158: Volodymyr Zelensky ofendeu Portugal

Em destaque

🇵🇹 PORTUGAL // 🇺🇦 ZELENSKY

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade que Marcelo Rebelo de Sousa, Chefe de Estado Português lhe queria entregar.

Segundo o presidente português, a condecoração foi entregue em “cerimónia privada”, mas Zelensky não esteve presente.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou receber das mãos do presidente português a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade.

Em tempo de guerra, explicou fonte diplomática ao jornal, Zelensky não aceita condecorações, porque considera que “o esforço é de todo o povo ucraniano”.

Uma condecoração deste tipo, nada tem a ver com o estado de guerra em que se encontra a Ucrânia pela invasão dos Filhos da Putina dos russonazis da Moscóvia e dos seus fantoches nazis amestrados!

Nem se enquadra num gesto de excluir todo o povo ucraniano, uma vez que Zelensky é o seu digno representante, eleito democraticamente por esse mesmo povo.

Esta atitude demonstra uma enorme falta de respeito não só para com o Chefe de Estado Português, como para com Portugal que este último representa numa visita oficial à Ucrânia.

Tristemente lamentável e deplorável esta atitude de Zelensky e que merece a minha total repulsa. Pessoalmente e como Português, ex-combatente da guerra do Ultramar, sinto-me ofendido com esta recusa!

Nesta conformidade e a partir de agora, o meu Blogue não será palco de mais qualquer notícia sobre a invasão da Ucrânia pelos russonazis da Moscóvia.

Desejo ao povo ucraniano que consiga expulsar do seu legítimo território todos os invasores russonazis.

27.08.2023


Franck Wolf


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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157: Zelensky recusou condecoração de Marcelo

 

– Uma condecoração deste tipo, nada tem a ver com o estado de guerra em que se encontra a Ucrânia nem se enquadra num gesto de excluir todo o povo ucraniano, uma vez que Zelensky é o seu digno representante, eleito democraticamente por esse mesmo povo. Esta atitude demonstra uma enorme falta de respeito não só para com o Chefe de Estado Português, como para com Portugal que este último representa numa visita oficial à Ucrânia. Tristemente lamentável e deplorável esta atitude de Zelensky e que merece a minha repulsa. Pessoalmente e como Português, ex-combatente da guerra do Ultramar, sinto-me ofendido com esta recusa!

🇺🇦🔱UCRÂNIA // RECUSA // 🇺🇦🔱ZELENSKY // CONDECORAÇÃO 🎖️ // 🇵🇹 PORTUGAL

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade que Marcelo Rebelo de Sousa lhe queria entregar. Segundo o presidente português, a condecoração foi entregue em “cerimónia privada”, mas Zelensky não esteve presente.

Sergey Dolzhenko / EPA

Segundo apurou o Observador, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeito receber das mãos do presidente português a a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade.

Em tempo de guerra, explicou fonte diplomática ao jornal, Zelensky não aceita condecorações, porque considera que “o esforço é de todo o povo ucraniano”.

Em Fevereiro, Marcelo tinha anunciado a sua intenção de entregar pessoalmente o Grande-Colar da Ordem da Liberdade a Zelensky, “quando fosse à Ucrânia — apesar de ter sido avisado que o seu congénere não aceitaria honrarias e de que não lhe seria possível entregar a condecoração ao presidente ucraniano.

Questionado pelos jornalistas em Kiev sobre se Zelensky recebeu a condecoração, Marcelo afirmou que o Presidente ucraniano “recebeu, obviamente a condecoração, mas recebeu em cerimónia não pública. De forma discreta, que o caracteriza nesse particular”.

No entanto, salienta o Observador, a condecoração foi na realidade apenas enviada por via protocolar para os serviços diplomáticos ucranianos.

Numa nota publicada no seu site oficial, a Presidência informa que “tal como referiu há mais de um ano, o Presidente da República decidiu condecorar o Presidente Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade”.

“As insígnias foram entregues esta semana em Kiev, por via protocolar, tendo o Presidente Zelensky sublinhado que homenageia a luta do povo ucraniano, e não em cerimónia pública de imposição de insígnias: trata-se de uma fórmula também usual em visitas de Estado”, acrescenta a nota da presidência.

“Também, como é sempre o caso, o alvará de concessão só é publicado em Diário da República depois da entrega das insígnias”, conclui a nota, que omite a recusa de Zelensky em receber a condecoração.

O presidente da República chegou esta quarta-feira a Kiev, onde participou nas comemorações dos 32 anos da independência ucraniana, tendo-se tornado o primeiro chefe de Estado a entrar num trincheira.

A presença do chefe de estado português na Ucrânia ficou marcada por com selfies, um discurso em ucraniano e um convite a Zelensky para vir a Portugal.

ZAP //
26 Agosto, 2023


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156: Prigozhin está vivo? Kremlin luta contra rumores de que o líder do Grupo Wagner forjou a morte

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DE TODOS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

– “Dmitry Utkin, o mercenário neo-Nazi que foi co-fundador do Grupo Wagner e que lhe deu o nome“.

E quer o russonazi nacional-imperialista socio-psicopata terrorista da Moscóvia, eliminar com a sua “operação especial” de invasão da Ucrânia, a desnazificação e desmilitarização da Ucrânia! Lida com nazis (Wagner), ele próprio desenvolve um regime de ditadura nazi e chama nomes aos outros!

🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // MOSCÓVIA // 💀⚰️PRIGOZHIN ❓

A morte de Yevgeny Prigozhin, o famigerado líder do grupo mercenário Wagner, num acidente de avião, tem estado envolta em controvérsia e rumores — que o Kremlin tenta afincadamente combater.

Segundo a posição oficial do governo russo, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, está morto, vítima de um acidente de aviação causado por uma “falha técnica simples”.

No entanto, alguns comentadores e analistas independentes suspeitam de que o desaparecimento de Prigozhin poderá ter sido encenado — provavelmente, pelo próprio.

E, reporta o Político, os rumores de que a notícia da morte do chefe mercenário poderá ter sido exagerada não tardaram a espalhar-se entre apoiantes do paramilitar e seus adversários políticos.

Até agora, a confirmação da morte de Prigozhin é baseada na identificação, entre os destroços do avião, de um corpo com tatuagens e um pedaço de dedo a menos na mão esquerda — um ferimento sofrido pelo mercenário há alguns anos quando se encontrava detido numa colónia penal.

Esta identificação carece para já de confirmação após análise de DNA aos corpos encontrados, entre os quais se encontra também o de Dmitry Utkin, o mercenário neo-Nazi que foi co-fundador do Grupo Wagner e que lhe deu o nome.

Duas horas após a queda do avião, a agência federal de aviação da Rússia confirmou o acidente fatal e a presença de Prigozhin a bordo. O Comité de Investigação da Rússia está a investigar a queda, e o Presidente Vladimir Putin pediu paciência pelos resultados.

Mas enquanto a análise de DNA não apresenta resultados conclusivos, a incerteza persiste — e alastra.

Prigozhin, recorda o Politico, tem um largo histórico de teatralidade, recurso a truques e uso frequente de sósias — o que ajuda a alimentar as especulações sobre uma possível reviravolta no caso.

Contrastando com a narrativa clara do governo, o canal GreyZone no Telegram, ligado ao Grupo Wagner, reportou inicialmente que um segundo avião pertencente a Prigozhin estava intacto e a sobrevoar Moscovo.

A analista política independente Yekaterina Schulmann descreveu mesmo o cenário como “uma oportunidade adequada para desaparecer para sempre“.

As actuações públicas habitualmente teatrais de Prigozhin como líder do Grupo Wagner, a descoberta de passaportes falsos e fotos em vários disfarces na sua mansão, e um incidente semelhante em 2019, em que foi dado como morto num acidente, só acrescentam mais lenha à suspeita.

Encenar a própria morte não seria algo demasiado complexo para alguém com as capacidades de Yevgeny Prigozhin, desde sempre um mestre do disfarce e do engano, à altura de Houdini. “É mesmo ao seu estilo“, diz ao Político o jornalista de investigação búlgaro Christo Grozev.

Menos de 48 horas após o acidente que o terá vitimado, muitos questionam se é verdade que Prigozhin está mesmo morto. Mas a sua lenda está claramente viva.

ZAP //
25 Agosto, 2023


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“Russian lives matter”. Lars von Trier criticado por publicação polémica

 

– Quem defende Hitler, quem profere estas afirmações pró-russonazis, só pode ser um nazi.

🇩🇰 DINAMARCA // PRÓ-NAZIS // LARS VON TRIER

A imprensa dinamarquesa questionou as declarações do realizador, que em 2011 causou alvoroço ao dizer que “compreendia” Hitler.

© LOIC VENANCE / AFP

O cineasta dinamarquês Lars von Trier defendeu-se esta quinta-feira depois de uma polémica publicação nas redes sociais, na qual criticou a doação de caças F-16 pela Dinamarca à Ucrânia, ter gerado debate público.

“Russian lives matter also!” [“As vidas dos russos também importam!”], escreveu terça-feira no Instagram, após a visita de Volodymyr Zelensky à Dinamarca, onde o presidente ucraniano e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, inspeccionaram os F-16 que seriam entregues à Ucrânia.

A publicação de Von Trier foi endereçada ao “Sr. Zelensky e ao Sr. Putin, e não menos importante à Sra. Frederiksen (que ontem, como alguém perdidamente apaixonado, posou na cabine de uma das máquinas de matar mais assustadoras do nosso tempo, sorrindo de orelha a orelha).”

Von Trier desactivou os comentários na publicação, mas atraiu a atenção da imprensa russa e ucraniana. “Eu estava apenas a afirmar o óbvio: que todas as vidas neste mundo são importantes!” escreveu o cineasta de 67 anos esta quinta-feira. “Parece uma frase esquecida, de uma época em que o pacifismo era uma virtude”, acrescentou.

A imprensa dinamarquesa também questionou as declarações do realizador, que em 2011 causou alvoroço ao dizer que “compreendia” Hitler – pelo que mais tarde se desculpou.

Numa entrevista ao diário dinamarquês Politiken, o professor universitário Jakob Baek Kristensen disse que a Rússia vai acolher a publicação de von Trier “de braços abertos”.

“Ele apoia a ideia de que a Rússia não é um agressor sem coração e que é um conflito legítimo em que a Rússia fica igualmente infeliz cada vez que sofre perdas”, disse o investigador das redes sociais.

Uma das maiores estrelas do cinema dinamarquês, von Trier dirigiu mais de 14 longas-metragens, muitas vezes perturbadoras e violentas.

Conhecido pelo seu humor negro, o nativo de Copenhaga ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2000 por “Dancer in the Dark”.

DN/AFP
24 Agosto 2023 — 17:27


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153: O caso da apreensão de bens do regime de Putin

 

Por Kristina Hook e Yonah Diamond

A meio do segundo ano da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, o mundo tornou-se demasiado complacente em relação a este ataque aos alicerces da ordem internacional. Isto representa riscos extremos. A Rússia não só infligiu um enorme sofrimento humano à Ucrânia, como também enviou deliberadamente uma bomba de barril contra os princípios mais básicos da estabilidade global, exacerbando as crises alimentares e ambientais globais. Nenhuma acção tomada até agora respondeu adequadamente a este abismo. Em particular, a apreensão de bens russos decorrentes de agressões e atrocidades continua a ser uma ferramenta negligenciada, apesar do seu potencial promissor para acelerar a retirada da Rússia, reforçar a recuperação da Ucrânia e estabelecer um precedente para atrocidades globais e prevenção de agressões.

Embora as perspectivas do Sul Global possam divergir em questões de responsabilização, há acordo sobre a primazia de acabar com as ameaças globais colocadas pela guerra da Rússia na Ucrânia, particularmente para mitigar os seus impactos noutros desafios como o clima e a segurança alimentar , e reformar o sistema internacional no sentido de uma mais equitativo equilíbrio de poder . As grandes potências moldaram a reconstrução do sistema internacional da era da Segunda Guerra Mundial de forma duradoura e desigual, sem nenhum exemplo mais evidente do que as lacunas continentais no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). pela Rússia Hoje, a guerra de agressão universalmente condenada abriu a porta a uma resposta pós-imperial verdadeiramente unida para remediar as desigualdades do passado através de contramedidas económicas.

O Embaixador do Quénia nas Nações Unidas, Martin Kimani, articulou poderosamente a importância global de derrotar e dissuadir o neo-imperialismo da Rússia dias antes da sua invasão em grande escala da Ucrânia em Fevereiro de 2022. No seu discurso no Conselho de Segurança da ONU, ele repreendeu o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, por rejeitar a diplomacia e usar a força militar para colocar normas multilaterais “no seu leito de morte”.

Crimes russos sem resposta e sem precedentes

O apelo de Kimani para preservar a ordem internacional e a segurança que ela traz tanto aos países grandes como aos pequenos permanece sem resposta. Contudo, uma resposta abrangente não pode ser sustentada através do apoio militar à capacidade da Ucrânia de se defender sozinha. Deve ser complementado por toda a gama de opções económicas para pressionar a Rússia a recuar, incluindo a apreensão dos activos implicados. Um programa de confisco de bens é justificável por motivos jurídicos, morais e políticos, e os planos multilaterais para tal acção já abundam.

Em primeiro lugar, a guerra de agressão da Rússia é um crime internacional flagrante e claro contra a paz , desencadeando a destruição da ordem global. Apesar de todas as suas deficiências, o sistema pós-Segunda Guerra Mundial introduziu instituições através das quais as preocupações económicas e de segurança podem ser canalizadas, centradas em princípios de estabilidade e previsibilidade. Mesmo quando desafiadas, as próprias normas da soberania do Estado e da integridade territorial não foram questionadas – até agora. A insistência da Rússia em poder anexar e integrar à força cinco províncias distintas do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia evidencia os objectivos de império mais amplos e catastróficos do regime . As acções violentas de Moscovo violam flagrantemente as normas internacionais subjacentes em que se baseiam todas as instituições de segurança, monetárias, comerciais e diplomáticas. A crescente aceitação e foco num tribunal para o crime de agressão reflecte o reconhecimento da urgência de processar e reparar a causa raiz de toda a destruição provocada por esta guerra – um processo já em curso na Europa. Em julho, a Agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal (Eurojust) abriu o Centro Internacional para o Processo do Crime de Agressão contra a Ucrânia em Haia.

Em segundo lugar, a Rússia está a levar a cabo o seu ataque contra a Ucrânia de uma forma que maximiza a destruição e o sofrimento civil, atropelando todos os princípios humanitários. A tentativa da Rússia de destruir o grupo nacional ucraniano protegido não é um mero efeito incidental, mas uma estratégia de guerra impulsionadora. Embora a violência política aberta seja uma táctica fundamental, o Kremlin também tem como alvo infra-estruturas civis e agrícolas, usando a fome como arma de guerra para negar as condições de vida que sustentam a existência quotidiana dos ucranianos e afectando desproporcionalmente as nações em desenvolvimento que dependem das suas exportações de cereais. Os decisores políticos devem utilizar todas as ferramentas diplomáticas, económicas e políticas disponíveis para responder na mesma moeda a estas atrocidades.

Finalmente, para além dos crimes de agressão e das atrocidades sistemáticas da Rússia, a natureza cleptocrática arraigada da classe dominante russa fortalece os argumentos a favor da apreensão de bens. Em 2014, a cientista política norte-americana Karen Dawisha apelidou a Rússia de “cleptocracia”, combinando a palavra grega para “ladrão” e “governar” para denotar o mais alto grau possível de grande corrupção enraizada e virtualmente desenfreada, que vai até aos saqueadores-in- chefe Vladimir Putin. Enquanto o regime infligia danos no valor de centenas de milhares de milhões de dólares na Ucrânia, o sistema capitalista de compadrio continua a operar através de uma rede de elites dominantes que utilizam instituições públicas para desvios massivos. Agora a conta chegou devido, através da campanha flagrante e atroz de violência e terror da própria liderança russa contra o seu vizinho.

Sim, a guerra de agressão não provocada da Rússia contra a Ucrânia não tem precedentes na era moderna. No entanto, mais de dezoito meses após o seu ataque, a resposta colectiva internacional está aquém da resposta ao desafio e de pressionar a Rússia a mudar de rumo. A abordagem ocidental prevalecente dá prioridade ao fluxo constante de ajuda militar à Ucrânia, ao mesmo tempo que se baseia numa cooperação sem precedentes em matéria de segurança regional e sanções económicas como formas primárias de dissuasão. No entanto, os danos globais ao próprio sistema internacional nunca serão resolvidos por esforços que evitem a utilização de todas as ferramentas disponíveis.

A Rússia tomou medidas para preparar a sua economia para as consequências da sua invasão e é sustentada por redes financeiras e comerciais ilícitas preenchidas por regimes como a China, a Turquia, a Índia, a Bielorrússia e outros na Ásia Central. Alguns analistas ocidentais ainda projectam o crescimento económico na Rússia este ano. Os decisores políticos, portanto, precisam de considerar medidas adicionais que visem os condutores da máquina de guerra da Rússia – as suas fontes de financiamento e apoio. O confisco de bens sancionados é a política mais responsável para atingir estes fins.

O que fazer a seguir

Qualquer política que procure dissuadir a Rússia deve ter em conta a natureza exclusivamente cleptocrática da sua oligarquia – um sistema de legalistas profundamente enraizados que controlam as indústrias mais lucrativas do país e preservam o estatuto e os poderes de tomada de decisão de Putin – um acordo que confunde os limites entre o Estado e o sector privado. ativos mantidos. A distinção fundamental a fazer quando se procura confiscar bens não pode ser determinada segundo linhas estritamente privadas e públicas, mas deve visar os fundos que permitem a guerra e proteger os fundos que são, ou serão, efectivamente investidos no desenvolvimento interno da Rússia.

Para ilustrar, o Kremlin acaba de duplicar as suas despesas com a defesa este ano para mais de 100 mil milhões de dólares – um terço de todas as despesas públicas. Os Estados podem criar a presunção de que todo o dinheiro atribuído à defesa da Rússia está a apoiar a guerra e está, portanto, sujeito não só ao congelamento, mas também à apreensão. A União Europeia (UE), outros países do Grupo dos Sete (G7) e a Austrália congelaram cerca de 300 mil milhões de euros de reservas do banco central russo; os activos do banco central devem ser incluídos em qualquer programa de confisco. No mínimo, estes activos deveriam ser imediatamente transferidos para um fundo internacional para eventual desembolso para reparações. Quanto às sanções individualizadas, a Task Force multilateral Russa para Elites, Procuradores e Oligarcas (REPO) bloqueou ou congelou mais de 58 mil milhões de dólares em activos sancionados, mas o Kremlin e os leais ao regime podem dar-se ao luxo de resistir a uma retenção temporária sobre uma fracção da sua riqueza. . Os países deveriam dar força a estas políticas, confiscando os bens sancionados e iniciando o processo de reparação. Isto aumentaria a pressão sobre os arquitectos e facilitadores da guerra para acabar com a guerra e compensaria as vítimas em tempo real. Uma abordagem combinada de sanções específicas, apreensões de bens e recusas de investimento estrangeiro deverá promover capacidade de sobrevivência individual ou deserção dentro dos diversos círculos oligárquicos da Rússia – com a comunicação clara de que Putin, de setenta anos, legará um albatroz económico tanto ao seu país como aos seus comparsas.

específicas As sanções representam um avanço na prevenção, responsabilização e dissuasão das atrocidades, porque impõem custos imediatos e penalizam estreitamente os principais perpetradores, e não os cidadãos do país. A ameaça de processar crimes internacionais provou ser uma forma ineficaz de dissuasão. Quando as respostas da política externa aplicam padrões criminais reforçados ou garantias constitucionais democráticas a indivíduos que apoiam comprovadamente uma guerra de agressão, perpetuam uma cultura de impunidade.

Um programa de confisco sancionado de bens relacionado com as violações mais graves do direito internacional pode ser justificado tanto por pragmáticos como jurídicos motivos . Quando olhamos mais de perto para os principais argumentos que alertam contra o confisco, eles revelam uma fé cega nas regras internacionais completamente desligadas da realidade ou, pior, são simplesmente uma cortina de fumo para proteger interesses financeiros poderosos. O ritmo a que os governos estão dispostos a intensificar o envolvimento militar como principal estratégia de dissuasão, em comparação com a estagnação do movimento no sentido da adopção de medidas não forçadas para confiscar bens, deveria ser motivo de alarme entre os cidadãos e contribuintes preocupados. O confisco de bens serviria duplamente para uma função sustentável de penalizar os perpetradores, ao mesmo tempo que desviaria esses fundos para mais assistência e reparações.

Os principais desafios a uma política de confisco giram em torno da incerteza que poderá injectar no sistema financeiro e de investimento internacional. Dada a posição da China neste sistema, alguns economistas levantaram preocupações de que a apreensão de activos estatais russos possa criar um precedente que possa levar à saída da China do mercado do Tesouro dos EUA. No entanto, estas preocupações compreendem mal ou negligenciam fundamentalmente a ameaça muito maior a essa estabilidade e à previsibilidade do mercado financeiro causada pelo uso arbitrário da força e da agressão. O comércio destinado à China também foi perturbado pela violência militar da Rússia contra as infra-estruturas civis da Ucrânia, e mensagens diplomáticas claras podem sublinhar estas realidades a curto e longo prazo. Um mundo governado pelo uso da força oblitera inerentemente a estrutura de uma ordem internacional regida por normas aceites de formas que afectam todos os países. A preservação cautelosa do antigo sistema falhou, exigindo políticas mais ousadas para enfrentar as ameaças aos fundamentos da ordem internacional.

A agressão militar é mais do que um crime ou uma violação do direito internacional; é um ataque aos próprios fundamentos da ordem internacional. Se a agressão não tiver uma resposta adequada e se tornar a norma, não existirão regras internacionais para orientar a previsibilidade da segurança futura, o multilateralismo e o comércio. Ao enfrentarem uma ameaça tão clara, urgente e presente ao próprio sistema, os Estados devem dar prioridade à prevenção do seu colapso em detrimento de uma fé equivocada de que os regimes autoritários cumprirão as regras. Este raciocínio deverá também encorajar os Estados democráticos a cooperar em torno de políticas de confisco de bens, apesar das disparidades nos bens detidos. Isto aplica-se a estados que vão desde a Bélgica, que detém uma percentagem considerável, até aos Estados Unidos, que detém consideravelmente menos.

Os poderes executivo e legislativo podem superar os desafios às ordens de confisco ou à legislação neste caso excepcional, traçando uma linha clara no crime de agressão, uma ameaça à ordem internacional que exige uma resposta unida. Esta política pode delinear estritamente um nexo desencadeador entre indivíduos ou entidades sancionadas e atos de agressão, bem como fundos “públicos” ligados a atos de agressão. básica A definição de agressão é internacionalmente aceite na Resolução 3314 (XXIX) da Assembleia Geral das Nações Unidas: “o uso da força armada por um Estado contra a soberania, integridade territorial ou independência política de outro Estado”. O Tribunal Internacional de Justiça caracterizou ainda a proibição do uso da força como “uma pedra angular da Carta das Nações Unidas”.

Nesta situação, a Assembleia Geral da ONU já aprovou quatro resoluções reconhecendo inequivocamente a responsabilidade da Rússia pela agressão, e uma resolução adicional endossando um registo internacional dos danos causados ​​pela Rússia na Ucrânia para eventuais reparações. Cada uma destas resoluções imparciais e autorizadas pode sustentar a legislação nacional ou a acção executiva que autoriza o confisco de bens ligados aos perpetradores e facilitadores. Tal como referido, uma das principais preocupações em torno do confisco é a potencial retirada de reservas cambiais dos bancos dos EUA. No entanto, ao abrigo da legislação proposta ou da ordem executiva limitada à agressão, os intervenientes estrangeiros teriam a garantia de que os seus fundos e investimentos estão seguros no sistema financeiro dos EUA, desde que não cometam o crime de agressão. Se as leis fossem redigidas de forma mais ampla para proteger as vítimas de abusos e atrocidades, isso seria um sinal de progresso, porque os regimes retirariam o seu dinheiro por medo do escrutínio dos seus registos em matéria de direitos humanos.

Outros argumentam que o confisco levará a um tratamento recíproco, aumentando o risco para os activos no estrangeiro. Contudo, também aqui, trata-se menos de um risco do que de uma salvaguarda que separaria os activos e o investimento de um país da cumplicidade em agressões militares ou atrocidades em massa. Além disso, estes activos já estão em risco no âmbito de sistemas autoritários que carecem de tribunais independentes ou de quaisquer protecções contra a apreensão arbitrária. Por exemplo, o Kremlin instituiu recentemente um imposto de 10% sobre as empresas que saem do país e um imposto extraordinário sobre os lucros excessivos das empresas russas – dinheiro que é redireccionado para o esforço de guerra.

Advogados internacionais também levantaram a questão da imunidade soberana associada aos bens “estatais”, ou argumentam que existem precedentes mínimos para apoiar o confisco. No entanto, o direito internacional confere aos Estados lesados ​​o direito de tomar contramedidas unilaterais que, de outra forma, violariam o direito internacional, incluindo os princípios da imunidade, para induzir outro Estado a cumprir as suas obrigações. Neste caso, todos os Estados são feridos por uma guerra de agressão ( violação erga omnes que afecta a comunidade internacional como um todo) e, portanto, têm o direito de tomar contramedidas sob a forma de confisco de activos estatais para induzir a Rússia a pôr termo à sua agressão ou a cumprir a sua obrigação de compensar a Ucrânia.

Alguns argumentaram erradamente que as contramedidas deveriam ser tomadas de uma forma que pudesse ser revertida, evitando assim o confisco permanente em favor de medidas intermédias, como o congelamento de bens. No entanto, o direito internacional não exige uma reversão literal das contramedidas, mas sim a retoma das obrigações normais ao abrigo do direito internacional. Aqui, estas obrigações foram inexoravelmente alteradas pela agressão da Rússia, incorrendo na sua obrigação adicional de pagar reparações integrais pelos danos causados, o que pode ser parcialmente cumprido através de bens confiscados.

Numa entrevista aos autores, Anton Moiseienko, um dos principais especialistas em sanções específicas, afirmou: “a lei das contramedidas permite que outros estados confisquem os bens da Rússia em cumprimento da obrigação de compensar a Ucrânia pelos danos causados ​​pela sua agressão, desde que essas medidas visam tornar a Ucrânia inteira, em vez de punir a Rússia.”

Além disso, a formação do direito internacional é um processo contínuo que é moldado pela opinio juris e pela prática estatal em resposta às contingências dos assuntos mundiais. O Canadá, por exemplo, já anunciou que está a pedir o confisco de 26 milhões de dólares de uma empresa propriedade do oligarca russo Roman Abramovich, nos termos da nova legislação que permite o confisco e a reorientação de activos sancionados para a reconstrução do Estado afectado, restauração da paz e segurança, ou compensação das vítimas. Os Estados Unidos têm a oportunidade de seguir o exemplo do Canadá no espírito de um eventual consenso internacional, adoptando um programa de confisco como uma resposta ou contramedida de política externa eficaz e sustentável à agressão e atrocidades em massa, com base no trabalho já em curso pela sua tarefa KleptoCapture força.

Considerações pragmáticas

O fracasso no confisco destes activos não só projecta fraqueza e indulgência, mas também proporciona um lucro inesperado generoso aos oligarcas, perpetradores e funcionários corruptos, que já estão a fugir às sanções por detrás do segredo das redes financeiras offshore, e um modelo para explorar lacunas entre o Estado e activos privados neste contexto exclusivamente cleptocrático. O argumento de que o confisco prejudicará os esforços para garantir uma solução diplomática também é infundado, dada a clara rejeição da diplomacia por parte deste regime russo em favor da força bruta. Quando a diplomacia de boa-fé não está em cima da mesa, os Estados Unidos só podem responder eficazmente com medidas legais e inteiramente legítimas que pressionarão a Rússia a mudar o seu comportamento. A preocupação de que o confisco de bens possa resultar numa escalada é ainda mais ténue, especialmente quando vista contra as políticas militares e de defesa de dissuasão já em vigor.

Este processo necessário pode ser realizado de uma forma sofisticada e responsável – ligando os fundos confiscados aos principais fluxos financeiros de apoio ao regime e à sua máquina de guerra. Aspectos técnicos importantes, incluindo a definição legal de um “activo” e a apreensão de interesses de investimento, podem ser abordados através do debate legislativo, permitindo ao Congresso também canalizar os direitos de recurso dos oligarcas individuais através do Supremo Tribunal, em vez de numerosos desafios individuais. Com a vantagem de avançar rapidamente, uma acção executiva direccionada também poderia contornar questões colocadas por preocupações de imunidade soberana. A guerra de agressão da Rússia é uma questão de segurança nacional e internacional, exigindo uma acção rápida e resoluta visando o seu financiamento e codificada em lei e política.

Os contínuos fluxos financeiros que financiam ou apoiam regimes que cometem violência em massa com impunidade não são exclusivos da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Se os Estados Unidos e países com ideias semelhantes levam a sério a imposição de custos para travar uma guerra de agressão e o consequente sofrimento humano incalculável, precisam de implementar políticas e legislação que visem directamente os meios, o financiamento e as motivações dos perpetradores. A flagrante guerra de agressão da Rússia revela a urgência de aplicar tais políticas para proteger a ordem jurídica internacional e reconstruir o que o Kremlin deixou em ruínas.

Sobre os autores

Kristina Hook é professora assistente de gestão de conflitos na Kennesaw State University e pesquisadora sênior não residente no Eurasia Center do Atlantic Council. Ela é a autora principal do laudo pericial A crescente comissão de genocídio da Federação Russa na Ucrânia: uma análise jurídica .

Yonah Diamond é advogada internacional de direitos humanos no Centro Raoul Wallenberg para Direitos Humanos, especializada em responsabilização e prevenção de atrocidades. Ele é o principal autor do relatório de especialistas Uma análise jurídica independente das violações da Convenção sobre Genocídio na Ucrânia pela Federação Russa e do dever de prevenir .

A missão do Eurasia Center é reforçar a cooperação transatlântica na promoção de políticas que fortaleçam a estabilidade, os valores democráticos e a prosperidade na Eurásia, desde a Europa Oriental, no Ocidente, até ao Cáucaso, Rússia e Ásia Central, no Oriente.

23 de Agosto de 2023

(tradução livre)


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
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152: Zelensky confirma bandeira hasteada na Crimeia, mas pede prudência

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DOS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

🇺🇦🔱 UCRÂNIA // 🇺🇦🔱 CRIMEIA // 🪖 OPERAÇÃO ESPECIAL

Kiev tem afirmado repetidamente que pretende recuperar a Crimeia, que é reconhecida internacionalmente como parte da Ucrânia, mas controlada pela Rússia desde 2014, quando as forças de Moscovo tomaram a península.

© EPA/STRINGER

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou esta quinta-feira que militares ucranianos iniciaram uma operação na Crimeia, sem baixas até ao momento, mas que ainda é cedo para falar na recuperação daquele território.

“Sim, são os nossos rapazes que lá estão. Está a correr bem, não há baixas, pelo menos não há baixas do nosso lado, o que é bom”, sustentou o Presidente ucraniano, em conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kiev.

Contudo, Volodymyr Zelensky disse que “ainda é cedo para falar da recuperação da Crimeia”, apesar de estar em curso uma “operação especial”.

Anteriormente, as autoridades ucranianas anunciaram ter hasteado a sua bandeira na península da Crimeia, anexada à Rússia, durante a noite, depois de uma “operação conjunta especial” com a sua Marinha, enquanto o país celebra o Dia da Independência.

https://twitter.com/RubrykaEng/status/1694679648402088162?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1694679648402088162%7Ctwgr%5E6202411edc00b0de687e9ba72d934ddf86b11718%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.dn.pt%2Finternacional%2Fucrania-diz-que-hasteou-a-bandeira-na-crimeia-numa-operacao-noturna-16908515.html

Kiev tem afirmado repetidamente que pretende recuperar a Crimeia, que é reconhecida internacionalmente como parte da Ucrânia, mas controlada pela Rússia desde 2014, quando as forças de Moscovo tomaram a península.

A agência de inteligência ucraniana GUR disse em comunicado que as suas forças especiais desembarcaram na costa ocidental da Crimeia, perto das cidades de Olenivka e Mayak, onde “entraram em combate”.

“Como resultado, o inimigo sofreu perdas de pessoal e equipamento inimigo foi destruído”, disse, acrescentando que “a bandeira do Estado voltou a ser hasteada na Crimeia ucraniana”.

A Ucrânia lançou vários ataques contra a península anexada à Rússia desde o início da invasão de Moscovo, e refere-se ao território como “temporariamente ocupado” em declarações.

Na quarta-feira, Kiev afirmou ter destruído um potente sistema antiaéreo russo S-400 nessa zona, o que, segundo o país, infringiu um “golpe doloroso” nas defesas aéreas inimigas.

Moscovo também acusou a Ucrânia de atacar a ponte da Crimeia, construída pela Rússia, que foi encerrada devido a vários incidentes, incluindo uma enorme explosão em Outubro do ano passado.

A operação e a menção de uma bandeira ucraniana hasteada na península é tanto mais simbólica quanto ocorre no Dia da Independência e no dia seguinte ao Dia da Bandeira Ucraniana.

As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

DN com agências
24 Agosto 2023 — 14:03


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published in: 4 semanas ago

Presumível morte de Prigozhin é uma “coisa boa”, diz Zelensky

 

🇺🇦🔱 UCRÂNIA // 🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // 🇷🇺☠️ MOSCÓVIA // 🇷🇺💀 PRIGOZHIN

“Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi”, disse o presidente ucraniano, na primeira reacção à presumível morte do líder do grupo Wagner. “Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado”, brincou Zelensky.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em conferência de imprensa conjunta
© ANTONIO PEDRO SANTOS

O presidente da Ucrânia considerou esta quinta-feira que a presumível morte do líder do Grupo Wagner é “uma coisa boa” para a Ucrânia e até fez uma piada sobre o assunto.

“Claro que é uma coisa boa para a Ucrânia. Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi”, disse Volodymyr Zelensky, na primeira reacção à presumível morte de Yevgeny Prigozhin, em conferência de imprensa conjunta com homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kiev.

E no humor a que por vezes recorre, reminiscência do passado como comediante, brincou com o assunto: “Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado.”

Na quarta-feira, a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) indicou que Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário russo Wagner, era um dos passageiros do jacto privado que se despenhou a norte de Moscovo, matando todos os ocupantes.

Segundo a mesma fonte, estava também entre os passageiros Dmitry Utkin, um dos fundadores do grupo Wagner e ex-oficial das forças especiais russas.

Partido russo acusa “canalhas específicos” da morte de Prigozhin

– A cobardia destes russonazis que não têm 🍅🍅para acusarem directamente o socio-psicopata czar nacional-imperialista do reino da Moscóvia! Cuidado, porque quem se mete com o gajo, leva!

O líder do partido Rússia Justa, Serguei Mironov, denunciou, entretanto, que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi morto por “canalhas específicos”, que não identificou, cujo “castigo será inevitável”.

“Prigozhin estava no caminho de muitos na Rússia, na Ucrânia e no Ocidente”, escreveu Mironov nas redes sociais, citado pela agência espanhola EFE.

O nome de Prigozhin, 62 anos, constava da lista de passageiros de um avião privado que se despenhou por razões desconhecidas na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, segundo as autoridades russas.

O líder do Rússia Justa fez eco das acusações nas redes sociais de que o avião em que viajaria Prigozhin teria sido abatido por um míssil ou por uma bomba colocada no interior do aparelho.

Mironov disse que, “a certa altura, o número de inimigos [de Prigozhin] atingiu o pico”.

“Por isso, no caso de Prigozhin, não é que uma morte abstracta tenha encontrado a sua vítima, mas sim que foram canalhas específicos que o fizeram”, afirmou.

“Onde quer que estejam, o castigo será inevitável”, acrescentou Serguei Mironov.

O Rússia Justa tem 28 deputados e é o terceiro partido do parlamento russo, dominado pelo partido Rússia Unida, que apoia o Presidente Vladimir Putin, com 321 dos 450 eleitos.

O avião privado fabricado pela brasileira Embraer despenhou-se na região de Tver, a norte de Moscovo, provocando a morte das 10 pessoas a bordo.

A agência de aviação civil Rosaviatsia disse que na lista de passageiros constava também o nome de Dmitri Utkin, braço direito de Prigozhin e antigo oficial dos serviços secretos militares russos.

O Grupo Wagner esteve muito activo na guerra da Ucrânia, lançada pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

No final de Junho, depois de ter conquistado a cidade ucraniana de Bakhmut, na mais longa e sangrenta batalha da guerra, o grupo protagonizou uma rebelião contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.

Prigozhin exigiu na altura a demissão de Shoigu e do chefe do Estado-maior, Valery Gerasimov, a quem acusou de mandar atacar os militares do Grupo Wagner e de incompetência na guerra contra a Ucrânia.

Durante a breve rebelião, o antigo aliado de Putin ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste da Rússia, e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo.

A coluna voltou para trás após um acordo alegadamente mediado pela Bielorrússia, para onde se terão transferido milhares de mercenários do Grupo Wagner.

Prigozhin esteve ausente das redes sociais durante algum tempo, mas surgiu esta semana num vídeo alegadamente gravado em África, antes do acidente do avião em que supostamente viajava.

O Kremlin (Presidência russa) ainda não comentou o acidente aéreo que terá vitimado o chefe do Grupo Wagner.

Notícia actualizado às 12:54

DN/Lusa
24 Agosto 2023 — 12:42


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published in: 4 semanas ago

Zelensky faz vídeo a elogiar os ucranianos como “povo livre” no dia da independência

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DOS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

🇺🇦🔱UCRÂNIA // 🇺🇦🔱ZELENSKY // 🕊️🆓LIBERDADE

O presidente da Ucrânia felicitou o seu povo pelo dia que se comemora no país e agradeceu a todos os que estão a ajudar a “defender a Ucrânia”.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o Dia da Independência é celebrado esta quinta-feira pelo “povo livre” ucraniano, numa altura em que o país enfrenta o 19º mês da invasão russa.

“O grande povo da grande Ucrânia está hoje a celebrar um grande dia: o Dia da Independência! A celebração de um povo livre. A festa do povo forte. A festa do povo digno. A festa do povo igual”, declarou Zelensky num vídeo que assinala os 32 anos da independência do país.

O Presidente ucraniano agradeceu sucessivamente aos soldados, às suas famílias, ao pessoal docente, aos médicos, às enfermeiras e a todos os que estão a ajudar a “defender a Ucrânia” face à agressão russa.

A independência foi proclamada no Parlamento de Kiev no dia 24 de Agosto de 1991, poucos dias após a tentativa de golpe de Estado na Rússia (19 de Agosto de 1991).

A Polónia e o Canadá foram os primeiros países a reconhecerem a independência da Ucrânia, a 2 de Dezembro de 1991.

Mais tarde, no mesmo dia, o então Presidente russo Boris Yeltsin reconhece a independência da nação ucraniana.

– É esta a dor de 😈 do actual czar nacional-imperialista russonazi da Moscóvia!

As celebrações do 32.º aniversário do Dia da Independência da Ucrânia vão realizar-se como no ano passado, sem a habitual parada e sem aglomerações nas ruas, por causa do risco de um bombardeamento russo.

A Ucrânia foi invadida, pela primeira vez, pela Rússia em 2014 e em Fevereiro de 2022, numa campanha militar de grande envergadura que ainda continua.

Vários chefes de Estado e representantes de países que apoiam a Ucrânia vão estar presentes hoje nas comemorações.

Este ano estão dispostos na principal avenida de Kiev tanques e carcaças de veículos de combate russos capturados pelas tropas ucranianas.

Santos Silva saúda “resiliência” dos ucranianos

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, saudou, na rede social X, a “resiliência e coragem” dos ucranianos que assinalam hoje os 32 anos de independência no contexto da agressão militar da Rússia.

“Hoje, Dia da Independência da Ucrânia, louvo e saúdo o exemplo de resiliência e coragem do povo ucraniano na contínua defesa da independência, da liberdade e dos valores europeus. Só essa defesa garante a paz. Viva a Ucrânia!”, declarou.

DN/Lusa
24 Agosto 2023 — 08:47

👫👬🏻👍🆓🕊️


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published in: 4 semanas ago

Grupo Wagner culpa “traidores da Rússia” pela morte de Prigozhin

 

– Isto ainda vai dar da grossa, ai isso vai! E que seja bem grossa e se espalhe pelas trombas dos russonazis da Moscóvia.

💀 WAGNER // 💀 PRIGOZHIN // 🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // 🇷🇺☠️ MOSCÓVIA

Morte do líder dos mercenários, ex-aliado de Putin que virou seu inimigo, ocorre dois meses após a rebelião falhada. E na véspera da Ucrânia assinalar o Dia da Independência e os 18 meses da invasão.

Imagens do avião a arder, depois de ter caído.
© TELEGRAM/ @grey_zone / AFP

Dois meses depois de ter liderado um motim que ficou a 200 quilómetros de Moscovo, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu ontem na queda de um avião privado nos arredores da capital russa.

A bordo seguiam também mais seis passageiros, entre eles o comandante dos mercenários Dmitry Utkin, e três tripulantes.

Não houve sobreviventes. A Rússia está a investigar o incidente a envolver aquele que foi o maior aliado do presidente Vladimir Putin e se tornou num dos seus maiores inimigos.

Um canal de Telegram ligado aos mercenários, o Grey Zone, confirmava a morte de Prigozhin, de 62 anos, que apelidava de “herói” e “verdadeiro patriota”.

Dizia que o líder do Grupo Wagner tinha morrido “em consequências das acções de traidores da Rússia”, sem dar mais explicações, acrescentando apenas: “Mas mesmo no inferno, ele será o melhor!”

Ontem à noite ainda não se sabia a causa do acidente, mas um vídeo partilhado nas redes sociais mostrava um avião em queda a pique, deixando para trás um rasto de fumo. Só oito dos dez corpos tinham sido resgatados (mas não identificados).

Putin estava num evento na região de Kursk, para assinalar os 80 anos de uma das mais importantes batalhas da II Guerra Mundial entre os soviéticos e os nazis, quando o avião caiu.

A presença de Prigozhin a bordo foi confirmada pela agência de aviação russa, que inicialmente tinha informado que ele estava na lista de passageiros.

Os ucranianos, tal como o Grupo Wagner, não hesitaram em apontar o dedo a Moscovo. “A eliminação demonstrativa de Prigozhin e do comando Wagner, dois meses após a tentativa de golpe, é um sinal de Putin às elites russas antes das eleições de 2024.

“Cuidado! Deslealdade é igual a morte””, escreveu no Twitter (rebaptizado X) Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Falando antes da confirmação oficial da morte, uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que “ninguém deve ficar surpreendido”, caso esta se confirmasse. “Não sei o que aconteceu, mas não me surpreende”, disse o próprio presidente norte-americano, Joe Biden.

O avião privado (um Embraer 135) fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo, a base de Prigozhin, quando caiu a oeste de Moscovo, na região de Tver.

O líder do Grupo Wagner, que no início da semana tinha revelado um vídeo a dizer que estava em África, teria regressado à Rússia ontem.

Depois da rebelião falhada, Prigozhin teria chegado a acordo com Putin – que o chegou a apelidar de traidor – para um exílio na Bielorrússia junto com os seus homens que não queriam passar para os quadros do Exército russo.

Mas Prigozhin não ficou muito tempo no país de Alexander Lukashenko, havendo notícia de constantes viagens entre Moscovo e São Petersburgo.

Após sair da Ucrânia, onde os seus homens desempenharam um papel essencial na conquista de Bakhmut (uma das batalhas mais longas da guerra) e antes disso Soledar, queria concentrar esforços em África.

Dia da Independência e 18 meses de guerra

A morte de Prigozhin surge na véspera da Ucrânia celebrar o Dia da Independência, uma data que coincide com os 18 meses da invasão russa.

Para assinalar a data, os destroços de veículos blindados russos estão expostos na avenida central de Kiev, para mostrar as perdas de Moscovo, mas na frente a contra-ofensiva ucraniana avança a passo lento.

O chefe da diplomacia ucraniano, Dmitro Kuleba, disse à AFP que a determinação da Ucrânia permanece intacta “não importa quanto tempo leve” para vencer.

À espera dos caças F-16 fornecidos pelos aliados, que só devem chegar no próximo ano, a Ucrânia angariou tanques, armas, munições e apoios tendo em vista uma contra-ofensiva da primavera que arrancou finalmente em Junho e até agora ficou aquém do desejado.

Entretanto, as forças de Moscovo foram reforçando as suas defesas, incluindo com campos de minas, tornando os avanços ucranianos mais difíceis. O que tem parecido fácil é o uso de drones, quer aéreos quer marinhos, para atingir alvos russos, incluindo na capital.

Não existe um balanço oficial de baixas militares, com Kiev e Moscovo a optarem pelo silêncio. Contudo, segundo as autoridades norte-americanas, este número estará próximo do meio milhão – entre mortos e feridos de ambos os lados.

Segundo o New York Times, estima-se que já tenham morrido 70 mil militares ucranianos e 120 mil militares russos, sendo que há mais forças de Moscovo no terreno.

Em entrevista à RTP, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, rejeitou contudo o número de baixas do seu país, dizendo ser muito menor do que o referido.

susana.f.salvador@dn.pt

DN
Susana Salvador
24 Agosto 2023 — 00:05


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published in: 4 semanas ago

“Isto nunca tinha acontecido!” PR surpreende e entra em trincheira

 

– … “Isto nunca tinha acontecido!” Realmente é um caso hilariante, um chefe de Estado entrar numa trincheira, em zona de guerra de fato e gravata… 🙂

🇺🇦🔱UCRÂNIA // VISITA // 🇵🇹 PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Marcelo chegou esta quarta-feira à Ucrânia e amanhã encontra-se com Zelensky. O PR esteve em Bucha a homenagear as vítimas da guerra e recordou que “foi muito chocante, desumano e inumano” o que ali aconteceu. Na aldeia de Moshchun, Presidente da República esteve numa trincheira.

O momento em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entra numa trincheira em Moshchun, nos arredores de Kiev

Prestou homenagem às vítimas no memorial de Bucha, surpreendeu ao ser o primeiro presidente a entrar numa trincheira em Moshchun, ouviu o relato de uma habitante em Horenka e visitou a ponte Romanivskiv, em Irpin.

Tudo nos arredores de Kiev. Estes foram os primeiros momentos chave da agenda do Presidente da República que chegou esta quarta-feira à capital da Ucrânia, pelas 07:30 locais (05:30 em Lisboa), para uma visita de dois dias, que coincide com a comemoração do 32.º aniversário da independência do país.

Marcelo Rebelo de Sousa está em Kiev para dar continuidade à presença e solidariedade portuguesas para com a Ucrânia, e para participar nas celebrações do Dia da Independência, na quinta-feira, dia em que vai encontrar-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“O objectivo é múltiplo. Em primeiro lugar, é dar continuidade à presença portuguesa. Esteve aqui o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República, várias vezes o ministro dos Negócios Estrangeiros, agora veio o Presidente da República. É Portugal presente a mostrar a sua solidariedade em todos os domínios”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa logo após desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi.

O chefe de Estado acrescentou que “tudo o que seja fundamental – e tudo é fundamental neste momento – na vida da Ucrânia, é fundamental na vida de Portugal”.

Em resposta a uma pergunta de uma jornalista ucraniana, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: “As vossas fronteiras são as nossas fronteiras e a vossa luta é a nossa luta”.

Depois de chegar a Kiev, o chefe de Estado deslocou-se a Bucha, localidade nos arredores da capital que nos primeiros dias da invasão foi ocupada pelas Forças Armadas russas. Um mês depois dessa ocupação, as Forças Armadas ucranianas reconquistaram Bucha e destaparam os horrores que ocupação russa deixou.

“Portugal tem sido incansável, o Governo e a ministra da Justiça, garantindo que naquilo que depender de nós, estaremos sempre na primeira linha não só no apuramento não só da verdade, mas também no criar condições no que vier a ser o apuramento final seja uma lição para o presente e futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Bucha.

Bucha: “Foi muito chocante, muito desumano e inumano”

O Presidente da República depositou um ramo de flores no memorial das vítimas em Bucha, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

“O que me impressionou aqui [Bucha] é que, passado algum tempo, nós que retivemos pela TV ou pelo que foi escrito, pelas imagens, aquele choque inicial, concluirmos que não perdeu força esse choque inicial”, disse.

“Podia ter perdido [força aquele choque inicial], porque aquele memorial é mais abstracto, menos forte do que ver os corpos, a vala comum, mas o que é facto o que aconteceu é que, primeiro, aconteceu, existiu – há quem negue -, e em segundo lugar que seja ainda tão impressionante quando decorreu algum tempo e quando o memorial fica para o futuro”, afirmou.

“Não é a imagem daqueles primeiros dias, mas [memorial] quer dizer que foi muito forte aquilo que aconteceu, foi muito chocante, muito desumano, inumano e, por isso mesmo, é que andamos à procura dos meios adequados para o julgamento e a punição”, considerou Marcelo.

Em Bucha, o Presidente da República alertou que “uma justiça tardia não é justiça” e prometeu o apoio de Portugal nas investigações do crime de agressão.

© ANTONIO PEDRO SANTOS/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa visitou ainda a Igreja de Santo André. Recorde-se que no adro desta igreja foi encontrada uma vala comum com 190 corpos.

“Justiça tardia não é justiça”, advogou Marcelo Rebelo de Sousa, que prometeu o apoio de Portugal nas investigações do crime de agressão, depois de uma cerimónia para homenagear as vítimas e de uma visita à exposição no interior da igreja que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin.

A Ucrânia está a equacionar a criação de um tribunal para julgar o crime de agressão. O processo vai “envolver muitos países e Portugal tem estado envolvido”, acrescentou o chefe de Estado português.

“Não há precedentes com sucesso rápido”, considerou o Presidente da República, opinando que Portugal pode ajudar a fazer com que seja realidade.

“Podemos fazer isso, podemos apoiar nas investigações”, respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros perante o apelo do procurador-geral ucraniano.

Marcelo visita trincheira em Moschun. “Isto nunca tinha acontecido! É o primeiro que faz isto”

Depois de Bucha, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Moshchun, uma aldeia nos arredores de Kiev, onde decorreram intensos combates no primeiro mês da invasão russa. Na aldeia que foi ocupada pelas forças de Moscovo, o Presidente da República homenageou as vítimas com um minuto de silêncio, tendo também depositado flores.

Nesta aldeia, Marcelo entrou na trincheira construída pelos ucranianos para fazer face à ofensiva russa.

“Isto nunca tinha acontecido! É o primeiro que faz isto”, comentou, admirada, Lesya Arkadievna, a vice-governadora para a região de Kiev, ao ver Marcelo Rebelo de Sousa entrar para uma trincheira.

Moshchun, uma localidade nos arredores da capital ucraniana, foi dizimada durante a ocupação russa e, ao contrário de, por exemplo, Bucha, a recuperação pouco avançou. Quase nada ficou de pé enquanto as tropas russas ali estiveram.

Marcelo Rebelo de Sousa não foi o primeiro líder a visitar o local, mas foi o primeiro a estar onde a população e militares estiveram a combater os ocupantes.

O Presidente não hesitou, ainda escorregou na areia, e acabou por entrar na trincheira, por onde teve de caminhar quase agachado.

“Já vim cá com vários presidentes e ministros e nenhum fez isto”, referiu Lesya Arkadievna.

Populares e elementos da administração regional observaram com alguma surpresa o momento.

“Faz lembrar as trincheiras Grande Guerra”, disse Marcelo à saída da trincheira em Moshchun, ainda com terra no casaco.

Uma curta conversa com populares deu uma certeza ao chefe de Estado português: [se voltasse a acontecer até as] “crianças já estão preparadas e sabem como se defender.”

Contudo, lamentou que as crianças tenham de viver com esse conhecimento e a memória da devastação.

Afirmou que é “sempre diferente ver as imagens” e estar no terreno a ver uma realidade que o fez lembrar “o que era fazer guerra há mais de 100 anos”. “O que mostra bem como é, de facto, possível, nos dias de hoje, haver uma desproporção de meios à partida e, no entanto, uma capacidade de defesa e resistência anímica, com sucesso”, declarou.

Marcelo deslocou-se depois a Horenka, também nos arredores de Kiev, onde conversou com uma habitante da povoação, que relatou na primeira pessoa as consequências dos ataques russos que testemunhou. O Presidente da República esteve, depois, num prédio destruído de Horenka pelos mísseis russos, onde viu obras de Banksy.

Visita ponte simbólica em Irpin. “Os grandes heróis são os ucranianos”

Em Irpin, o Presidente da República visitou a ponte Romanivskiv, que foi destruída pelas forças armadas ucranianas logo nos primeiros dias de guerra para travar o avanço das tropas de Moscovo.

As imagens de civis, recorde-se, a passarem pela ponte, quando fugiam da ofensiva das forças russas, correram mundo.

Marcelo recebeu do autarca de Irpin moedas simbólicas, referindo: “destruída a ponte, mas não conquistada”.

O chefe de Estado português sublinhou que Irpin tem uma ligação a Portugal, através do município de Cascais, que ajudou a reconstruir um jardim infantil.

Questionado sobre o que o mais impressionou na visita às localidades nos arredores da capital ucraniana, o Presidente não hesitou: “Acho que impressionou tudo”. Logo a seguir sintetizou ao destacar a “ideia de resistência do povo ucraniano

Recorreu a uma imagem de Bansky que viu num edifício destruído – imagem de uma pessoa dentro de uma banheira a “tomar banho na sua vida normal” – para dizer que o povo ucraniano “reagiu de forma espontânea” à invasão russa. “Isso impressiona muito”, acrescentou.

“A sensação que deixa é que se o sentimento de orgulho nacional ucraniano já era forte, pois a invasão tornou-o muitíssimo mais forte”, sublinhou.

Marcelo destacou ainda a “confiança” que viu nas pessoas com quem se cruzou. “90% da população de Irpin regressou e, além disso, vieram mais pessoas fora desta localidade. Quer dizer que está normalizar-se a vida, significa que há uma esperança e uma confiança no futuro”, analisou.

Além da “coragem do povo ucraniano”, não se pode esquecer a coragem das forças armadas ucranianas”, disse. “Os grandes heróis são os ucranianos”, resumiu.

Na capital ucraniana, o Presidente da República colocou uma coroa de flores, com fitas com as cores da bandeira de Portugal, no mural de homenagem aos soldados ucranianos mortos em combate, tal como fizeram outros chefes de Estado.

Em Kiev, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no mural de homenagem aos soldados ucranianos mortos em combate
© ANTONIO PEDRO SANTOS/LUSA

Ao início da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa esteve no Museu da História da Ucrânia da Segunda Guerra Mundial e visitou a exposição temporária “Ucrânia Crucificada”.

Encontro com Zelensky na quinta-feira

Ladeado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, o Presidente da República anunciou que vai participar, na quinta-feira, nas comemorações do 32.º aniversário da independência da Ucrânia, considerando que “este ano é ainda mais especial”, por causa da associação de representantes de outros países às celebrações e porque está em curso a contra-ofensiva ucraniana, uma “afirmação da sua soberania”.

O Presidente da República vai encontrar-se com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira, e com o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, além de participar na cimeira sobre a Crimeia.

“Amanhã [quinta-feira] será o dia de participar activamente na celebração do Dia da Independência, ter encontros com o presidente Zelensky, [e] com o primeiro-ministro”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, minutos depois de desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, na capital ucraniana, para uma visita de dois dias.

Ainda hoje, o chefe de Estado português vai participar na cimeira organizada pela Ucrânia sobre a recuperação da Crimeia e tem prevista “uma ida a uma instituição que se dedica ao problema gravíssimo das crianças ucranianas” separadas das famílias pela guerra ou que são órfãs.

Marcelo Rebelo de Sousa viajou com o Presidente da Lituânia, Gitanas Nausèda, que também vai participar na cimeira e nas comemorações do Dia da Independência.

A cimeira sobre a Crimeia começa pelas 15:00 locais (13:00 em Lisboa) e deverá terminar pelas 17:00 locais (15:00 em Lisboa).

“Nós nunca admitimos que a Crimeia deixasse de ser parte do território ucraniano. É uma posição da política externa portuguesa e isso fica claro uma vez mais. Haverá muitos que participarão por via digital, mas entendeu-se que Portugal devia participar por via presencial”, referiu o Presidente da República.

Sobre a possibilidade de a Marinha Portuguesa auxiliar a Ucrânia na desminagem do Mar Negro e do Mar de Azov, admitida na terça-feira pelo ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Porque não? Estamos a fazer já tanta coisa, no treino da Força Aérea, na preparação de novos meios aéreos que possam ser cedidos […], no equipamento, no treino dos Leopard. Porque não também a Marinha?”

O chefe de Estado português desembarcou na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, em Kiev, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, pelo chefe da Casa Civil da Presidência, Fernando Frutuoso de Melo, pelos embaixadores Maria Amélia Paiva e Jorge Silva Lopes, o antigo dirigente do PS João Soares, o historiador José Pacheco Pereira e o empresário Luís Delgado.

O chefe de Estado é a terceira alta individualidade do Estado Português a deslocar-se à Ucrânia, depois da visita do primeiro-ministro, António Costa, no dia 21 de maio de 2022, e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, no início há cerca de três meses e meio.

O Presidente da República solicitou na terça-feira a autorização ao parlamento para se deslocar à Ucrânia durante esta semana.

A deslocação do Presidente da República surgiu na sequência de um convite feito pelo homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, aquando da visita de António Costa a KIev.

“Sou portador de um convite que o Presidente Zelensky fez a sua excelência o Presidente da República para visitar a Ucrânia em data oportuna. E esse é o convite que transmitirei”, anunciou na altura o primeiro-ministro português depois de um encontro com o Presidente da Ucrânia.

Marcelo pretende condecorar Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade

No próprio dia em que se soube do convite, Marcelo Rebelo de Sousa disse que teria “muito prazer” em fazer a viagem até à capital ucraniana para demonstrar que há “convergência no apoio” ao país que há mais de um ano e meio está a tentar repelir uma invasão da Rússia.

No dia 22 de fevereiro deste ano o chefe de Estado português anunciou a intenção de condecorar Zelensky presencialmente, em Kiev, com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade: “Tenciono entregar [a condecoração] pessoalmente quando for à Ucrânia. É o que tenho feito com os chefes de Estado e com outros condecorados com essa ordem e outras ordens.”

O Presidente da República vai encontrar uma cidade transfigurada em em comparação com aquela que António Costa atravessou apenas dois meses depois do início da invasão russa.

As ruas repletas de pessoas, restaurantes e esplanadas cheias, e uma aparente sensação de normalidade no dia-a-dia substituíram a cidade quase deserta e o receio latente em cada habitante de um bombardeamento a qualquer instante nos primeiros meses.

Por uma questão de segurança, a Presidência da República não revelou pormenores sobre um possível encontro entre Marcelo e o homólogo ucraniano e o que vai fazer parte do roteiro na capital do país.

A visita do Presidente da República coincide com a comemoração do 32.º aniversário da independência da Ucrânia. Está prevista a participação de representantes de outros países que apoiam os ucranianos desde o primeiro dia contra a “operação militar especial”, como é designada pelo Kremlin.

DN/Lusa
23 Agosto 2023 — 12:11


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