629: O asteróide que exterminou os dinossauros permitiu que as flores prosperassem num mundo pós-apocalíptico

 

⚗️ CIÊNCIA // ☄️ ASTERÓIDES // 🦖 DINOSSAUROS

Os cientistas descobriram que as plantas com flores passaram praticamente ilesas pelo evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg) há 66 milhões de anos, permitindo-lhes aproveitar as vantagens do novo planeta livre de dinossauros.

Embora o asteróide que matou os dinossauros tenha eliminado muitas espécies de plantas com flores, as principais famílias – conhecidas como angiospermas – sobreviveram à extinção em massa. (Crédito da imagem: photokai/Shutterstock)

O asteróide gigante que extinguiu os dinossauros no final do período Cretáceo (145 milhões a 66 milhões de anos atrás) deixou flores relativamente ilesas, e as flores prosperaram no rescaldo, descobriu um novo estudo.

A Terra perdeu três quartos das suas espécies, incluindo todos os dinossauros não-aviários, quando um asteróide atingiu a Península de Yucatán, no México, há 66 milhões de anos.

Os cientistas chamam este período cataclísmico de evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg).

Novas modelagens revelam que, apesar da devastação generalizada, as principais famílias de plantas com flores, chamadas angiospermas, foram suficientemente adaptáveis ​​para sobreviver ao evento mortal e colher os frutos, de acordo com um estudo publicado a 13 de Setembro na revista Biology Letters .

“Depois que a maioria das espécies da Terra foram extintas em K-Pg, as angiospermas aproveitaram a vantagem, semelhante à forma como os mamíferos assumiram o controle depois dos dinossauros, e agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente de plantas com flores”, disse o principal autor do estudo, Jamie . Thompson , biólogo evolucionista com pós-doutorado na Universidade de Bath, na Inglaterra, disse em comunicado .

Os pesquisadores têm dificuldade em identificar plantas com flores no registo fóssil; a maior parte do registo é composta de folhas isoladas que não estão ligadas a outros órgãos da planta, de acordo com um estudo de 2008 publicado na revista The Paleontological Society Papers .

Há evidências de extinção de plantas com flores após a colisão do asteróide, mas não de declínio generalizado como em outros tipos de organismos.

Para saber mais sobre como as plantas com flores responderam ao evento de extinção K-Pg, os autores do novo estudo analisaram as principais linhagens de plantas com flores previamente mapeadas a partir de mutações no DNA de milhares de espécies.

Eles usaram modelos matemáticos para estimar que as plantas com flores experimentaram uma taxa de extinção relativamente estável ao longo do tempo, sem evidência de extinção em massa.

Isso significa que, embora espécies individuais tenham sido perdidas durante o evento, os grupos familiares maiores sobreviveram, de acordo com o estudo.

A maioria das famílias de plantas com flores que vemos hoje surgiram antes do evento K-Pg, com os ancestrais das orquídeas modernas, magnólias e hortelã vivendo ao lado dos dinossauros. Após a extinção do K-Pg, as plantas com flores sobreviventes se espalharam e se diversificaram.

“As plantas com flores têm uma capacidade notável de adaptação: elas usam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização, algumas duplicaram seus genomas inteiros e outras desenvolveram novas formas de fotossíntese”, diz o co-autor do estudo Santiago Ramírez-Barahona, pesquisador da a Universidade Nacional Autónoma do México, disse no comunicado. “Esse ‘poder das flores’ é o que os torna os verdadeiros sobreviventes da natureza.”

Livescience
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Publicado em 18.09.2023


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553: O Takakia sobreviveu durante 165 milhões de anos. Está agora à beira da extinção

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA // TAKAKIA // EXTINÇÃO

Uma das mais antigas plantas da Terra viu os dinossauros chegar e partir, sobreviveu à formação dos Himalaias. Agora, está em risco de extinção.

Stu Crawford / Wikipedia
As características exteriores do Takakia assemelham-se às de outras a plantas antigas, mas a sequenciação do genoma da T. lepidozioides permitiu clarificar que o Takakia é um tipo raro de musgo

Um género de musgo, Takakia, é uma das plantas terrestres mais antigas da Terra, existindo desde a época dos dinossauros. Sobreviveu à formação dos Himalaias, há 65 milhões de anos.

No entanto, de acordo com um novo estudo, publicado a semana passada na revista Cell, esta planta terrestre enfrenta actualmente risco extinção, principalmente devido ao impactos da alterações climáticas.

“Estes musgos viram os dinossauros chegar e partir”, diz à revista Nature o biotecnólogo Ralf Reski, investigador da Universidade de Freiburg, na Alemanha, e corresponding author do estudo.

O género Takakia pertence ao grupo das briófitas, que inclui musgos, hepáticas e antóceros. É composto por duas espécies, T. ceratophylla e T. lepidozioides, que são encontradas predominantemente no planalto tibetano, com ocorrências isoladas em locais como o Alasca e a Colúmbia Britânica.

A razão de sua dispersão ainda é incerta.

As características exteriores do Takakia assemelham-se às de outras a plantas antigas, mas a sequenciação do genoma da T. lepidozioides permitiu recentemente clarificar que o Takakia é um tipo raro de musgo, com um grande número de genes que evoluem rapidamente — o maior até agora encontrado numa planta.

Quando os Himalaias começaram a surgir, há cerca de 50 milhões de anos, expondo o ambiente a uma maior radiação ultra-violeta, temperaturas mais frias e mais neve, este musgo teve que se adaptar para sobreviver.

Terão sido estes 121 genes, que evoluíram significativamente ao longo do tempo, a permitir que o musgo resista a condições climáticas extremas. Notavelmente, o musgo tem conteúdo lipídico em maior quantidade do que a habitual, o que o ajuda a combater a radiação ultra-violeta.

Depois de sobreviver durante 165 milhões de anos, o Takakia está agora em risco. Nos últimos 10 anos, a sua população no planalto tibetano diminuiu 1,6% por ano — um declínio mais rápido do que outros musgos locais.

Segundo os autores do estudo, espécies especializadas como o Takakia são particularmente adaptadas a habitats específicos, pelo que são mais susceptíveis às ameaças das mudanças climáticas.

Essa vulnerabilidade é evidente no declínio de Takakia, consistente com o aumento de temperatura de quase 0,5 °C por ano entre 2010 e 2021.

No entanto, as mudanças climáticas podem não ser a única ameaça. Como as briófitas são sensíveis a diversas alterações ambientais, factores como qualidade do ar e humidade também podem estar também a influenciar o declínio.

Assim, salienta Reski, a causa exacta da diminuição da população de Takakia ainda não foi determinada.

ZAP //
16 Agosto, 2023


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542: O maior tubarão de sempre estará vivo ou extinto?

 

CIÊNCIA // PALEOBIOLOGIA // 🦈MEGALODON

O Megalodon é o maior tubarão que se sabe que terá existido na Terra. Mas, será que está mesmo extinto?

wildestanimal/Shutterstock

Carcharocles megalodon — ou Megalodon — existiu, mas há mais de 2 milhões de anos que não existem fósseis.

Trata-se do maior tubarão que se conhece. Atingiu o comprimento de 19 metros, sendo que alguns estudos sugerem que poderá ter chegado aos 20,3 metros.

Segundo o ZME Science, consegue ser maior e mais temível que o tubarão branco.

Muito do conhecimento que existe sobre o Megalodon é através dos dentes fossilizados, que medem mais de 180 milímetros de altura inclinada. São os maiores dentes de qualquer espécie de tubarão conhecida.

Os fósseis mais antigos do Megalodon datam de há 23 milhões de anos, mas deixaram de existir, abruptamente, há 3,6 milhões de anos.

Uma vez que não foram encontrados fósseis em camadas geológicas mais recentes, dá-se por extinto o Megalodon. Se ainda existisse, seria de esperar encontrar alguns fósseis.

Nos últimos 3 milhões de anos não foram encontradas marcas de mordidas de Megalodon, por exemplo.

Se ainda existisse, seria possível encontrar marcas das dentadas nas suas presas que sobreviveram ou no caso de terem morrido, os ossos continuariam a apresentar marcas de dentadas.

Os cientistas não encontraram nenhuma dessas marcas, o que é consistente com a falta de fósseis.

O Megalodon não era particularmente exigente quanto ao local onde vivia. Tinha uma distribuição cosmopolita e os seus fósseis foram escavados em muitas partes do mundo, desde a Europa a África e das Américas à Austrália.

Se houvesse um Megalodon por perto, seria de esperar que alguém o avistasse, que relatasse tê-lo visto. As pessoas procuraram, mas não encontraram nada.

O Megalodon era um predador de topo. De acordo com pesquisas recentes, estava mais acima na cadeia alimentar do que qualquer predador marinho da história.

Emma Kast, que conduziu a investigação na Universidade de Princeton e agora trabalha no Departamento de Ciências da Terra de Cambridge, afirma que “estamos habituados a pensar nas maiores espécies — baleias azuis, tubarões-baleia, até mesmo elefantes e diplodocus — como filtradores ou herbívoros, não como predadores, mas o Megalodon e os outros tubarões megatotídeos eram carnívoros, verdadeiramente enormes, que comiam outros predadores, e o Meg foi extinto há apenas alguns milhões de anos”.

“Se o Megalodon existisse no oceano moderno, alteraria profundamente a interacção dos seres humanos com o ambiente marinho”, afirmou Danny Sigman, que liderou a nova análise do azoto na Universidade de Princeton.

Os investigadores têm uma ideia de como é que o Megalodon se extinguiu. As causas foram múltiplas.

Em primeiro lugar, foram as alterações climáticas naturais. As temperaturas baixaram, deixando muitas criaturas a lutar para se adaptarem. Mesmo que o Megalodon se pudesse adaptar, as suas presas não o fariam — e para um predador de topo, quando as suas presas estão em apuros, isso são más notícias.

À medida que o seu habitat foi restringido e que as suas presas se tornaram subitamente menos disponíveis, o Megalodon ter-se-ia provavelmente debatido.

Depois, como sugere um estudo de 2022, publicado no Natural History Museum, o Megalodon tinha outro problema: o grande tubarão branco.

O grande tubarão branco é mais pequeno e não precisa de tantas presas como o Megalodon. Na situação de arrefecimento climático, os tubarões brancos mais pequenos poderiam ter-se adaptado melhor, deixando o Megalodon encalhado no topo da cadeia alimentar.

Conclusão: os ecossistemas actuais não podem suportar um predador como o Megalodon. Por isso, assume-se como extinto o mais temível dos tubarões.

 Teresa Oliveira Campos, ZAP //
13 Agosto, 2023


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461: ‘Cápsula do tempo’ revela nova pista sobre a extinção dos megalodontes

 

CIÊNCIA // 🦈MEGALODONTES // EXTINÇÃO

A temperatura corporal de um dos predadores mais poderosos de sempre pode ter contribuído para a sua extinção.

Mary Parrish / Wikimedia

A frieza com que matava as presas, contrasta com a quentura que o terá matado.

O megalodonte é – ou foi – um dos predadores mais mortíferos que os oceanos já viram. Viveu entre 23 e 3,6 milhões de anos atrás.

A temperatura corporal terá sido determinante para a extinção dos megalodontes.

A conclusão é de um estudo, publicado na PNAS, em Junho, que analisou os dentes fósseis desta espécie extinta há mais de três milhões de anos.

Os investigadores descobriram que o megalodonte conseguia elevar a sua temperatura corporal em cerca de 7ºC acima do ambiente circundante, o que indica que era endotérmico.

Embora lhe proporcionasse vantagens na caça, a endotermia também lhe trouxe complicações.

“O tamanho corporal gigantesco, com altos custos metabólicos de ter temperaturas corporais altas, pode ter contribuído para a vulnerabilidade da espécies, quando comparado com outros tubarões simpátricos que sobreviveram à época do Plioceno“, escreveu a equipa, liderada pelo geoquímico Michael Griffiths, da William Paterson University.

Espécies simpátricas são aquelas que evoluíram a partir de uma única espécie ancestral, enquanto ocupavam a mesma área geográfica, e, portanto, sujeitas às mesmas condições.

A equipa de investigação explorou a temperatura corporal do megalodonte, através da análise isotópica de dentes fósseis.

Estes registos isotópicos são como cápsulas do tempo, que contêm detalhes sobre a vida de um organismo que podem ser descodificados.

Como explica o Science Alert, foi analisada uma proporção de isótopos de oxigénio do fosfato em bioapatite, um mineral encontrado nos ossos de vertebrados.

Esta proporção é capaz de revelar a composição isotópica da água corporal de um organismo e a sua temperatura corporal.

Sangue quente, coração frio…

“Os resultados mostram que os megalodontes tinham uma temperatura corporal mais quente, em relação a outras espécies de tubarões coexistentes e ao ambiente que os envolvia”, revelaram os investigadores.

Pesquisas anteriores indicaram que a endotermia está associada a um elevado risco de extinção entre espécies de grande porte.

Esta característica é, por exemplo, observada em alguns tubarões modernos – exemplo disso é o tubarão-branco.

Embora o megalodonte não seja da mesma família do tubarão-branco, os cientistas dizem que fazem da mesma ordem, Lamniformes – conhecidos pelas suas altas velocidades de natação e endotermia parcial regional, onde os músculos aquecem o sangue venoso, mantendo os seus músculos de natação e cérebros quentes.

Isto resulta num metabolismo mais eficiente, resistência a ambientes frios e melhor desempenho na caça e digestão de alimentos.

Embora estas características ofereçam vantagens significativas, a pesquisa sugere que elas também podem ter contribuído para a vulnerabilidade da espécie.

Como grande predador, o megalodonte teria elevadas exigências bioenergéticas. Esta situação delicada pode ter sido impulsionada pelas perturbações do nível das águas do mar, ocorridas durante o período do Plioceno, que levou à alteração dos habitats costeiros e diminuição de caça.

Estas descobertas oferecem uma nova visão sobre a vida e extinção do megalodonte, mostrando que até mesmo o maior dos predadores não se livra das alterações climáticas.

Os investigadores destacam a necessidade de proteger os tubarões actuais, que podem enfrentar desafios semelhantes devido crise ambiental vigente.

ZAP //
22 Julho, 2023



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