505: Amostras perdidas de base secreta revelam segredo assustador sobre a Gronelândia

 

🇬🇱 GRONELÂNDIA // 💧GELO // AMOSTRAS

Investigadores descobriram que a Gronelândia não esteve coberta de gelo num passado recente.

Eugene Kaspersky / Flickr

Os cientistas chegaram a esta conclusão após recolherem amostras de gelo da ilha. No entanto, a ciência não estava na origem das escavações. O verdadeiro propósito era enterrar mísseis nucleares como parte de um programa conhecido como Projecto Iceworm.

O projecto, que culminou durante a Guerra Fria, não teve o sucesso esperado. Ainda assim, durante o tempo que durou, foi suficiente para os cientistas reunirem amostras suficientes para estudar o manto de gelo da Gronelândia.

Mas não foi só gelo que os cientistas recolheram. Eles também colectaram sedimentos que estavam por baixo do gelo. Estes etiquetados em frascos, esquecidos e empoeirados no fundo de prateleiras. Afinal de contas, os cientistas apenas estavam interessados no gelo.

Tudo mudou em 2018, quando um grupo de cientistas dinamarqueses redescobriu os sedimentos e enviou-os para o geólogo Paul Bierman, da Universidade de Vermont, nos EUA. Foi lá que o seu colega Andrew Christ encontrou algo inesperado: sinais de vida.

A descoberta dos investigadores foi feita há dois anos, mas só agora conseguiram determinar quando é que a camada de gelo da Gronelândia derreteu. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na conceituada revista Science.

O que a sua investigação revelou foi que há apenas 416 mil anos, o manto de gelo da Gronelândia derreteu e o nível do mar subiu entre cinco e seis metros. Isto revela que o actual manto de gelo que pavimenta a ilha é bem mais sensível às alterações climáticas do que aquilo que se pensava, escreve a Insider.

“O antigo solo congelado por baixo do manto de gelo da Gronelândia avisa-nos de problemas futuros”, escreveram Bierman e a sua co-autora Tammy Rittenour no site The Conversation.

O derretimento do gelo terá acontecido bem antes daquilo que os cientistas calculavam. Segundo as suas estimativas, no último milhão de anos. Há cerca de 416 mil anos, a Terra estava num período mais quente. É compreensível, visto que o nosso planeta passa por fases mais quentes e mais frias.

Ainda assim, os autores do novo estudo determinaram que os níveis de gases com efeito de estufa eram mais baixos nessa altura do que agora, como seria de esperar.

No entanto, esta é uma conclusão assustadora. Se o aquecimento natural e moderado causou o derretimento do gelo, isso significa que a camada de gelo da ilha é mais sensível às mudanças de temperatura do que os cientistas pensavam inicialmente.

“Não vai acontecer amanhã. Mas vai acontecer cada vez mais depressa”, disse Bierman, referindo-se ao possível degelo da Gronelândia.

ZAP //
3 Agosto, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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173: ONU diz que glaciares estão a derreter a uma velocidade dramática

 

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // GLACIARES // DERRETIMENTO // ANTÁRCTIDA 🇦🇶

“O gelo marinho antárctico está no nível mais baixo de sempre e alguns glaciares europeus estão literalmente a derreter a uma velocidade recorde”, indica a Organização Meteorológica Mundial no relatório anual sobre o estado do clima mundial.

© EPA/Karl Petersen

O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) relativo a 2022, divulgado esta sexta-feira, revela que os glaciares estão a derreter a um ritmo dramático e que vários indicadores de alterações climáticas voltaram a atingir níveis recorde.

No relatório anual sobre o estado do clima mundial, a OMM destaca as mudanças globais na terra, nos oceanos e na atmosfera, causadas por níveis recorde de gases com efeito de estufa, responsáveis pela retenção de calor que resulta no aquecimento global.

 

#ClimateChange shocks increased in 2022. Ocean heat and sea level rise at record levels. Antarctic sea ice hit a new low. Extreme glacier melt in Europe. #StateOfClimate report highlights the huge socio-economic cost of droughts, floods, and heatwaves. 🔗 https://bit.ly/stateofclimate2022

A OMM, um organismo da ONU, precisa que “o gelo marinho antárctico está no nível mais baixo de sempre e alguns glaciares europeus estão literalmente a derreter a uma velocidade recorde”.

“Os glaciares enfrentam um risco cada vez maior, porque a concentração de dióxido carbono (CO2) já é muito elevada e é provável que a subida do nível do mar continue durante milhares de anos”, disse o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, citado pela agência AFP.

O degelo não pode ser parado “a menos que seja criada uma forma de remover o CO2 da atmosfera”, acrescentou.

De acordo com a OMM, os glaciares de referência, os que são alvo de observações a longo prazo, registaram uma mudança média de espessura superior a -1,3 metros entre Outubro de 2021 e Outubro de 2022, correspondendo a uma perda muito superior à média da última década.

Os glaciares dos Alpes europeus sofreram um degelo recorde devido à combinação da existência de pouca neve no inverno, à chegada de poeiras do Saara em Março de 2022 e às ondas de calor registadas entre maio e o inicio de Setembro, destaca o relatório.

Estes glaciares perderam 6% do seu volume de gelo entre 2021 e 2022, em comparação com um terço verificado entre 2001 e 2022.

Alterações climáticas são responsáveis por inundações e ondas de calor. Estão a “afectar populações em todos os continentes”

O relatório anual confirma que a temperatura média global em 2022 foi 1,15°C mais elevada do que na época pré-industrial (1850-1900) e que os últimos oito anos foram os mais quentes de que há registo, apesar do arrefecimento causado pelo fenómeno climático La Niña durante três anos seguidos.

Este relatório confirma também que o ano passado foi marcado na Europa por ondas de calor no verão, às quais, recorda a OMM, foram associadas a 4.600 mortes em Espanha, 4.500 na Alemanha, 2.800 no Reino Unido, 2.800 em França e 1.000 em Portugal.

Portugal foi um dos muitos países que registaram em 2022 o seu ano mais quente. Outros países foram Espanha, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Suíça, Irlanda, e Bélgica.

Os autores do relatório insistem que as alterações climáticas mantêm-se como responsáveis por secas, inundações e ondas de calor e que estão a “afectar populações em todos os continentes, causando milhares de milhões de dólares em perdas”.

Embora a OMM ainda não disponha de números completos para 2022 relativamente à concentração de gases com efeito de estufa causadores do aquecimento global, a agência da ONU recordou que níveis recorde foram atingidos em 2021.

O dióxido de carbono, o principal gás com efeito de estufa, atingiu 415,7 partes por milhão em 2021 (mais 149% do que na era pré-industrial), enquanto o metano atingiu 1,9 partes por milhão (mais 262%) e o óxido nitroso subiu para 0,33 partes por milhão (mais 124 %).

A organização baseada em Genebra observou ainda que o nível do mar está a subir a um ritmo acelerado, de 2,27 milímetros por ano na década 1993-2002, para 4,62 milímetros por ano no período 2013-2022.

Outro problema nos oceanos resultante das alterações climáticas, a acidificação por dióxido de carbono absorvido pela água, fez com que o pH da superfície do oceano aberto atingisse o seu nível mais baixo em 26.000 anos, o que pode ter consequências graves para a vida marinha, adverte a OMM.

Os resultados deste relatório são conhecidos depois de na quinta-feira o relatório “Estado do Clima Europeu 2022”, do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus, indicar que o ano passado foi o segundo mais quente na Europa desde que há registo, com 0,9 graus celsius (ºC) acima da média, enquanto o verão foi o mais quente de sempre, com 1,4ºC acima da média.

Este trabalho do Copernicus revela que as temperaturas na Europa estão a subir duas vezes mais que a média global e este aumento é mais rápido do que em qualquer outro continente, segundo hoje divulgado.

No ano passado, o relatório da OMM relativo a 2021 apontava para recordes em quatro marcadores considerados chave das alterações climáticas: concentrações de gases com efeito de estufa, aumento do nível do mar, temperatura e a acidificação dos oceanos.

Notícia actualizada às 14:30

D.N.
DN/Lusa
21 Abril 2023 — 12:58


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