270: Há 50 anos, um louco plano americano ia fazer explodir a Lua

 

🇺🇸 EUA // 🌕 LUA // 💥 EXPLOSÃO

Em 1958, a pressa de vencer a corrida espacial levou os EUA a magicar o Project A119. O plano intitulado de “Um Estudo de Voos de Pesquisa Lunar, Vol 1” consistia, na verdade, em detonar uma bomba de hidrogénio na Lua.

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Alterando um pouco o curso da História, poderíamos hoje ter uma Lua ferida.

Corria a década de 1950 e a Rússia, para grande desgosto dos norte-americanos, liderava a corrida espacial, lugar que foi consolidado após o lançamento do Sputnik 1, primeiro satélite artificial do mundo.

Habitualmente atrás dos americanos no armamento, os russos conseguiram mudar esse cenário ao potenciarem cada vez mais o seu arsenal nuclear, e a Guerra Fria começava a fugir aos americanos.

Apesar do acompanhamento norte-americano em quase todas as inovações tecnológicas, a urgência de ficar à frente teve impactos particularmente negativos para os americanos, com fracassos como o lançamento do Vanguard, que seria a próxima lua artificial, não tivesse acabado em chamas no momento do lançamento.

Uma acção espectacular era, do ponto de vista norte-americano, necessária, uma vez que a tecnologia por trás do lançamento do Sputnik permitia que os soviéticos ‘bombardeassem nuclearmente’ o território americano.

Com as bombas de hidrogénio a emergirem como a mais recente e mais destrutiva arma nuclear, os cientistas dos EUA conspiraram, juntamente com a Força Aérea, um plano absolutamente louco para consolidar a posição dos EUA na frente da corrida — explodir a Lua.

Um plano “tecnicamente viável”

Todo o plano, denominado Project A119, seria uma proposta ultra-secreta para detonar uma bomba de hidrogénio na Lua. Após ser desclassificado em 2000, tornou-se público e está disponível online.

Na terceira de 190 páginas do documento intitulado “Um Estudo de Voos de Pesquisa Lunar, Vol 1”, que remete a 1958, vê-se o emblema do Centro de Armas Especiais da Força Aérea na Base Aérea de Kirtland, Novo México, que teve um papel fundamental no teste de armas nucleares.

O autor da proposta, segundo o documento: Leonard Reiffel, um dos maiores físicos nucleares dos EUA, que em 2000 — após a desclassificação do documento que comprova tudo — falou com o The Guardian sobre o bizarro plano, confirmando que este seria “tecnicamente viável” e que seria visto da Terra a olho nu.

“Era claro que o principal objectivo da detonação era um exercício de relações públicas e uma demonstração de vantagem. A Força Aérea queria uma nuvem de cogumelo tão grande que fosse vista a partir da Terra”, afirma.

O programa planeava que a bomba explodisse na “linha cinza” — a linha que separa o lado luminoso do escuro da Lua — de modo a que pudesse ser observada por todo o mundo, a olho nu.

“A explosão seria obviamente melhor se ocorresse no lado negro da Lua e a teoria era que a bomba explodisse na fronteira da Lua, a nuvem de cogumelo seria iluminada pelo sol.”, disse Reiffel, segundo o All That’s Interesting.

E se a Lua tivesse ‘levado’ com uma bomba?

Inicialmente, o impacto da bomba iria formar uma enorme cratera na Lua que hoje conhecemos.

Para além de certamente dividir opiniões éticas, alguns cientistas revelaram que o bombardeamento poderia revelar algo sobre a química lunar e a estrutura interna do satélite, que foi recentemente conhecida.

Além disso, a explosão iria redireccionar completamente a corrida e dar continuidade à luta nuclear.

Viesse a acontecer, os americanos destruiriam não só a Lua, mas também um dos momentos mais memoráveis da sua história — a caminhada de Neil Armstrong na superfície do satélite natural.

Não tivessem percebido que caminhar na Lua consolidaria a sua posição como número um do espaço, o Projecto A119 seria uma alternativa a tal caminhada.

Segundo a BBC, muitos detalhes do misterioso projecto estão ainda escondidos e muitos documentos valiosos foram destruídos.

ZAP //
19 Maio, 2023


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130: Há um plano para usar bombas nucleares para criar um mar no Saara

 

🇪🇭 SAARA // DESTRUIÇÃO // NUCLEAR ☢️

Parece uma ideia tirada de um filme de ficção científica, mas é a mais pura das realidades. Há mais do que um plano para tentar criar um mar dentro do Saara.

Luca Galuzzi – www.galuzzi.it / wikimedia
Deserto do Saara na Líbia.

O engenheiro escocês Donald McKenzie foi o impulsionador desta ideia. É importante lembrar que grandes secções do maior deserto de areia do mundo estão abaixo do nível do mar. Como tal, McKenzie queria inundar a bacia de El Djouf, transformando-a no que chamou de Mar do Saara.

De acordo com a IFLScience, o escocês propôs a criação de um canal de 644 quilómetros de comprimento, que ia desde Marrocos até à bacia.

Desta forma, seria possível criar um mar interior com quase 100 mil quilómetros quadrados, quase o dobro da área de Portugal.

Se pensa que esta é uma ideia de um maníaco qualquer, engana-se. McKenzie não é o primeiro a sugerir algo semelhante.

Já na década de 1870, inspirado no canal do Suez, o capitão do exército francês François-Elie Roudaire sugeriu um canal de quase 200 quilómetros de comprimento a ligar o mar Mediterrâneo ao sul da Tunísia, numa zona do deserto do Saara conhecida como Chott el Fejej.

Este plano do militar gaulês permitiria inundar quase 5 mil quilómetros quadrados de terra. A ideia era abrir mais rotas comerciais para os navios franceses e o plano até chegou a receber o aval de um famoso diplomata francês, chamado Ferdinand de Lesseps.

No entanto, a descoberta de que a área não estava realmente abaixo do nível do mar, além dos avultados custos, fizeram com que o projecto nunca saísse do papel.

Mais tarde, os Estados Unidos também tiveram uma ideia semelhante. O Projecto Plowshare previa a detonação “pacífica” de bombas nucleares para criar canais, de forma a inundar a Depressão de Qattara, no Egipto, que fica 60 metros abaixo do nível do mar.

O Projecto Plowshare foi descontinuado em 1977 depois de o uso de detonações nucleares pacíficas ter sido proibido por vários tratados internacionais.

ZAP //
12 Abril, 2023


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