525: Há 120 mil anos, a temperatura da Terra era semelhante à actual e o Árctico ficou sem gelo

 

🌎TERRA // 🌡️ TEMPERATURA //🌊 ÁRCTICO // ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 🍂

Um novo estudo analisou o último período em que a Terra atingiu uma temperatura semelhante à actual, de modo a compreender o que poderá acontecer, agora, ao gelo do Árctico.

De um lado, a Antárctida, que parece estar a ser poupada ao degelo provocado pelo aumento progressivo da temperatura média global. Do outro, o Árctico, que tem sido visivelmente afectado.

Agora, um novo estudo, liderado por investigadores da Universidade de Estocolmo, analisou o último período interglaciar – entre 129.000 e 115.000 anos atrás -, por forma a entender o que poderá acontecer, desta vez, ao gelo do Árctico.

O estudo baseou-se na análise de restos fósseis de plâncton dessa época, especificamente foraminíferos planctónicos, um tipo de organismo unicelular.

Nesses fósseis, os investigadores encontraram largas quantidades da espécie Turborotalita quinqueloba, um tipo de plâncton que tende a habitar regiões subpolares e que pode ser encontrado em abundância no Atlântico.

A análise da ocorrência destes microrganismos permitiu concluir que, durante o último período interglaciar, os Verões boreais deixaram o Oceano Árctico completamente sem gelo.

Os autores referem-se a este fenómeno como “Atlantificação”, isto é, a adopção pelo Oceano Árctico de características do Atlântico.

Normalmente, os especialistas em clima recorrem à última era glaciar, usando-a como referência para compreender o que se passa, hoje em dia, com o nosso clima. Principalmente, para estimar o seu comportamento no futuro.

O último período interglaciar, entre 129.000 e 115.000 anos antes do presente, é um período interessante para estudar, porque é a última vez na história da Terra em que as temperaturas médias globais foram semelhantes, ou talvez superiores, às actuais, e o nível do mar foi consideravelmente mais elevado, até 6 a 9 metros mais alto.

Explicou Flor Vermassen, co-autor do estudo, num comunicado de imprensa.

Além disso, importa considerar alguns factores, aquando das comparações entre o último período interglaciar e o presente, nomeadamente, o cumprimento do Acordo de Paris, assinado em 2015, que pressupõe a não ultrapassagem do limite de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

A dimensão da camada de gelo do Árctico não está directamente relacionada com a subida do nível da água do mar.

Contudo, existe uma relação indirecta, que pode ter acontecido no último período interglaciar: a modificação do albedo, que faz com que os oceanos convencionais absorvam o calor, enquanto as áreas congeladas o reflectem.

Pplware
Autor: Ana Sofia Neto
09 Ago 2023


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484: Alta temperatura do oceano provoca desastre ambiental no sul da Florida

 

🇺🇸 EUA // 🌡️ ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // FLORIDA

“A água morna não é boa para nenhum organismo marinho, sejam corais, peixes, lagostas. Corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas” e outras espécies, dizem cientistas

Corais no mar de Florida Key
© Joseph Prezioso / AFP

O sul da Florida (EUA) enfrenta uma catástrofe. Ao longo da extensa costa de recifes do arquipélago Florida Keys, dezenas de cientistas trabalham contra o tempo para resgatar os corais dos recifes, que correm o risco de morrer devido ao grande aumento da temperatura do oceano.

Funcionários de organizações locais navegaram diariamente, nas últimas duas semanas, até aos viveiros que instalaram no mar, a fim de recolher amostras de cada espécie de coral antes que seja tarde demais.

O objectivo é mantê-los a salvo em diversos laboratórios da região, onde serão conservados em tanques com água salgada na temperatura ideal para eles.

Esses seres vivos sobrevivem entre temperaturas de 21 a 28,8 ºC, explicou o coordenador de tecnologia da ONG Coral Restoration Fundation, Alex Neufeld.

Mas se o mar está quente demais, os corais expulsam as zooxantelas – algas que vivem nos seus tecidos e fonte de alimentação, energia e coloração. Os corais ficam brancos quando isso acontece, um sinal de que correm risco de vida caso a condição do ambiente não mude.

As temperaturas da água no estreito da Florida ultrapassaram os 32 ºC na última semana. A baía Manatee bateu o seu recorde na segunda-feira, ao atingir 38,38 ºC.

“A água morna não é boa para nenhum organismo marinho, sejam corais, peixes, lagostas”, diz Neufeld. “Portanto, corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas” e outras espécies.

A magnitude do branqueamento dos corais e o facto de ter ocorrido tão cedo, com grande parte do verão ainda por decorrer, são as maiores preocupações dos cientistas.

O recife da Florida, um dos maiores do mundo, estende-se por cerca de 580 quilómetros das Ilhas Dry Tortugas – 110 quilómetros a oeste de Keys – até St. Lucie Inlet, a quase 200 quilómetros a norte de Miami.

E o seu papel no meio ambiente é fundamental. Além de ser o habitat de diversos animais marinhos, constitui uma das principais barreiras de protecção contra furacões e ressacas.

Impacto económico

Brian Branigan, um capitão de 65 anos e dono de uma empresa de aluguer de barcos em Big Pine Key, uma região do arquipélago, é uma testemunha da degradação diária dessa barreira de recifes.

“O que aconteceu nas últimas duas semanas é terrível, chocante. Apetecia-me chorar enquanto estava na água, a mergulhar”, diz ele, enquanto pilota uma lancha até ao recife Looe Key, a cerca de 10 km da costa.

Ali, a poucos metros da superfície do mar, nadam barracudas, peixes-papagaio e peixes-cirurgião no local do desastre. Ao lado, os normalmente coloridos corais do recife são agora uma enorme mancha branca.

Negócios como o dele, que levam turistas para pescar ou mergulhar, dependem muito da sobrevivência dos recifes de corais. “Estamos preocupados com o impacto pessoal e financeiro. Tenho a certeza de que isso terá alguma consequência negativa, catastrófica mesmo”, lamenta Branigan.

De acordo com o Escritório Nacional de Gerenciamento Oceânico e Atmosférico dos EUA, os recifes de corais da Florida geram dois mil milhões de dólares em receita para a economia local e 70.400 empregos.

DN/AFP
29 Julho 2023 — 17:55


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173: ONU diz que glaciares estão a derreter a uma velocidade dramática

 

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // GLACIARES // DERRETIMENTO // ANTÁRCTIDA 🇦🇶

“O gelo marinho antárctico está no nível mais baixo de sempre e alguns glaciares europeus estão literalmente a derreter a uma velocidade recorde”, indica a Organização Meteorológica Mundial no relatório anual sobre o estado do clima mundial.

© EPA/Karl Petersen

O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) relativo a 2022, divulgado esta sexta-feira, revela que os glaciares estão a derreter a um ritmo dramático e que vários indicadores de alterações climáticas voltaram a atingir níveis recorde.

No relatório anual sobre o estado do clima mundial, a OMM destaca as mudanças globais na terra, nos oceanos e na atmosfera, causadas por níveis recorde de gases com efeito de estufa, responsáveis pela retenção de calor que resulta no aquecimento global.

 

#ClimateChange shocks increased in 2022. Ocean heat and sea level rise at record levels. Antarctic sea ice hit a new low. Extreme glacier melt in Europe. #StateOfClimate report highlights the huge socio-economic cost of droughts, floods, and heatwaves. 🔗 https://bit.ly/stateofclimate2022

A OMM, um organismo da ONU, precisa que “o gelo marinho antárctico está no nível mais baixo de sempre e alguns glaciares europeus estão literalmente a derreter a uma velocidade recorde”.

“Os glaciares enfrentam um risco cada vez maior, porque a concentração de dióxido carbono (CO2) já é muito elevada e é provável que a subida do nível do mar continue durante milhares de anos”, disse o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, citado pela agência AFP.

O degelo não pode ser parado “a menos que seja criada uma forma de remover o CO2 da atmosfera”, acrescentou.

De acordo com a OMM, os glaciares de referência, os que são alvo de observações a longo prazo, registaram uma mudança média de espessura superior a -1,3 metros entre Outubro de 2021 e Outubro de 2022, correspondendo a uma perda muito superior à média da última década.

Os glaciares dos Alpes europeus sofreram um degelo recorde devido à combinação da existência de pouca neve no inverno, à chegada de poeiras do Saara em Março de 2022 e às ondas de calor registadas entre maio e o inicio de Setembro, destaca o relatório.

Estes glaciares perderam 6% do seu volume de gelo entre 2021 e 2022, em comparação com um terço verificado entre 2001 e 2022.

Alterações climáticas são responsáveis por inundações e ondas de calor. Estão a “afectar populações em todos os continentes”

O relatório anual confirma que a temperatura média global em 2022 foi 1,15°C mais elevada do que na época pré-industrial (1850-1900) e que os últimos oito anos foram os mais quentes de que há registo, apesar do arrefecimento causado pelo fenómeno climático La Niña durante três anos seguidos.

Este relatório confirma também que o ano passado foi marcado na Europa por ondas de calor no verão, às quais, recorda a OMM, foram associadas a 4.600 mortes em Espanha, 4.500 na Alemanha, 2.800 no Reino Unido, 2.800 em França e 1.000 em Portugal.

Portugal foi um dos muitos países que registaram em 2022 o seu ano mais quente. Outros países foram Espanha, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Suíça, Irlanda, e Bélgica.

Os autores do relatório insistem que as alterações climáticas mantêm-se como responsáveis por secas, inundações e ondas de calor e que estão a “afectar populações em todos os continentes, causando milhares de milhões de dólares em perdas”.

Embora a OMM ainda não disponha de números completos para 2022 relativamente à concentração de gases com efeito de estufa causadores do aquecimento global, a agência da ONU recordou que níveis recorde foram atingidos em 2021.

O dióxido de carbono, o principal gás com efeito de estufa, atingiu 415,7 partes por milhão em 2021 (mais 149% do que na era pré-industrial), enquanto o metano atingiu 1,9 partes por milhão (mais 262%) e o óxido nitroso subiu para 0,33 partes por milhão (mais 124 %).

A organização baseada em Genebra observou ainda que o nível do mar está a subir a um ritmo acelerado, de 2,27 milímetros por ano na década 1993-2002, para 4,62 milímetros por ano no período 2013-2022.

Outro problema nos oceanos resultante das alterações climáticas, a acidificação por dióxido de carbono absorvido pela água, fez com que o pH da superfície do oceano aberto atingisse o seu nível mais baixo em 26.000 anos, o que pode ter consequências graves para a vida marinha, adverte a OMM.

Os resultados deste relatório são conhecidos depois de na quinta-feira o relatório “Estado do Clima Europeu 2022”, do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus, indicar que o ano passado foi o segundo mais quente na Europa desde que há registo, com 0,9 graus celsius (ºC) acima da média, enquanto o verão foi o mais quente de sempre, com 1,4ºC acima da média.

Este trabalho do Copernicus revela que as temperaturas na Europa estão a subir duas vezes mais que a média global e este aumento é mais rápido do que em qualquer outro continente, segundo hoje divulgado.

No ano passado, o relatório da OMM relativo a 2021 apontava para recordes em quatro marcadores considerados chave das alterações climáticas: concentrações de gases com efeito de estufa, aumento do nível do mar, temperatura e a acidificação dos oceanos.

Notícia actualizada às 14:30

D.N.
DN/Lusa
21 Abril 2023 — 12:58


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122: Preocupante: Temperatura da superfície dos oceanos sobe para os 21,1ºC

 

TERRA // OCEANOS // AQUECIMENTO GLOBAL

Com tanta notícia e acção de sensibilização relativa às alterações climáticas, certamente que todos nós temos a noção do que se está a passar no mundo e o que pode acontecer num futuro próximo. Já há alguns sinais! A temperatura da superfície dos oceanos vai bater recordes.

Oceanos: aumento é também reflexo do aquecimento global

A superfície oceânica mundial atingiu uma temperatura recordes desde o início dos registos por satélite. Segundo revela o jornal The Guardian, tendo como base dados do governo dos EUA, este aumento de temperatura está a ser responsável por ondas de calor marítimas em todo o mundo.

A temperatura média à superfície do oceano tem sido de 21,1°C desde o início de Abril de 2023, superando o anterior máximo de 21°C, um recorde estabelecido em 2016. Desde a década de 1980 que as temperaturas dos oceanos têm vindo a aumentar.

Os cientistas referem que tal cenário se pode dever ao facto dos oceanos terem registado quase três anos de um outro padrão, caracterizado pelo arrefecimento das temperaturas e ventos mais fortes.

Mais de 90% deste calor adicional, causado pela adição de gases com efeito de estufa à atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis e pela desflorestação, foi absorvido pelo oceano.

Há, inclusive, um estudo, que indica que a quantidade de calor acumulada no oceano estava a acelerar e a penetrar mais profundamente, actuando como combustível para condições meteorológicas extremas.

Cientistas climáticos que prevêem ainda o regresso do fenómeno El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, causando outros fenómenos atmosféricos).

Pplware
Autor: Pedro Pinto
09 Abr 2023


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