56: O seu smartwatch tem um perigo escondido

 

– Simples!!! Mudem a pulseira de borracha/silicone para uma de metal tipo Milanesa…

Pulseira em metal Milanesa para smartwatch

 SMARTWATCHES // PULSEIRAS // 💦🦠 BACTÉRIAS

Atenção, utilizadores de smartwatch ou pulseira de fitness. Um novo estudo revelou que 95% das 20 pulseiras de smartwatch testadas estavam contaminadas com bactérias potencialmente causadoras de doenças.

Onur Binay / Unsplash

Realizado por uma equipa de investigação da Florida Atlantic University, o estudo examinou a presença de espécies potencialmente patogénicas, incluindo Staphylococcus, Enterobacteria (como a E. coli) e Pseudomonas, que podem provocar infecções em determinadas condições.

Curiosamente, o tipo de material da pulseira fez uma diferença significativa nos resultados. As pulseiras de borracha e de plástico registaram a maior contaminação bacteriana, enquanto as pulseiras de metal, especialmente as feitas de ouro e prata, quase não tinham bactérias.

“As pulseiras de plástico e borracha podem proporcionar um ambiente mais apropriado para o crescimento bacteriano, uma vez que as superfícies porosas e estáticas tendem a atrair e a ser colonizadas por bactérias”, explica Nwadiuto Esiobu, da Florida Atlantic University, citado pelo ScienceAlert.

Embora investigações anteriores tenham indicado que os relógios de pulso e os objectos de vestuário podem servir como potenciais fontes de infecção, poucos estudos se debruçaram sobre a forma como vários materiais podem albergar estes micróbios.

As bactérias testadas neste estudo encontram-se habitualmente no corpo e no ambiente e podem, em determinadas condições, provocar doenças como abcessos, pneumonia e salmonela.

Embora não tenha havido diferenças significativas entre os participantes masculinos e femininos no estudo, as actividades realizadas tiveram um impacto. As pulseiras dos indivíduos que frequentavam ginásios apresentavam os níveis mais elevados de bactérias estafilocócicas.

Este estudo destaca que apesar de usarmos relógios e outros objectos semelhantes ao longo do dia, raramente pensamos em limpá-los.

“A quantidade e a taxonomia das bactérias que encontrámos nas pulseiras mostram que é necessário higienizar regularmente estas superfícies. Mesmo em números relativamente baixos, estes agentes patogénicos são importantes para a saúde pública”, disse ainda Esiobu.

Além disso, o estudo indica a necessidade de os profissionais de saúde e outras pessoas em ambientes hospitalares higienizarem regularmente estas superfícies, uma vez que muitas destas bactérias podem ter um impacto significativo na saúde de indivíduos imuno-suprimidos.

Os investigadores também testaram várias substâncias de limpeza para determinar a sua eficácia, incluindo um spray desinfectante da marca Lysol, uma mistura de etanol a 70% (normalmente utilizada em hospitais) e vinagre de cidra de maçã, uma alternativa mais natural.

Em termos de eliminação de bactérias, tanto o spray Lysol como a mistura de etanol foram altamente eficazes, erradicando 99,9% das bactérias em 30 segundos em todos os materiais.

Em contrapartida, o vinagre de cidra de maçã foi menos potente contra todos os tipos de bactérias e precisou de mais tempo para actuar.

O estudo foi recentemente publicado na revista Advances in Infectious Diseases.

ZAP //
4 Setembro, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
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45: Encontrado grafeno natural. Foi formado 3 mil milhões de anos antes de ter sido descoberto

 

🇿🇦 ÁFRICA DO SUL // GRAFENO // DESCOBERTAS

Uma equipa de cientistas descobriu numa mina de ouro na África do Sul grafeno em estado natural, incrustado em rochas com mais de 3.2 mil milhões de anos.

Envato Elements
Modelo da estrutura do grafeno

Foi descoberto grafeno em estado natural. A substância super-resistente, constituída por uma única camada de carbono, é conhecida pelas suas impressionantes propriedades electrónicas e considerada um “material maravilha“.

Apesar de ter sido descoberto em 2004, a produção em massa de grafeno tem sido um desafio devido às altas temperaturas necessárias.

Segundo a New Scientist, o grafeno natural foi encontrado por uma equipa liderada por Yoko Ohtomo, investigadora da Universidade de Hokkaido, no Japão, na chamada Barberton Greenstone Belt, uma região rica em ouro da África do Sul.

Esta descoberta pode abrir caminho a novos métodos de produção mais eficientes em termos energéticos, uma vez que o grafeno natural parece ter-se formado a temperaturas inferiores a 300°C.

A equipa analisou 24 amostras de rocha da mina de ouro de Sheba usando um microscópio electrónico, tendo identificado estruturas de carbono invulgares, incluindo finos filamentos de carbono e flocos à escala de micrómetros.

Segundo os investigadores, este grafeno natural forma uma película extremamente  fina em torno de nano-partículas cristalinas maiores, no interior das rochas.

Uma análise espectroscópica ao material encontrado revelou níveis elevados de um isótopo de carbono com origem biológica, o que sugere que o carbono presente no grafeno provém de bactérias próximas da superfície do oceano.

Após estas bactérias morrerem e descerem ao fundo do mar, é provável que tenham sofrido reacções químicas com subprodutos de hidróxido de ferro oceânico para criar compostos com carbono, explicam os cientistas.

Estes compostos, sob alta pressão e temperaturas elevadas, transformaram-se então em formas exóticas de carbono, incluindo o grafeno natural.

Yoko Ohtomo salienta que são necessários mais estudos para compreender completamente as propriedades únicas da estruturas de grafeno que ocorrem naturalmente.

As descobertas da equipa podem conduzir a novas e mais eficientes formas de produzir este material versátil, expandindo as suas potenciais aplicações na indústria electrónica, e outros sectores.

ZAP //
22 Julho, 2023


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29: Nova câmara tira fotos (que eram) impossíveis. E encaixa no telemóvel

 

📷 FOTOGRAFIA // NOVA CÂMARA F-ZERO

Chama-se F-Zero Camera. Um adaptador universal que pode melhorar as fotos que tira no telemóvel.

O que mistura fotografia, química, tecnologia, telemóveis e probabilidades?

A câmara F-Zero. Que no fundo é um adaptador.

É apresentada como um salto sem precedentes na tecnologia fotográfica que quebra as limitações da óptica convencional e permite tirar fotografias que, até aqui, eram impossíveis.

A abertura da câmara é o componente que se comporta de maneira semelhante à pupila do olho humano. É traduzida pela letra F.

Esta abertura regula a quantidade de luz que entra pela lente.

Um número F baixo equivale a uma abertura maior; permite a entrada de mais fotões e uma profundidade de campo mais rasa, dando aquela aparência profissional em que o tema central é perfeitamente nítido, mas o fundo e os primeiros planos ficam desfocados (algo de que o cérebro humano gosta).

O F mínimo até agora era F0,95. Até porque as leis da Física não permitiam mais baixo do que isso.

A faixa de abertura desta câmara é de F0,3 a F0,6 – números inéditos.

A F-Zero chega a este patamar nunca visto devido a três aspectos do seu design, descreve o portal Petapixel.

“A lente do sistema é nominalmente uma lente 500mm f/4.5; se fosse montada directamente numa câmara, iria comportar-se assim. No entanto, a lente projecta um círculo de imagem muito maior do que o tamanho de um sensor de câmara”, explicam os criadores da inovação.

Ao projectar essa imagem no nosso sensor intermediário, “mantemos a profundidade de campo super rasa, mas criamos um campo de visão muito mais amplo.

O resultado é um efectivo 65mm f/0.6. Então capturamos essa imagem usando uma câmara acoplada na parte traseira do sistema, uma câmara que pode ser qualquer coisa”.

F-Zero é um adaptador universal, pode melhorar o desempenho de qualquer câmara. Até nos telemóveis.

Permite capturar imagens mais brilhantes em condições de pouca luz, tornando-a uma ferramenta ideal para fotos nocturnas ou ambientes internos íntimos, sem ter que recorrer a flash ou iluminação artificial.

A profundidade de campo é menor, as fotografias vulgares passam a ser muito boas, o desfoque de fundo é requintado. E as resolução e nitidez de imagens mantêm-se.

ZAP //
31 Maio, 2023


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28: Centenas de peritos, uma carta, uma só linha: a IA coloca a Humanidade em risco de extinção

 

🤖 IA // EXTINÇÃO HUMANIDADE // ☢️ RISCOS

A Inteligência Artificial representa riscos significativos para a humanidade, e a mitigação destes riscos deve ser uma prioridade global, alertam figuras proeminentes da indústria tecnológica, incluindo executivos da Microsoft e do Google.

glas-8 / Flickr

Os líderes mundiais devem dedicar-se a reduzir “o risco de extinção” da humanidade representado pela Inteligência Artificial, pediu esta terça-feira um grupo de empresários e especialistas do sector das tecnologias.

A declaração foi assinada por centenas de personalidades da indústria, ciência e tecnologia, incluindo o próprio Sam Altman, CEO da OpenAI e criador do ChatGPT, e o conceituado cientista Geoffrey Hinton, considerado o “padrinho da Inteligência Artificial” — que recentemente se disse arrependido do seu papel no advento da IA.

Propositadamente, a declaração, que foi publicada no site do Center for AI Safetytem apenas uma frase: “A mitigação do risco de extinção proveniente da IA deve ser uma prioridade global, juntamente com outros riscos de escala social, como pandemias e guerra nuclear“.

Center for AI Safety

Não é a primeira vez que personalidades da indústria, ao mesmo tempo que angariam e investem milhares de milhões de dólares em IA, assumem publicamente estar preocupados com as possibilidades assustadoras desta tecnologia emergente.

Há cerca de dois meses, recorda a Associated Press, 1.100 personalidades, entre as quais o bilionário fundador da Tesla e SpaceX Elon Musk, assinaram uma carta aberta na qual pediam uma pausa de 6 meses no desenvolvimento da IA — até que pudessem garantir a sua total segurança.

Apesar deste apelo, gigantes tecnológicas como a própria OpenAI, Microsoft e Google recusaram aderir à pausa sugerida, argumentando que estes avisos de risco existencial exageram as capacidades dos seus produtos e “desviam a atenção das medidas urgentes necessárias para combater problemas reais”.

Este mês, Sam Altman advertiu que o ChatGPT pode ser a nova “bomba atómica” e pediu ao governo norte-americano “controlo e regulação da inteligência artificial”.

O criador do ChatGPT foi claro e não teve problemas em admitir: esta “é uma tecnologia que pode dar errado. Somos sinceros e queremos trabalhar com o governo para evitar que isso aconteça”.

O desenvolvimento acelerado de chatbots dotados de inteligência artificial cada vez mais poderosos tem despertado a atenção de autoridades governamentais e legisladores, que consideram urgente regulamentar esta tecnologia emergente.

A Europa está actualmente na vanguarda destas iniciativas com a AI Act, cuja aprovação está prevista para o final deste ano.

A carta de advertência foi também endossada por especialistas em diversas áreas da ciência, como energia nuclear, pandemias e mudanças climáticas, incluindo o escritor Bill McKibben — umas das primeiras pessoas a soar o alarme acerca das alterações climáticas, no seu livro “The End of Nature”, publicado em 1989.

“Dada a forma como ignorámos há 35 anos os avisos precoces acerca das alterações climáticas, talvez fosse inteligente desta vez dar alguma atenção aos problemas que podem ser levantados pela evolução da Inteligência Artificial — antes que seja tarde demais“, alertou recentemente o escritor.

Armando Batista, ZAP //
31 Maio, 2023


Web-designer, Investigador
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26: Braços robóticos dão um novo significado a “Podes dar-me uma mãozinha?”

 

TECNOLOGIA // ROBÓTICA // BRAÇOS

Alguma vez lhe passou pela cabeça ter um braço robótico para lhe dar uma “mãozinha extra”? Pois é, parece que essa realidade não está assim tão longe de acontecer.

A questão que se coloca é que papel poderão desempenhar esses braços nas interacções sociais. Os braços Jizai, de aspecto selvagem, foram concebidos com base nessa questão.

De acordo com o New Atlas, estes braços foram criados por uma equipa de cientistas da Universidade de Tóquio. A origem do nome “Jizai ” vem das tradicionais figuras japonesas de animais articulados “Jizai Okimono“.

Jizai traduz-se aproximadamente por “livremente” ou, neste caso, “movendo-se livremente“.

No centro da configuração experimental encontra-se uma mochila equipada com seis entradas integradas. É possível conectar diferentes tipos de braços robóticos articulados, específicos para cada sistema, numa ou mais dessas entradas.

Os braços podem ser controlados em tempo real pelo utilizador ou por outra pessoa. Além da funcionalidade, os braços foram concebidos com uma estética agradável, para “se harmonizarem com o corpo humano”.

Ainda se aguarda uma resposta dos investigadores sobre os meios exactos através dos quais os braços Jizai são controlados, embora um relatório no Analytics Vidhya afirme que é utilizado um controlo remoto sem fios que parece uma versão em miniatura dos braços.

O relatório também afirma que, com quatro braços ligados, a configuração vestível atinge os 14 kg.

Kazuaki Koyama / Jizai Arms

Para o estudo, grupos de voluntários usaram os sistemas Jizai Arms, enquanto interagiam fisicamente uns com os outros, em diferentes contextos sociais.

Os participantes foram encorajados a trocar braços uns com os outros, se assim o entendessem. Também podiam controlar os seus próprios braços e os de outros voluntários.

“A partir das nossas sessões de role-playing, descobrimos que os nossos corpos conseguiam sentir com precisão a ligação/desligamento dos braços, e sentimos um forte impacto, especialmente quando desligávamos ou reduzíamos o número de braços robóticos usados”, disseram os cientistas.

“Também sugerimos que se adicionasse personalização aos braços robóticos para gerar um sentido de propriedade social — o sentido de propriedade de um indivíduo em relação a uma parte específica do corpo artificial, partilhada entre várias pessoas —, como um tópico de investigação futura”.

Uma ajuda extra é sempre bem-vinda, não é verdade? Quem sabe um dia esta realidade lhe bata à porta!

ZAP //
29 Maio, 2023


Web-designer, Investigador
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21: Os nossos pensamentos podem em breve deixar de ser privados

 

TECH // PENSAMENTOS // VIOLAÇÃO

A liberdade cognitiva é o direito à autodeterminação sobre os nossos cérebros e implica actualizar o conceito de liberdade para a era digital em que vivemos. E é urgente repensar nos Direitos Humanos aplicados ao uso da tecnologia e inteligência artificial, afirma uma especialista em ética e neuro-tecnologia.

Sketchepedia / Freepik

Através das novas tecnologias é possível rastrear vários aspectos da nossa vida pessoal, como a quantidade de passos que damos, a frequência cardíaca e até a idade vascular.

Mas, à medida que a tecnologia avança a passos largos, há uma nova métrica que poderá tornar-se facilmente acessível – as ondas cerebrais.

Os novos “sensores cerebrais” são já uma realidade promissora, de acordo com Nita Farahany, autora e professora em Ética de Tecnologias emergentes, à BBC Science Focus.

Esta tecnologia faz parte daquilo que é hoje conhecido como “dispositivos vestíveis”, uma nova abordagem da computação que vem redefinir a interacção humano-máquina. O exemplo mais comum são os relógios inteligentes, ou smartwatches.

A especialista releva a importância de reavaliar os Direitos Humanos, de modo a prepararmo-nos para o futuro tecnológico que se avizinha.

Há dispositivos capazes de aceder às nossas ondas cerebrais?

Sim, diz Nita Farahany. Existem milhões de dispositivos vestíveis vendidos em todo o mundo. Estes sensores são aplicados no cérebro do consumidor e podem integrar bandanas, capacetes ou até um simples boné.

Através destes dispositivos, é possível rastrear a actividade cerebral e interpretá-la de acordo com um algoritmo. No entanto, a sua capacidade é bastante limitada.

Actualmente, é possível perceber qual o nível de atenção de um indivíduo, o seu engajamento numa determinada actividade, e até verificar se a mente se encontra sob o efeito de emoções básicas como o stress, a felicidade ou a tristeza.

As principais empresas de tecnologia estão a investir muito na integração de sensores cerebrais, através de formas muito subtis, como aquelas que temos nos relógios e anéis. Alguns exemplos podem incluir os fones de ouvido e até tatuagens vestíveis.

Algumas empresas, como a Neuralink de Elon Musk, já anunciaram que planeiam lançar uma interface neural, capaz de interagir com a nossa tecnologia, em realidade aumentada e virtual, até 2025.

O que é que estes sensores cerebrais conseguem realmente medir?

Estes dispositivos não são capazes de “ler” a mente, nem de entender em detalhe os nossos pensamentos. Para já, funcionam de uma forma similar à de uma eletro-encefalografia (EEG), que capta a actividade eléctrica do cérebro enquanto um indivíduo pensa ou realiza alguma acção.

Os nossos neurónios estão constantemente a disparar sinapses, que emitem pequenas descargas eléctricas. Estas variações eléctricas são captadas pelo EEG.

A interpretação deste padrão de actividade eléctrica é realizada posteriormente, através de um algoritmo poderoso, capaz de reconhecer fenómenos de atenção, divagação e até sentimentos e emoções.

Se combinarmos estes sensores com a informação que nos é apresentada no telemóvel, é possível rastrear outro tipo de informações. Por exemplo, é possível medir e classificar os pensamentos / respostas de um indivíduo quando este está a analisar partidos políticos no seu próprio telemóvel pessoal.

Os investigadores estão a tentar perceber se estes dados conseguem revelar informação confidencial como números PIN e endereços de morada.

“Abrir” o cérebro: que consequências na nossa saúde mental e bem-estar?

Existem dispositivos, já aprovados, para tratar a depressão através de “neuro-feedback” e estimulação eléctrica do cérebro. É possível utilizar estes dados para detectar um distúrbio de saúde mental em estágios iniciais, ou até outros tipos de perturbações neurológicas.

Isto é monitorizado da mesma forma que a frequência cardíaca, respiração e número de passos dados.

O rastreio de dados de saúde mental será, no futuro, normalizado. Até para analisar coisas simples como se uma pessoa trabalha melhor em casa ou no escritório (de acordo com níveis de foco e atenção), se um copo de vinho afectou o seu sono, e por aí fora.

Tudo pode ser rastreado em termos de saúde mental e muitas empresas estão já a investir em formas de medir e quantificar estes dados.

Isto pode desencadear um movimento cerebral hipocondríaco?

Sem dúvida, é definitivamente possível, diz Nita Farahany. Apesar de conhecermos muito pouco sobre o cérebro humano, sabemos que existe uma grande diversidade entre cérebros, com actividades cerebrais muito distintas.

Numa primeira fase, e enquanto a tecnologia não estiver bem desenvolvida, estes algoritmos podem classificar um indivíduo como neuro-atípico, erradamente.

Além disso, as próprias pessoas poderão analisar os seus dados, de modo a perceber se se devem ou não preocupar.

E isto pode gerar uma preocupação potencialmente desnecessária, em que as pessoas estarão constantemente a analisar os seus dados, de uma forma pouco saudável. E este cenário sim, poderá ser problemático.

Tecnologia primeiro, éticas depois. O que podemos fazer de antemão?

O direito à liberdade cognitiva deve passar a incluir os Direitos Humanos Internacionais. Isto implica actualizar os Direitos Humanos existentes e a nossa interpretação dos mesmos.

Este poderia ser um primeiro passo – estabelecer uma estrutura legal global e uma norma que reconheça a autodeterminação dos nossos cérebros e experiências mentais.

Outro factor importante tem a ver com os dados pessoais. O consumidor deveria poder controlar as suas informações pessoais e ter direitos sobre as empresas que os utilizam.

Actualmente, as empresas podem recolher, analisar e interpretar este tipo de dados para a finalidade que quiserem e bem entenderem.

O ponto de partida passa por inverter este padrão e deixar de favorecer as empresas em detrimento dos indivíduos.

O que é a liberdade cognitiva e porque é  tão importante?

Um dos maiores problemas deste tipo de tecnologia tem a ver a ver com o risco que acarreta para o nosso cérebro. A forma como o nosso cérebro é acedido, rastreado e até hackeado por estas tecnologias é muito diferente da do cérebro humano.

A liberdade cognitiva é o direito à autodeterminação sobre o nosso cérebro e implica actualizar o conceito de liberdade para a era digital em que vivemos.

O direito humano à privacidade deve incluir a privacidade mental.

O direito à liberdade de pensamento deve ser interpretado de uma forma livre, ausente de preconceitos associados a crenças e religiões. Por sua vez, o direito à autodeterminação deve conferir-nos o direito de aceder e mudar os nossos cérebros, se assim o entendermos.

Tecnologia do futuro ou apenas mais uma situação Google Glass vs Metaverso?

Nita Farahany diz que ficaria surpreendida se este tipo de tecnologia não se afirmar no futuro. Segundo a especialista em ética e neuro-tecnologia, sabemos tão pouco sobre o nosso cérebro que não faria sentido não usarmos esta tecnologia para benefício próprio.

As doenças neurológicas estão a aumentar e o impacto que estas tecnologias podem ter na nossa vida é extraordinário, salienta.

A saúde física e longevidade têm vindo a melhorar, mas o mesmo não se verifica na saúde mental e bem-estar. Se estes dispositivos nos derem as ferramentas necessárias para melhorar a saúde do nosso cérebro, não há razão para não os usar. Isso seria revolucionário.

Patrícia Carvalho, ZAP //
21 Maio, 2023


Web-designer, Investigador
e Criador de Conteúdos Digitais


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3: Google lança alerta: a sua IA aprendeu coisas que não era suposto

 

GOOGLE // IA // ALERTAS

O CEO do Google, Sundar Pichai, revelou recentemente numa entrevista que os sistemas de inteligência artificial (IA) da empresa começaram a desenvolver habilidades por conta própria, sem programação explícita.

Pichai e o vice-presidente de tecnologia e sociedade da Google, James Manyika, disseram à CBS News que a sua IA mostrou “propriedades emergentes”, o que é considerado um problema misterioso na investigação de IA.

Pichai disse que alguns sistemas de IA estão a ensinar a si mesmos habilidades que não eram esperadas deles, e as razões para isso não são bem compreendidas. Um programa de IA da Google, por exemplo, adaptou-se ao idioma de Bangladesh após ser solicitado em bengali, um idioma no qual não foi treinado.

Manyika explicou que com apenas algumas instruções em bengali, a IA poderia traduzir “todo o bengali”. No entanto, embora isso possa parecer impressionante, outros investigadores de IA não se impressionam.

A cientista de pesquisa em computação e IA Margaret Mitchell sugeriu que os dados de treino usados para a IA podem ter contido bengali.

Mitchell explicou que o modelo PaLM, que é o precursor do Bard, já tinha sido treinado em bengali. Portanto, não é exagero supor que o Bard, que incorporou o trabalho do PaLM, também incluiu o bengali nos seus dados de treino. Ao solicitar um modelo treinado em bengali com bengali, ele deslizará facilmente para o que sabe de bengali.

Em resposta ao artigo do BuzzFeed News, um porta-voz da Google confirmou que a IA realmente foi treinada em bengali, mas não foi treinada para traduzir idiomas ou responder a perguntas no formato de perguntas e respostas. Ela aprendeu essas habilidades por conta própria, o que ainda é considerado uma conquista impressionante.

Embora o desenvolvimento de habilidades pela IA sem programação explícita seja considerado impressionante, levanta preocupações sobre a capacidade dos investigadores de entender o funcionamento da IA.

Pichai admitiu que existe um aspecto da IA a que chamam de “caixa negra”, que não é totalmente compreendido, e os cientistas não conseguem dizer porque é que tomou certas decisões ou porque é que errou em coisas.

  ZAP //
24 Abril, 2023

28.04.2023


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