313: Os T. Rex eram enormes covardes (e há imagens que o provam)

 

CIÊNCIA // PALEONTOLOGIA // 🦖 T. REX

A ideia de que o T. rex é uma criatura imponente e que nenhum outro dinossauro o conseguia assustar não é propriamente correcta.

Apple TV+

Os filmes da saga Jurassic Park ajudaram, em grande parte, a montar a imagem cerebral que temos dos dinossauros.

O Tyrannosaurus rex, mais conhecido por T. rex, é talvez a personagem principal do nosso imaginário. Pensamos nele como uma criatura feroz, talvez até a mais temida do reino animal há 66 milhões de anos.

A realidade pode, no entanto, deixar a desejar. De acordo com o mais recente documentário da Apple TV+, Prehistoric Planet, o T. rex preferia mais evitar conflitos e fugir do que propriamente entrar em confrontos.

No documentário, a certa altura, surge um Quetzalcoatlus, um pterossauro com seis metros de altura, ligeiramente maior do que o T.rex. Uma reconstrução 3D mostra o dinossauro terrestre receoso, que começa a recuar à medida que surge outro predador.

A icónica voz de David Attenborough narra o momento e explica que uma única bicada do Quetzalcoatlus pode cegar um olho do tiranossauro.

“É claro que toda a gente pensa sempre no Tyrannosaurus rex como o predador supremo: uma máquina de matar imparável que corta as outras coisas ao meio”, diz o paleontólogo Darren Naish, em declarações à BBC Science Focus.

“Mas nenhum predador se comporta desta forma. Todos os predadores fazem coisas para minimizar o risco de ferimentos e morte para si próprios.

Há casos em que o seu comportamento é muito conservador, quase covarde. O tamanho de uma girafa é ligeiramente maior do que o T. rex”, acrescenta.

É mais uma novidade decepcionante na sequência do recente estudo que sugere que o focinho do mítico tiranossauro era mais parecido com o dos lagartos, com lábios, do que com o dos crocodilos, com os seus grandes dentes expostos.

Mas, como é que os investigadores podem inferir o comportamento do T. rex em situações como a vista no vídeo? Não é mero achismo. São retratos baseados em evidências científicas.

Naish explica que a resposta vem de uma combinação de factores, nomeadamente a sua anatomia e o comportamento de animais de hoje que são semelhantes a estes animais extintos.

ZAP //
31 Maio, 2023


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312: Tripulação de missão privada à ISS volta para Terra

 

🌎 ESPAÇO // 👨‍🚀 ISS // REGRESSO

Rayana Barnawi, tornou-se a primeira mulher saudita a viajar para o espaço.

© JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Dois sauditas e dois americanos membros de uma missão espacial privada retornaram à Terra na madrugada desta quarta-feira (31), depois de passarem dez dias a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A cápsula da SpaceX que os transportava pousou nas águas do estado da Florida, sudeste dos Estados Unidos, encerrando a missão Ax-2 da empresa americana Axiom Space.

Rayana Barnawi, uma cientista que se tornou a primeira mulher saudita a viajar para o espaço, e Ali al Qarni, um piloto de combate treinado, foram os dois primeiros cidadãos sauditas a permanecer a bordo da ISS. Foram promovidos pelo governo saudita.

Também fizeram parte da tripulação o empresário americano John Shoffner e a comandante da missão, Peggy Whitson, ex-astronauta da Agência Espacial Americana (NASA) que esteve na ISS pela quarta vez.

“Bem-vindos de volta à Terra!”, publicou no Twitter o director da NASA, Bill Nelson.

“Foi uma viagem incrível para a tripulação de astronautas privados do Ax-2. Fizeram experimentos científicos cruciais e trouxeram as maravilhas do espaço para mais perto de todos nós”, acrescentou.

Os quatro astronautas descolaram da Florida em 21 de maio, a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, de propriedade do magnata Elon Musk. Durante sua missão, deram 126 voltas na Terra, de acordo com um comunicado da Axiom Space.

Foi a segunda missão da empresa na estação espacial, após uma primeira realizada em Abril de 2022.

Para a Axiom Space, estas missões são um primeiro passo para um objectivo mais ambicioso: a construção de sua própria estação espacial, cujo primeiro módulo será lançado no final de 2025.

A estrutura será, primeiramente, acoplada à ISS e, depois, separada, para operar de forma independente.

A NASA planeia aposentar a ISS por volta de 2030. Em seu lugar, passará a enviar seus astronautas para estações privadas, que também hospedarão outros clientes.

D.N.
DN/AFP
31 Maio 2023 — 18:40


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311: Primeiro satélite espião da Coreia do Norte despenhou-se no mar

 

– O rapazote perdeu o seu brinquedo…

🇰🇵 COREIA DO NORTE // ☢️ NUCLEAR // ⚠️ SATÉLITES

Foguetão que transportava o primeiro satélite espião norte-coreano despenhou-se nas águas do mar. Lançamento deu origem a ordens de evacuação na Coreia do Sul e no Japão.

(dv) KCNA / YONHAP
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un

A Coreia do Norte disse que a tentativa de colocar esta quarta-feira em órbita o primeiro satélite espião do país fracassou, de acordo com meios de comunicação estatais.

O foguetão que transportava o satélite despenhou-se nas águas ao largo da costa ocidental da península coreana, depois de ter perdido o impulso após as etapas iniciais.

Cientistas estão a estudar a causa da falha, adiantou o comunicado.

Entretanto, o exército sul-coreano anunciou que está a recuperar os alegados destroços do satélite.

“Por volta das 08:05 de hoje (00:05 de Lisboa), os nossos militares identificaram um objecto que se acredita fazer parte do ‘veículo de lançamento espacial’ reivindicado pela Coreia do Norte nas águas a 200 quilómetros a oeste da ilha de Eocheong e estão em vias de o recuperar”, declarou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O foguetão foi lançado por volta das 06:30 locais (22:30 de terça-feira em Lisboa) da zona noroeste de Tongchang-ri, onde está localizado o principal centro de lançamento espacial da Coreia do Norte, disse o Estado-Maior Conjunto sul-coreano.

Seul afirmou que o foguetão teve “um voo anormal”, antes de cair na água. A Coreia do Sul referiu ainda que estava preparada militarmente, em coordenação com os Estados Unidos.

O secretário-geral do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse aos jornalistas que nenhum objecto terá chegado ao espaço.

Este ano, a Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis em resposta aos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul.

Responsáveis sul-coreanos e norte-americanos dizem que os simulacros são de natureza defensiva e foram organizados para responder à crescente ameaça militar da Coreia do Norte.

A Coreia do Norte já tinha avisado que planeava lançar o satélite e que este passaria pelo Japão.

Ordens de evacuação na Coreia do Sul e Japão

O lançamento norte-coreano deu origem a ordens de evacuação na Coreia do Sul e no Japão.

A capital sul-coreana, Seul, emitiu alertas através de altifalantes públicos e mensagens de texto para telemóveis, dizendo aos residentes para estarem preparados para deixarem as suas casas. No entanto, não foram registados danos ou perturbações de relevo e Seul acabou por levantar o alerta.

A Coreia do Norte alertou que o satélite passaria pelo Japão, que por sua vez avisou que não ia ficar a ver.

Também as autoridades nipónicas activaram o sistema de alerta de mísseis para a prefeitura de Okinawa, no sudoeste do Japão, que se acreditava estar na trajectória do foguetão.

“Qualquer lançamento de míssil por parte da Coreia do Norte, mesmo que seja designado por ‘satélite’, constitui uma violação grave das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e um problema sério para a segurança das pessoas”, avisou Fumio Kishida, primeiro-ministro.

E reforçou: “Tomaremos medidas destrutivas contra mísseis balísticos e outros mísseis que possam aterrar no nosso território”.

Pyongyang criticada pelo lançamento

Um alto funcionário norte-coreano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse na terça-feira que o país precisava de um sistema de reconhecimento espacial para fazer face à escalada das ameaças por parte da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

Washington condenou veementemente Pyongyang pelo lançamento, que utilizou tecnologia de mísseis balísticos, em violação das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, “exorta a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] a retomar os esforços diplomáticos em direcção à paz sustentável e à desnuclearização completa e verificável na península coreana”, disse o porta-voz do responsável da organização internacional, Stéphane Dujarric, na terça-feira, em comunicado.

“Qualquer lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos seria contrário às resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, concluiu.

ZAP // Lusa
31 Maio, 2023


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310: Cinco pequenos detalhes mudariam a história cósmica (e impediriam a nossa existência)

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // UNIVERSO

Se as origens do Universo fossem ligeiramente diferentes, os planetas, estrelas, galáxias ou reacções químicas poderiam nunca ter existido. Se algum destes cinco acontecimentos universais fosse ligeiramente diferente, seria fisicamente impossível para os seres humanos surgir no Universo.

NASA

Um Universo muito equilibrado não criaria estrelas ou galáxias. E um Universo que se expandisse mais depressa ou mais lentamente não ficaria estável por tempo suficiente para formar átomos.

Se as origens do Universo fossem ligeiramente diferentes, os planetas, estrelas, galáxias ou reacções químicas poderiam nunca ter existido, conta o Big Think.

A nossa realidade seria totalmente inimaginável se estes cinco insignificantes acontecimentos — que põem em causa a nossa existência — se tivessem proporcionado.

1. E se o Universo fosse na verdade perfeitamente uniforme quando nasceu?

Se tivéssemos uma quantidade igual de matéria e radiação em todo o Universo, desde sempre, todos os pontos do Universo iriam sofrer um puxão gravitacional em todas as direcções, uma vez que a ideia do crescimento e colapso gravitacional depende de uma imperfeição inicial.

Se o nosso Universo tivesse nascido exactamente uniforme, não haveria estrutura, estrelas ou reacções químicas em nenhum lugar do cosmos.

2. E se a velocidade de expansão e os efeitos da gravidade não fossem perfeitamente equilibrados?

NASA

Normalmente associamos o Universo a um lugar bastante estável, mas isso só acontece porque há duas coisas que têm estado equilibradas por muito tempo: a velocidade de expansão do Universo e os efeitos de desaceleração de toda a matéria e radiação no Universo. Hoje, esses dois efeitos não coincidem, e é por isso que dizemos que a expansão do Universo está a acelerar.

No entanto, nos primeiros seis mil milhões de anos da história do Universo, estas forças correspondiam-se na perfeição, fazendo com que a energia escura (energia que tende a acelerar a expansão o universo) estivesse indetectável.

A velocidade de expansão do universo tem aumentado. No início, este era mais quente, mais denso, ocupava um espaço muito mais pequeno e também expandia muito mais rápido.

O Universo, que hoje tem uma densidade equivalente a 1 protão por metro cúbico, já teve uma densidade muito maior.

Desequilibrando essa densidade, aumentando-a por 0.00000000001%, o Universo teria colapsado sobre si e sido eliminado em menos de um segundo.

Diminuindo a densidade pela mesma quantidade, o Universo teria expandido tão rapidamente que nenhum protão ou electrão se encontrariam, impedindo a formação de qualquer átomo.

3. E se existisse a mesma quantidade de matéria e antimatéria?

O facto de vivermos num Universo com mais matéria do que antimatéria tem fascinado os especialistas, que ainda não têm uma resposta que explique essa desigualdade.

Sabemos que antes, esse equilíbrio existia, mas que houve algum acontecimento que fez com que passassem a haver cerca de 1,000,000,001 partículas de matéria para 1,000,000,000 de partículas antimatéria.

Se o Universo não tivesse criado essa assimetria cedo na sua existência, os humanos nunca teriam sido criados (nem nenhuma forma de vida anterior a eles).

Mais uma vez, o que explica esta tragédia imaginária é a existência de poucos protões e antiprotões, electrões e positrões — provocado pela aniquilação da matéria e antimatéria. Desencontrados, estes nunca formariam átomos.

Neste cenário, a radiação continuaria a dispersar-se destas partículas por milhões de anos e a densidade média da matéria e antimatéria seria cerca de 10 mil milhões menos densa do que a actual.

4. E se não houvesse matéria escura?

NASA / JPL-Caltech
Ilustração que mostra a Terra cercada por filamentos de matéria escura chamados “cabelos”

A matéria escura pode ser vista como a ‘cola‘ das grandes estruturas do nosso universo, mas as suas funções vão além disso. Ela também proporciona a maioria da massa gravitacional que forma as galáxias e previne a sua degradação provocada pela matéria normal e pela radiação.

Sem matéria escura, não haveria planetas rochosos, bioquímica nem vida. Apenas existiriam as primeiras gerações de estrelas.

Isto porque a fase inicial dominada pela radiação do Universo eliminaria as suas imperfeições. Enquanto isso, as galáxias que se formaram passariam por uma explosão de formação de estrelas, que por sua vez ferveriam toda a matéria circundante, ejectando-a totalmente da galáxia.

5. E se a energia escura não fosse constante no espaço ou no tempo?

Esta é uma possibilidade que está ainda em aberto.

Esta energia aparenta ter uma densidade constante no tempo e no espaço, mas não temos a certeza como é que ela se comportava ou se sequer existiu na primeira metade da história do Universo.

O Universo está dependente desta energia: se ela fortalece, o Universo pode romper-se; se enfraquecer, ele pode colapsar.

Entre uma das 400 mil milhões de estrelas, foi na Via Láctea que a vida ficou e evoluiu.

ZAP //
31 Maio, 2023


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309: Astrofotografia lunar

 

Flag for Portugal Lisbon, Portugal — Moonrise, Moonset, and Moon Phases, Maio 2023

Moon: 80.9%

Waxing Gibbous

Current Time: 31 de Mai de 2023, 1:23:06
Moon Direction: 236,59° WSW
Moon Altitude: 26,39°
Moon Distance: 390.127 km
Next Full Moon: 4 de Jun de 2023, 4:41
Next New Moon: 18 de Jun de 2023, 5:37
Next Moonset: Today, 3:54

Stellarium

31.05.2023

Céu com alguma nebulosidade

Nikon B500 (DF 910mm) + mini-tripé Genesis Base ABT + Rótula Panorâmica Sevenoak SK-EBH01 + Rótula com Bola Mantona
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Astrónomos descobrem um sistema planetário crucial para compreender o mecanismo de formação das misteriosas “super-Terras”

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // SUPER-TERRAS

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Liège – utilizando observações do telescópio TESS da NASA – apresenta a detecção de um sistema com dois planetas ligeiramente maiores do que a Terra a orbitar uma estrela fria numa dança sincronizada. Denominado TOI-2096, o sistema está situado a 150 anos-luz da Terra. Esta descoberta foi publicada na revista Astronomy & Astrophysics.

Impressão artística do sistema TOI-2096.
Crédito: Lionel J. Garcia

A descoberta é o resultado de uma estreita colaboração entre universidades europeias e americanas e foi possível graças à missão espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), que tem por objectivo encontrar planetas que orbitem estrelas brilhantes próximas.

“O TESS está a realizar um estudo de todo o céu utilizando o método de trânsito, ou seja, monitorizando o brilho estelar de milhares de estrelas na procura de uma ligeira diminuição de brilho, que poderia ser provocado por um planeta que passa entre a estrela e o observador.

No entanto, apesar do seu poder de detecção de novos mundos, a missão TESS precisa do apoio de telescópios terrestres para confirmar a natureza planetária dos sinais detectados”, explica Francisco J. Pozuelos, astrofísico, primeiro autor do artigo científico, antigo membro do laboratório ExoTIC (Unidade de Investigação em Astrobiologia/Faculdade de Ciências, ULiège) e que passou a integrar o IAA-CSIC (Instituto Astrofísica Andalucía – Consejo Superior de Investigaciones Científicas) na Espanha.

Os planetas TOI-2096 b e TOI-2096 c foram observados com uma rede internacional de telescópios terrestres, permitindo a sua confirmação e caracterização. A maior parte dos trânsitos foram obtidos com telescópios dos projetos TRAPPIST e SPECULOOS, liderados pela Universidade de Liège.

“Ao fazer uma análise exaustiva dos dados, descobrimos que os dois planetas estavam em órbitas ressonantes: por cada órbita do planeta exterior, o planeta interior orbita a estrela duas vezes”, diz Mathilde Timmermans, estudante de doutoramento no laboratório ExoTIC da ULiège e segunda autora do artigo científico.

Os seus períodos estão, portanto, muito próximos de serem um múltiplo um do outro, com cerca de 3,12 dias para o planeta b e cerca de 6,38 dias para o planeta c. Trata-se de uma configuração muito particular, que provoca uma forte interacção gravitacional entre os planetas.

Esta interacção atrasa ou acelera a passagem dos planetas em frente da sua estrela e pode levar à medição das massas planetárias utilizando telescópios maiores num futuro próximo”.

Os investigadores responsáveis pela descoberta estimam que o raio do planeta b – o mais próximo da sua estrela – é 1,2 vezes superior ao da Terra, daí o nome “super-Terra”.

As suas propriedades poderão ser semelhantes às da Terra: um planeta com uma composição maioritariamente rochosa, possivelmente rodeado por uma fina atmosfera.

Da mesma forma, o raio do planeta c corresponde a 1,9 vezes o raio da Terra e a 55% do de Neptuno, o que poderá colocar o planeta na categoria dos “mini-Neptunos”, planetas compostos por um núcleo rochoso e gelado rodeado por atmosferas extensas ricas em hidrogénio ou água, como Úrano e Neptuno no nosso Sistema Solar.

Estes tamanhos são muito interessantes porque o número de planetas com um raio entre 1,5 e 2,5 vezes o da Terra é inferior ao que os modelos teóricos prevêem, tornando estes planetas uma raridade.

Estes planetas são de importância crucial devido aos seus tamanhos”, observa Mathilde Timmermans, “a formação de super-Terras e mini-Neptunos permanece actualmente um mistério. Vários modelos de formação tentam explicá-lo, mas nenhum se adapta perfeitamente às observações.

TOI-2096 é o único sistema encontrado até à data com uma super-Terra e um mini-Neptuno precisamente nos tamanhos em que os modelos se contradizem. Por outras palavras, TOI-2096 pode ser o sistema que estávamos à procura para compreender como é que estes sistemas planetários se formaram”.

“Além disso, estes planetas estão entre os melhores da sua categoria para estudar as suas possíveis atmosferas”, explica Francisco J. Pozuelos.

“Graças aos tamanhos relativos dos planetas em comparação com o da estrela hospedeira, bem como ao brilho estelar, achamos que este sistema é um dos melhores candidatos para um estudo detalhado da sua atmosfera com o Telescópio Espacial James Webb. Esperamos ser capazes de o fazer rapidamente, em coordenação com outras universidades e centros de investigação.

Estes estudos ajudarão a confirmar a presença de uma atmosfera, extensa ou não, à volta dos planetas b e c, dando-nos assim pistas sobre o seu mecanismo de formação”.

// Universidade de Liège (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Astronomy & Astrophysics)
// Artigo científico (arXiv.org)

Astronomia – Centro Ciência Viva do Algarve
30 de Maio de 2023


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307: A procura por planetas habitáveis cresce

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // PLANETAS

Uma equipa de investigadores da Universidade do Michigan está a sugerir uma nova forma de expandir a procura de planetas habitáveis que tem em conta uma zona não considerada anteriormente: o espaço entre a estrela e aquilo a que se chama a “linha de fuligem” nos discos de formação planetária.

Impressão artística de um jovem disco de formação planetária ilustrando as localizações respectivas das linhas de fuligem e de água gelada. Os planetas nascidos no interior da linha de fuligem serão ricos em silicato. Planetas nascidos no interior da linha de água gelada, mas exteriores à linha de fuligem, serão ricos em silicato e fuligem. Os planetas nascidos no exterior da linha de água gelada serão mundos de água.
Crédito: Ari Gea/SayoStudio

Os mundos que se formam nesta região – um disco de poeira que gira em torno de uma estrela central a partir da qual se podem construir planetas – podem ter superfícies ricas em compostos de carbono voláteis muito diferentes dos da Terra.

Estes planetas seriam também ricos em carbono orgânico, mas pobres em água, de acordo com Ted Bergin, que liderou o estudo que incluiu geoquímicos, cientistas planetários, astro-químicos e especialistas em exoplanetas.

Quando procuramos planetas semelhantes à Terra, estamos particularmente interessados não só em corpos que se pareçam com o nosso, mas também naqueles que se formaram por processos semelhantes.

Os modelos actuais de exoplanetas rochosos são construídos com base em condições atmosféricas e composições semelhantes às da Terra, incluindo as moléculas essenciais à vida que se formam a partir de blocos de carbono e água.

Estes modelos também se focam em zonas dentro dos discos de formação planetária chamadas linhas de gelo, regiões suficientemente distantes da estrela central do disco que marcam o local onde a água ou outras moléculas chave passam do estado gasoso para o estado sólido.

Os mundos terrestres, como o nosso planeta, formaram-se a partir de sólidos. Há muito que se pensa que a Terra, que contém apenas cerca de 0,1% de água em massa, deve ter-se formado dentro da linha da água gelada.

Mas esse tipo de modelo pode ser demasiado limitado, disse Bergin. Para expandir a procura por planetas habitáveis, Bergin e a sua equipa de investigação sugerem um novo modelo que considera a “linha de fuligem”, um limite mais próximo da estrela no sistema. Entre esta fronteira e a estrela, os compostos orgânicos nos sólidos sublimam do estado sólido para o gasoso.

A consideração desta região englobaria também planetas rochosos que podem ter mais carbono do que a Terra, levantando questões sobre o que isso significa para a habitabilidade deste tipo de planetas.

As conclusões da equipa de investigação interdisciplinar foram publicadas na revista The Astrophysical Journal Letters.

“Acrescenta uma nova dimensão à nossa procura da habitabilidade. Pode ser uma dimensão negativa ou positiva”, disse Bergin. “É excitante porque conduz a todo o tipo de possibilidades infinitas”.

Tal como a Terra é pobre em água, também é pobre em carbono, disse Bergin. Quando se formou, provavelmente recebeu apenas 1 átomo de carbono por cada 100 disponíveis nos materiais de formação planetária. Os astrónomos pensam que a linha de fuligem explica porque é que a Terra tem tão pouco carbono.

Se os blocos de construção da Terra se formaram no interior da linha de fuligem, a temperatura e a radiação solar atingiram os materiais que iriam formar o jovem planeta, transformando os compostos ricos em carbono em gás e limitando o carbono nos sólidos que são fornecidos à Terra em formação.

O modelo da equipa teoriza sobre a formação de outros planetas nascidos entre a linha de fuligem e as linhas de água gelada.

Um tal mundo não parece existir no nosso Sistema Solar, mas o nosso Sistema Solar não é representativo da maioria dos sistemas planetários conhecidos à volta de outras estrelas, disse Bergin. Estes outros sistemas planetários são completamente diferentes.

Os seus planetas estão mais próximos do Sol e são muito maiores, variando em tamanho desde as chamadas super-Terras até aos mini-Neptunos, acrescentou.

“São grandes rochas ou pequenos gigantes gasosos – este é o tipo mais comum de sistema planetário. Portanto, talvez, dentro de todos os outros sistemas estelares da Via Láctea, exista uma população de corpos que não reconhecemos antes e que têm muito mais carbono no seu interior.

Quais são as consequências disso?”, disse Bergin. “O que isto significa para a habitabilidade precisa de ser explorado”.

No seu estudo, a equipa modela o que acontece quando um mundo rico em silicatos com 0,1% e 1% de carbono em massa e um conteúdo variável de água se forma na região da linha de fuligem.

A equipa descobriu que um planeta assim desenvolveria uma atmosfera rica em metano através de um processo chamado “desgaseificação”. Nesta circunstância, os compostos orgânicos num planeta rico em silicatos produzem uma atmosfera rica em carbono.

A presença de metano proporciona um ambiente fértil para a geração de neblinas através de interacções com fotões estelares. Isto é análogo à geração de neblinas a partir do metano em Titã, no nosso próprio Sistema Solar.

“Os planetas que nascem nesta região, que existe em todos os sistemas de formação planetária, libertarão mais carbono volátil dos seus mantos”, disse Bergin. “Isto pode levar à produção natural de neblinas.

Tais névoas foram observadas nas atmosferas de exoplanetas e têm o potencial de mudar o cálculo do que consideramos mundos habitáveis”.

A neblina à volta de um planeta pode ser um sinal de que o planeta tem carbono volátil no seu manto. E mais carbono, a espinha dorsal da vida, no manto de um planeta, significa que o planeta tem uma hipótese de ser considerado habitável – ou pelo menos merece um segundo olhar, disse Bergin.

“Se isto for verdade, então pode haver uma classe comum de planetas nublados com carbono volátil abundante, e o que isso significa para a habitabilidade precisa de ser explorado”, disse.

“Mas depois há o outro aspecto: E se tivermos um mundo da dimensão da Terra, onde há mais carbono? O que é que isso significa para a habitabilidade, para a vida? Não sabemos, e isso é excitante”.

// Universidade do Michigan (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal Letters)
// Artigo científico (arXiv.org)

Astronomia – Centro Ciência Viva do Algarve
30 de maio de 2023


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Físicos vão ouvir atentamente o “timbre” dos buracos negros

 

CIÊNCIA // FÍSICA // BURACOS NEGROS

A teoria da relatividade geral de Albert Einstein descreve a forma como o tecido do espaço e do tempo, ou espaço-tempo, é curvado em resposta à massa. O nosso Sol, por exemplo, deforma o espaço à nossa volta de tal forma que o planeta Terra orbita o Sol como um berlinde atirado para um funil (a Terra não cai para o Sol devido ao impulso lateral do planeta).

Representação artística do espaço-tempo de um buraco negro em teorias da gravidade modificadas. O buraco negro no centro é o remanescente da fusão de um buraco negro binário e está a emitir as suas últimas ondas gravitacionais antes de assentar. As ondas gravitacionais previstas pela relatividade geral são representadas pelas espirais azuis que se afastam do buraco negro. Os desvios da relatividade geral podem aparecer como deformações das ondas gravitacionais e são representados pelas espirais vermelhas.
Crédito: Yasmine Steele da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

A teoria, que foi revolucionária na altura em que foi proposta em 1915, reformulou a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo. Por muito fundamental que esta teoria seja para a própria natureza do espaço à nossa volta, os físicos dizem que pode não ser o fim da história.

Em vez disso, defendem que as teorias quânticas da gravidade, que tentam unificar a relatividade geral com a física quântica, contêm segredos sobre o funcionamento do nosso Universo a níveis mais profundos.

Um dos sítios onde se podem procurar assinaturas quânticas de gravidade é nas poderosas colisões entre buracos negros, onde a gravidade atinge o seu ponto mais extremo.

Os buracos negros são os objectos mais densos do Universo – a sua gravidade é tão forte que espremem os objectos que neles caem como se fossem esparguete. Quando dois buracos negros colidem e se fundem num corpo maior, perturbam o espaço-tempo em redor, enviando ondas gravitacionais em todas as direcções.

O LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), financiado pela NSF (National Science Foundation) e gerido pelo Caltech e pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), tem vindo a detectar regularmente ondas gravitacionais geradas por fusões de buracos negros desde 2015 (os seus observatórios parceiros, Virgo e KAGRA, juntaram-se à caça em 2017 e 2020, respectivamente). No entanto, até agora, a teoria da relatividade geral tem passado teste após teste, sem sinais de ruptura.

Agora, dois novos artigos científicos liderados pelo Caltech, publicados na revista Physical Review X e na revista Physical Review Letters, descrevem novos métodos para submeter a relatividade geral a testes ainda mais rigorosos.

Observando mais de perto as estruturas dos buracos negros e as ondulações no espaço-tempo que produzem, os cientistas procuram sinais de pequenos desvios da relatividade geral que indiciem a presença de gravitação quântica.

“Quando dois buracos negros se fundem para produzir um buraco negro maior, o buraco negro final toca como um sino”, explica Yanbei Chen, professor de física no Caltech e co-autor de ambos os estudos.

“A qualidade do toque, ou o seu timbre, pode ser diferente das previsões da relatividade geral se certas teorias da gravitação quântica estiverem corretas.

Os nossos métodos foram concebidos para procurar diferenças na qualidade desta fase de descida do zumbido, como os harmónicos e os sobre-tons, por exemplo”.

O primeiro artigo, coliderado por Dongjun Li, estudante do Caltech, e Pratik Wagle, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, apresenta uma nova equação para descrever o ‘toque’ dos buracos negros no âmbito de certas teorias quânticas da gravidade, ou naquilo a que os cientistas chamam o regime para lá da relatividade geral.

O trabalho baseia-se numa equação inovadora desenvolvida há 50 anos por Saul Teukolsky, professor de astrofísica teórica no Caltech. Teukolsky tinha desenvolvido uma equação completa para compreender melhor a forma como as ondulações da geometria do espaço-tempo se propagam à volta dos buracos negros.

Em contraste com os métodos numéricos da relatividade, em que são necessários supercomputadores para resolver simultaneamente muitas equações diferenciais da relatividade geral, a equação de Teukolsky é muito mais simples de utilizar e, como Li explica, fornece uma visão física directa do problema.

“Se alguém quiser resolver todas as equações de Einstein da fusão de um buraco negro para a simular com precisão, tem de recorrer a supercomputadores”, diz Li.

“Os métodos numéricos da relatividade são extremamente importantes para simular com exactidão as fusões de buracos negros e constituem uma base crucial para a interpretação dos dados do LIGO.

Mas é extremamente difícil para os físicos extrair intuições directamente dos resultados numéricos. A equação de Teukolsky dá-nos uma visão intuitiva do que se está a passar na fase de descida do zumbido”.

Li e os seus colaboradores conseguiram, pela primeira vez, pegar na equação de Teukolsky e adaptá-la a buracos negros no regime para lá da relatividade geral.

“A nossa nova equação permite-nos modelar e compreender as ondas gravitacionais que se propagam à volta dos buracos negros, que são mais exóticas do que Einstein previu”, afirma.

O segundo artigo, publicado na revista Physical Review Letters, liderado pelo estudante de Caltech, Sizheng Ma, descreve uma nova forma de aplicar a equação de Li aos dados reais obtidos pelo LIGO e pelos seus parceiros na sua próxima série de observações.

Esta abordagem de análise de dados utiliza uma série de filtros para remover características do “toque” de um buraco negro previstas pela relatividade geral, de modo a que possam ser reveladas assinaturas potencialmente subtis para lá da relatividade geral.

“Podemos procurar características descritas pela equação de Dongjun nos dados que o LIGO, o Virgo e o KAGRA irão recolher”, diz Ma. “Dongjun encontrou uma forma de traduzir um grande conjunto de equações complexas numa só equação, o que é extremamente útil.

Esta equação é mais eficiente e mais fácil de usar do que os métodos que usámos anteriormente”.

Os dois estudos complementam-se bem, diz Li. “Estava inicialmente preocupado que as assinaturas que a minha equação prevê ficassem enterradas sob múltiplos sobre-tons e harmónicos; felizmente, os filtros de Sizheng conseguem remover todas estas características conhecidas, o que nos permite focar apenas nas diferenças”, afirma.

Chen acrescentou: “Trabalhando em conjunto, as descobertas de Li e Ma podem aumentar significativamente a capacidade da nossa comunidade para sondar a gravidade”.

// Caltech (comunicado de imprensa)
// Artigo científico #1 (Physical Review X)
// Artigo científico #1 (arXiv.org)
// Artigo científico #2 (Physical Review Letters)
// Artigo científico #2 (arXiv.org)

Astronomia – Centro Ciência Viva do Algarve
30 de Maio de 2023


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305: Professor de Stanford tem 100% de certeza de que há extraterrestres na Terra há décadas

 

CIÊNCIA // 🚀 ALIENÍGENAS // 🌎 TERRA

O professor acredita que os extraterrestres já acompanham a vida na Terra com drones e com Inteligência Artificial há décadas.

Pawel86 / Pixabay

Garry Nolan, um doutorado e professor no Departamento de Patologia da Universidade de Stanford, diz ter a certeza de que os extraterrestres já visitaram a Terra — e que até vivem entre nós há décadas.

Estas declarações foram feitas durante uma sessão chamada “O Pentágono, a Inteligência Extraterrestre e os OVNIs que se despenharam”, durante a conferência SALT iConnection 2023, que reúne investidores e legisladores para a discussão de inovações que afectem o panorama político, económico e financeiro.

“Os aliens estão na Terra há muito tempo e ainda cá estão“, defende o cientista. Perante a pressão do apresentador Alex Klokus, que lhe pediu para dar uma percentagem sobre a sua certeza de que isto é verdade, Nolan respondeu prontamente — “100%”.

O cientista lembra ainda o sinal Wow! — uma explosão de ondas de rádio captada em 1977 que foi 30 vezes mais forte do que a típica radiação de fundo e que despertou questões sobre se teria sido uma mensagem de extraterrestres, explica o Interesting Engineering.

“As pessoas falam sobre o sinal Wow! à procura de inteligência extraterrestre. O sinal Wow! é que as pessoas o veem quase regularmente, essa é a comunicação que já está aqui. Acho que é uma forma avançada de inteligência que usa algum tipo de intermediário.

Não é que eles andem entre nós com um fato de pele humana”, explica, sugerindo antes que os aliens estão a vigiar os humanos com drones e formas avançadas de inteligência artificial.

O professor compara a situação com a surpresa das tribos nativas na América do Sul quando viram os navios espanhóis. “Eles não sabiam o que estavam a ver ou quem estava a chegar.

Eles estão a aparecer e a dizer quem entre vocês é inteligente o suficiente para perceber o que está a ver. Vocês pode ver o que está à vossa frente como realmente é? Podem ver os dados anómalos?“, questiona.

“Esta não uma opinião só minha. O National Defense Authorization Act aprovado no ano passado e assinado por Biden em Dezembro. 30 páginas disso é a criação de um departamento de fenómenos aéreos não identificados“, frisa.

Questionado sobre qual é a evidência mais convincente para a sua alegação de vida alienígena na Terra, Nolan reitera: “Só precisa de olhar para o que o Governo está a fazer agora sobre isso”.

ZAP //
29 Maio, 2023


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304: Descobertas 5.000 novas espécies de animais nas profundezas do oceano

 

CIÊNCIA // BIOLOGIA // ESPÉCIES MARINHAS

Os contratos de mineração em águas profundas ameaçam estas 5.000 espécies que acabaram de ser descobertas.

Museu de História Natural de Londres

Mais de 5.000 novas espécies de animais até agora desconhecidas foram descobertas nas profundezas do Coeano Pacífico. A revelação é relatada num novo estudo publicado na Current Biology.

A Zona Clarion-Clipperton (CCZ) é uma zona de fractura – uma grande cicatriz do fundo do mar deformado criada por movimentos de placas tectónicas – que se estende do México ao Havai e cobre cerca de 2,3 milhões a 6 milhões de quilómetros quadrados, o que é cerca de 3,5 vezes a área do Alasca.

O fundo do mar CCZ é coberto por nódulos esféricos do tamanho de batatas que são ricos em metais altamente desejados, como manganês, cobalto e níquel, bem como pequenas concentrações de elementos extremamente valiosos, o que o tornou muito atractivo para empresas de mineração de águas profundas.

Os investigadores compilaram a primeira lista abrangente de espécies animais encontradas na região com o recurso a dados de mais de 100 000 registos recolhidos durante viagens de pesquisa, refere o Live Science.

O novo banco de dados, conhecido como lista de verificação CCZ, contém 5.580 espécies de animais, das quais apenas 438 têm nomes oficiais. Mas os cientistas estimam que pode haver entre 6.000 e 8.000 espécies de animais no CCZ e que entre 88% e 92% destas podem ainda não ter sido identificadas.

O filo mais abundante é o dos artrópodes — invertebrados com exoesqueleto, como os crustáceos — que compõe 27% do banco de dados; seguido pelos anelídeos, ou vermes segmentados, que perfazem 18% da lista; e nematóides, ou vermes não segmentados, que correspondem a 16% das espécies.

Das espécies nomeadas, apenas seis foram encontradas fora do CCZ, o que sugere que a maioria das espécies não identificadas listadas também são endémicas da região.

Todo o CCZ está fora da jurisdição nacional de qualquer país, sendo administrado pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) das Nações Unidas.

Actualmente, a mineração em águas profundas em áreas fora da jurisdição nacional é proibida, mas a ISA pode dar contratos de exploração. Até agora, o ISA concedeu 17 contratos no CCZ que abrangem 1,2 milhões de quilómetros quadrados.

Os impactos ambientais destas explorações são actualmente limitados. Mas a ISA pode começar a conceder contratos completos em Julho de 2023, após o prazo para os países concordarem com os novos regulamentos de mineração.

Se nenhum acordo for alcançado, as empresas podem pedir a solicitar contratos com base em projectos de regulamentação, que oferecem protecções ambientais muito limitadas.

“Existem tantas espécies maravilhosas no CCZ. Com a possibilidade de mineração iminente, é duplamente importante que saibamos mais sobre esses habitats realmente pouco estudados”, afirma o autor principal do estudo, Muriel Rabone, ecologista de águas profundas do Museu de História Natural de Londres.

ZAP //
28 Maio, 2023


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