito do seu ambiente – incluindo a temperatura, disponibilidade de nutrientes e níveis de luz na água, e são a base da cadeia alimentar marinha – o seu aumento provavelmente também causará mudanças significativas generalizadas nas conservação de certas zonas e nas pescas.

ZAP //
13 Julho, 2023



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330: Oceano Árctico poderá ficar sem gelo no verão a partir de 2030

 

OCEANO ÁRCTICO // ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Nova previsão aponta para que o Árctico fique sem gelo dez anos antes do previsto anteriormente.

© Arquivo

O oceano Árctico poderá ficar sem gelo no verão a partir de 2030, dez anos antes do previsto anteriormente, segundo uma investigação publicada esta terça-feira que estudou todos os cenários de emissões de dióxido de carbono, incluindo as baixas.

A investigação, hoje publicada na revista da especialidade Nature Communications, foi conduzida por cientistas da Coreia do Sul, Alemanha e do Canadá, que utilizaram dados de observação do período 1979-2019 para fazer novas simulações.

O sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, divulgado em Março, apontava que o Árctico estaria praticamente sem gelo no mês de Setembro perto de meados do século em cenários de emissões poluentes intermédias e altas.

Setembro é o mês em que o gelo no oceano costuma atingir o seu mínimo anual.

A ausência de gelo significa, segundo os cientistas, uma área inferior a um milhão de quilómetros quadrados, já que pode haver gelo residual ao longo da costa.

O oceano Árctico totaliza uma área de aproximadamente 14 milhões de quilómetros quadrados e está coberto de gelo durante a maior parte do ano, mas a sua extensão tem diminuído acentuadamente desde 2000.

O gelo desempenha um papel fulcral no verão ao reflectir os raios solares permitindo arrefecer o oceano.

De acordo com os autores do novo estudo, o desaparecimento do gelo irá acelerar o aquecimento do Árctico, levando ao aumento de fenómenos meteorológicos extremos em latitudes médias, como as canículas e os fogos florestais.

D.N.
DN/Lusa
06 Junho 2023 — 21:44


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207: Descobertas quase 20 mil montanhas submarinas até agora desconhecidas

 

CIÊNCIA // OCEANOGRAFIA

O número de montanhas submarinas conhecidas acaba de duplicar. Uma análise de dados de satélites levou à descoberta de cerca de 20.000 montanhas submarinas desconhecidas.

Woods Hole Oceanographic Institution

Cerca de 20.000 montanhas anteriormente desconhecidas acabam de ser descobertas num estudo de dados de satélites globais.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado na edição de Abril da revista Earth and Space Science.

As montanhas submarinas são conhecidas pela sua biodiversidade marinha, já que as suas paredes vulcânicas proporcionam uma vasta gama de habitats. Além disso, induzem a circulação de água rica em nutrientes, distribuindo compostos benéficos, como nitratos e fosfatos, por todo o oceano.

Os métodos tradicionais de descoberta de montanhas submarinas envolvem o uso de sonares para mapear o fundo do oceano. No entanto, este processo é caro e demorado, e apenas cerca de 20% do oceano foi mapeado desta forma.

A equipa de investigadores, liderada por Julie Gevorgian e David Sandwell, da Scripps Institution of Oceanography, recorreu a observações de satélite, que oferecem uma cobertura global dos oceanos, para fazer um “levantamento topográfico” do fundo do mar e identificar elevações submarinas até então desconhecidas.

Segundo a Science News, os investigadores conseguiram determinar a altitude do fundo do mar, identificando saliências à escala de centímetros resultantes da influência gravitacional das montanhas submarinas.

Uma vez que a rocha é mais densa do que a água, a presença de uma montanha submarina altera ligeiramente o campo gravitacional da Terra num dado local, fazendo com que a água se acumule acima da montanha submarina.

Usando este método, a equipa identificou 19.325 montanhas submarinas anteriormente desconhecidas e confirmou a sua existência comparando algumas observações com mapas sonares do fundo do mar.

A maioria das montanhas subaquáticas recém-descobertas são relativamente pequenas, com alturas estimadas entre 700 e 2.500 metros.

No entanto, algumas podem representar riscos para a navegação, uma vez que montanhas submarinas pouco profundas podem estar no campo de acção dos submarinos militares que circulam no oceano.

Em 2021, o submarino nuclear USS Connecticut colidiu com uma montanha submarina não cartografado no Mar da China Meridional.

Apesar de alguns membros da tripulação terem sofrido ferimentos e a estrutura do submarino alguns danos, a instalação de propulsão nuclear não foi atingida e ninguém morreu no acidente.

Em 2005, uma montanha submarina perto de Guam também foi a responsável por uma colisão, quando o USS San Francisco colidiu com ela.

ZAP //
1 Maio, 2023

28.04.2023


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150: Uma fuga no fundo do oceano está a intrigar (e a preocupar) os cientistas

 

CIÊNCIA // OCEANOS

A perda do fluído em causa poderia fazer com que as placas tectónicas sob o oceano e as placas tectónicas sob os Estados Unidos continental se fechassem, criando stress.

Os cientistas descobriram um fenómeno que está a ocupá-los e a fazê-los perder algumas horas de sono. Trata-se de uma misteriosa fuga no oceano. Ao contrário do que seria de esperar, não é infiltração de água (em direcção à crosta da Terra).

Em vez disso, há um líquido que sai para o Oceano Pacífico, perto da Zona de Subducção do Cascadia. O estudo está a ser feito pela Universidade de Washington.

Segundo o Tech Explorist, fuga foi inicialmente descoberta em 2015 e chamava-se Pythia’s Oasis. A partir das observações originais da fuga, no fundo do oceano, sugeriram que era diferente de qualquer outra que já tinha sido descoberta antes.

No entanto, um novo artigo publicado na revista Science Advances sugere que o líquido expelido através da fuga poderia na realidade ser um tipo de lubrificante tectónico.

Além disso, a fuga deste líquido para o oceano poderia significar um verdadeiro desastre para a falha da Zona de Subducção Cascadia.

Quando os investigadores descobriram a fuga pela primeira vez, estava quase 16 graus mais quente do que a água que o rodeava.

Com base em novos cálculos, acredita-se que a água que se infiltra através da fuga no oceano pode ter origem a vir do megafluxo do Cascadia, onde as temperaturas variam entre os 300 e 500 graus Fahrenheit.

Mas porque é que isso importa? Bem, a perda do fluido poderia diminuir a pressão do líquido que se encontra entre as partículas do sedimento. Esta pressão reduzida poderia consequentemente originar uma fricção entre as placas tectónicas oceânicas e continentais.

Simplificando, poderia fazer com que as placas tectónicas sob o oceano e as placas tectónicas sob os Estados Unidos continental se fechassem, criando stress que poderia eventualmente resultar em terramotos.

Embora esta seja a primeira fuga do género detectada no oceano, os investigadores dizem que podem existir outras, possivelmente nas proximidades.

A Zona de Subducção de Cascadia está associada a um dos maiores terramotos que o mundo já sofreu, razão pela qual os cientistas estão preocupados com a fuga e com o que ela poderá significar para o megafluxo encontrado nesta área.

A esperança é que esta fuga nos possa a ajudar a aprender mais sobre a actividade da tectónica de placas, um campo de estudo que é ainda bastante novo para os investigadores.

É também uma lembrança aterradora do quanto estamos à mercê das placas em movimento sob os nossos pés e das consequências dos seus movimentos.

ZAP //
15 Abril, 2023


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122: Preocupante: Temperatura da superfície dos oceanos sobe para os 21,1ºC

 

TERRA // OCEANOS // AQUECIMENTO GLOBAL

Com tanta notícia e acção de sensibilização relativa às alterações climáticas, certamente que todos nós temos a noção do que se está a passar no mundo e o que pode acontecer num futuro próximo. Já há alguns sinais! A temperatura da superfície dos oceanos vai bater recordes.

Oceanos: aumento é também reflexo do aquecimento global

A superfície oceânica mundial atingiu uma temperatura recordes desde o início dos registos por satélite. Segundo revela o jornal The Guardian, tendo como base dados do governo dos EUA, este aumento de temperatura está a ser responsável por ondas de calor marítimas em todo o mundo.

A temperatura média à superfície do oceano tem sido de 21,1°C desde o início de Abril de 2023, superando o anterior máximo de 21°C, um recorde estabelecido em 2016. Desde a década de 1980 que as temperaturas dos oceanos têm vindo a aumentar.

Os cientistas referem que tal cenário se pode dever ao facto dos oceanos terem registado quase três anos de um outro padrão, caracterizado pelo arrefecimento das temperaturas e ventos mais fortes.

Mais de 90% deste calor adicional, causado pela adição de gases com efeito de estufa à atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis e pela desflorestação, foi absorvido pelo oceano.

Há, inclusive, um estudo, que indica que a quantidade de calor acumulada no oceano estava a acelerar e a penetrar mais profundamente, actuando como combustível para condições meteorológicas extremas.

Cientistas climáticos que prevêem ainda o regresso do fenómeno El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, causando outros fenómenos atmosféricos).

Pplware
Autor: Pedro Pinto
09 Abr 2023


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37: Os cientistas encontraram ondas de calor no fundo dos oceanos — e isso pode ser terrível

 

CIÊNCIA // OCEANOS // CALOR

Os oceanos absorvem cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de carbono provocadas pelo homem.

Jeremy Bishop / Pexels

Em 2013, a Blob fez manchetes quando foi identificada como uma devastadora onda de calor no nordeste do Pacífico. À medida que as águas ao largo da costa dos Estados Unidos aqueceram, os ecossistemas foram virados do avesso, os recifes de coral foram branqueados e mais de um milhão de aves apareceram mortas em toda a América do Norte.

Recentemente, uma nova pesquisa sugere que pode ter sido apenas a ponta do icebergue — numa bela ironia.

Não só os cientistas da NOAA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, encontraram provas de ondas de calor no fundo do oceano, concluindo que estas tendem a durar mais tempo e a causar um aquecimento mais significativo, e, por vezes, ocorrem com poucas mostras (ou até nenhumas) de aquecimento à superfície.

“Pode estar a acontecer sem que os gestores [das pescas] se apercebam até que os impactos comecem a aparecer”, explicou Dillon Amaya, cientista investigador do Laboratório de Ciências Físicas da NOAA e autor principal do novo artigo.

Esses impactos, perspectiva a IFL Science têm o potencial de ser catastróficos — tanto para os ecossistemas marinhos como, por consequência, para as indústrias que deles dependem.

Embora os oceanos do mundo possam não ser o que nos vem à mente quando consideramos as vítimas mais afectadas pelo aquecimento global, estes absorvem cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de carbono provocadas pelo homem.

Como tal, o aquecimento é mais rápido do que a média do planeta, aumentando a temperatura em cerca de 1,5°C ao longo do século passado — com as ondas de calor marinhas a tornarem-se cerca de 50% mais frequentes só na última década.

As perdas financeiras associadas ao fenómeno The Blob totalizaram qualquer coisa como 200 milhões de dólares segundo algumas estimativas.

Como tal, não é de admirar o interesse em monitorizar as ondas de calor marinhas ao longo dos últimos anos — para além da simples preocupação ecológica — sendo esta a primeira vez que os cientistas conseguiram aprofundar tanto a questão.

Isso deve-se, em grande parte, ao facto de monitorizar as temperaturas marinhas próximas da superfície ser muito mais fácil.

Não só existem métodos de análise estabelecidos e simples para a recolha de dados à superfície, como também há mais informação por onde começar: há uma riqueza de observações de alta qualidade feitas por satélites, navios e bóias.

Contudo, a monitorização do fundo do oceano é notavelmente difícil. Devido a essa falta de dados, os investigadores tiveram de utilizar uma técnica chamada “reanálise” para o estudo — um método que envolve recorrer a todos dados de observação disponíveis e utilizar modelos computacionais para classificar como “preencher os espaços em branco” onde a informação não existe.

É uma abordagem que já existe há muito tempo, mas só recentemente as técnicas e a tecnologia de reanálise se tornaram suficientemente poderosas para realizar este tipo de avaliação.

“Os investigadores têm vindo a estudar as ondas de calor marinhas na superfície do mar há mais de uma década“, apontou Amaya, “mas esta é a primeira vez que conseguimos realmente mergulhar mais fundo e avaliar como estes acontecimentos extremos se desenrolam ao longo das profundezas marinhas”.

ZAP //
23 Março, 2023


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Há duas luas de Úrano que podem ter segredos ‘escondidos’

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // ÚRANO // LUAS

Dados recolhidos pela sonda Voyager 2 há mais de 40 anos estão a ser encarados como promissores.

Image: Vadimsadovski / Adobe

Um novo estudo partilhado na revista científica Geophysical Research Letters indica que duas luas de Úrano podem albergar oceanos de água em estado líquido por baixo da superfície.

As conclusões foram elaboradas a partir de dados de radiação obtidos pela sonda Voyager 2, que passou pelo planeta há mais de 40 anos. Conta o site BGR que a análise destes dados sugere que pelo menos uma destas luas está a expelir material de um oceano subterrâneo para o Espaço.

Ainda que seja difícil ter certezas a partir destes dados com mais de 40 anos, os dados tornam no entanto clara a necessidade de estudar de forma mais aprofundada não só Úrano como também as suas luas.

Desta forma será possível perceber como foram formadas ou se têm condições para alojar algum tipo de forma de vida.

MSN Notícias
Miguel Dias
22.03.2023

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