629: O asteróide que exterminou os dinossauros permitiu que as flores prosperassem num mundo pós-apocalíptico

 

⚗️ CIÊNCIA // ☄️ ASTERÓIDES // 🦖 DINOSSAUROS

Os cientistas descobriram que as plantas com flores passaram praticamente ilesas pelo evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg) há 66 milhões de anos, permitindo-lhes aproveitar as vantagens do novo planeta livre de dinossauros.

Embora o asteróide que matou os dinossauros tenha eliminado muitas espécies de plantas com flores, as principais famílias – conhecidas como angiospermas – sobreviveram à extinção em massa. (Crédito da imagem: photokai/Shutterstock)

O asteróide gigante que extinguiu os dinossauros no final do período Cretáceo (145 milhões a 66 milhões de anos atrás) deixou flores relativamente ilesas, e as flores prosperaram no rescaldo, descobriu um novo estudo.

A Terra perdeu três quartos das suas espécies, incluindo todos os dinossauros não-aviários, quando um asteróide atingiu a Península de Yucatán, no México, há 66 milhões de anos.

Os cientistas chamam este período cataclísmico de evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg).

Novas modelagens revelam que, apesar da devastação generalizada, as principais famílias de plantas com flores, chamadas angiospermas, foram suficientemente adaptáveis ​​para sobreviver ao evento mortal e colher os frutos, de acordo com um estudo publicado a 13 de Setembro na revista Biology Letters .

“Depois que a maioria das espécies da Terra foram extintas em K-Pg, as angiospermas aproveitaram a vantagem, semelhante à forma como os mamíferos assumiram o controle depois dos dinossauros, e agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente de plantas com flores”, disse o principal autor do estudo, Jamie . Thompson , biólogo evolucionista com pós-doutorado na Universidade de Bath, na Inglaterra, disse em comunicado .

Os pesquisadores têm dificuldade em identificar plantas com flores no registo fóssil; a maior parte do registo é composta de folhas isoladas que não estão ligadas a outros órgãos da planta, de acordo com um estudo de 2008 publicado na revista The Paleontological Society Papers .

Há evidências de extinção de plantas com flores após a colisão do asteróide, mas não de declínio generalizado como em outros tipos de organismos.

Para saber mais sobre como as plantas com flores responderam ao evento de extinção K-Pg, os autores do novo estudo analisaram as principais linhagens de plantas com flores previamente mapeadas a partir de mutações no DNA de milhares de espécies.

Eles usaram modelos matemáticos para estimar que as plantas com flores experimentaram uma taxa de extinção relativamente estável ao longo do tempo, sem evidência de extinção em massa.

Isso significa que, embora espécies individuais tenham sido perdidas durante o evento, os grupos familiares maiores sobreviveram, de acordo com o estudo.

A maioria das famílias de plantas com flores que vemos hoje surgiram antes do evento K-Pg, com os ancestrais das orquídeas modernas, magnólias e hortelã vivendo ao lado dos dinossauros. Após a extinção do K-Pg, as plantas com flores sobreviventes se espalharam e se diversificaram.

“As plantas com flores têm uma capacidade notável de adaptação: elas usam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização, algumas duplicaram seus genomas inteiros e outras desenvolveram novas formas de fotossíntese”, diz o co-autor do estudo Santiago Ramírez-Barahona, pesquisador da a Universidade Nacional Autónoma do México, disse no comunicado. “Esse ‘poder das flores’ é o que os torna os verdadeiros sobreviventes da natureza.”

Livescience
Por
Publicado em 18.09.2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



published in: 2 semanas ago

Loading

541: Mapa interactivo mostra a localização da sua casa no tempo dos dinossauros

 

MAPA INTERACTIVO // TERRA // PALEONTOLOGIA

Já alguma vez se questionou sobre o aspecto da zona em que vive durante a era dos dinossauros? Agora pode visualizar facilmente as paisagens antigas que existiam há milhões de anos, utilizando um mapa interactivo.

(CC0/PD) sumitsahare / Pixabay

Basta introduzir o seu endereço no mapa disponível em https://dinosaurpictures.org/ancient-earth para explorar a forma como a geografia da Terra evoluiu ao longo dos tempos.

Os continentes e oceanos que hoje conhecemos sofreram transformações significativas ao longo de milhões de anos devido aos movimentos das placas tectónicas.

Embora estas alterações sejam imperceptíveis durante a vida humana, este mapa permite-lhe testemunhar a evolução do planeta ao longo de vastas escalas temporais.

Criado por Ian Webster em colaboração com C.R. Scotese do Projecto PALEOMAP, o mapa oferece uma viagem através do tempo, começando há 240 milhões de anos, quando o super-continente Pangaea dominava a Terra.

A ferramenta interactiva oferece opções para explorar diferentes épocas, desde há 750 milhões de anos até aos dias de hoje.

Para os utilizadores de computadores, manter premidas as setas da esquerda e direita do teclado permite-lhe assistir ao processo de deslocação e remodelação dos continentes ao longo dos milénios.

O mapa não só mostra as mudanças geográficas, explica a IFLScience, como também oferece informações sobre momentos cruciais na história da vida no nosso planeta. Pode observar o surgimento dos vertebrados, o aparecimento dos primeiros hominídeos e a dramática extinção dos dinossauros.

À medida que navega por diferentes períodos, pode até encontrar criaturas pré-históricas icónicas como o megalodonte, um enorme tubarão antigo.

ZAP //
13 Agosto, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



published in: 2 meses ago

Loading

526: Dino Parque da Lourinhã recebe dinossauro mais antigo da Europa

 

🇵🇹 CIÊNCIA // 🌎 PALEONTOLOGIA // 🦖 DINOSSAUROS

Fósseis encontrados no início do século XX, vão ser transportados para a Lourinhã para serem estudados e integrarem a exposição do Dino Parque.

Parque dos Dinossauros da Lourinhã
© Jorge Amaral/Global Imagens

O Parque dos Dinossauros da Lourinhã vai receber mais de uma centena de fósseis do dinossauro mais antigo da Europa, e um dos mais antigos do mundo, para serem estudados e depois integrarem a colecção do museu, foi anunciado esta quarta-feira.

Simão Mateus, director científico do Dino Parque da Lourinhã, no distrito de Lisboa, afirmou à agência Lusa que os fósseis do Plateosaurus foram encontrados já no início do século XX e não foram ainda estudados.

Pertencem ao Sauriermuseum Frick, um museu de paleontologia localizado em Frick, na Suíça, que “não tem capacidade” para estudar os fósseis e os colocar em exposição.

Por esse motivo, os fósseis vão ser transportados para a Lourinhã para serem estudados nos próximos dois anos e integrarem a exposição do Dino Parque, ao abrigo de um acordo com o museu suíço.

O Plateosaurus é um dos primeiros dinossauros da Europa, com mais de 200 milhões de anos, tendo vivido no período Triásico na Europa Central, Alemanha e Suíça e um dos mais antigos do mundo.

Considerados um antepassado dos saurópodes, estes dinossauros gigantes de cauda e pescoço tinham um tamanho que variava entre os cinco e os oito metros, podendo ter exemplares maiores que poderiam atingir os 10 metros.

Os visitantes do Dino Parque poderão acompanhar ao vivo o trabalho científico, no seu laboratório.

O Dino Parque da Lourinhã já recebeu 1,1 milhões de visitantes desde a sua abertura ao público, em 2018.

Com aquela que é considerada a maior exposição temática ao ar livre da Europa, com 10 hectares, possui seis percursos diferentes que permitem aos visitantes observar quase 200 modelos de espécies de dinossauros à escala real, bem como animais que habitaram o planeta Terra há 450 milhões de anos.

DN/Lusa
09 Agosto 2023 — 17:43

– Imagem de um Plateosaurus | Triassic, Herbivore, Reptile | Britannica


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



published in: 2 meses ago

Loading

520: Mokele-Mbembe, a lenda do “último dinossauro vivo” de África

 

CIÊNCIA // CRIPTOZOOLOGIA // 🦖 DINOSSAUROS

A lenda de Mokele-Mbembe, um suposto dinossauro vivo que habita a bacia do Congo, cativou a imaginação de várias pessoas durante décadas.

Tiffany Fox / Midjourney
Recriação ilustrativa da aparência do Mokele-Mbembe.

Esta criatura, muitas vezes representada como um herbívoro de pescoço comprido, semelhante a um saurópode, que se desloca através de pântanos e rios, tornou-se um tema central na criptozoologia.

Embora a ideia de um dinossauro sobrevivente seja intrigante, as origens do mito de Mokele-Mbembe estão envoltas em mistério.

Referido como “emeula ntouka” no dialecto Bomitaba, que se traduz por “comedor das palmeiras superiores”, e como “Mokele-Mbembe” em Lingala, que significa “aquele que para o fluxo dos rios”, as descrições e origens desta criatura variam entre as tradições locais.

Alguns sugerem que os avistamentos de animais nativos à distância, como elefantes e hipopótamos, podem ter contribuído para a lenda. Afinal de contas, estes animais têm características que poderiam ser mal interpretadas como correspondendo à descrição do Mokele-Mbembe.

A ascensão de Mokele-Mbembe como o “último dinossauro vivo” de África pode ser atribuída a uma combinação de factores. O fascínio pelos dinossauros, aliado a observações obscuras e suposições estereotipadas sobre o desenvolvimento de África, contribuiu para o impulso do mito.

A noção da existência de criaturas semelhantes a saurópodes em países africanos pode ter sido alimentada pelas atitudes predominantes dos ocidentais no início do século XX, durante um período conhecido como “dino-mania”.

A IFLScience explica que alguns acreditavam que o desenvolvimento de África tinha permanecido estagnado desde o tempo dos dinossauros, o que poderia explicar a presumível presença de uma criatura como Mokele-Mbembe.

Darren Naish, especialista em criptozoologia, descobriu como esta ideia ganhou força. Publicações como “Beasts and Men” (1909), de Carl Hagenbeck, e “A Living Dinosaur? In Search Of Mokele-Mbembe” (1987) ajudaram a propagar a lenda.

Os escritos de Mackal descreviam a criatura como tendo uma cabeça em forma de serpente, uma cauda longa e fina e um corpo semelhante ao de um elefante ou hipopótamo em tamanho, com folhos em forma de galo no pescoço.

Mackal, um bioquímico da Universidade de Chicago, embarcou em expedições criptozoológicas por toda a África em busca de provas da existência de Mokele-Mbembe.

Estas expedições, embora não tenham prejudicado a sua carreira, valeram-lhe o cepticismo dos seus colegas e até inspiraram uma personagem no filme da Disney “Baby: Segredo da Lenda Perdida”.

ZAP //
7 Agosto, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



published in: 2 meses ago

Loading

430: E se um velociraptor estiver a ler esta notícia?

 

CIÊNCIA // NEURO-BIOLOGIA // DINOSSAUROS

Quão inteligentes eram os dinossauros? O debate eterniza-se e ganha adeptos de ambos os lados da barricada.

ZAP // DALL-E-2

Se os grandes dinossauros não tivessem sido extintos, alguma das suas espécies se teria tornado dominante na Terra dos nossos dias?

E num qualquer universo paralelo, haverá um gigante esverdeado inteligente a ler relaxadamente esta notícia?

No limite,  poderia até ter havido uma civilização inteligente antes dos humanos?

O velho debate sobre a inteligência dos dinossauros ressurgiu agora, graças a dois novos estudos publicados no Journal of Comparative Neurology.

Os estudos, conduzidos por Suzana Herculano-Houzel, investigadora do Vanderbilt Brain Institute, e Anton Reiner, do University of Tennessee Health Science Center, oferecem visões contrastantes sobre as habilidades cognitivas destas criaturas pré-históricas.

A investigação de Suzana Herculano-Houzel, publicada em Janeiro, centrou-se no número de neurónios do pálio dos dinossauros, principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados, ligado a funções cognitivas avançadas.

Segundo alguns estudos, é o número de neurónios existentes nesta região, e não o tamanho do cérebro, que determina a capacidade cognitiva de um animal.

Ao comparar a relação entre o tamanho do cérebro, o número de neurónios e o tamanho do corpo nas espécies actuais de aves e répteis e projectando-os em  fósseis de dinossauros disponíveis, a investigadora conclui que um dinossauro de grande porte, como o Tyrannosaurus, poderia ter 2 a 3 mil milhões de neurónios no seu pálio.

Esta estimativa equipara o T-rex a um babuíno, sugerindo que os grandes dinossauros podem ter sido criaturas altamente inteligentes, possivelmente com capacidade para usar ferramentas e planear o futuro.

“Os T-rex tinham tudo o que é preciso, em termos do número de neurónios, para ter capacidades cognitivas semelhantes às de um babuíno ou uma baleia dos nossos tempos”, diz a investigadora, citada pela Scientific American.

Anton Reiner, cujo estudo foi publicado em Abril, tem uma opinião diferente. O investigador considera que é a arquitectura do cérebro, não apenas o número de neurónios, que determina a inteligência de uma dada criatura — e este era o calcanhar de Aquiles dos dinossauros.

Segundo Reiner, a organização do cérebro das aves, consideradas descendentes contemporâneas dos dinossauros, é menos compacta, o que implica que a expansão das capacidades cerebrais para lá de um certo ponto tornaria a estrutura mais complexa e menos eficiente do que a dos mamíferos.

Reiner  sugere também que se os dinossauros tivessem uma arquitectura cerebral semelhante à dos humanos, poderiam ter sido inteligentes, mas não tanto como um Homo sapiens.

Numa outra perspectiva, Giorgio Vallortigara, neuro-biólogo da Universidade de Trento, em Itália, critica a definição de inteligência baseada apenas no cérebro e no comportamento humano.

Segundo Vallortigara, a comunicação entre neurónios no cérebro das aves não é necessariamente menos eficiente do que no dos mamíferos, e pode mesmo, por vezes, superá-la em certas tarefas cognitivas.

Estas discussão, aparentemente académica, pode fornecer informações essenciais sobre a forma como 350 milhões de anos de história evolutiva afectou o desenvolvimento das capacidades cognitivas.

O debate está aceso, e longe de resolvido.

Mas, em última análise, as tentativas de avaliar a inteligência dos dinossauros podem dizer mais acerca das nossas próprias visões antropocêntricas da inteligência do que sobre as reais capacidades cognitivas destes animais extintos.

 Armando Batista, ZAP //
9 Julho, 2023



Web-designer, Investigator, Astronomer
and Digital Content Creator


published in: 3 meses ago

Loading

400: O Grande Sobrevivente: o nosso ancestral que sobreviveu ao asteróide de Chicxulub

 

CIÊNCIA // PALEOBIOLOGIA // ☄️CHICXULUB

O parente mais antigo dos seres humanos, cães e morcegos partilhou o planeta Terra com os Titanossauros e Tricerátopos.

Mark Witton. Steven C. Sweetman, Grant Smith, David M. Martill / Wikipedia
Conceito artístico da fauna de uma lagoa no Cretáceo

Embora os desenhos animados dos Flintstones mostrem os seres humanos a conviver lado a lado com os dinossauros, a ciência sabe que tal não aconteceu.

No entanto, alguns dos nossos ancestrais partilharam um breve episódio da História da Terra com os Tiranossauros e Tricerátopos.

Mas, ao contrário dos dinossauros, estes parentes distantes sobreviveram ao catastrófico evento de extinção em massa desencadeado pelo famigerado asteróide da cratera Chicxulub, de acordo um estudo publicado esta terça-feira na Current Biology.

Este estudo revelou que um grupo de seres vivos de origem cretácea de mamíferos placentários coexistiu brevemente com os dinossauros antes da sua extinção.

Os mamíferos placentários, também conhecidos como euterianos ou apenas placentários, são um grupo diversificado de animais dentro da classe de mamíferos.

Estes são designados por “placentários” devido à presença de uma estrutura especializada chamada placenta, responsável pela transferência de nutrientes e oxigénio do corpo da mãe para o feto em desenvolvimento, durante a gestação.

Há 66 milhões de anos, num ameno dia de primavera, um asteróide atingiu a Terra perto da Península do Yucatán, no México. A devastação provocada por esta catástrofe levou a um evento de extinção em massa que eliminou do planeta Terra uma série de espécies.

A perda mais célebre foi, sem dúvida, a dos dinossauros não aviários, mas há muitas outras espécies que também não conseguiram sobreviver. Um exemplo inclui um roedor conhecido como Vintana Sertichi que habitava as florestas de Madagáscar e podia chegar aos 10 quilos.

No entanto, a questão que tem intrigado os cientistas é se antes desta extinção em massa, os mamíferos placentários conviviam com os dinossauros, ou se estes evoluíram após o embate do asteróide.

Embora os mais antigos fósseis de mamíferos placentários datem de rochas com menos de 66 milhões de anos, os dados moleculares sugerem que estes mamíferos têm uma origem bem mais antiga.

Neste novo estudo, uma equipa de paleobiólogos recorreu à análise estatística de registo fóssil para determinar se os mamíferos placentários se originaram antes do evento de extinção em massa. Para tal, recolheram os dados fósseis de grupos de mamíferos placentários mais antigos que existiam.

“Recolhemos milhares de fósseis de mamíferos placentários e analisamos os padrões de origem e de extinção dos diferentes grupos. Com base nisto, conseguimos estimar quando é que os mamíferos placentários evoluíram” afirma Emily Carlisle, co-autora do estudo e paleobióloga da Universidade de Bristol.

Este modelo determina a idade de origem das linhagens com base no momento em que surgiram pela primeira vez. Já a idade de extinção é estimada com base no momento do seu desaparecimento.

Os resultados do estudo demonstraram que o grupos de mamíferos que inclui primatas, coelhos, lebres, cães e gatos evoluíram um pouco antes desta extinção em massa. Tal significa que os seus ancestrais conviveram e partilharam a Terra com os dinossauros.

No entanto, só após o embate do asteróide é que estas linhagens de mamíferos placentários começaram a ganhar forma e a evoluir para os animais que conhecemos actualmente.

É possível que a diversificação do grupo só tenha acontecido quando os dinossauros saíram de cena, uma vez que deixou de haver competição por recursos.

Ainda assim, e de acordo com este novo estudo, a verdade é que os primeiros mamíferos placentários sobreviveram a uma catástrofe única na História da Terra.

O primeiro lugar do pódio, no que toca a espécies vencedoras, vai para os Brontotheres ou “Bestas do Trovão”, ancestrais do majestoso e enorme rinoceronte, que não só sobreviveram como evoluíram e cresceram, passando de animais com 18 kg, para animais com mais de 900 kg.

Patrícia Carvalho, ZAP //
29 Junho, 2023



Web-designer, Investigator, Astronomer
and Digital Content Creator


published in: 3 meses ago

Loading

284: Já sabemos quantos T-Rex alguma vez existiram — e o número é aterrorizante

 

– Já cá não moram, não fazem mal a ninguém. Em contrapartida existe uma sub-espécie humana de T-Rex’s que continuam a fazer muito mal a toda a civilização…

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA / 🦖 DINOSSAUROS // T-REX

Uma nova pesquisa estima que 1,7 mil milhões de T-Rex existiram na Terra, um valor bem abaixo de uma estimativa anterior.

Michael Watts / Pixabay

Alguma vez se perguntou quantos T-Rex é que já caminharam pela Terra? Um novo estudo publicado na Paleontology tem a resposta — e o número é de dar pesadelos.

A pesquisa sugere que até 1,7 mil milhões destes animais terão existido. O valor baseou-se em estimativas que tiveram em conta a esperança média de vida, a maturidade sexual e o número de ovos de T-Rex que, em média, sobreviviam.

Apesar de 1,7 mil milhões ser muita fruta, esta estimativa ainda fica bem abaixo do valor antecipado por um estudo de 2021 — 800 milhões abaixo.

A nova investigação tem em conta dados mais recentes sobre o crescimento e a reprodução dos T-Rex, devendo por isso ser mais precisa.

“Ao contrário do meu modelo, o tempo de geração, bem como as esperanças de vida, taxas brutas de reprodução e valores reprodutivos de indivíduos calculados a partir do modelo anterior, todos contradizem fortemente a nossa compreensão actual da biologia do T-Rex e de outros terópodes”, explica a ecologista evolutiva Eva Griebeler, da Universidade de Mainz.

Os novos cálculos sugerem, por isso, uma taxa de sobrevivência mais baixa, menos regerações no geral, e uma quantidade menor de ovos postos. Estes dados foram obtidos com base em estudos de fósseis e comparações com espécies modernas que os cientistas acreditam que mantiveram alguns traços dos dinossauros.

Griebeler testou o seu modelo com dados de 23 diferentes espécies existentes entre répteis, pássaros e mamíferos e descobriu que as suas previsões dos números da população eram mais próximas do que as do modelo anterior. Isto sugere que as estimativas relativas ao número de T-Rex também estarão mais próximas.

Um dos autores do estudo de 2021, o paleontólogo Charles Marshall, também acredita que o novo modelo é mais preciso, afirmando ao Live Science que o número de 1,7 mil milhões é “mais realista“.

ZAP //
23 Maio, 2023


Web-designer, Investigador
e Criador de Conteúdos Digitais


published in: 4 meses ago

Loading

182: Encontrado o elo perdido que explica porque os dinossauros eram gigantes

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // DINOSSAUROS

O elo perdido entre os dinossauros mais antigos, cujo tamanho variava de alguns centímetros até três metros de comprimento, e os gigantes mais recentes, que podiam ser maiores do que dois autocarros, acaba de ser encontrado.

Márcio L. Castro / FAPESP
Os Macrocollum itaquii tinham sacos ocos que permitiram o seu crescimento

Num novo estudo, investigadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Brasil, apontam a evidência mais antiga do traço evolutivo que favoreceu o gigantismo dos dinossauros: um fóssil de Macrocollum itaquii,

Este dinossauro bípede é um sauropodomorfo, grupo ancestral de dinossauros quadrúpedes gigantes de pescoço longo.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado em Março na revista científica The Anatomical Record.

Enterrado há 225 milhões de anos no que hoje é o município de Agudo, no Rio Grande do Sul, o Macrocollum itaquii é o dinossauro com estruturas conhecidas como sacos aéreos mais antigo estudado até hoje.

Estes espaços ocos nos ossos, que ainda se encontram actualmente presentes nas aves, ajudavam os dinossauros a obter mais oxigénio, arrefecer melhor o corpo, suportar as duras condições do planeta na altura — e a tornar-se gigantes, como é o caso dos famosos Tyrannosaurus rex e Brachiosaurus.

“Os sacos aéreos tornavam os ossos menos densos, permitindo que os dinossauros pudessem superar os 30 metros de comprimento”, explica o paleontólogo Tito Aureliano, primeiro autor do estudo, realizado durante o seu doutoramento no Instituto de Geociências da Unicamp.

“O Macrocollum itaquii  foi o maior de seu tempo, com cerca de três metros de comprimento, e poucos milhões de anos antes os maiores dinossauros tinham cerca de um metro. Foram certamente os sacos aéreos do Macrocollum que lhe permitiram atingir tamanho”, completa.

“Este foi um dos primeiros dinossauros a pisar na Terra, no período Triássico. Essa adaptação possibilitou que crescessem e resistissem ao clima quer desse período quer dos posteriores, o Jurássico e o Cretáceo”, explica Fresia Ricardi Branco, professora do IG-Unicamp e co-autora do estudo.

“Os sacos aéreos foram uma vantagem evolutiva sobre outros grupos, como os mamíferos, permitindo aos dinossauros diversificar-se mais rapidamente”, acrescenta a investigadora.

Num estudo anterior, a equipa de investigadores tinha mostrado que os fósseis mais antigos até agora encontrados não tinham evidências de sacos aéreos, o que sugere que esta característica evoluiu pelo menos três vezes de forma independente.

“É como se a evolução tivesse feito experiências diferentes até chegar a uma configuração definitiva, em que os sacos aéreos iam desde a região cervical até à cauda. Não foi um processo linear”, conclui Aureliano.

ZAP  // FAPESP
25 Abril, 2023


Web-designer e Criador
de Conteúdos Digitais



published in: 5 meses ago

Loading

159: A Antárctida era a ponte para os dinossauros viajarem entre continentes

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // 🇦🇶 ANTÁRCTIDA // DINOSSAUROS

Um crânio de quase 100 milhões de anos de um saurópode descoberto na Austrália, excepcionalmente bem conservado, mostra que os dinossauros atravessaram a Antárctida desde a América do Sul até à Austrália, revelou um grupo de investigadores.

Dariusz Sankowski / Pixabay

O crânio quase completo do saurópode pertence a uma espécie chamada Diamantinasaurus matildae. Os saurópodes são conhecidos pelo seu pescoço extremamente longo.

Era também um titanossauro, o único grupo de dinossauros saurópodes a viver até ao fim do Cretáceo (há 145 a 66 milhões de anos), antes da extinção dos dinossauros não pertencentes à região, relatou o Live Science.

Paleontologistas escavaram o espécime em 2018, num rancho de ovelhas a noroeste de Winton, em Queensland, na Austrália, e deram-lhe o nome de “Ann”.

O D. matildae tinha o comprimento de um campo de ténis (23,77 metros) e pesava cerca de 27,5 toneladas, três vezes mais do que o Tyrannosaurus rex.

Os fósseis pareciam semelhantes aos ossos desenterrados na Argentina, o que levou os investigadores a pensar que os saurópodes viajavam entre a América do Sul e a Austrália, via Antárctida.

“Ao analisar os restos mortais, encontramos semelhanças entre o crânio de Ann e o crânio de um titanossauro chamado Sarmientosaurus musacchioi, que viveu na América do Sul aproximadamente ao mesmo tempo que O Diamantinasaurus viveu em Queensland”, disse Stephen Poropat, paleontólogo da Universidade de Curtin em Perth, Austrália.

“Sugerimos que os saurópodes viajavam entre a Austrália e a América do Sul, via Antárctida, durante o Cretácico médio”, continuou o investigador, um dos autores do novo estudo, publicado na Royal Society Open Science.

No Cretácico, a Antárctida estava coberta de florestas e vegetação luxuriante. Os investigadores já sabiam que os saurópodes percorriam essa massa terrestre, após a descoberta do primeiro fóssil de um dinossauro de pescoço, em 2011.

Alguns cientistas já tinham teorizado que estes gigantes usavam a Antárctida para fazer a ponte entre continentes. Na altura, a Austrália, a Nova Zelândia, a Antárctida e a América do Sul formaram o último remanescente do super-continente Gondwana, de acordo com o Museu Australiano.

Agora, no novo estudo, os investigadores compararam o crânio do saurópode mais bem preservado encontrado até à data na Austrália com outros de todo o mundo.

Utilizando varreduras detalhadas dos restos mortais de Ann, a equipa detectou semelhanças notáveis com um crânio de Sarmientosaurus descoberto na província de Chubut, no sul da Argentina, e descrito num estudo de 2016 na PLOS One.

Os investigadores já suspeitavam que estes dois dinossauros estavam intimamente relacionados mas, até agora, faltavam provas. “Osso por osso, os crânios do Diamantinasaurus e do Sarmientosaurus são extremamente semelhantes”.

Os crânios de dinossauros são uma descoberta extremamente rara. Além de alguns dentes, o crânio de Ann é apenas o segundo crânio de saurópode encontrado na Austrália, após a descoberta em 2016 de um crânio parcial.

Isto porque as cabeças dos saurópodes eram pequenas em relação ao seu tamanho corporal e eram constituídas por ossos minúsculos e delicados, decompostos mais rapidamente do que os membros robustos, explicou Stephen Poropat.

“As semelhanças entre os crânios do Diamantinasaurus e do Sarmientosaurus da América do Sul, de idade semelhante, são bastante impressionantes, e acrescentam mais apoio à hipótese de que os titanossauros deslocaram-se entre a Austrália e a América do Sul durante o meio do Crétaceo, presumivelmente através da Antárctida”, disse ao Live Science Matthew Lamanna, paleontólogo do Museu Carnegie de História Natural e um dos autores do estudo de 2016.

ZAP //
18 Abril, 2023


Web-designer e Criador
de Conteúdos Digitais



published in: 6 meses ago

Loading

148: Podem as galinhas ser a chave para recriarmos dinossauros?

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // DINOSSAUROS // GALINHAS

Há cientistas a explorar como é que podem usar ADN de galinha para recriar uma espécie de dinossauro. Será isto possível?

Luis Rey / Wikimedia

As galinhas partilham um antepassado em comum com os dinossauros. Por muito que as duas criaturas sejam diferentes, este é um dado adquirido para os cientistas.

Aliás, já desde 1869 que se falava de pássaros e dinossauros serem parentes, depois de Thomas Huxley ter encontrado traços aviários no crânio de dinossauros.

O ADN de galinha contém restos dos seus antepassados dinossauros. Portanto, será possível recriar dinossauros através de ADN de galinha?

Nos últimos tempos são vários os exemplos de animais extintos que os cientistas estão a tentar trazer de volta. Isto tecnicamente falando, já que os animais recriados não seriam cópias exactas dos animais que outrora existiam, mas sim réplicas geneticamente aproximadas.

Em 2021, uma empresa anunciou que ia avançar com um projecto para “desextinguir” o mamute-lanoso.

A ideia dos cientistas responsáveis pelo projecto consiste em criar um híbrido elefante-mamute. Para que isso seja possível, estão a ser criados em laboratório embriões que contenham ADN de mamute.

Paralelamente, há mais projectos que tentam trazer outros animais de volta ao planeta Terra. Um grupo de cientistas da Universidade de Melbourne está a tentar trazer o tigre-da-Tasmânia de volta.

Outra equipa de cientistas está a tentar trazer de volta à vida o auroque, um animal que é o ancestral de todo o gado e que foi levado à extinção há quase 400 anos.

Os próprios investigadores realçaram que ainda que não estejam nas dimensões dos seus antepassados, os rebanhos criados assemelham-se em grande parte aos auroques ancestrais.

Mais recentemente, uma empresa e uma equipa de cientistas estão a tentar trazer o icónico dodó de volta, após ter sido extinto há quase 400 anos.

Jurassic Park da vida real?

Então, o que é que impede os cientistas de fazerem o mesmo para dinossauros?

O ADN é muito mais fácil de encontrar nas “partes moles” de um animal – os seus órgãos, vasos sanguíneos, nervos, músculos e gordura. O problema é que as partes moles de um dinossauro desapareceram há muito tempo. Elas decompuseram-se ou foram comidas por outro dinossauro.

Como tal, os cientistas têm um grande problema ao tentar encontrar ADN em fósseis de dinossauros, explica William Ausich, professor de Paleontologia na Ohio State University, num artigo publicado no The Conversation.

As moléculas de ADN eventualmente “estragam-se”. Estudos recentes mostram que o ADN desintegra-se após cerca de 7 milhões de anos. Parecem uma boa notícia, mas não é o caso. O último dinossauro morreu há mais de 65 milhões de anos.

E mesmo imaginando que, no futuro, os cientistas encontrem fragmentos de ADN de dinossauro, ainda assim não será possível recriar um dinossauro inteiro. Os investigadores precisariam de combinar fragmentos com o ADN de um animal moderno para criar um organismo vivo.

Mas e com a ajuda de galinhas?

“Se os cientistas conseguirem controlar a expressão de alguns genes e basicamente silenciar o desenvolvimento específico da galinha, eles podem essencialmente descobrir os genes remanescentes dos dinossauros ancestrais e ver o que cresce durante esse desenvolvimento alterado da galinha”, lê-se na revista Nature.

As aves têm a capacidade de desenvolver dentes, escamas, caudas e até mãos. Olhando para um embrião de galinha através de um microscópio é possível ver que ele passa por um estágio de desenvolvimento em que tem uma cauda semelhante a um dinossauro.

Eventualmente há um clique e puff, a cauda interrompe o seu desenvolvimento.

Actualmente, os cientistas podem usar técnicas de genética molecular para perguntar quais genes mudaram e causaram o desaparecimento da cauda.

Percebendo detalhes como este, no futuro, podem mesmo ser capazes de fazer as alterações necessárias para que a galinha se transforme numa espécie de dinossauro.

Em 2015, o mítico paleontólogo Alan Grant, que serviu de inspiração para o protagonista de Jurassic Park, começou a trabalhar com uma equipa de cientistas que acredita conseguir “reviver” os dinossauros nos próximos cinco a dez anos. O prazo de cinco anos já lá vai e o de dez não está muito distante.

Os cientistas de Harvard e Yale estão precisamente focados na galinha. “É claro que os pássaros são dinossauros”, disse Jack Horner, que integra a equipa, em declarações à revista People. “Então, só precisamos de consertá-los para que se pareçam um pouco mais com um dinossauro”.

“Na verdade, as asas e as mãos não são tão difíceis”, disse Horner, acrescentando que um Galinhossaurus – como chama à criação – está a caminho de se tornar realidade. “A cauda é o maior projecto”, sublinhou.

“Mas, por outro lado, conseguimos fazer algumas coisas recentemente que nos deram esperança de que não demore muito”.

Daniel Costa, ZAP //
15 Abril, 2023


Web-designer e Criador
de Conteúdos Digitais



published in: 6 meses ago

Loading