474: O “Grand Canyon” no fundo do Oceano Pacífico foi mapeado com incrível detalhe

 

OCEANO PACÍFICO // GRAND CANYON

O novo método permite aos cientistas acompanhar com muito mais detalhes as mudanças geológicas no Monterey Canyon, o que nos ajuda a prever os efeitos que as alterações climáticas terão no local.

Monica Wolfson-Schwehr, MBARI

Um novo estudo publicado na Journal of Geophysical Research: Earth Surface mostra como os cientistas conseguiram mapear com detalhes sem precedentes o Monterey Canyon, um imenso desfiladeiro submarina ao largo da costa da América do Norte.

Localizado em Moss Landing, na Califórnia, o Monterey Canyon estende-se por 153 quilómetros no Oceano Pacífico. O seu ponto mais profundo chega aos quatro quilómetros, tornando-o significativamente mais profundo que o Grand Canyon.

A equipa de investigadores utilizou um veículo operado remotamente (ROV) equipado com sensores de última geração para este empreendimento. O ROV deslizou apenas três metros acima do fundo do mar, utilizando pulsos LiDAR e tecnologia sonar para calcular a estrutura tridimensional do canyon com grande precisão, explica o IFLScience.

Longe de estático, o Monterey Canyon é um habitat vibrante e em constante mudança. Este novo mapeamento de alta resolução permitiu aos cientistas examinar estas mudanças — como frequentes deslizamentos de terra e correntes rápidas que arrastam sedimentos de terra — numa escala muito mais detalhada, aprimorando a nossa compreensão de como o canyon pode ser afectado pelas alterações climáticas.

“Com o sonar, vemos as consequências de grandes eventos catastróficos, mas perdemos as pequenas mudanças que acontecem todos os dias. À medida que a tecnologia avança e podemos mapear em resoluções cada vez mais precisas, podemos observar um novo nível de complexidade no fundo do mar.

Não percebemos o quanto da imagem estamos a perder”, afirma Monica Wolfson-Schwehr, do Centro de Mapeamento Costeiro e Oceânico da Universidade de New Hampshire.

Segundo Charlie Paull, co-autor deste estudo, esta nova abordagem de mapeamento está a dar-nos dados em tempo real que estão a revolucionar o estudo da geomorfologia submarina.

“Não podemos entender a mudança global no fundo do oceano sem a quantificar. O uso repetido do Sistema de Pesquisa de Baixa Altitude do MBARI permite-nos recolher dados quantitativos exclusivos que colocam em perspectiva exactamente o tamanho dessas mudanças. Agora temos uma nova janela sobre como o mundo funciona”, remata Paull.

ZAP //
27 Julho, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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70: O sítio onde dois mundos colidem. Podem o Atlântico e o Pacífico misturar-se?

 

CIÊNCIA // PACÍFICO // ATLÂNTICO

Dúvida instalou-se depois um vídeo se ter tornado viral nas redes sociais.

(dr) Marinha Real Britânica

Uma viagem até ao ponto mais sul da América do Sul permitir-lhe-á uma vista privilegiada do local onde os oceanos Pacífico e Atlântico se encontram.

No entanto, e ao contrário do que pode ser visto em alguns vídeos virais, não é possível identificar uma distinção clara entre as águas. Ou seja, não é possível ver cores ou texturas distintas, pelo que as águas se misturam.

No entanto, os marinheiros devem ser alertados para os problemas que persistem na encruzilhada entre os dois maiores oceanos do mundo, destaca o IFL Science.

O fim geográfico  do continente sul-americano é conhecido como Patagónia, uma irregular região selvagem cuja costa ocidental e sul está fragmentada em inúmeras ilhas. O seu ponto mais meridional é o Cabo Horn, uma ilha pertencente ao arquipélago da Terra do Fogo, no sul do Chile.

Se olharmos para sul ao largo da costa do Cabo do Corno de Chifre, este é o local onde o Pacífico se encontra com o Atlântico, embora não exista um limite concreto definido.

Há alguns anos, uma publicação viral, que volta e meia ressurge, mostra uma linha no oceano com águas mais escuras de um lado e mais claras do outro.

Apresenta ainda a explicação de que as águas não se misturam porque o Pacífico é mais rico em argila ao passo que o Atlântico tem mais ferro, pelo que os dois “não se dão bem juntos”.

No entanto, estes fenómenos só ocorrem normalmente onde a água doce dos rios se encontra com água salgada do mar. De facto, caso se confronte com um vídeo como este, é muito provável que o conteúdo represente um rio de água doce a correr para um corpo de água salgada, e não dois oceanos.

As águas a sul do Cabo Horn, ainda assim, são infames. A área é notoriamente difícil de navegar devido aos sistemas de pressão extremamente baixa que geram ventos fortes e imprevisíveis e grandes ondas. As suas águas são também gélidas, acrescentando um desafio extra para os marinheiros.

Apesar dos riscos, o corredor entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico era vital para o comércio internacional. A primeira viagem ocorreu a 1616 com Willem Schouten, um navegador da Companhia Holandesa das Índias Orientais, e desde então selou o destino de centenas de navios.

Felizmente para os marinheiros, a necessidade de os navios contornarem o Cabo Horn foi reduzida após a abertura do Canal do Panamá em Agosto de 1914, permitindo que os barcos se movessem entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico através da América Central.

ZAP //
29 Março, 2023


Web-designer e Criador
de Conteúdos Digitais



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