625: Um raro peixe com mãos foi encontrado num sítio estranho

 

🐟BIOLOGIA MARINHA // DESCOBERTAS

Um “peixe com mãos” pode parecer uma bizarria evolucionária — até nos lembrarmos que todos os membros evoluíram a partir de barbatanas.

Kerri Yare
Exemplar de peixe-morcego pintado encontrado na Tasmânia

Um peixe-morcego pintado (Brachionichthys hirsutus), uma espécie marinha única conhecida pelas suas “mãos” ou barbatanas peitorais modificadas, que se assemelham a barbatanas com dedos, foi inesperadamente avistado em Primrose Sands, Tasmânia.

Esta descoberta é particularmente significativa, dado que não havia registo de avistamentos da espécie neste local há quase duas décadas, levando a crer que estivesse extinto naquela área.

Os peixes-morcego pintados usam as suas distintivas barbatanas não apenas para caminhar no fundo do mar, mas também para limpar e cuidar dos seus ovos.

Infelizmente, a sua população diminuiu de forma alarmante nas últimas décadas, restando apenas um número estimado de cerca de 2.000 exemplares em regiões específicas, como o estuário do rio Derwent, no Reino Unido, e a baía de Frederick Henry, no sudeste da Austrália.

“Avistar até um ou dois peixes durante um mergulho de 60 minutos é bastante raro”, explica a investigadora Carlie Devine, numa nota de imprensa publicada no site da CSIRO, a agência governamental de ciência da Austrália.

Das 14 espécies de peixes-morcego existentes no planeta, sete são nativas da Tasmânia. Notavelmente, o peixe-morcego pintado foi o primeiro peixe marinho a ser listado como criticamente em perigo na Lista Vermelha da IUCN de Espécies Ameaçadas.

Embora já tenham sido comuns nas águas da Tasmânia, as suas populações estão agora fragmentadas em nove grupos separados.

As principais ameaças à sua existência provêm da pesca de arrasto, que perturba os seus habitats e inadvertidamente os captura como fauna acompanhante — e que  também afecta negativamente outras espécies marinhas, incluindo golfinhos e tartarugas marinhas.

Além disso, espécies invasoras, como a estrela-do-mar do Pacífico Norte, têm agravado o seu declínio, predando-os e aos seus ovos.

No entanto, há esperança para o peixe-morcego pintado. Um grupo de cientistas, entre os quais Carlie Devine, está a trabalhar afincadamente em medidas de conservação, como ambientes de desova artificiais e programas de reprodução em laboratório.

“Temos uma população de reserva em aquários para prevenir a extinção da espécie”, explica Devine, que se mostra optimista quanto ao impacto positivo do projecto para assegurar que vamos continuar a ver este estranho peixe andar por aí…

ZAP //
16 Setembro, 2023


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558: Criatura verdadeiramente alienígena com 20 braços descoberta na Antárctida

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA MARINHA // ANTÁRCTIDA

Um grupo de investigadores descobriu uma nova espécie verdadeiramente assustadora na Antárctida. A criatura com 20 “braços” parece alienígena e foi baptizada com o nome de uma fruta.

Greg W. Rouse
Promachocrinus fragarius

Chama-se estrela antárctida de penas de morango e é uma criatura marinha com cerca de 20 “braços” que podem ter até 20 centímetros de comprimento. Alguns são esburacados e outros emplumados. Esta criatura tem todo o aspecto de um ser alienígena, mas não é.

Embora não se pareça com um morango à primeira vista, basta fazer um pouco de zoom para se observar uma pequena protuberância no ápice de todos os braços. E esta sim, tem o tamanho e a forma de um morango.

É nesta protuberância circular que estão os cirri, filamentos finos e alongados presentes em alguns grupos de invertebrados marinhos.

Os cirri podem ter variadas funções, dependendo do grupo de animais onde estão presentes. Neste caso, os cirri são semelhantes a tentáculos que se projectam desde a base.

A descoberta desta criatura verdadeiramente alienígena foi apresentada num estudo recentemente publicado na Invertebrate Systematics.

“Retiramos vários cirri para ver em que parte é que estes se ligam, e foi aí que percebemos que esta criatura se assemelhava a um morango” explica Greg Rouse, co-autor do estudo e professor de Biologia Marinha na Universidade de Califórnia, em San Diego.

De acordo com o investigador, os cirri têm garras minúsculas na ponta que são usadas para esta criatura se agarrar ao fundo do mar. As partes mais longas, chamados “braços” assemelham-se a penas e ajudam na sua mobilidade.

O nome científico da espécie recém-descoberta é Promachocrinus fragarius. Pertence à classe dos Crinoidea, onde se incluem estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, bolachas-do-mar e pepinos-do -mar.

Neste caso trata-se de uma estrela de penas. Daí a designação de “estrela de penas da antárctida”. Fragarius deriva da palavra latina “fragum”, que significa morango.

Foi enquanto arrastavam uma rede ao longo da Antárctida, que o grupo de cientistas da Austrália e EUA encontrou quatro novas espécies que poderão enquadrar-se neste grupo de estrelas de penas da antárctida.

A estrela antárctida de penas de morango destaca-se das outras pelo número de braços que possui. “A maioria das estrelas de penas tem 10 braços”, explica Rouse.

O investigador acrescenta ainda que a posição típica de uma estrela de penas é com os braços abertos e para cima, com os cirros apontados para baixo.

Greg W. Rouse
Promachocrinus fragarius pertence à classe dos Crinoidea, onde se incluem estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, bolachas-do-mar e pepinos-do -mar

Com esta descoberta, os investigadores poderão adicionar oito espécies nesta categoria de estrelas de penas da Antárctida. Quatro delas descobertas previamente.

“Passamos de uma simples espécie com 20 braços para 8 novas espécies – seis com 20 braços e duas com 10 braços, sob o nome de Promachocrinus”, diz Rouse, que reconhece a “aparência sobrenatural dos movimentos da estrela de penas”. A estrela antárctica de penas de morango foi encontrada entre os 65 e os 1170 metros de profundidade.

Os investigadores afiram que encontrar novas espécies não é um fenómeno raro. No laboratório da Scripps Institution of Oceanograpgy são registados cerca de 10 a 15 espécies novas por ano.

“Encontrámos muitas espécies novas. O problema é a quantidade de trabalho necessário para as identificar e nomear”, explica o autor do estudo.

 Patrícia Carvalho, ZAP //
19 Agosto, 2023


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484: Alta temperatura do oceano provoca desastre ambiental no sul da Florida

 

🇺🇸 EUA // 🌡️ ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // FLORIDA

“A água morna não é boa para nenhum organismo marinho, sejam corais, peixes, lagostas. Corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas” e outras espécies, dizem cientistas

Corais no mar de Florida Key
© Joseph Prezioso / AFP

O sul da Florida (EUA) enfrenta uma catástrofe. Ao longo da extensa costa de recifes do arquipélago Florida Keys, dezenas de cientistas trabalham contra o tempo para resgatar os corais dos recifes, que correm o risco de morrer devido ao grande aumento da temperatura do oceano.

Funcionários de organizações locais navegaram diariamente, nas últimas duas semanas, até aos viveiros que instalaram no mar, a fim de recolher amostras de cada espécie de coral antes que seja tarde demais.

O objectivo é mantê-los a salvo em diversos laboratórios da região, onde serão conservados em tanques com água salgada na temperatura ideal para eles.

Esses seres vivos sobrevivem entre temperaturas de 21 a 28,8 ºC, explicou o coordenador de tecnologia da ONG Coral Restoration Fundation, Alex Neufeld.

Mas se o mar está quente demais, os corais expulsam as zooxantelas – algas que vivem nos seus tecidos e fonte de alimentação, energia e coloração. Os corais ficam brancos quando isso acontece, um sinal de que correm risco de vida caso a condição do ambiente não mude.

As temperaturas da água no estreito da Florida ultrapassaram os 32 ºC na última semana. A baía Manatee bateu o seu recorde na segunda-feira, ao atingir 38,38 ºC.

“A água morna não é boa para nenhum organismo marinho, sejam corais, peixes, lagostas”, diz Neufeld. “Portanto, corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas” e outras espécies.

A magnitude do branqueamento dos corais e o facto de ter ocorrido tão cedo, com grande parte do verão ainda por decorrer, são as maiores preocupações dos cientistas.

O recife da Florida, um dos maiores do mundo, estende-se por cerca de 580 quilómetros das Ilhas Dry Tortugas – 110 quilómetros a oeste de Keys – até St. Lucie Inlet, a quase 200 quilómetros a norte de Miami.

E o seu papel no meio ambiente é fundamental. Além de ser o habitat de diversos animais marinhos, constitui uma das principais barreiras de protecção contra furacões e ressacas.

Impacto económico

Brian Branigan, um capitão de 65 anos e dono de uma empresa de aluguer de barcos em Big Pine Key, uma região do arquipélago, é uma testemunha da degradação diária dessa barreira de recifes.

“O que aconteceu nas últimas duas semanas é terrível, chocante. Apetecia-me chorar enquanto estava na água, a mergulhar”, diz ele, enquanto pilota uma lancha até ao recife Looe Key, a cerca de 10 km da costa.

Ali, a poucos metros da superfície do mar, nadam barracudas, peixes-papagaio e peixes-cirurgião no local do desastre. Ao lado, os normalmente coloridos corais do recife são agora uma enorme mancha branca.

Negócios como o dele, que levam turistas para pescar ou mergulhar, dependem muito da sobrevivência dos recifes de corais. “Estamos preocupados com o impacto pessoal e financeiro. Tenho a certeza de que isso terá alguma consequência negativa, catastrófica mesmo”, lamenta Branigan.

De acordo com o Escritório Nacional de Gerenciamento Oceânico e Atmosférico dos EUA, os recifes de corais da Florida geram dois mil milhões de dólares em receita para a economia local e 70.400 empregos.

DN/AFP
29 Julho 2023 — 17:55


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367: Alforreca Darth Vader nunca antes vista foi descoberta nas profundezas do Oceano Pacífico

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA MARINHA // OCEANO PACÍFICO

Raríssimo “predador gelatinoso” foi detectado a 1.400 metros de profundidade, num dos ecossistemas mais remotos do mundo, mas os cientistas ainda têm uma dúvida: quem é a vítima de Darth Vader nos oceanos?

Uma alforreca nunca antes vista foi detectada nas zonas remotas do Oceano Pacífico.

A 1.400 metros de profundidade, cientistas conseguiram filmagens claras do organismo com textura gelatinosa a navegar pelas águas do Monumento Nacional Marinho das Ilhas Remotas do Pacífico — um dos ecossistemas menos explorados do Mundo.

A espécie provavelmente pertence ao género Bathykorus, espécie de alforreca também conhecida como alforreca “Darth Vader”, devido à sua forma semelhante ao capacete do vilão da ínfame saga, Star Wars.

Esta Darth Vader não está protegida por uma armadura como no filme, mas sim por uma pigmentação avermelhada que impede que a luz de presas bioluminescentes seja visível — permitindo uma inédita protecção contra potenciais predadores.

A alforreca, com apenas três tentáculos, é “extremamente rara“. O seu parente mais próximo, segundo o IFL Science, foi avistado uma única vez há quase dez anos na mesma região, pelo Explorador Okeanos da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA).

Segundo o investigador da Agência Japonesa da Ciência e Tecnologia Marítimo-Terrestres, Dhugai Lindsay, a nova vilã do Pacífico “é um predador gelatinoso” que certamente “tem de estar a comer algo grande e também gelatinoso”.

No entanto, ainda não se descobriu quem é exactamente a presa deste organismo, que ainda nem tem uma nomenclatura.

Sabe-se que a vítima de Darth Vader, tal como Luke Skywalker faz com o seu sabre, também emite uma luz, através de uma reacção química, como compensação pela falta de penetração da luz nas profundezas do oceano.

Outras alforrecas e pepinos-do-mar são, provavelmente, as vítimas desta Bathykorus, para além de outras presas bioluminescentes.

A descoberta desta espécie pode ser a primeira página da narrativa predadora do misterioso reino oceânico, e pode representar também todo um novo grupo de alforrecas pigmentadas por descobrir.

Tomás Guimarães, ZAP //
16 Junho, 2023


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304: Descobertas 5.000 novas espécies de animais nas profundezas do oceano

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA // ESPÉCIES MARINHAS

Os contratos de mineração em águas profundas ameaçam estas 5.000 espécies que acabaram de ser descobertas.

Museu de História Natural de Londres

Mais de 5.000 novas espécies de animais até agora desconhecidas foram descobertas nas profundezas do Coeano Pacífico. A revelação é relatada num novo estudo publicado na Current Biology.

A Zona Clarion-Clipperton (CCZ) é uma zona de fractura – uma grande cicatriz do fundo do mar deformado criada por movimentos de placas tectónicas – que se estende do México ao Havai e cobre cerca de 2,3 milhões a 6 milhões de quilómetros quadrados, o que é cerca de 3,5 vezes a área do Alasca.

O fundo do mar CCZ é coberto por nódulos esféricos do tamanho de batatas que são ricos em metais altamente desejados, como manganês, cobalto e níquel, bem como pequenas concentrações de elementos extremamente valiosos, o que o tornou muito atractivo para empresas de mineração de águas profundas.

Os investigadores compilaram a primeira lista abrangente de espécies animais encontradas na região com o recurso a dados de mais de 100 000 registos recolhidos durante viagens de pesquisa, refere o Live Science.

O novo banco de dados, conhecido como lista de verificação CCZ, contém 5.580 espécies de animais, das quais apenas 438 têm nomes oficiais. Mas os cientistas estimam que pode haver entre 6.000 e 8.000 espécies de animais no CCZ e que entre 88% e 92% destas podem ainda não ter sido identificadas.

O filo mais abundante é o dos artrópodes — invertebrados com exoesqueleto, como os crustáceos — que compõe 27% do banco de dados; seguido pelos anelídeos, ou vermes segmentados, que perfazem 18% da lista; e nematóides, ou vermes não segmentados, que correspondem a 16% das espécies.

Das espécies nomeadas, apenas seis foram encontradas fora do CCZ, o que sugere que a maioria das espécies não identificadas listadas também são endémicas da região.

Todo o CCZ está fora da jurisdição nacional de qualquer país, sendo administrado pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) das Nações Unidas.

Actualmente, a mineração em águas profundas em áreas fora da jurisdição nacional é proibida, mas a ISA pode dar contratos de exploração. Até agora, o ISA concedeu 17 contratos no CCZ que abrangem 1,2 milhões de quilómetros quadrados.

Os impactos ambientais destas explorações são actualmente limitados. Mas a ISA pode começar a conceder contratos completos em Julho de 2023, após o prazo para os países concordarem com os novos regulamentos de mineração.

Se nenhum acordo for alcançado, as empresas podem pedir a solicitar contratos com base em projectos de regulamentação, que oferecem protecções ambientais muito limitadas.

“Existem tantas espécies maravilhosas no CCZ. Com a possibilidade de mineração iminente, é duplamente importante que saibamos mais sobre esses habitats realmente pouco estudados”, afirma o autor principal do estudo, Muriel Rabone, ecologista de águas profundas do Museu de História Natural de Londres.

ZAP //
28 Maio, 2023


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203: Detectado um misterioso zumbido de uma criatura desconhecida

 

🇮🇳 ÍNDIA // CIÊNCIA // BIOLOGIA MARINHA

Os investigadores detectaram um misterioso zumbido de um peixe que não conseguiram identificar, na costa de Goa, na Índia.

Blaque X / Pexels

Uma equipa de investigadores estava a gravar a melodia da vida marinha nos recifes de corais na costa de Goa, na Índia, quando detectou um estranho “zumbido” de uma misteriosa criatura.

Os investigadores estavam a escutar a vida marinha para aprender sobre o seu comportamento, movimentos e resposta às mudanças ambientais. Os cientistas colocaram um hidrofone — uma espécie de microfone aquático — perto da Ilha Grande, a uma profundidade de cerca de 20 metros.

“O nosso estudo, por muito tempo, envolveu predominantemente sistemas acústicos activos na compreensão de habitats”, explicou Bishwajit Chakraborty, co-autor do estudo, em declarações à VICE.

“Usando sistemas de sonar activos, adicionamos sinais sonoros aos meios aquáticos que afectam severamente a vida marinha”.

Os sons captados revelaram que os peixes que se alimentam de plâncton claramente sincronizavam as suas canções com os ciclos das fases da lua. Com a ajuda da inteligência artificial, os autores conseguiram identificar centenas de chamamentos de diferentes espécies marinhas.

No entanto, entre os sons de peixes já conhecidos, os investigadores ouviram um estranho zumbido de um animal que não foram capazes de identificar. Um zumbido semelhante já tinha sido gravado, no passado, na costa da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

“Os dados espectrais e temporais revelam parâmetros estruturais dos dados sonoros que sugerem que o som pertence a um peixe”, disse Chakraborty.

“No entanto, a falta de um repositório centralizado de gravações de som arquivadas actua como um grande obstáculo e não nos permite confirmar o tipo de espécie de peixe com base nos dados”.

Como tal, cientistas estão actualmente a trabalhar na elaboração de uma biblioteca de sons subaquáticos que ajudará os investigadores a monitorizar as paisagens sonoras do oceano.

ZAP //
30 Abril, 2023

28.04.2023


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95: Encontrado o peixe mais profundo de sempre a mais de 8 quilómetros

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA MARINHA

Um peixe-caracol foi encontrado a mais de oito quilómetros de profundidade perto do Japão. Nunca se tinha encontrado um peixe a uma profundidade tão grande.

(h) Minderoo-UWA Deep-Sea Research Centre

A talassofobia descreve o medo da vastidão do oceano, das criaturas marinhas ou do próprio fundo do mar. A ideia de existirem criaturas na escuridão do oceano que nunca foram vistas por ninguém pode causar pânico em algumas pessoas.

Uma equipa de cientistas acabou de descobrir um destes animais perto do Japão. Os investigadores captaram imagens de um peixe a nadar a uma profundidade de 8.336 metros.

É um novo recorde para o peixe mais profundo alguma vez registado, escreve o The Guardian. O peixe em questão é uma espécie desconhecida de peixe-caracol. São normalmente encontrados do Árctico ao Antárctico, mas são mais comuns no norte do Pacífico.

O peixe foi filmado graças uma embarcação autónoma, como parte de uma expedição de dois meses. Poucos dias depois de filmarem o primeiro peixe-caracol, os investigadores encontraram outros dois espécimes, a uma profundidade de 8.022 metros.

O líder da expedição, Alan Jamieson, disse que adaptações específicas permitiram a algumas espécies de peixe-caracol viver cerca de mil metros mais fundo do que outros peixes de águas profundas. A pressão da água nesta profundidade é 800 vezes maior do que à superfície.

“Uma das razões pelas quais são tão bem-sucedidos é porque não têm vesículas gasosas“, explicou Jamieson. Além disso, não têm escamas, mas sim uma camada gelatinosa que Jamieson descreve como uma “adaptação fisiologicamente barata”.

O peixe agora encontrado supera em 158 metros o anterior recordista, outro peixe-caracol, encontrado em 2017, na Fossa das Marianas, a 8.178 metros de profundidade. Jamieson já tinha sido o autor da descoberta do peixe da Fossa das Marianas.

ZAP //
4 Abril, 2023


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39: O mistério do efeito arco-íris encontrado nos peixes pode finalmente ser explicado

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA MARINHA // PEIXES // ARCO-ÍRIS

O segredo por trás do efeito arco-íris do peixe-gato fantasma foi descoberto por uma equipa de cientistas.

Brian Gratwicke / Flickr
Peixe-gato fantasma

O Kryptopterus vitreolus apresenta um efeito de arco-íris ao longo dos seus flancos. Esse brilho dentro do seu corpo torna o nativo tailandês uma escolha popular entre os donos de aquários em todo o mundo, relatou o Science Alert.

Também chamou a atenção de Qibin Zhao, um físico da Universidade Jiao Tong, na China, quando vagueava por uma loja de aquários.

Assim, como qualquer cientista curioso, decidiu estudá-la. Os resultados foram publicados na Proceedings of the National Academy of Sciences.

Na natureza, os arcos-íris dançantes – conhecidos como iridIscência – são frequentemente causados por texturas nas superfícies dos corpos, como é o caso das escamas, asas ou penas.

A luz branca atinge essas superfícies e espalha-se, interagindo de formas que enfatizam diferentes comprimentos de onda.

Contudo, o peixe-gato fantasma permite que 90% da luz passe directamente através do seu corpo. Também não tem escamas e a sua pele é extremamente fina.

Isto torna pouco provável que a luz disperse através da sua pele. Para verificar a razão por trás desse efeito, a equipa separou a pele dos músculos das costas e do ventre.

Um laser branco passou directamente através da pele, sem grande dispersão. Já nos músculos a história era diferente. Algo neles fez com que as ondas de luz ondulassem, numa reacção conhecida como difracção, criando um efeito de arco-íris.

Cada músculo é composto por unidades elásticas chamadas sarcomeres. Utilizando microscopia de varrimento electrónico e microscópios ópticos, a equipa descobriu que estas unidades fibrosas estavam a agir como grelhas de difracção, dividindo o feixe de luz num arco-íris à medida que este passava pela estrutura.

Os movimentos desses peixes criam ângulos variáveis com os quais a luz atinge os músculos, fazendo com que as cores que se difundem através deles criem o efeito de arco-íris.

Outros peixes têm o mesmo tipo de músculo, mas o brilho não pode ser visto externamente porque a sua pele não é transparente, disseram os investigadores. Este brilho pode ter evoluído em peixes-gato fantasma como uma forma de camuflagem para que evitassem os predadores, acrescentaram.

O peixe-gato fantasma não é completamente invisível; ele ainda cria uma sombra na água. Esta sombra pode ser ocultada através do lançamento de cores do arco-íris que imitam os padrões de difracção da luz solar na água.

“É também possível que o peixe-gato fantasma possa usar as cores em rápida mudança como sinais para a comunicação, uma vez que consideramos o peixe uma espécie muito social”, referiu ainda a equipa.

ZAP //
23 Março, 2023


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