Com tanta notícia e acção de sensibilização relativa às alterações climáticas, certamente que todos nós temos a noção do que se está a passar no mundo e o que pode acontecer num futuro próximo. Já há alguns sinais! A temperatura da superfície dos oceanos vai bater recordes.
Oceanos: aumento é também reflexo do aquecimento global
A superfície oceânica mundial atingiu uma temperatura recordes desde o início dos registos por satélite. Segundo revela o jornal The Guardian, tendo como base dados do governo dos EUA, este aumento de temperatura está a ser responsável por ondas de calor marítimas em todo o mundo.
A temperatura média à superfície do oceano tem sido de 21,1°C desde o início de Abril de 2023, superando o anterior máximo de 21°C, um recorde estabelecido em 2016. Desde a década de 1980 que as temperaturas dos oceanos têm vindo a aumentar.
Os cientistas referem que tal cenário se pode dever ao facto dos oceanos terem registado quase três anos de um outro padrão, caracterizado pelo arrefecimento das temperaturas e ventos mais fortes.
Mais de 90% deste calor adicional, causado pela adição de gases com efeito de estufa à atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis e pela desflorestação, foi absorvido pelo oceano.
Há, inclusive, um estudo, que indica que a quantidade de calor acumulada no oceano estava a acelerar e a penetrar mais profundamente, actuando como combustível para condições meteorológicas extremas.
Cientistas climáticos que prevêem ainda o regresso do fenómeno El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, causando outros fenómenos atmosféricos).
A NASA está a monitorizar activamente uma estranha anomalia no campo magnético da Terra. Trata-se de uma região gigante de menor intensidade magnética que se estende entre a América do Sul e o Sudoeste de África.
Denominado de Anomalia do Atlântico Sul, este fenómeno em desenvolvimento tem intrigado e preocupado os cientistas ao longo dos anos, principalmente os investigadores da NASA.
Segundo o Science Alert, os satélites e naves espaciais da agência espacial são particularmente vulneráveis à força enfraquecida do campo magnético dentro da anomalia e à consequente exposição a partículas carregadas do Sol.
A Anomalia do Atlântico Sul é comparada pela NASA a uma “mossa” no campo magnético da Terra ou a um espécie de “buraco no Espaço”.
Por norma, não afecta a vida na Terra, mas o mesmo não se pode dizer da nave espacial orbital — incluindo a Estação Espacial Internacional — que passa directamente através da anomalia, à medida que circulam pelo planeta a baixas altitudes da órbita terrestre.
Durante este encontros, a força reduzida do campo magnético dentro da anomalia significa que os sistemas tecnológicos a bordos dos satélites podem entrar em curto-circuito e funcionar mal se forem atingidos por protões de alta energia que emanam do Sol.
Estes ataques aleatórios podem produzir apenas falhas de baixo nível, mas acarretam o risco de causar uma perda significativa de dados ou mesmo danos permanentes em componentes-chave.
NASA Goddard
Estas são ameaças que obrigam os operadores de satélites a desligar periodicamente os sistemas de naves espaciais, antes de estas entrarem na zona da anomalia.
A NASA está a seguir a Anomalia do Atlântico Sul para evitar danos maiores no Espaço e porque o mistério deste fenómeno representa uma grande oportunidade para investigar um acontecimento complexo e difícil de compreender.
Os amplos recursos da NASA são os mais indicados para estudar esta ocorrência.
Em 2020, Terry Sabaka, geofísico do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, explicou que “o campo magnético é na realidade uma sobreposição de campos de muitas fontes actuais”.
A fonte primária é considerada como um oceano giratório de ferro fundido dentro do núcleo exterior da Terra, a milhares de quilómetros abaixo do solo.
O movimento dessa massa gera correntes eléctricas que criam o campo magnético da Terra, mas não necessariamente de forma uniforme.
Um enorme reservatório de rocha densa chamado “Província Africana de Grande Velocidade de Cisalhamento Baixa”, localizado a cerca de 2.900 quilómetros abaixo do continente africano, perturba a geração do campo, resultando no dramático efeito de enfraquecimento, auxiliado pela inclinação do eixo magnético do planeta.
Weijia Kuang, geofísico da NASA Goddard, disse, também em 2020, que “a Anomalia do Atlântico Sul observada também pode ser interpretada como consequência do enfraquecimento do domínio do campo dipolo na região”.
“Mais especificamente, um campo localizado com polaridade invertida cresce fortemente na região da Anomalia do Atlântico Sul, tornando, assim, a intensidade do campo muito fraca — mais fraca do que a das regiões circundantes”, explicou.
O que significa para o futuro da Anomalia do Atlântico Sul ainda é desconhecido, mas, de qualquer forma, há provas que sugerem que a anomalia não é algo novo.
Um estudo publicado em Julho de 2020 sugeriu que o fenómeno não é um acontecimento estranho de tempos recentes, mas um acontecimento magnético recorrente que pode ter afectado a Terra desde há 11 milhões de anos.
Se assim for, isso poderá indicar que a Anomalia do Atlântico Sul não é um gatilho ou um percurso de toda a inversão do campo magnético do planeta, que é algo que realmente acontece, talvez durante centenas de milhares de anos de cada vez.
“Embora a Anomalia do Atlântico Sul esteja a avançar lentamente, está a passar por alguma mudança na morfologia, por isso é também importante que continuemos a observá-la, tendo missões contínuas”, disse Sabaka. “Porque é isso que nos ajuda a fazer modelos e previsões”.