159: Portugal compra cada vez mais gás à Rússia (que já está no pódio dos fornecedores)

 

– Onde param as sanções económicas internacionais ao Estado terrorista da Moscóvia? Quem decide estas compras? O Portugal dos Pequeninos em acção!

🇵🇹 PORTUGAL // GÁS // 🇷🇺 MOSCÓVIA // SANÇÕES 💰

Importações nacionais de gás natural liquefeito à Rússia cresceram para quase 200 milhões de metros cúbicos de Janeiro a Junho de 2023. Moscovo já está no pódio dos fornecedores, atrás da Nigéria e dos EUA. 

APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve / Facebook
Porto de Sines recebeu mais 200 milhões de metros cúbicos de GNL russo entre Janeiro e Junho

Portugal está no centro de uma tendência emergente no contexto energético europeu: a crescente dependência do gás natural liquefeito (GNL) da Rússia.

Segundo os dados mais recentes da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), avançados pelo Jornal de Negócios, entre Janeiro e Junho de 2023, o volume de GNL russo que chegou ao Terminal da Redes Energéticas Nacionais (REN) no porto de Sines aumentou quase 6%, para perto de 200 milhões de metros cúbicos.

Este aumento solidificou a Rússia como o terceiro maior fornecedor de GNL para Portugal no primeiro semestre deste ano, ficando apenas atrás da Nigéria e dos Estados Unidos.

É de realçar que, em 2022, a Rússia ficou em quarto lugar, sendo ultrapassada por Trindade e Tobago; no entanto, em Fevereiro de 2023, Sines recebeu a maior carga única de GNL russo (102 milhões de metros cúbicos) desde o início da guerra na Ucrânia.

Mas a tendência não se reflecte apenas em Portugal. A organização não-governamental Global Witness alerta que os países da União Europeia estão a aumentar as compras de GNL à Rússia.

De Janeiro a Julho deste ano, as importações provenientes de Moscovo aumentaram 1,7% em relação aos primeiros sete meses de 2022. Se comparado com o mesmo período em 2021, o aumento é de 40%.

Além disso, Portugal reduziu significativamente suas compras aos dois principais fornecedores globais de GNL. As importações da Nigéria e dos Estados Unidos caíram 38% e 9,3%, respectivamente, no primeiro semestre de 2023.

Esta redução correspondeu a um decréscimo de 28% no número de navios metaneiros que chegaram ao porto de Sines no mesmo período, transportando um total de 2,1 mil milhões de metros cúbicos de GNL.

Este cenário continua a agravar-se, apesar das advertências de Bruxelas. A União Europeia tem feito apelos aos seus Estados-membros para que evitem a compra de GNL russo, especialmente após o encerramento do gasoduto Nordstream.

Contudo, as sanções actualmente impostas ao petróleo russo não se estendem ao GNL, o que torna este recurso um “ponto cego” nas relações entre a UE e a Rússia.

O panorama energético português é reflexo de um dilema europeu mais amplo, que lança questões políticas e éticas. Até 2027, a Europa ambiciona libertar-se dos combustíveis fósseis russos, mas a trajectória actual sugere um cenário diferente.

ZAP //
31 Agosto, 2023


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158: Volodymyr Zelensky ofendeu Portugal

Em destaque

🇵🇹 PORTUGAL // 🇺🇦 ZELENSKY

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade que Marcelo Rebelo de Sousa, Chefe de Estado Português lhe queria entregar.

Segundo o presidente português, a condecoração foi entregue em “cerimónia privada”, mas Zelensky não esteve presente.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou receber das mãos do presidente português a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade.

Em tempo de guerra, explicou fonte diplomática ao jornal, Zelensky não aceita condecorações, porque considera que “o esforço é de todo o povo ucraniano”.

Uma condecoração deste tipo, nada tem a ver com o estado de guerra em que se encontra a Ucrânia pela invasão dos Filhos da Putina dos russonazis da Moscóvia e dos seus fantoches nazis amestrados!

Nem se enquadra num gesto de excluir todo o povo ucraniano, uma vez que Zelensky é o seu digno representante, eleito democraticamente por esse mesmo povo.

Esta atitude demonstra uma enorme falta de respeito não só para com o Chefe de Estado Português, como para com Portugal que este último representa numa visita oficial à Ucrânia.

Tristemente lamentável e deplorável esta atitude de Zelensky e que merece a minha total repulsa. Pessoalmente e como Português, ex-combatente da guerra do Ultramar, sinto-me ofendido com esta recusa!

Nesta conformidade e a partir de agora, o meu Blogue não será palco de mais qualquer notícia sobre a invasão da Ucrânia pelos russonazis da Moscóvia.

Desejo ao povo ucraniano que consiga expulsar do seu legítimo território todos os invasores russonazis.

27.08.2023


Franck Wolf


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157: Zelensky recusou condecoração de Marcelo

 

– Uma condecoração deste tipo, nada tem a ver com o estado de guerra em que se encontra a Ucrânia nem se enquadra num gesto de excluir todo o povo ucraniano, uma vez que Zelensky é o seu digno representante, eleito democraticamente por esse mesmo povo. Esta atitude demonstra uma enorme falta de respeito não só para com o Chefe de Estado Português, como para com Portugal que este último representa numa visita oficial à Ucrânia. Tristemente lamentável e deplorável esta atitude de Zelensky e que merece a minha repulsa. Pessoalmente e como Português, ex-combatente da guerra do Ultramar, sinto-me ofendido com esta recusa!

🇺🇦🔱UCRÂNIA // RECUSA // 🇺🇦🔱ZELENSKY // CONDECORAÇÃO 🎖️ // 🇵🇹 PORTUGAL

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade que Marcelo Rebelo de Sousa lhe queria entregar. Segundo o presidente português, a condecoração foi entregue em “cerimónia privada”, mas Zelensky não esteve presente.

Sergey Dolzhenko / EPA

Segundo apurou o Observador, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeito receber das mãos do presidente português a a condecoração do Grande-Colar da Ordem da Liberdade.

Em tempo de guerra, explicou fonte diplomática ao jornal, Zelensky não aceita condecorações, porque considera que “o esforço é de todo o povo ucraniano”.

Em Fevereiro, Marcelo tinha anunciado a sua intenção de entregar pessoalmente o Grande-Colar da Ordem da Liberdade a Zelensky, “quando fosse à Ucrânia — apesar de ter sido avisado que o seu congénere não aceitaria honrarias e de que não lhe seria possível entregar a condecoração ao presidente ucraniano.

Questionado pelos jornalistas em Kiev sobre se Zelensky recebeu a condecoração, Marcelo afirmou que o Presidente ucraniano “recebeu, obviamente a condecoração, mas recebeu em cerimónia não pública. De forma discreta, que o caracteriza nesse particular”.

No entanto, salienta o Observador, a condecoração foi na realidade apenas enviada por via protocolar para os serviços diplomáticos ucranianos.

Numa nota publicada no seu site oficial, a Presidência informa que “tal como referiu há mais de um ano, o Presidente da República decidiu condecorar o Presidente Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade”.

“As insígnias foram entregues esta semana em Kiev, por via protocolar, tendo o Presidente Zelensky sublinhado que homenageia a luta do povo ucraniano, e não em cerimónia pública de imposição de insígnias: trata-se de uma fórmula também usual em visitas de Estado”, acrescenta a nota da presidência.

“Também, como é sempre o caso, o alvará de concessão só é publicado em Diário da República depois da entrega das insígnias”, conclui a nota, que omite a recusa de Zelensky em receber a condecoração.

O presidente da República chegou esta quarta-feira a Kiev, onde participou nas comemorações dos 32 anos da independência ucraniana, tendo-se tornado o primeiro chefe de Estado a entrar num trincheira.

A presença do chefe de estado português na Ucrânia ficou marcada por com selfies, um discurso em ucraniano e um convite a Zelensky para vir a Portugal.

ZAP //
26 Agosto, 2023


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156: Prigozhin está vivo? Kremlin luta contra rumores de que o líder do Grupo Wagner forjou a morte

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DE TODOS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

– “Dmitry Utkin, o mercenário neo-Nazi que foi co-fundador do Grupo Wagner e que lhe deu o nome“.

E quer o russonazi nacional-imperialista socio-psicopata terrorista da Moscóvia, eliminar com a sua “operação especial” de invasão da Ucrânia, a desnazificação e desmilitarização da Ucrânia! Lida com nazis (Wagner), ele próprio desenvolve um regime de ditadura nazi e chama nomes aos outros!

🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // MOSCÓVIA // 💀⚰️PRIGOZHIN ❓

A morte de Yevgeny Prigozhin, o famigerado líder do grupo mercenário Wagner, num acidente de avião, tem estado envolta em controvérsia e rumores — que o Kremlin tenta afincadamente combater.

Segundo a posição oficial do governo russo, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, está morto, vítima de um acidente de aviação causado por uma “falha técnica simples”.

No entanto, alguns comentadores e analistas independentes suspeitam de que o desaparecimento de Prigozhin poderá ter sido encenado — provavelmente, pelo próprio.

E, reporta o Político, os rumores de que a notícia da morte do chefe mercenário poderá ter sido exagerada não tardaram a espalhar-se entre apoiantes do paramilitar e seus adversários políticos.

Até agora, a confirmação da morte de Prigozhin é baseada na identificação, entre os destroços do avião, de um corpo com tatuagens e um pedaço de dedo a menos na mão esquerda — um ferimento sofrido pelo mercenário há alguns anos quando se encontrava detido numa colónia penal.

Esta identificação carece para já de confirmação após análise de DNA aos corpos encontrados, entre os quais se encontra também o de Dmitry Utkin, o mercenário neo-Nazi que foi co-fundador do Grupo Wagner e que lhe deu o nome.

Duas horas após a queda do avião, a agência federal de aviação da Rússia confirmou o acidente fatal e a presença de Prigozhin a bordo. O Comité de Investigação da Rússia está a investigar a queda, e o Presidente Vladimir Putin pediu paciência pelos resultados.

Mas enquanto a análise de DNA não apresenta resultados conclusivos, a incerteza persiste — e alastra.

Prigozhin, recorda o Politico, tem um largo histórico de teatralidade, recurso a truques e uso frequente de sósias — o que ajuda a alimentar as especulações sobre uma possível reviravolta no caso.

Contrastando com a narrativa clara do governo, o canal GreyZone no Telegram, ligado ao Grupo Wagner, reportou inicialmente que um segundo avião pertencente a Prigozhin estava intacto e a sobrevoar Moscovo.

A analista política independente Yekaterina Schulmann descreveu mesmo o cenário como “uma oportunidade adequada para desaparecer para sempre“.

As actuações públicas habitualmente teatrais de Prigozhin como líder do Grupo Wagner, a descoberta de passaportes falsos e fotos em vários disfarces na sua mansão, e um incidente semelhante em 2019, em que foi dado como morto num acidente, só acrescentam mais lenha à suspeita.

Encenar a própria morte não seria algo demasiado complexo para alguém com as capacidades de Yevgeny Prigozhin, desde sempre um mestre do disfarce e do engano, à altura de Houdini. “É mesmo ao seu estilo“, diz ao Político o jornalista de investigação búlgaro Christo Grozev.

Menos de 48 horas após o acidente que o terá vitimado, muitos questionam se é verdade que Prigozhin está mesmo morto. Mas a sua lenda está claramente viva.

ZAP //
25 Agosto, 2023


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“Russian lives matter”. Lars von Trier criticado por publicação polémica

 

– Quem defende Hitler, quem profere estas afirmações pró-russonazis, só pode ser um nazi.

🇩🇰 DINAMARCA // PRÓ-NAZIS // LARS VON TRIER

A imprensa dinamarquesa questionou as declarações do realizador, que em 2011 causou alvoroço ao dizer que “compreendia” Hitler.

© LOIC VENANCE / AFP

O cineasta dinamarquês Lars von Trier defendeu-se esta quinta-feira depois de uma polémica publicação nas redes sociais, na qual criticou a doação de caças F-16 pela Dinamarca à Ucrânia, ter gerado debate público.

“Russian lives matter also!” [“As vidas dos russos também importam!”], escreveu terça-feira no Instagram, após a visita de Volodymyr Zelensky à Dinamarca, onde o presidente ucraniano e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, inspeccionaram os F-16 que seriam entregues à Ucrânia.

A publicação de Von Trier foi endereçada ao “Sr. Zelensky e ao Sr. Putin, e não menos importante à Sra. Frederiksen (que ontem, como alguém perdidamente apaixonado, posou na cabine de uma das máquinas de matar mais assustadoras do nosso tempo, sorrindo de orelha a orelha).”

Von Trier desactivou os comentários na publicação, mas atraiu a atenção da imprensa russa e ucraniana. “Eu estava apenas a afirmar o óbvio: que todas as vidas neste mundo são importantes!” escreveu o cineasta de 67 anos esta quinta-feira. “Parece uma frase esquecida, de uma época em que o pacifismo era uma virtude”, acrescentou.

A imprensa dinamarquesa também questionou as declarações do realizador, que em 2011 causou alvoroço ao dizer que “compreendia” Hitler – pelo que mais tarde se desculpou.

Numa entrevista ao diário dinamarquês Politiken, o professor universitário Jakob Baek Kristensen disse que a Rússia vai acolher a publicação de von Trier “de braços abertos”.

“Ele apoia a ideia de que a Rússia não é um agressor sem coração e que é um conflito legítimo em que a Rússia fica igualmente infeliz cada vez que sofre perdas”, disse o investigador das redes sociais.

Uma das maiores estrelas do cinema dinamarquês, von Trier dirigiu mais de 14 longas-metragens, muitas vezes perturbadoras e violentas.

Conhecido pelo seu humor negro, o nativo de Copenhaga ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2000 por “Dancer in the Dark”.

DN/AFP
24 Agosto 2023 — 17:27


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Putin recorda Prigozhin: cometeu “erros” graves, mas “alcançou resultados”

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DE TODOS OS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

– Só um socio-psicopata terrorista empedernido e sem um mínimo de humanismo, tem a distinta “lata” de apresentar “condolências” aos familiares das vítimas desta “queda” do avião, fossem eles quem fossem que lá iam dentro! Mas a táctica de eliminação de quem é contra este czar nacional-imperialista russonazi vem dos tempos da união soviética (URSS), cujos elementos possuem no seu ADN o vírus da destruição, do assassínio, da cleptocracia/plutocracia pura e dura.

🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // 🇷🇺☠️ MOSCÓVIA // ☠️ASSASSÍNIOS // PRIGOZHIN 💀

Presidente russo já expressou condolências e disse que Prigozhin cometeu “erros graves”, mas também “alcançou resultados”. No entanto, o padrão de mortes suspeitas envolvendo críticos de Putin e as acções passadas das forças de segurança russas dão peso à teoria de que o fim inflamado de Prigozhin teve a aprovação do Kremlin.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou esta quinta-feira as suas “condolências” pela queda do avião que se acredita ter matado o chefe mercenário da Wagner, Yevgeny Prigozhin, na quarta-feira.

“Em primeiro lugar, quero expressar palavras de sinceras condolências às famílias de todas as vítimas”, disse Putin, descrevendo Prigozhin como um homem que cometeu “erros” graves, mas “alcançou resultados“. Esta foi a primeira vez que o presidente russo se pronunciou sobre o acidente, em relação ao qual recaem muitas suspeitas têm recaído sobre o Kremlin e o próprio Vladimir Putin.

Questionado num documentário de 2018 se era capaz de perdoar os erros das pessoas, Vladimir Putin pensou por uma fracção de segundo. “Sim”, respondeu o presidente russo. “Mas não tudo.”

“O que é que é impossível para si perdoar?”, questionou o jornalista Andrei Kondrashov, durante uma das entrevistas para o seu filme de duas horas sobre o líder russo. “Traição”, respondeu o ex-oficial da KGB.

Quando o seu associado de longa data, Yevgeny Prigozhin, lançou a sua rebelião falhada contra o Estado russo, em Junho deste ano, muitos observadores previram que o chefe mercenário de Wagner seria imediatamente preso, desaparecido ou eliminado.

Para surpresa generalizada, o maior e mais humilhante desafio aos 24 anos de Putin no poder terminou com um acordo ao abrigo do qual Prigozhin e os seus mercenários foram autorizados a viajar para o exílio na vizinha Bielorrússia.

Mas o homem que chegou a ser conhecido como o “chef de Putin” pareceu nunca se ter refugiado no estrangeiro e foi até convidado para uma audiência de três horas no Kremlin, no final de Junho, e para uma grande cimeira sobre África em São Petersburgo, em Julho.

Na quarta-feira, exactamente dois meses depois do seu motim, acredita-se que Prigozhin, de 62 anos, terá morrido num acidente de avião a 300 quilómetros de Moscovo, levantando teorias de que Putin apenas esperou para demonstrar a sua ira de uma forma que servisse como um aviso forte para os outros possíveis contestatários do seu poder.

“Putin é alguém que geralmente pensa que a vingança é um prato que se serve frio”, disse o director da CIA, Bill Burns, num fórum anual de segurança em Aspen, no mês passado. “Na minha experiência, Putin é o apóstolo definitivo da vingança.”

“Nunca esquece”

A queda do jacto particular de Prigozhin na quarta-feira permanece envolta em mistério e há muitas explicações possíveis.

Foi um simples acidente causado por falha mecânica? Seria parte de uma conspiração de Prigozhin para fingir a sua própria morte e escapar à vingança de Putin? Foi um assassinato deliberado, mas perpetrado por um braço das forças de segurança russas sem o conhecimento presidencial?

Prigozhin tinha muitos inimigos internos, incluindo o chefe do exército russo, Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, enquanto a Ucrânia teria também todos os motivos para tentar matá-lo.

Mas muitos observadores dizem que o padrão de mortes suspeitas envolvendo críticos de Putin e as acções passadas das forças de segurança russas dão peso à teoria de que o fim inflamado de Prigozhin teve a aprovação do Kremlin.

“Putin nunca perdoa e nunca esquece”, disse Bill Browder, um empresário anglo-americano que já esteve entre os maiores investidores estrangeiros na Rússia antes de se tornar um crítico ferrenho de Putin.

“Prigozhin fez Putin parecer fraco e para Putin esse é o maior pecado”, disse ele à AFP. “Putin só conseguiu permanecer no poder porque conseguiu intimidar todos, subjugá-los ao medo e à subserviência. E isso depende completamente de ser visto como um ditador brutal.”

Em declarações à AFP na quinta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, destacou a “taxa de mortalidade particularmente elevada entre os opositores de Putin”.

Uma longa lista de opositores castigados

Os casos mais conhecidos que construíram a reputação do líder russo – e deram origem a livros com títulos como “Assassino no Kremlin” – envolvem antigos colegas de Putin nas forças de segurança.

Um inquérito público britânico concluiu que ele “provavelmente” ordenou o assassinato em 2006 do ex-oficial do FSB Alexander Litvinenko, que foi envenenado com uma substância radioactiva enquanto bebia chá no bar de um hotel em Londres.

Em 2018, a Grã-Bretanha culpou novamente a Rússia por tentar matar Sergei Skripal, um desertor da inteligência militar russa, que escapou por pouco da morte depois de assassinos terem pulverizado um agente nervoso da era soviética chamado Novichok na sua casa.

Os assassinatos infames de críticos do Kremlin incluem a morte a tiro, em 2006, no aniversário de Putin, da jornalista Anna Politkovskaya, autora de um livro sobre o presidente.

E em 2015, a principal figura da oposição, Boris Nemtsov, foi morto a tiros a poucos metros do Kremlin.

Muitos outros morreram em circunstâncias misteriosas ou inexplicáveis, incluindo o magnata exilado Boris Berezovsky, que foi encontrado inconsciente na casa de banho da sua casa em Inglaterra, em 2013, em circunstâncias que nunca foram totalmente explicadas.

Em 2020, o adversário contemporâneo de maior destaque de Putin, Alexei Navalny, só sobreviveu a um atentado com a substância Novilchok depois de ser transportado para a Alemanha para tratamento médico, mas foi preso ao voltar para casa e continua detido com sucessivos aumentos de pena.

A repressão aos opositores do regime aumentou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado, com uma onda de supostos suicídios e mortes prematuras entre empresários proeminentes, levando à especulação sobre uma limpeza dos cépticos da guerra entre a elite de Moscovo.

Entre eles está Ravil Maganov, presidente da gigante petrolífera anti-guerra Lukoil, que caiu para a morte desde uma janela do sexto andar, em Setembro – um destino sofrido por outros denunciantes, exilados e detractores de Putin ao longo dos anos.

“Putin gosta de assassinar os seus adversários e desmentir publicamente para poder dizer “estamos a investigar isso””, acrescentou Browder. “Mas extra-oficialmente ele pode olhar nos olhos de todo o mundo e dizer ‘isso é o que acontece com os traidores’.”

DN/AFP
24 Agosto 2023 — 18:21


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153: O caso da apreensão de bens do regime de Putin

 

Por Kristina Hook e Yonah Diamond

A meio do segundo ano da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, o mundo tornou-se demasiado complacente em relação a este ataque aos alicerces da ordem internacional. Isto representa riscos extremos. A Rússia não só infligiu um enorme sofrimento humano à Ucrânia, como também enviou deliberadamente uma bomba de barril contra os princípios mais básicos da estabilidade global, exacerbando as crises alimentares e ambientais globais. Nenhuma acção tomada até agora respondeu adequadamente a este abismo. Em particular, a apreensão de bens russos decorrentes de agressões e atrocidades continua a ser uma ferramenta negligenciada, apesar do seu potencial promissor para acelerar a retirada da Rússia, reforçar a recuperação da Ucrânia e estabelecer um precedente para atrocidades globais e prevenção de agressões.

Embora as perspectivas do Sul Global possam divergir em questões de responsabilização, há acordo sobre a primazia de acabar com as ameaças globais colocadas pela guerra da Rússia na Ucrânia, particularmente para mitigar os seus impactos noutros desafios como o clima e a segurança alimentar , e reformar o sistema internacional no sentido de uma mais equitativo equilíbrio de poder . As grandes potências moldaram a reconstrução do sistema internacional da era da Segunda Guerra Mundial de forma duradoura e desigual, sem nenhum exemplo mais evidente do que as lacunas continentais no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). pela Rússia Hoje, a guerra de agressão universalmente condenada abriu a porta a uma resposta pós-imperial verdadeiramente unida para remediar as desigualdades do passado através de contramedidas económicas.

O Embaixador do Quénia nas Nações Unidas, Martin Kimani, articulou poderosamente a importância global de derrotar e dissuadir o neo-imperialismo da Rússia dias antes da sua invasão em grande escala da Ucrânia em Fevereiro de 2022. No seu discurso no Conselho de Segurança da ONU, ele repreendeu o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, por rejeitar a diplomacia e usar a força militar para colocar normas multilaterais “no seu leito de morte”.

Crimes russos sem resposta e sem precedentes

O apelo de Kimani para preservar a ordem internacional e a segurança que ela traz tanto aos países grandes como aos pequenos permanece sem resposta. Contudo, uma resposta abrangente não pode ser sustentada através do apoio militar à capacidade da Ucrânia de se defender sozinha. Deve ser complementado por toda a gama de opções económicas para pressionar a Rússia a recuar, incluindo a apreensão dos activos implicados. Um programa de confisco de bens é justificável por motivos jurídicos, morais e políticos, e os planos multilaterais para tal acção já abundam.

Em primeiro lugar, a guerra de agressão da Rússia é um crime internacional flagrante e claro contra a paz , desencadeando a destruição da ordem global. Apesar de todas as suas deficiências, o sistema pós-Segunda Guerra Mundial introduziu instituições através das quais as preocupações económicas e de segurança podem ser canalizadas, centradas em princípios de estabilidade e previsibilidade. Mesmo quando desafiadas, as próprias normas da soberania do Estado e da integridade territorial não foram questionadas – até agora. A insistência da Rússia em poder anexar e integrar à força cinco províncias distintas do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia evidencia os objectivos de império mais amplos e catastróficos do regime . As acções violentas de Moscovo violam flagrantemente as normas internacionais subjacentes em que se baseiam todas as instituições de segurança, monetárias, comerciais e diplomáticas. A crescente aceitação e foco num tribunal para o crime de agressão reflecte o reconhecimento da urgência de processar e reparar a causa raiz de toda a destruição provocada por esta guerra – um processo já em curso na Europa. Em julho, a Agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal (Eurojust) abriu o Centro Internacional para o Processo do Crime de Agressão contra a Ucrânia em Haia.

Em segundo lugar, a Rússia está a levar a cabo o seu ataque contra a Ucrânia de uma forma que maximiza a destruição e o sofrimento civil, atropelando todos os princípios humanitários. A tentativa da Rússia de destruir o grupo nacional ucraniano protegido não é um mero efeito incidental, mas uma estratégia de guerra impulsionadora. Embora a violência política aberta seja uma táctica fundamental, o Kremlin também tem como alvo infra-estruturas civis e agrícolas, usando a fome como arma de guerra para negar as condições de vida que sustentam a existência quotidiana dos ucranianos e afectando desproporcionalmente as nações em desenvolvimento que dependem das suas exportações de cereais. Os decisores políticos devem utilizar todas as ferramentas diplomáticas, económicas e políticas disponíveis para responder na mesma moeda a estas atrocidades.

Finalmente, para além dos crimes de agressão e das atrocidades sistemáticas da Rússia, a natureza cleptocrática arraigada da classe dominante russa fortalece os argumentos a favor da apreensão de bens. Em 2014, a cientista política norte-americana Karen Dawisha apelidou a Rússia de “cleptocracia”, combinando a palavra grega para “ladrão” e “governar” para denotar o mais alto grau possível de grande corrupção enraizada e virtualmente desenfreada, que vai até aos saqueadores-in- chefe Vladimir Putin. Enquanto o regime infligia danos no valor de centenas de milhares de milhões de dólares na Ucrânia, o sistema capitalista de compadrio continua a operar através de uma rede de elites dominantes que utilizam instituições públicas para desvios massivos. Agora a conta chegou devido, através da campanha flagrante e atroz de violência e terror da própria liderança russa contra o seu vizinho.

Sim, a guerra de agressão não provocada da Rússia contra a Ucrânia não tem precedentes na era moderna. No entanto, mais de dezoito meses após o seu ataque, a resposta colectiva internacional está aquém da resposta ao desafio e de pressionar a Rússia a mudar de rumo. A abordagem ocidental prevalecente dá prioridade ao fluxo constante de ajuda militar à Ucrânia, ao mesmo tempo que se baseia numa cooperação sem precedentes em matéria de segurança regional e sanções económicas como formas primárias de dissuasão. No entanto, os danos globais ao próprio sistema internacional nunca serão resolvidos por esforços que evitem a utilização de todas as ferramentas disponíveis.

A Rússia tomou medidas para preparar a sua economia para as consequências da sua invasão e é sustentada por redes financeiras e comerciais ilícitas preenchidas por regimes como a China, a Turquia, a Índia, a Bielorrússia e outros na Ásia Central. Alguns analistas ocidentais ainda projectam o crescimento económico na Rússia este ano. Os decisores políticos, portanto, precisam de considerar medidas adicionais que visem os condutores da máquina de guerra da Rússia – as suas fontes de financiamento e apoio. O confisco de bens sancionados é a política mais responsável para atingir estes fins.

O que fazer a seguir

Qualquer política que procure dissuadir a Rússia deve ter em conta a natureza exclusivamente cleptocrática da sua oligarquia – um sistema de legalistas profundamente enraizados que controlam as indústrias mais lucrativas do país e preservam o estatuto e os poderes de tomada de decisão de Putin – um acordo que confunde os limites entre o Estado e o sector privado. ativos mantidos. A distinção fundamental a fazer quando se procura confiscar bens não pode ser determinada segundo linhas estritamente privadas e públicas, mas deve visar os fundos que permitem a guerra e proteger os fundos que são, ou serão, efectivamente investidos no desenvolvimento interno da Rússia.

Para ilustrar, o Kremlin acaba de duplicar as suas despesas com a defesa este ano para mais de 100 mil milhões de dólares – um terço de todas as despesas públicas. Os Estados podem criar a presunção de que todo o dinheiro atribuído à defesa da Rússia está a apoiar a guerra e está, portanto, sujeito não só ao congelamento, mas também à apreensão. A União Europeia (UE), outros países do Grupo dos Sete (G7) e a Austrália congelaram cerca de 300 mil milhões de euros de reservas do banco central russo; os activos do banco central devem ser incluídos em qualquer programa de confisco. No mínimo, estes activos deveriam ser imediatamente transferidos para um fundo internacional para eventual desembolso para reparações. Quanto às sanções individualizadas, a Task Force multilateral Russa para Elites, Procuradores e Oligarcas (REPO) bloqueou ou congelou mais de 58 mil milhões de dólares em activos sancionados, mas o Kremlin e os leais ao regime podem dar-se ao luxo de resistir a uma retenção temporária sobre uma fracção da sua riqueza. . Os países deveriam dar força a estas políticas, confiscando os bens sancionados e iniciando o processo de reparação. Isto aumentaria a pressão sobre os arquitectos e facilitadores da guerra para acabar com a guerra e compensaria as vítimas em tempo real. Uma abordagem combinada de sanções específicas, apreensões de bens e recusas de investimento estrangeiro deverá promover capacidade de sobrevivência individual ou deserção dentro dos diversos círculos oligárquicos da Rússia – com a comunicação clara de que Putin, de setenta anos, legará um albatroz económico tanto ao seu país como aos seus comparsas.

específicas As sanções representam um avanço na prevenção, responsabilização e dissuasão das atrocidades, porque impõem custos imediatos e penalizam estreitamente os principais perpetradores, e não os cidadãos do país. A ameaça de processar crimes internacionais provou ser uma forma ineficaz de dissuasão. Quando as respostas da política externa aplicam padrões criminais reforçados ou garantias constitucionais democráticas a indivíduos que apoiam comprovadamente uma guerra de agressão, perpetuam uma cultura de impunidade.

Um programa de confisco sancionado de bens relacionado com as violações mais graves do direito internacional pode ser justificado tanto por pragmáticos como jurídicos motivos . Quando olhamos mais de perto para os principais argumentos que alertam contra o confisco, eles revelam uma fé cega nas regras internacionais completamente desligadas da realidade ou, pior, são simplesmente uma cortina de fumo para proteger interesses financeiros poderosos. O ritmo a que os governos estão dispostos a intensificar o envolvimento militar como principal estratégia de dissuasão, em comparação com a estagnação do movimento no sentido da adopção de medidas não forçadas para confiscar bens, deveria ser motivo de alarme entre os cidadãos e contribuintes preocupados. O confisco de bens serviria duplamente para uma função sustentável de penalizar os perpetradores, ao mesmo tempo que desviaria esses fundos para mais assistência e reparações.

Os principais desafios a uma política de confisco giram em torno da incerteza que poderá injectar no sistema financeiro e de investimento internacional. Dada a posição da China neste sistema, alguns economistas levantaram preocupações de que a apreensão de activos estatais russos possa criar um precedente que possa levar à saída da China do mercado do Tesouro dos EUA. No entanto, estas preocupações compreendem mal ou negligenciam fundamentalmente a ameaça muito maior a essa estabilidade e à previsibilidade do mercado financeiro causada pelo uso arbitrário da força e da agressão. O comércio destinado à China também foi perturbado pela violência militar da Rússia contra as infra-estruturas civis da Ucrânia, e mensagens diplomáticas claras podem sublinhar estas realidades a curto e longo prazo. Um mundo governado pelo uso da força oblitera inerentemente a estrutura de uma ordem internacional regida por normas aceites de formas que afectam todos os países. A preservação cautelosa do antigo sistema falhou, exigindo políticas mais ousadas para enfrentar as ameaças aos fundamentos da ordem internacional.

A agressão militar é mais do que um crime ou uma violação do direito internacional; é um ataque aos próprios fundamentos da ordem internacional. Se a agressão não tiver uma resposta adequada e se tornar a norma, não existirão regras internacionais para orientar a previsibilidade da segurança futura, o multilateralismo e o comércio. Ao enfrentarem uma ameaça tão clara, urgente e presente ao próprio sistema, os Estados devem dar prioridade à prevenção do seu colapso em detrimento de uma fé equivocada de que os regimes autoritários cumprirão as regras. Este raciocínio deverá também encorajar os Estados democráticos a cooperar em torno de políticas de confisco de bens, apesar das disparidades nos bens detidos. Isto aplica-se a estados que vão desde a Bélgica, que detém uma percentagem considerável, até aos Estados Unidos, que detém consideravelmente menos.

Os poderes executivo e legislativo podem superar os desafios às ordens de confisco ou à legislação neste caso excepcional, traçando uma linha clara no crime de agressão, uma ameaça à ordem internacional que exige uma resposta unida. Esta política pode delinear estritamente um nexo desencadeador entre indivíduos ou entidades sancionadas e atos de agressão, bem como fundos “públicos” ligados a atos de agressão. básica A definição de agressão é internacionalmente aceite na Resolução 3314 (XXIX) da Assembleia Geral das Nações Unidas: “o uso da força armada por um Estado contra a soberania, integridade territorial ou independência política de outro Estado”. O Tribunal Internacional de Justiça caracterizou ainda a proibição do uso da força como “uma pedra angular da Carta das Nações Unidas”.

Nesta situação, a Assembleia Geral da ONU já aprovou quatro resoluções reconhecendo inequivocamente a responsabilidade da Rússia pela agressão, e uma resolução adicional endossando um registo internacional dos danos causados ​​pela Rússia na Ucrânia para eventuais reparações. Cada uma destas resoluções imparciais e autorizadas pode sustentar a legislação nacional ou a acção executiva que autoriza o confisco de bens ligados aos perpetradores e facilitadores. Tal como referido, uma das principais preocupações em torno do confisco é a potencial retirada de reservas cambiais dos bancos dos EUA. No entanto, ao abrigo da legislação proposta ou da ordem executiva limitada à agressão, os intervenientes estrangeiros teriam a garantia de que os seus fundos e investimentos estão seguros no sistema financeiro dos EUA, desde que não cometam o crime de agressão. Se as leis fossem redigidas de forma mais ampla para proteger as vítimas de abusos e atrocidades, isso seria um sinal de progresso, porque os regimes retirariam o seu dinheiro por medo do escrutínio dos seus registos em matéria de direitos humanos.

Outros argumentam que o confisco levará a um tratamento recíproco, aumentando o risco para os activos no estrangeiro. Contudo, também aqui, trata-se menos de um risco do que de uma salvaguarda que separaria os activos e o investimento de um país da cumplicidade em agressões militares ou atrocidades em massa. Além disso, estes activos já estão em risco no âmbito de sistemas autoritários que carecem de tribunais independentes ou de quaisquer protecções contra a apreensão arbitrária. Por exemplo, o Kremlin instituiu recentemente um imposto de 10% sobre as empresas que saem do país e um imposto extraordinário sobre os lucros excessivos das empresas russas – dinheiro que é redireccionado para o esforço de guerra.

Advogados internacionais também levantaram a questão da imunidade soberana associada aos bens “estatais”, ou argumentam que existem precedentes mínimos para apoiar o confisco. No entanto, o direito internacional confere aos Estados lesados ​​o direito de tomar contramedidas unilaterais que, de outra forma, violariam o direito internacional, incluindo os princípios da imunidade, para induzir outro Estado a cumprir as suas obrigações. Neste caso, todos os Estados são feridos por uma guerra de agressão ( violação erga omnes que afecta a comunidade internacional como um todo) e, portanto, têm o direito de tomar contramedidas sob a forma de confisco de activos estatais para induzir a Rússia a pôr termo à sua agressão ou a cumprir a sua obrigação de compensar a Ucrânia.

Alguns argumentaram erradamente que as contramedidas deveriam ser tomadas de uma forma que pudesse ser revertida, evitando assim o confisco permanente em favor de medidas intermédias, como o congelamento de bens. No entanto, o direito internacional não exige uma reversão literal das contramedidas, mas sim a retoma das obrigações normais ao abrigo do direito internacional. Aqui, estas obrigações foram inexoravelmente alteradas pela agressão da Rússia, incorrendo na sua obrigação adicional de pagar reparações integrais pelos danos causados, o que pode ser parcialmente cumprido através de bens confiscados.

Numa entrevista aos autores, Anton Moiseienko, um dos principais especialistas em sanções específicas, afirmou: “a lei das contramedidas permite que outros estados confisquem os bens da Rússia em cumprimento da obrigação de compensar a Ucrânia pelos danos causados ​​pela sua agressão, desde que essas medidas visam tornar a Ucrânia inteira, em vez de punir a Rússia.”

Além disso, a formação do direito internacional é um processo contínuo que é moldado pela opinio juris e pela prática estatal em resposta às contingências dos assuntos mundiais. O Canadá, por exemplo, já anunciou que está a pedir o confisco de 26 milhões de dólares de uma empresa propriedade do oligarca russo Roman Abramovich, nos termos da nova legislação que permite o confisco e a reorientação de activos sancionados para a reconstrução do Estado afectado, restauração da paz e segurança, ou compensação das vítimas. Os Estados Unidos têm a oportunidade de seguir o exemplo do Canadá no espírito de um eventual consenso internacional, adoptando um programa de confisco como uma resposta ou contramedida de política externa eficaz e sustentável à agressão e atrocidades em massa, com base no trabalho já em curso pela sua tarefa KleptoCapture força.

Considerações pragmáticas

O fracasso no confisco destes activos não só projecta fraqueza e indulgência, mas também proporciona um lucro inesperado generoso aos oligarcas, perpetradores e funcionários corruptos, que já estão a fugir às sanções por detrás do segredo das redes financeiras offshore, e um modelo para explorar lacunas entre o Estado e activos privados neste contexto exclusivamente cleptocrático. O argumento de que o confisco prejudicará os esforços para garantir uma solução diplomática também é infundado, dada a clara rejeição da diplomacia por parte deste regime russo em favor da força bruta. Quando a diplomacia de boa-fé não está em cima da mesa, os Estados Unidos só podem responder eficazmente com medidas legais e inteiramente legítimas que pressionarão a Rússia a mudar o seu comportamento. A preocupação de que o confisco de bens possa resultar numa escalada é ainda mais ténue, especialmente quando vista contra as políticas militares e de defesa de dissuasão já em vigor.

Este processo necessário pode ser realizado de uma forma sofisticada e responsável – ligando os fundos confiscados aos principais fluxos financeiros de apoio ao regime e à sua máquina de guerra. Aspectos técnicos importantes, incluindo a definição legal de um “activo” e a apreensão de interesses de investimento, podem ser abordados através do debate legislativo, permitindo ao Congresso também canalizar os direitos de recurso dos oligarcas individuais através do Supremo Tribunal, em vez de numerosos desafios individuais. Com a vantagem de avançar rapidamente, uma acção executiva direccionada também poderia contornar questões colocadas por preocupações de imunidade soberana. A guerra de agressão da Rússia é uma questão de segurança nacional e internacional, exigindo uma acção rápida e resoluta visando o seu financiamento e codificada em lei e política.

Os contínuos fluxos financeiros que financiam ou apoiam regimes que cometem violência em massa com impunidade não são exclusivos da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Se os Estados Unidos e países com ideias semelhantes levam a sério a imposição de custos para travar uma guerra de agressão e o consequente sofrimento humano incalculável, precisam de implementar políticas e legislação que visem directamente os meios, o financiamento e as motivações dos perpetradores. A flagrante guerra de agressão da Rússia revela a urgência de aplicar tais políticas para proteger a ordem jurídica internacional e reconstruir o que o Kremlin deixou em ruínas.

Sobre os autores

Kristina Hook é professora assistente de gestão de conflitos na Kennesaw State University e pesquisadora sênior não residente no Eurasia Center do Atlantic Council. Ela é a autora principal do laudo pericial A crescente comissão de genocídio da Federação Russa na Ucrânia: uma análise jurídica .

Yonah Diamond é advogada internacional de direitos humanos no Centro Raoul Wallenberg para Direitos Humanos, especializada em responsabilização e prevenção de atrocidades. Ele é o principal autor do relatório de especialistas Uma análise jurídica independente das violações da Convenção sobre Genocídio na Ucrânia pela Federação Russa e do dever de prevenir .

A missão do Eurasia Center é reforçar a cooperação transatlântica na promoção de políticas que fortaleçam a estabilidade, os valores democráticos e a prosperidade na Eurásia, desde a Europa Oriental, no Ocidente, até ao Cáucaso, Rússia e Ásia Central, no Oriente.

23 de Agosto de 2023

(tradução livre)


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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152: Zelensky confirma bandeira hasteada na Crimeia, mas pede prudência

 

É PRECISODESNAZIFICARA MOSCÓVIA
DOS NAZIS E DOS SEUS APOIANTES,
PARA O BEM DA HUMANIDADE!

🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

🇺🇦🔱 UCRÂNIA // 🇺🇦🔱 CRIMEIA // 🪖 OPERAÇÃO ESPECIAL

Kiev tem afirmado repetidamente que pretende recuperar a Crimeia, que é reconhecida internacionalmente como parte da Ucrânia, mas controlada pela Rússia desde 2014, quando as forças de Moscovo tomaram a península.

© EPA/STRINGER

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou esta quinta-feira que militares ucranianos iniciaram uma operação na Crimeia, sem baixas até ao momento, mas que ainda é cedo para falar na recuperação daquele território.

“Sim, são os nossos rapazes que lá estão. Está a correr bem, não há baixas, pelo menos não há baixas do nosso lado, o que é bom”, sustentou o Presidente ucraniano, em conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kiev.

Contudo, Volodymyr Zelensky disse que “ainda é cedo para falar da recuperação da Crimeia”, apesar de estar em curso uma “operação especial”.

Anteriormente, as autoridades ucranianas anunciaram ter hasteado a sua bandeira na península da Crimeia, anexada à Rússia, durante a noite, depois de uma “operação conjunta especial” com a sua Marinha, enquanto o país celebra o Dia da Independência.

https://twitter.com/RubrykaEng/status/1694679648402088162?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1694679648402088162%7Ctwgr%5E6202411edc00b0de687e9ba72d934ddf86b11718%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.dn.pt%2Finternacional%2Fucrania-diz-que-hasteou-a-bandeira-na-crimeia-numa-operacao-noturna-16908515.html

Kiev tem afirmado repetidamente que pretende recuperar a Crimeia, que é reconhecida internacionalmente como parte da Ucrânia, mas controlada pela Rússia desde 2014, quando as forças de Moscovo tomaram a península.

A agência de inteligência ucraniana GUR disse em comunicado que as suas forças especiais desembarcaram na costa ocidental da Crimeia, perto das cidades de Olenivka e Mayak, onde “entraram em combate”.

“Como resultado, o inimigo sofreu perdas de pessoal e equipamento inimigo foi destruído”, disse, acrescentando que “a bandeira do Estado voltou a ser hasteada na Crimeia ucraniana”.

A Ucrânia lançou vários ataques contra a península anexada à Rússia desde o início da invasão de Moscovo, e refere-se ao território como “temporariamente ocupado” em declarações.

Na quarta-feira, Kiev afirmou ter destruído um potente sistema antiaéreo russo S-400 nessa zona, o que, segundo o país, infringiu um “golpe doloroso” nas defesas aéreas inimigas.

Moscovo também acusou a Ucrânia de atacar a ponte da Crimeia, construída pela Rússia, que foi encerrada devido a vários incidentes, incluindo uma enorme explosão em Outubro do ano passado.

A operação e a menção de uma bandeira ucraniana hasteada na península é tanto mais simbólica quanto ocorre no Dia da Independência e no dia seguinte ao Dia da Bandeira Ucraniana.

As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

DN com agências
24 Agosto 2023 — 14:03


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Presumível morte de Prigozhin é uma “coisa boa”, diz Zelensky

 

🇺🇦🔱 UCRÂNIA // 🇷🇺☠️ RUSSONAZIS // 🇷🇺☠️ MOSCÓVIA // 🇷🇺💀 PRIGOZHIN

“Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi”, disse o presidente ucraniano, na primeira reacção à presumível morte do líder do grupo Wagner. “Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado”, brincou Zelensky.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em conferência de imprensa conjunta
© ANTONIO PEDRO SANTOS

O presidente da Ucrânia considerou esta quinta-feira que a presumível morte do líder do Grupo Wagner é “uma coisa boa” para a Ucrânia e até fez uma piada sobre o assunto.

“Claro que é uma coisa boa para a Ucrânia. Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi”, disse Volodymyr Zelensky, na primeira reacção à presumível morte de Yevgeny Prigozhin, em conferência de imprensa conjunta com homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kiev.

E no humor a que por vezes recorre, reminiscência do passado como comediante, brincou com o assunto: “Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado.”

Na quarta-feira, a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) indicou que Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário russo Wagner, era um dos passageiros do jacto privado que se despenhou a norte de Moscovo, matando todos os ocupantes.

Segundo a mesma fonte, estava também entre os passageiros Dmitry Utkin, um dos fundadores do grupo Wagner e ex-oficial das forças especiais russas.

Partido russo acusa “canalhas específicos” da morte de Prigozhin

– A cobardia destes russonazis que não têm 🍅🍅para acusarem directamente o socio-psicopata czar nacional-imperialista do reino da Moscóvia! Cuidado, porque quem se mete com o gajo, leva!

O líder do partido Rússia Justa, Serguei Mironov, denunciou, entretanto, que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi morto por “canalhas específicos”, que não identificou, cujo “castigo será inevitável”.

“Prigozhin estava no caminho de muitos na Rússia, na Ucrânia e no Ocidente”, escreveu Mironov nas redes sociais, citado pela agência espanhola EFE.

O nome de Prigozhin, 62 anos, constava da lista de passageiros de um avião privado que se despenhou por razões desconhecidas na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, segundo as autoridades russas.

O líder do Rússia Justa fez eco das acusações nas redes sociais de que o avião em que viajaria Prigozhin teria sido abatido por um míssil ou por uma bomba colocada no interior do aparelho.

Mironov disse que, “a certa altura, o número de inimigos [de Prigozhin] atingiu o pico”.

“Por isso, no caso de Prigozhin, não é que uma morte abstracta tenha encontrado a sua vítima, mas sim que foram canalhas específicos que o fizeram”, afirmou.

“Onde quer que estejam, o castigo será inevitável”, acrescentou Serguei Mironov.

O Rússia Justa tem 28 deputados e é o terceiro partido do parlamento russo, dominado pelo partido Rússia Unida, que apoia o Presidente Vladimir Putin, com 321 dos 450 eleitos.

O avião privado fabricado pela brasileira Embraer despenhou-se na região de Tver, a norte de Moscovo, provocando a morte das 10 pessoas a bordo.

A agência de aviação civil Rosaviatsia disse que na lista de passageiros constava também o nome de Dmitri Utkin, braço direito de Prigozhin e antigo oficial dos serviços secretos militares russos.

O Grupo Wagner esteve muito activo na guerra da Ucrânia, lançada pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

No final de Junho, depois de ter conquistado a cidade ucraniana de Bakhmut, na mais longa e sangrenta batalha da guerra, o grupo protagonizou uma rebelião contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.

Prigozhin exigiu na altura a demissão de Shoigu e do chefe do Estado-maior, Valery Gerasimov, a quem acusou de mandar atacar os militares do Grupo Wagner e de incompetência na guerra contra a Ucrânia.

Durante a breve rebelião, o antigo aliado de Putin ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste da Rússia, e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo.

A coluna voltou para trás após um acordo alegadamente mediado pela Bielorrússia, para onde se terão transferido milhares de mercenários do Grupo Wagner.

Prigozhin esteve ausente das redes sociais durante algum tempo, mas surgiu esta semana num vídeo alegadamente gravado em África, antes do acidente do avião em que supostamente viajava.

O Kremlin (Presidência russa) ainda não comentou o acidente aéreo que terá vitimado o chefe do Grupo Wagner.

Notícia actualizado às 12:54

DN/Lusa
24 Agosto 2023 — 12:42


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150: Sete feridos em ataque russo a Dnipro

 

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🇺🇦 SLAVA UKRAYINI 🇺🇦

🇺🇦🔱 UCRÂNIA // 💥 BOMBARDEAMENTOS // 🇷🇺☠️RUSSONAZIS // 🇷🇺☠️ TERRORISMO

Autoridades ucranianas indicaram que foram danificados “um banco, uma estação de serviços, um hotel”, uma empresa agrícola e outra de fabrico de mobiliário e “um edifício administrativo”.

A destruição em Dnipro causada por ataque russo
Foto X (antigo Twitter)

A destruição em Dnipro causada por ataque russo
Foto X (antigo Twitter)

A destruição em Dnipro causada por ataque russo
Foto X (antigo Twitter)

Um ataque com mísseis russos à cidade ucraniana de Dnipro feriu sete pessoas e atingiu uma infra-estrutura de transportes e uma dezena de instalações privadas de vários sectores económicos, informou esta quinta-feira a Administração Militar local.

Durante a noite, registaram-se fortes explosões em Dnipro. O inimigo atacou a cidade com mísseis. Um deles foi abatido”, escreveu, na plataforma de mensagens Telegram, o chefe da Administração Militar da região de Dnipropetrovsk, da qual Dnipro é a capital.

“Um banco, uma estação de serviços, um hotel, uma empresa agrícola, uma empresa de fabrico de mobiliário e um edifício administrativo” foram danificados no ataque, acrescentou Sergei Lisak.

Dnipro, no centro da Ucrânia, é uma das principais cidades industriais do país e serve de centro logístico para as forças armadas ucranianas, devido às suas boas ligações e à relativa proximidade da frente de batalha.

DN/Lusa
24 Agosto 2023 — 07:39


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