330: Oceano Árctico poderá ficar sem gelo no verão a partir de 2030

 

OCEANO ÁRCTICO // ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Nova previsão aponta para que o Árctico fique sem gelo dez anos antes do previsto anteriormente.

© Arquivo

O oceano Árctico poderá ficar sem gelo no verão a partir de 2030, dez anos antes do previsto anteriormente, segundo uma investigação publicada esta terça-feira que estudou todos os cenários de emissões de dióxido de carbono, incluindo as baixas.

A investigação, hoje publicada na revista da especialidade Nature Communications, foi conduzida por cientistas da Coreia do Sul, Alemanha e do Canadá, que utilizaram dados de observação do período 1979-2019 para fazer novas simulações.

O sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, divulgado em Março, apontava que o Árctico estaria praticamente sem gelo no mês de Setembro perto de meados do século em cenários de emissões poluentes intermédias e altas.

Setembro é o mês em que o gelo no oceano costuma atingir o seu mínimo anual.

A ausência de gelo significa, segundo os cientistas, uma área inferior a um milhão de quilómetros quadrados, já que pode haver gelo residual ao longo da costa.

O oceano Árctico totaliza uma área de aproximadamente 14 milhões de quilómetros quadrados e está coberto de gelo durante a maior parte do ano, mas a sua extensão tem diminuído acentuadamente desde 2000.

O gelo desempenha um papel fulcral no verão ao reflectir os raios solares permitindo arrefecer o oceano.

De acordo com os autores do novo estudo, o desaparecimento do gelo irá acelerar o aquecimento do Árctico, levando ao aumento de fenómenos meteorológicos extremos em latitudes médias, como as canículas e os fogos florestais.

D.N.
DN/Lusa
06 Junho 2023 — 21:44


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207: Descobertas quase 20 mil montanhas submarinas até agora desconhecidas

 

CIÊNCIA // OCEANOGRAFIA

O número de montanhas submarinas conhecidas acaba de duplicar. Uma análise de dados de satélites levou à descoberta de cerca de 20.000 montanhas submarinas desconhecidas.

Woods Hole Oceanographic Institution

Cerca de 20.000 montanhas anteriormente desconhecidas acabam de ser descobertas num estudo de dados de satélites globais.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado na edição de Abril da revista Earth and Space Science.

As montanhas submarinas são conhecidas pela sua biodiversidade marinha, já que as suas paredes vulcânicas proporcionam uma vasta gama de habitats. Além disso, induzem a circulação de água rica em nutrientes, distribuindo compostos benéficos, como nitratos e fosfatos, por todo o oceano.

Os métodos tradicionais de descoberta de montanhas submarinas envolvem o uso de sonares para mapear o fundo do oceano. No entanto, este processo é caro e demorado, e apenas cerca de 20% do oceano foi mapeado desta forma.

A equipa de investigadores, liderada por Julie Gevorgian e David Sandwell, da Scripps Institution of Oceanography, recorreu a observações de satélite, que oferecem uma cobertura global dos oceanos, para fazer um “levantamento topográfico” do fundo do mar e identificar elevações submarinas até então desconhecidas.

Segundo a Science News, os investigadores conseguiram determinar a altitude do fundo do mar, identificando saliências à escala de centímetros resultantes da influência gravitacional das montanhas submarinas.

Uma vez que a rocha é mais densa do que a água, a presença de uma montanha submarina altera ligeiramente o campo gravitacional da Terra num dado local, fazendo com que a água se acumule acima da montanha submarina.

Usando este método, a equipa identificou 19.325 montanhas submarinas anteriormente desconhecidas e confirmou a sua existência comparando algumas observações com mapas sonares do fundo do mar.

A maioria das montanhas subaquáticas recém-descobertas são relativamente pequenas, com alturas estimadas entre 700 e 2.500 metros.

No entanto, algumas podem representar riscos para a navegação, uma vez que montanhas submarinas pouco profundas podem estar no campo de acção dos submarinos militares que circulam no oceano.

Em 2021, o submarino nuclear USS Connecticut colidiu com uma montanha submarina não cartografado no Mar da China Meridional.

Apesar de alguns membros da tripulação terem sofrido ferimentos e a estrutura do submarino alguns danos, a instalação de propulsão nuclear não foi atingida e ninguém morreu no acidente.

Em 2005, uma montanha submarina perto de Guam também foi a responsável por uma colisão, quando o USS San Francisco colidiu com ela.

ZAP //
1 Maio, 2023

28.04.2023


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37: Os cientistas encontraram ondas de calor no fundo dos oceanos — e isso pode ser terrível

 

CIÊNCIA // OCEANOS // CALOR

Os oceanos absorvem cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de carbono provocadas pelo homem.

Jeremy Bishop / Pexels

Em 2013, a Blob fez manchetes quando foi identificada como uma devastadora onda de calor no nordeste do Pacífico. À medida que as águas ao largo da costa dos Estados Unidos aqueceram, os ecossistemas foram virados do avesso, os recifes de coral foram branqueados e mais de um milhão de aves apareceram mortas em toda a América do Norte.

Recentemente, uma nova pesquisa sugere que pode ter sido apenas a ponta do icebergue — numa bela ironia.

Não só os cientistas da NOAA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, encontraram provas de ondas de calor no fundo do oceano, concluindo que estas tendem a durar mais tempo e a causar um aquecimento mais significativo, e, por vezes, ocorrem com poucas mostras (ou até nenhumas) de aquecimento à superfície.

“Pode estar a acontecer sem que os gestores [das pescas] se apercebam até que os impactos comecem a aparecer”, explicou Dillon Amaya, cientista investigador do Laboratório de Ciências Físicas da NOAA e autor principal do novo artigo.

Esses impactos, perspectiva a IFL Science têm o potencial de ser catastróficos — tanto para os ecossistemas marinhos como, por consequência, para as indústrias que deles dependem.

Embora os oceanos do mundo possam não ser o que nos vem à mente quando consideramos as vítimas mais afectadas pelo aquecimento global, estes absorvem cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de carbono provocadas pelo homem.

Como tal, o aquecimento é mais rápido do que a média do planeta, aumentando a temperatura em cerca de 1,5°C ao longo do século passado — com as ondas de calor marinhas a tornarem-se cerca de 50% mais frequentes só na última década.

As perdas financeiras associadas ao fenómeno The Blob totalizaram qualquer coisa como 200 milhões de dólares segundo algumas estimativas.

Como tal, não é de admirar o interesse em monitorizar as ondas de calor marinhas ao longo dos últimos anos — para além da simples preocupação ecológica — sendo esta a primeira vez que os cientistas conseguiram aprofundar tanto a questão.

Isso deve-se, em grande parte, ao facto de monitorizar as temperaturas marinhas próximas da superfície ser muito mais fácil.

Não só existem métodos de análise estabelecidos e simples para a recolha de dados à superfície, como também há mais informação por onde começar: há uma riqueza de observações de alta qualidade feitas por satélites, navios e bóias.

Contudo, a monitorização do fundo do oceano é notavelmente difícil. Devido a essa falta de dados, os investigadores tiveram de utilizar uma técnica chamada “reanálise” para o estudo — um método que envolve recorrer a todos dados de observação disponíveis e utilizar modelos computacionais para classificar como “preencher os espaços em branco” onde a informação não existe.

É uma abordagem que já existe há muito tempo, mas só recentemente as técnicas e a tecnologia de reanálise se tornaram suficientemente poderosas para realizar este tipo de avaliação.

“Os investigadores têm vindo a estudar as ondas de calor marinhas na superfície do mar há mais de uma década“, apontou Amaya, “mas esta é a primeira vez que conseguimos realmente mergulhar mais fundo e avaliar como estes acontecimentos extremos se desenrolam ao longo das profundezas marinhas”.

ZAP //
23 Março, 2023


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9: Icebergue 30 vezes maior do que Lisboa é um perigo à solta

 

CIÊNCIA // OCEANOGRAFIA // ICEBERGUES // PERIGOS

Cientistas britânicos estão a monitorizar dois dos maiores icebergues do mundo, à medida que eles se aproximam de áreas onde podem afectar a navegação, a pesca e a vida selvagem.

British Antarctic Survey
A76a é o maior icebergue à solta no planeta.

Estes blocos congelados, do tamanho de cidades, que se separaram da Antárctida podem levar décadas para derreter.

Um grupo de investigadores fotografou um deles, chamado A81. Outra equipa à volta do A76a, que é cerca de 33 vezes maior do que a cidade de Lisboa. Este é um gigante de sensivelmente 3.375 km² e tem um formato longo e fino.

De acordo com o Daily Mail, o icebergue tem 135 quilómetros de comprimento e 25 quilómetros de largura. Alguns compararam a sua aparência a uma tábua de passar a ferro gigante.

O professor Geraint Tarling estava a bordo do Royal Research Ship Discovery e aproveitou a oportunidade para inspeccionar o icebergue à deriva, flutuando do mar de Weddell, na Antárctida, para o Atlântico Sul.

“Estava directamente no nosso caminho quando voltávamos para casa, por isso precisámos de 24 horas para contorná-lo”, disse o oceanógrafo biológico à BBC News.

“Chegamos bem perto em alguns pontos e tivemos uma visão muito boa dele. Recolhemos água à volta do icebergue usando canos especiais não contaminados, por isso temos muitas amostras para estudar”.

O cientista do British Antarctic Survey disse que os enormes icebergues tabulares tiveram uma influência considerável no seu ambiente — tanto perturbador quanto produtivo.

À medida que derretem, esses icebergues despejam volumes gigantescos de água doce no mar, o que pode dificultar o funcionamento de alguns organismos.

Por outro lado, o derretimento também liberta a poeira mineral que foi incorporada ao gelo quando fazia parte de uma calote polar em contacto com o leito rochoso da Antárctida. Essa poeira é uma fonte de nutrientes que estimulam a vida em mar aberto.

O A76a surgiu bem ao sul da sua posição actual, na plataforma de gelo Filchner-Ronne, em Maio de 2021. Agora, está a seguir para norte, levado por correntes e ventos em direcção à lacuna entre os territórios ultramarinos britânicos das Malvinas e da Geórgia do Sul.

Há certa preocupação de que possa virar para o leste em direcção à Geórgia do Sul e fique preso nas águas rasas da sua plataforma continental —ou possivelmente numa série de ilhotas próximas conhecidas como Shag Rocks.

Em qualquer local, seria uma complicação para a vida selvagem e para a população local.

“Se ele ficar encalhado, a nossa maior preocupação é a ruptura e o impacto dos icebergues nos movimentos das embarcações na região”, explicou Mark Belchier, director de pesca e meio ambiente do governo da Geórgia do Sul e das Ilhas Sandwich.

O A81 separou-se da plataforma de gelo Brunt no final de Janeiro. Esperava-se que se desprendesse há vários anos, mas de alguma forma conseguiu agarrar-se ao continente pelos mais finos fios de gelo, desafiando as previsões dos cientistas. O destino final é seguir o a A76a pelas rotas marítimas do Atlântico Sul.

ZAP // BBC Brasil
15 Março, 2023


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