464: Um erro grave poderia ter matado toda a tripulação da Apollo 11

 

🇺🇸 EUA // 🛰️ NASA // 🚀APOLLO 11 // ERRO GRAVE

Com o aproximar da missão Artemis 3 que levará de novo a humanidade à Lua, algumas histórias vão sendo conhecidas, mostrando como uma viagem ao nosso satélite é extremamente perigosa e que o passado poderá mostrar a ténue linha entre o sucesso e o desastre completo.

Há um exemplo muito concreto desta fina linha, quando uma anomalia quase matou a tripulação da Apollo 11 durante a reentrada.

Um erro que quase matou os astronautas que pisaram a Lua

Aterrar uma nave espacial na Lua será sempre perigoso, e no passado, a única vez que o homem lá esteve, enfrentou momentos complicados. Por exemplo, nos momento finais do pouso, o computador da nave Eagle apontou para uma cratera cheia de pedras do “tamanho de automóveis”.

Esta acção obrigou Neil Armstrong a assumir o controlo manual, para aterrar noutro local, tendo consumidor muito pouco combustível ao efectuar a manobra.

Há, contudo, momentos que quase determinaram o fracasso das missões à Lua, numa era espacial imensamente disputada. Segundo reza a história, num momento particularmente complicado, Buzz Aldrin detectou uma anomalia que poderia ter matado não só toda a tripulação da Apollo 11, mas também a de três outras missões Apollo.

O incidente ocorreu no regresso da tripulação à Terra, três dias depois de ter deixado a Lua. Antes da descida final para a atmosfera terrestre, os módulos de comando e de serviço separaram-se, tendo a tripulação ficado no módulo de comando, pronta para a reentrada.

Nesta altura, como referiu na altura a tripulação, “…a última coisa que se quer quando se atravessa a atmosfera é ver outro pedaço de destroços de uma nave espacial a cair directamente atrás de nós.”.

Por essa razão, era suposto o Módulo de Serviço libertar um pouco de impulso e manobrar para se afastar do Módulo de Comando, reentrando na atmosfera terrestre mais tarde e longe da tripulação da Apollo 11.

Bom, na teoria era assim que devia ter sido.

Houston, temos o módulo de serviço a passar. Um pouco alto e um pouco para a direita.

Disse Buzz Aldrin à NASA em terra. Uns momento depois diz:

Está a passar agora da direita para a esquerda.

A situação deixou os controladores sem reacção por segundos, estava iminente o desastre.

Apollo 11: Mas o que teria fugido ao controlo da missão?

O problema não foi detectado na altura, no momento em que Aldrin observava que estava “a rodar como devia” e que os propulsores estavam a disparar.

Um engenheiro eléctrico que trabalhou no programa Apollo disse a Nancy Atkinson, autora de Eight Years to the Moon: The History of the Apollo Missions“, que o módulo de serviço não deveria estar “absolutamente nada perto do módulo de comando”.

Entretanto, no solo, um piloto observava o Módulo de Serviço a “desfazer-se em pedaços”, criando uma probabilidade ainda maior de colisão com o módulo do astronauta.

Estou a ver os dois, um por cima do outro. Um é o Módulo de Comando; o outro é o Módulo de Serviço.

Vejo o rasto atrás deles – que espectáculo! Dá para ver os pedaços a voar.

Disse Frank A. Brown, num relatório encontrado por Atkinson.

A tripulação, como se sabe, conseguiu regressar à Terra, onde teve lugar uma investigação sobre o incidente. A NASA descobriu que a Apollo 8 e a Apollo 10 tinham tido o mesmo problema.

Os astronautas não o tinham detectado, mas o radar tinha detectado que os dois módulos estavam perigosamente perto de colidir.

De acordo com Atkinson, a NASA identificou que a “anomalia grave” aconteceu devido a um problema no controlador a bordo do Módulo de Serviço. Diz que avançaram com a Apollo 12 com o problema ainda instalado devido à falta de tempo para o reparar.

O problema foi resolvido a tempo da Apollo 13, mas – como é famoso – surgiram outros problemas.

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Autor: Vítor M

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374: A tripulação da Apollo 11 ficou em quarentena quando voltou da Lua. Foi uma ideia muito, muito má

 

🇺🇸 EUA // 🚀 APOLLO 11 // 🌕 LUA // CONTAMINAÇÃO // EXOBIOLOGIA

Caso os astronautas trouxessem consigo organismos da Lua, a Terra teria muito provavelmente sido contaminada, pondo toda a vida no planeta em risco.

Buzz Aldrin, astronauta da missão Apollo 11, caminha na superfície lunar perto do módulo Eagle

Alguma vez viu o filme Vida Inteligente? No filme — alerta de spoilers — um grupo de astronautas está numa estação espacial a examinar amostras retiradas de Marte e descobre a primeira evidência de vida no planeta vermelho.

O organismo, apelidado de “Calvin“, é bastante inteligente e mata a maioria da tripulação, acabando por chegar à Terra à boleia de um dos sobreviventes. E se lhe disser que algo semelhante podia ter acontecido na vida real?

Quando regressaram à Terra depois de fazerem história e serem os primeiros humanos a pisar a Lua, os astronautas da missão Apollo 11 da NASA ficaram 21 dias em quarentena para garantirem que não traziam consigo nenhuns microorganismos alienígenas que nos pudessem causar problemas cá em baixo.

De acordo com um novo estudo publicado na Isis, esta ideia podia ter corrido muito, mas mesmo muito mal — do tipo “a vida no planeta podia ter sido destruída” nível de mal. Nos anos 60, a exobiologia, que estuda o potencial para vida microbiana além da Terra ainda estava a emergir, sendo vista por muitos como uma ciência ridícula.

“Em resposta, os exobiólogos argumentaram que apenas o seu campo poderia mitigar os riscos mais graves e explorar as maiores oportunidades da nova Era Espacial.

As missões para outros mundos, por isso, tinham de se salvaguardar contra a contaminação directa, que poderia comprometer a detecção de vida extraterrestre, e a contaminação reversa, que poderia ameaçar a vida – incluindo a vida humana – na Terra”, escreveu o historiador Dagomar Degroot, no novo artigo.

Estes receios não eram generalizados, mas havia algumas pessoas, incluindo o famoso astrónomo Carl Sagan, que acreditavam que a vida microbiana podia estar escondida por baixo da superfície.

Segundo Sagan, caso estes micróbios fossem trazidos até à Terra, poderíamos voltar a viver a “violência das epidemias de doenças venéreas que assolaram a Europa na Idade Média”. Soa maravilhoso.

Para acalmar a população sobre estes riscos, a NASA criou um Laboratório de Recepção Lunar onde Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins ficariam durante 21 dias depois de regressarem, para termos a certeza que quaisquer organismos possivelmente perigosos morressem antes de poderem dizimar a vida na Terra.

Tudo correu bem, os três astronautas estavam bem de saúde e sem qualquer vestígio de passageiros não convidados vindos da Lua. Mas a pesquisa concluiu que, se estes organismos existissem e não tivessem sido detectados, os procedimentos adoptados para evitar que chegassem até à Terra teriam muito provavelmente falhado.

“Os microorganismos que pareciam mais propensos a evoluir na Lua teriam infectado os astronautas, contaminado as suas naves espaciais, escapado para o Oceano Pacífico e violado a contenção no Laboratório de Recepção Lunar. O protocolo da quarentena pareceu ser um sucesso porque não foi necessário”, lê-se no estudo.

Primeiramente, a cápsula da missão que pousou no Pacífico podia ter libertado os micróbios para a atmosfera e para o oceano. A dificuldade de remover o pó lunar também poderia ter infectado os astronautas — na altura, a Barbie ainda não tinha descoberto como se livrar deste problema.

A poeira da lua estava por toda parte. Por irritar a pele e os pulmões, os dois astronautas dormiram com os seus capacetes e luvas naquela noite. Remover toda a poeira era claramente impossível. Se tivesse abrigado um patógeno, teria facilmente infectado os astronautas”, escreveu Degroot.

O filme que os astronautas usaram para tirar fotos da Lua foi rapidamente processado para o público. Enquanto os filmes eram enviados para descontaminação com gás óxido de etileno, cinco técnicos constataram que tinham sido expostos à poeira lunar durante o manuseio, relata o IFLScience.

Feitas as contas, 24 pessoas foram colocadas em quarentena. Degroot acredita que a NASA foi pouco cuidadosa nos protocolos de segurança por acreditar que a contaminação era muito improvável e por causa da pressão da corrida espacial contra os soviéticos, estando disposta a tudo para chegar primeiro à Lua.

Hoje em dia, os protocolos já são mais rigorosos e apertados. Resta-nos respirar de alívio por as falhas na primeira viagem não terem sido catastróficas. Ufa.

Adriana Peixoto, ZAP //
18 Junho, 2023


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published in: 3 meses ago

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