313: Os T. Rex eram enormes covardes (e há imagens que o provam)

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // 🦖 T. REX

A ideia de que o T. rex é uma criatura imponente e que nenhum outro dinossauro o conseguia assustar não é propriamente correcta.

Apple TV+

Os filmes da saga Jurassic Park ajudaram, em grande parte, a montar a imagem cerebral que temos dos dinossauros.

O Tyrannosaurus rex, mais conhecido por T. rex, é talvez a personagem principal do nosso imaginário. Pensamos nele como uma criatura feroz, talvez até a mais temida do reino animal há 66 milhões de anos.

A realidade pode, no entanto, deixar a desejar. De acordo com o mais recente documentário da Apple TV+, Prehistoric Planet, o T. rex preferia mais evitar conflitos e fugir do que propriamente entrar em confrontos.

No documentário, a certa altura, surge um Quetzalcoatlus, um pterossauro com seis metros de altura, ligeiramente maior do que o T.rex. Uma reconstrução 3D mostra o dinossauro terrestre receoso, que começa a recuar à medida que surge outro predador.

A icónica voz de David Attenborough narra o momento e explica que uma única bicada do Quetzalcoatlus pode cegar um olho do tiranossauro.

“É claro que toda a gente pensa sempre no Tyrannosaurus rex como o predador supremo: uma máquina de matar imparável que corta as outras coisas ao meio”, diz o paleontólogo Darren Naish, em declarações à BBC Science Focus.

“Mas nenhum predador se comporta desta forma. Todos os predadores fazem coisas para minimizar o risco de ferimentos e morte para si próprios.

Há casos em que o seu comportamento é muito conservador, quase covarde. O tamanho de uma girafa é ligeiramente maior do que o T. rex”, acrescenta.

É mais uma novidade decepcionante na sequência do recente estudo que sugere que o focinho do mítico tiranossauro era mais parecido com o dos lagartos, com lábios, do que com o dos crocodilos, com os seus grandes dentes expostos.

Mas, como é que os investigadores podem inferir o comportamento do T. rex em situações como a vista no vídeo? Não é mero achismo. São retratos baseados em evidências científicas.

Naish explica que a resposta vem de uma combinação de factores, nomeadamente a sua anatomia e o comportamento de animais de hoje que são semelhantes a estes animais extintos.

ZAP //
31 Maio, 2023


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305: Professor de Stanford tem 100% de certeza de que há extraterrestres na Terra há décadas

 

CIÊNCIA // 🚀 ALIENÍGENAS // 🌎 TERRA

O professor acredita que os extraterrestres já acompanham a vida na Terra com drones e com Inteligência Artificial há décadas.

Pawel86 / Pixabay

Garry Nolan, um doutorado e professor no Departamento de Patologia da Universidade de Stanford, diz ter a certeza de que os extraterrestres já visitaram a Terra — e que até vivem entre nós há décadas.

Estas declarações foram feitas durante uma sessão chamada “O Pentágono, a Inteligência Extraterrestre e os OVNIs que se despenharam”, durante a conferência SALT iConnection 2023, que reúne investidores e legisladores para a discussão de inovações que afectem o panorama político, económico e financeiro.

“Os aliens estão na Terra há muito tempo e ainda cá estão“, defende o cientista. Perante a pressão do apresentador Alex Klokus, que lhe pediu para dar uma percentagem sobre a sua certeza de que isto é verdade, Nolan respondeu prontamente — “100%”.

O cientista lembra ainda o sinal Wow! — uma explosão de ondas de rádio captada em 1977 que foi 30 vezes mais forte do que a típica radiação de fundo e que despertou questões sobre se teria sido uma mensagem de extraterrestres, explica o Interesting Engineering.

“As pessoas falam sobre o sinal Wow! à procura de inteligência extraterrestre. O sinal Wow! é que as pessoas o veem quase regularmente, essa é a comunicação que já está aqui. Acho que é uma forma avançada de inteligência que usa algum tipo de intermediário.

Não é que eles andem entre nós com um fato de pele humana”, explica, sugerindo antes que os aliens estão a vigiar os humanos com drones e formas avançadas de inteligência artificial.

O professor compara a situação com a surpresa das tribos nativas na América do Sul quando viram os navios espanhóis. “Eles não sabiam o que estavam a ver ou quem estava a chegar.

Eles estão a aparecer e a dizer quem entre vocês é inteligente o suficiente para perceber o que está a ver. Vocês pode ver o que está à vossa frente como realmente é? Podem ver os dados anómalos?“, questiona.

“Esta não uma opinião só minha. O National Defense Authorization Act aprovado no ano passado e assinado por Biden em Dezembro. 30 páginas disso é a criação de um departamento de fenómenos aéreos não identificados“, frisa.

Questionado sobre qual é a evidência mais convincente para a sua alegação de vida alienígena na Terra, Nolan reitera: “Só precisa de olhar para o que o Governo está a fazer agora sobre isso”.

ZAP //
29 Maio, 2023


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304: Descobertas 5.000 novas espécies de animais nas profundezas do oceano

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA // ESPÉCIES MARINHAS

Os contratos de mineração em águas profundas ameaçam estas 5.000 espécies que acabaram de ser descobertas.

Museu de História Natural de Londres

Mais de 5.000 novas espécies de animais até agora desconhecidas foram descobertas nas profundezas do Coeano Pacífico. A revelação é relatada num novo estudo publicado na Current Biology.

A Zona Clarion-Clipperton (CCZ) é uma zona de fractura – uma grande cicatriz do fundo do mar deformado criada por movimentos de placas tectónicas – que se estende do México ao Havai e cobre cerca de 2,3 milhões a 6 milhões de quilómetros quadrados, o que é cerca de 3,5 vezes a área do Alasca.

O fundo do mar CCZ é coberto por nódulos esféricos do tamanho de batatas que são ricos em metais altamente desejados, como manganês, cobalto e níquel, bem como pequenas concentrações de elementos extremamente valiosos, o que o tornou muito atractivo para empresas de mineração de águas profundas.

Os investigadores compilaram a primeira lista abrangente de espécies animais encontradas na região com o recurso a dados de mais de 100 000 registos recolhidos durante viagens de pesquisa, refere o Live Science.

O novo banco de dados, conhecido como lista de verificação CCZ, contém 5.580 espécies de animais, das quais apenas 438 têm nomes oficiais. Mas os cientistas estimam que pode haver entre 6.000 e 8.000 espécies de animais no CCZ e que entre 88% e 92% destas podem ainda não ter sido identificadas.

O filo mais abundante é o dos artrópodes — invertebrados com exoesqueleto, como os crustáceos — que compõe 27% do banco de dados; seguido pelos anelídeos, ou vermes segmentados, que perfazem 18% da lista; e nematóides, ou vermes não segmentados, que correspondem a 16% das espécies.

Das espécies nomeadas, apenas seis foram encontradas fora do CCZ, o que sugere que a maioria das espécies não identificadas listadas também são endémicas da região.

Todo o CCZ está fora da jurisdição nacional de qualquer país, sendo administrado pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) das Nações Unidas.

Actualmente, a mineração em águas profundas em áreas fora da jurisdição nacional é proibida, mas a ISA pode dar contratos de exploração. Até agora, o ISA concedeu 17 contratos no CCZ que abrangem 1,2 milhões de quilómetros quadrados.

Os impactos ambientais destas explorações são actualmente limitados. Mas a ISA pode começar a conceder contratos completos em Julho de 2023, após o prazo para os países concordarem com os novos regulamentos de mineração.

Se nenhum acordo for alcançado, as empresas podem pedir a solicitar contratos com base em projectos de regulamentação, que oferecem protecções ambientais muito limitadas.

“Existem tantas espécies maravilhosas no CCZ. Com a possibilidade de mineração iminente, é duplamente importante que saibamos mais sobre esses habitats realmente pouco estudados”, afirma o autor principal do estudo, Muriel Rabone, ecologista de águas profundas do Museu de História Natural de Londres.

ZAP //
28 Maio, 2023


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303: Astrofotografia lunar

 

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Maio 2023

Moon: 62.6%

Waxing Gibbous

Current Time: 28 de Mai de 2023, 23:31:58
Moon Direction: 239,97° WSW
Moon Altitude: 40,09°
Moon Distance: 399.341 km
Next Full Moon: 4 de Jun de 2023, 4:41
Next New Moon: 18 de Jun de 2023, 5:37
Next Moonset: Tomorrow, 3:10

Stellarium

28.05.2023

Embora com céu ligeiramente nublado, ainda se conseguiu uma imagem razoável.

Nikon B500 + mini-tripé Genesis Base ABT + Rótula Panorâmica Sevenoak SK-EBH01 + Rótula com Bola Mantona
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301: Explosão colossal no céu. Astrónomo amador detecta super-nova muito perto da Terra

 

CIÊNCIA // 🔭 ASTRONOMIA // SUPER-NOVAS

Um astrónomo amador detectou uma super-nova muito perto da Terra – e tudo o que precisa para ver esta estrela em explosão é de um telescópio.

Steven Bellavia
Supernova SN2023ixf

Há milhões de anos, a cerca de 21 milhões de anos-luz de distância da Terra, uma estrela em final de vida morreu numa explosão de super-nova.

No dia 19 de Maio, a luz dessa gigantesca explosão chegou ao telescópio do astrónomo amador japonês Koichi Itagaki, que alertou de imediato a comunidade científica. A super-nova é, agora, oficialmente designada de SN2023ixf.

“Os fotões que saíram da estrela que explodiu há cerca de 20 milhões de anos chegaram agora até nós, vindos desta longa viagem pelo cosmos”, disse Grant Tremblay, astrofísico do Centro de Astrofísica de Harvard e do Instituto Smithsonian, citado pelo Popular Science.

SN2023ixf explodiu na M101, também conhecida como galáxia Pinwheel, que se situa no céu nocturno perto da constelação da Ursa Maior. Apesar de só agora a explosão ser visível, a estrela está morta há 20 milhões de anos.

Segundo a NASA, SN2023ixf é a super-nova deste género mais próxima da Terra a explodir em cinco anos e a segunda mais próxima da última década.

Embora o seu brilho seja muito ténue para ser visto a olho nu, um telescópio de 4,5 polegadas deve ser suficiente para observá-la.

As estrelas produzem a sua energia através da fusão de hidrogénio em hélio nos seus núcleos. Quando uma estrela acumula hélio suficiente, a sua produção de energia aumenta significativamente e transforma-se numa gigante vermelha ou numa super-gigante, como a Betelgeuse.

A estrela desta super-nova observada recentemente é – ou foi – muitas vezes maior e mais maciça do que o nosso Sol. Aliás, se o substituísse no Sistema Solar, poderia estender-se para além da órbita de Marte.

Nestas estrelas, o núcleo produz sucessivamente elementos mais pesados para equilibrar o impacto da gravidade, mas quando o núcleo começa a produzir ferro, a estrela tem os dias contados.

Quando o núcleo já não consegue suportar o peso da estrela, entra em colapso, desencadeando uma explosão de super-nova.

Segundo o portal Space, a explosão de luz e energia que daí resulta é, possivelmente, equivalente a 10 mil milhões de estrelas normais.

Os astrónomos vão continuar a monitorizar a super-nova SN2023ixf nos próximos dias, registando todas flutuações de brilho até que acabe por desaparecer.

Liliana Malainho, ZAP //
28 Maio, 2023


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300: Astrofotografia lunar

 

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Maio 2023

Moon: 43.1%

Waxing Crescent

Current Time: 26 de Mai de 2023, 23:20:43
Moon Direction: 263,98° W
Moon Altitude: 33,90°
Moon Distance: 404.039 km
Next Full Moon: 4 de Jun de 2023, 4:41
Next New Moon: 18 de Jun de 2023, 5:37
Next Moonset: Tomorrow, 2:24

Stellarium

Stellarium

26.05.2023

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Hubble caça buracos negros de massa intermédia “perto de casa”

 

CIÊNCIA // BURACOS NEGROS // HUBBLE

Os astrónomos que utilizam o Telescópio Espacial Hubble da NASA descobriram o que dizem ser algumas das melhores evidências da presença de uma classe rara de buracos negros de “dimensão intermédia” que pode estar à espreita no coração do enxame globular mais próximo da Terra, localizado a 6000 anos-luz de distância.

Uma imagem, pelo Telescópio Espacial Hubble, do enxame globular Messier 4. O enxame é uma densa colecção de várias centenas de milhares de estrelas. Os astrónomos suspeitam que um buraco negro de massa intermédia, com uma massa até 800 vezes superior à do nosso Sol, está à espreita, sem ser visto, no seu núcleo.
Crédito: ESA/Hubble, NASA

Como intensos buracos gravitacionais no tecido do espaço, praticamente todos os buracos negros parecem existir em dois tamanhos: pequenos e enormes. Estima-se que a nossa Galáxia tenha 100 milhões de buracos negros pequenos (várias vezes a massa do nosso Sol) formados a partir da explosão de estrelas.

O Universo em geral está inundado de buracos negros super-massivos, com uma massa milhões ou milhares de milhões de vezes superior à do nosso Sol e que se encontram no centro das galáxias.

Os buracos negros de massa intermédia são um elo perdido e há muito procurado, com uma massa algures entre 100 e 100.000 massas solares. Mas como é que se formam, onde se encontram e porque é que parecem ser tão raros?

Os astrónomos identificaram outros possíveis buracos negros de massa intermédia através de uma variedade de técnicas de observação. Dois dos melhores candidatos – 3XMM J215022.4−055108, que o Hubble ajudou a descobrir em 2020, e HLX-1, identificado em 2009 – residem em densos enxames de estrelas na periferia de outras galáxias.

Cada um destes possíveis buracos negros tem a massa de dezenas de milhares de sóis e pode ter estado, em tempos, no centro de galáxias anãs.

O observatório de raios-X Chandra da NASA também ajudou a fazer muitas descobertas de possíveis buracos negros de massa intermédia, incluindo uma grande amostra em 2018.

Olhando mais perto de casa, foram detectados vários candidatos a buracos negros de massa intermédia em enxames globulares densos que orbitam a nossa Galáxia, a Via Láctea.

Por exemplo, em 2008, os astrónomos do Hubble anunciaram a presença suspeita de um buraco negro de massa intermédia no enxame globular Omega Centauri.

Por uma série de razões, incluindo a necessidade de mais dados, estes e outros achados de buracos negros de massa intermédia continuam a ser inconclusivos e não excluem teorias alternativas.

As capacidades únicas do Hubble foram agora utilizadas no núcleo do enxame globular Messier 4 (M4), para caçar buracos negros com maior precisão do que em levantamentos anteriores.

“Não se pode fazer este tipo de ciência sem o Hubble”, disse Eduardo Vitral do STScI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, autor principal de um artigo científico a ser publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A equipa de Vitral detectou um possível buraco negro de massa intermédia com cerca de 800 massas solares. O objecto suspeito não pode ser observado, mas a sua massa é calculada através do estudo do movimento das estrelas apanhadas no seu campo gravitacional, como abelhas à volta de uma colmeia. A medição do seu movimento requer tempo e muita precisão.

É aqui que o Hubble consegue fazer o que nenhum outro telescópio actual consegue. Os astrónomos analisaram 12 anos de observações de M4 pelo Hubble e resolveram estrelas individuais.

A sua equipa estima que o buraco negro de massa intermédia em M4 poderá ter até uma massa 800 vezes superior à do nosso Sol. Os dados do Hubble tendem a excluir teorias alternativas para este objecto, tais como um enxame central compacto de remanescentes estelares não observados, como estrelas de neutrões, ou buracos negros mais pequenos a girar à volta uns dos outros.

“Estamos confiantes de que temos uma região muito pequena com muita massa concentrada. É cerca de três vezes mais pequena do que a massa escura mais densa que já tínhamos encontrado noutros enxames globulares”, disse Vitral.

“A região é mais compacta do que aquilo que conseguimos reproduzir com simulações numéricas quando temos em conta um conjunto de buracos negros, estrelas de neutrões e anãs brancas segregadas no centro do enxame. Não são capazes de formar uma concentração de massa tão compacta”.

Um grupo de objectos tão unidos seria dinamicamente instável. Se o objecto não for um único buraco negro de massa intermédia, seriam necessários cerca de 40 buracos negros mais pequenos, amontoados num espaço com apenas um-décimo de um ano-luz de diâmetro, para produzir os movimentos estelares observados. As consequências seriam a sua fusão e/ou ejecção, num jogo de pinball interestelar.

“Medimos os movimentos das estrelas e as suas posições, e aplicamos modelos físicos que tentam reproduzir esses movimentos. O resultado é a medição de uma extensão de massa escura no centro do enxame”, disse Vitral.

“Quanto mais perto da massa central, mais aleatoriamente as estrelas se movem. E quanto maior a massa central, mais rápidas são estas velocidades estelares”.

Dado que os buracos negros de massa intermédia nos enxames globulares têm sido tão esquivos, Vitral adverte: “Embora não possamos afirmar completamente que se trata de um ponto central de gravidade, podemos mostrar que é muito pequeno.

É demasiado pequeno para podermos explicar que não se trata de um único buraco negro. Em alternativa, pode haver um mecanismo estelar que simplesmente não conhecemos, pelo menos no âmbito da física actual”.

// NASA (comunicado de imprensa)
// ESA (comunicado de imprensa)
// STScI (comunicado de imprensa)
// ESA/Hubble (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society)
// Artigo científico (arXiv.org)

Astronomia – Centro Ciência Viva do Algarve
26 de Maio de 2023


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297: Cientistas fazem a primeira observação de um ciclone polar em Úrano

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // ÚRANO

Pela primeira vez, os cientistas da NASA têm fortes indícios da existência de um ciclone polar em Úrano. Ao examinarem as ondas de rádio emitidas pelo gigante gelado, detectaram o fenómeno no pólo norte do planeta.

Os cientistas da NASA utilizaram observações de micro-ondas para detectar o primeiro ciclone polar em Úrano, visto aqui como um ponto de cor clara à direita do centro em cada imagem do planeta. As imagens utilizam as bandas de comprimento de onda K, Ka e Q, a partir da esquerda. Para destacar as características do ciclone, foi usado um mapa de cores diferente para cada uma delas.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/VLA

As descobertas confirmam uma verdade geral sobre todos os planetas com atmosferas substanciais no nosso Sistema Solar: quer os planetas sejam compostos principalmente por rocha ou gás, as suas atmosferas mostram sinais de um vórtice rodopiante nos pólos.

Há muito que os cientistas sabem que o pólo sul de Úrano tem uma característica rodopiante. As imagens da Voyager 2 da NASA, do topo das nuvens de metano, mostraram que os ventos no centro polar giravam mais depressa do que no resto do pólo.

As medições infravermelhas da Voyager não observaram alterações de temperatura, mas as novas descobertas, publicadas na revista Geophysical Research Letters, sim.

Utilizando as enormes antenas do VLA (Very Large Array), no estado norte-americano do Novo México, os investigadores espreitaram por baixo das nuvens do gigante gelado, determinando que o ar que circula no pólo norte parece ser mais quente e mais seco – as características de um ciclone forte.

Recolhidas em 2015, 2021 e 2022, as observações são as mais profundas da atmosfera de Úrano.

“Estas observações dizem-nos muito mais sobre a história de Úrano. É um mundo muito mais dinâmico do que se poderia pensar”, disse o autor principal Alex Akins do JPL da NASA no sul da Califórnia. “Não é apenas uma simples bola azul de gás. Há muita coisa a acontecer debaixo do capô”.

Úrano está a mostrar-se mais hoje em dia, graças à posição do planeta na sua órbita. É uma longa viagem à volta do Sol para este planeta exterior, que demora 84 anos a dar uma volta completa, e nas últimas décadas os pólos não estavam apontados para a Terra. Desde 2015, os cientistas têm tido uma melhor visão e têm sido capazes de olhar mais profundamente para a atmosfera polar.

Esta imagem de Úrano foi obtida pela sonda Voyager 2 da NASA em 1986.
Crédito: NASA/JPL

Ingredientes para um ciclone

O ciclone de Úrano, de forma compacta e com ar quente e seco no seu núcleo, é muito semelhante aos observados pela Cassini da NASA em Saturno.

Com as novas descobertas, foram agora identificados ciclones (que giram na mesma direcção da rotação do planeta) ou anticiclones (que giram na direcção oposta) nos pólos de todos os planetas do nosso Sistema Solar, à excepção de Mercúrio, que não tem uma atmosfera substancial.

Mas, ao contrário dos furacões na Terra, os ciclones em Úrano e em Saturno não se formam sobre a água (nenhum dos dois parece ter água líquida) e não andam à deriva; ficam bloqueados nos pólos. Os investigadores vão estar atentos para ver como este recém-descoberto ciclone em Úrano evolui nos próximos anos.

“Será que o núcleo quente que observámos representa a mesma circulação de alta velocidade vista pela Voyager?”, perguntou Akins. “Ou existem ciclones empilhados na atmosfera de Úrano?

O facto de ainda estarmos a descobrir coisas tão simples sobre o funcionamento da atmosfera de Úrano deixa-me realmente entusiasmado para descobrir mais sobre planeta misterioso”.

O Levantamento Decenal de Ciência Planetária e Astrobiologia das Academias Nacionais de Ciência dos EUA deu prioridade à exploração de Úrano.

Em preparação para essa missão, os cientistas planetários estão concentrados em reforçar os seus conhecimentos sobre o sistema do misterioso gigante gelado.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Geophysical Research Letters)

Astronomia – Centro Ciência Viva do Algarve
26 de Maio de 2023


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Investigação “resolve” o mistério das espantosas mudanças de cor de Júpiter

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // JÚPITER

Académicos da Universidade de Leeds pensam que poderão ter encontrado a resposta a um mistério de longa data por detrás das famosas bandas de Júpiter.

Imagens, obtidas por um telescópio terrestre infravermelho, mostrando Júpiter a 5 micrómetros. É possível observar a notável mudança entre maio de 2001 e Dezembro de 2011 na Cintura Equatorial Norte (destacada nas linhas tracejadas a azul).
Crédito: Arrate Antuñano/NASA/IRTF/NSFCam/SpeX

As imagens do planeta são caracterizadas por bandas coloridas, bem como pela famosa Grande Mancha Vermelha de Júpiter, mas estas bandas são frequentemente vistas a mover-se e a mudar – algo que os cientistas não conseguiram explicar até agora.

Agora, graças a uma nova descoberta – possível graças à missão Juno da NASA, que fornece novas e incríveis informações sobre o campo magnético de Júpiter – a Dra. Kumiko Hori e o professor Chris Jones, da Escola de Matemática dessa instituição de ensino, pensam ter encontrado a resposta.

O professor Jones disse: “Se olharmos para Júpiter através de um telescópio, vemos as riscas, que contornam o equador ao longo de linhas de latitude.

Há cinturas escuras e claras e, se olharmos com um pouco mais de atenção, podemos ver nuvens a deslocarem-se levadas por ventos extraordinariamente fortes de leste para oeste.

Perto do equador, o vento sopra para leste, mas quando se muda um pouco de latitude, para norte ou para sul, vai para oeste. E depois, se nos afastarmos um pouco mais, volta a soprar para leste. Este padrão alternado de ventos de leste e oeste é bastante diferente do clima da Terra”.

“A cada quatro ou cinco anos, as coisas mudam. As cores das bandas podem mudar e, por vezes, vemos turbulências globais, quando todo o padrão meteorológico fica ligeiramente louco durante algum tempo, e tem sido um mistério saber porque é que isso acontece”.

Os cientistas já sabem que a mudança de aspecto de Júpiter está de alguma forma ligada a variações infravermelhas a cerca de 50 km abaixo da superfície do gigante gasoso, e esta nova investigação mostrou que estas variações podem, por sua vez, ser causadas por ondas produzidas pelo campo magnético do planeta, nas profundezas do seu interior.

Utilizando dados recolhidos pela missão Juno da NASA a Júpiter, que orbita o planeta desde 2016, a equipa de investigação conseguiu monitorizar e calcular alterações no seu campo magnético.

O professor Jones acrescentou: “É possível obter movimentos ondulatórios num campo magnético planetário, que se designam por oscilações de torção.

O mais interessante é que, quando calculámos os períodos destas oscilações de torção, elas correspondem aos períodos que se veem na radiação infravermelha em Júpiter”.

A sonda Juno chegou a Júpiter em Julho de 2016, após uma viagem de quase cinco anos desde Cabo Canaveral no estado norte-americano da Florida.
Crédito: NASA/JPL-Caltech

A espantosa longevidade da Juno, no ambiente de radiação severa de Júpiter, fez com que a sonda permanecesse em órbita durante muito mais tempo do que o inicialmente planeado.

Isto levou a que os investigadores de Leeds obtivessem dados sobre o campo magnético durante um período muito mais longo, o que é muito mais útil para o seu trabalho.

Ao observarem o campo magnético ao longo de vários anos, puderam seguir as suas ondas e oscilações e conseguiram mesmo seguir uma mancha específica do campo magnético em Júpiter, chamada de Grande Mancha Azul.

Esta mancha tem estado a mover-se para leste, mas os dados mais recentes mostram que o movimento está a abrandar – levando a equipa da Juno a acreditar que se trata do início de uma oscilação, com o movimento a abrandar antes de inverter e começar a ir para oeste.

O trabalho foi liderado pela Dra. Hori, que trabalhou com o professor Jones em Leeds antes de se mudar para um novo posto na Universidade de Kobe no Japão, juntamente com o professor Steve Tobias em Leeds, com o professor Leigh Fletcher da Universidade de Leicester e com a Dra. Arrate Antuñano da Universidade do País Basco na Espanha.

O trabalho permitiu-lhes explicar o mistério de longa data da mudança das bandas e riscas de Júpiter e preencher o elo que faltava entre as duas maiores áreas do estudo de Júpiter – os cientistas interessados no clima do planeta e no que acontece à superfície e os que trabalham no interior profundo.

A Dra. Hori afirmou: “Continuam a existir incertezas e questões, em particular como é que a oscilação de torção produz exactamente a variação infravermelha observada, que provavelmente reflecte a dinâmica complexa e as reacções das nuvens/aerossóis. Estas questões necessitam de mais investigação.

No entanto, espero que o nosso trabalho possa também abrir uma janela para sondar o interior profundo e oculto de Júpiter, tal como a sismologia faz para a Terra e a heliosismologia faz para o Sol”.

Para o professor Jones, a descoberta é o culminar de uma paixão de toda uma vida por Júpiter. Disse: “Estou incrivelmente satisfeito por a NASA ter finalmente conseguido ver o campo magnético de Júpiter em pormenor.

Há muito tempo que estudo Júpiter e comecei a interessar-me pelo que se encontra abaixo da superfície de Júpiter quando era criança – tem sido uma progressão de 60 anos”.

// Universidade de Leeds (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Nature Astronomy)
// Artigo científico (arXiv.org)

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26 de Maio de 2023


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295: Surgiu uma mancha solar tão grande que a pode ver sem telescópio

 

– Não deve olhar directamente para o Sol sem a protecção de óculos com filtros especiais. Quer directamente, quer via telescópio, quer câmaras fotográficas. Os danos são irreversíveis… Quando fotografo o Sol com um dos meus telescópios. coloco sempre um filtro solar no início do tubo.

☀️ SOL // MANCHAS SOLARES // ⚠️ ALERTAS

Uma mancha solar com quatro vezes o tamanho da Terra está a atravessar o Sol neste momento. A mancha é tão grande que pode ser vista sem um telescópio — embora deva, naturalmente, usar equipamento de protecção.

NASA SVS

Cientistas e astrónomos amadores de todo o mundo têm uma rara oportunidade de observar uma mancha solar suficientemente grande para ser vista sem um telescópio.

Esta mancha solar, que foi designada AR3310, tem cerca de quatro vezes o tamanho da Terra, o que a torna um evento celestial excepcional.

No entanto, apesar da sua visibilidade, os especialistas recomendam o uso de protecção ocular, como  os óculos usados para visualizar eclipses, de modo a proteger os olhos dos prejudiciais raios UV e infravermelhos.

“Uma mancha solar gigante está a atravessar o Sol, e eu conseguia vê-la claramente com óculos solares,” diz o astrónomo sul coreano Bum-Suk Yeom, citado pelo Science Alert. “Cuidado! Deve usar óculos de eclipse ou filtros solares para proteger os olhos.”

Imagem da gigantesca mancha solar AR3310 obtida pela NASA a 23 de maio de 2023

As manchas solares aparecem como áreas mais escuras na superfície do Sol, normalmente devido a uma diminuição de temperatura de uma dada região em comparação com as áreas circundantes.

Segundo o Serviço Meteorológico norte-americano, estas manchas escuras são regiões onde o campo magnético do Sol é quase 2.500 vezes mais forte do que o da Terra, o mais potente em qualquer parte do Sol.

Este aumento da pressão magnética, aliado à diminuição da pressão atmosférica, restringe o fluxo de novo gás quente do interior do Sol para a sua superfície, reduzindo assim a temperatura.

A frequência de manchas solares na superfície do Sol flutua de acordo com um padrão conhecido como ciclo de Schwabe, que dura aproximadamente 11 anos.

Durante este ciclo, descoberto pelo astrónomo amador alemão Heinrich Schwabe no início do século XIX, o Sol passa por períodos de tranquilidade, sem manchas solares visíveis, transitando depois para períodos de actividade máxima, onde podem ser observados vários grupos de manchas solares.

“Se medirmos quanto tempo dura um ciclo, não de mínimo a mínimo, mas de terminador a terminador, veremos que há uma forte relação linear entre a duração de um ciclo e a intensidade do próximo,” explicou Robert Leamon, investigador da NASA, ao Space.com.

Actualmente, a actividade solar está em fase de crescimento, e de acordo com  as previsões da NASA atingirá o seu pico em Julho de 2025. No entanto, uma teoria alternativa sustenta que o pico pode ocorrer um ano mais cedo, em meados de 2024.

Felizmente, não temos que esperar pelo próximo máximo solar para apreciar o espectáculo celeste que a mancha solar AR3310 nos está a oferecer — mesmo sem recorrer a um telescópio.

ZAP //
25 Maio, 2023

Filtro Solar no meu telescópio catadióptrico Sky-Watcher ∅ 127/1500mm


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