349: O logo do governo e a bandeira nacional

 

🇵🇹 OPINIÃO

Corre uma polémica no antigo Twitter, agora X, que já se alastrou à comunicação social, sobre o logótipo do governo, em que o resultado do uso das cores da bandeira nacional se assemelha mais à bandeira do Mali do que à bandeira de Portugal.

Curiosamente, este novo logo foi implementado no final de Julho, e foi nessa altura que me insurgi com a nova imagem. Trata-se de um rectângulo vertical verde, um enorme círculo amarelo e um quadrado encarnado e terá custado mais de 70 mil euros.

O anterior símbolo do governo era uma representação mais fiel da bandeira nacional e nunca foi alvo de qualquer tipo de polémica, usado em governos anteriores e pelos oito anos de governação de António Costa até meio deste ano.

Há talvez uma mania nacional de alterar, para pior, algo que nunca foi um problema para ninguém. Mexeu-se e estragou-se. Logo em Julho critiquei esta nova imagem, que em nada dignifica o mais importante símbolo nacional.

Pior, demonstra uma enorme ignorância sobre a própria bandeira implementada em 1911, na sequência da mudança da monarquia para a República. As cores nacionais são apenas duas: verde e vermelho. Até é conhecida como a bandeira verde-rubra.

A inclusão do amarelo da esfera armilar, e numa proporção similar à do verde e vermelho, é um erro básico só aceitável por uma criança do ensino primário. Um erro repetido por boa parte dos canais de televisão sempre que querem representar as cores de Portugal, nomeadamente em logos para eleições.

Nas simplificações da bandeira nacional devem ser usados apenas o verde e o vermelho e em casos excepcionais, mesmo assim a evitar, um muito pequeno apontamento de amarelo. Caso contrário temos a representação da bandeira do Mali, que nada tem a ver com o maior símbolo de Portugal.

A esfera armilar e o escudo são símbolos da bandeira, as suas cores não devem ser representadas. Ou são colocados tal como são ou saem da simplificação. Tal como os outros países fazem. Basta ver o que se faz em simplificações da bandeira de Espanha, por exemplo.

É verdade que a bandeira de Portugal não é um exemplo de perfeição estética. As cores da carbonária escolhidas para a bandeira republicana não se conjugam bem e a colocação da esfera armilar destruiu toda a estética da imagem nacional.

A esfera armilar, que simboliza a expansão marítima portuguesa, devia ter saído da bandeira portuguesa quando se entregou Macau à China em 1999. E foi pena que os republicanos portugueses não tenham mantido o azul e branco, sem, obviamente, a coroa real.

Como disse Ricardo Pinho, que propõe que a bandeira portuguesa seja azul e branca com o escudo actual (sem esfera armilar), “o azul e branco não são apenas as cores da nossa identidade desde D. Afonso Henriques, são também as cores da calçada portuguesa, do azulejo português (do século XVIII) e de muita da arquitectura típica portuguesa.

Ao retirar a esfera armilar, o escudo português pode então tomar toda a altura da esfera e ganhar assim mais visibilidade, mais dignidade e ser melhor apreciado no seu detalhe e na sua qualidade estética”.

Talvez seja tempo para reflectirmos sobre a nossa bandeira, que cores nacionais nos devem representar, se um símbolo inestético como a esfera armilar (que representa um Portugal que tinha colónias) deve permanecer…

Entretanto, respeitemos a bandeira que existe. E as suas duas cores: verde e vermelho. Nunca verde, amarelo e vermelho.

Presidente do movimento Partido Democrata Europeu

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

Relacionado: Governo paga 74 mil euros para alterar símbolo institucional. Críticas não tardaram a surgir e até já há uma petição

DN
Tiago Matos Gomes
30 Novembro 2023 — 18:46


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 6 dias ago

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229: Belém, um péssimo exemplo

 

– “… A impunidade com que vemos por todo o lado carros em cima de passeios e passadeiras devia fazer-nos corar de vergonha sobre tamanha falta de civismo. Pior, são as próprias autoridades policiais que fazem vista grossa a milhares de casos destes por dia.

“… Há algo básico que os portugueses ainda não aprenderam ao fim de cerca de 100 anos de automóveis na via pública: os carros usam as estradas e as pessoas usam os passeios e passadeiras. “

E, mais grave ainda, com conhecimento de causa! Enquanto os grunhos labregos infractores continuarem a estacionar as latas de duas e de quatro rodas em cima dos passeios, bloqueando portas de prédios, das passadeiras, nas paragens dos transportes públicos, impunemente, sem qualquer actuação das entidades policiais que deveriam zelar pelo cumprimento das leis deste país, nomeadamente do Código da Estrada, a selvajaria continua a florescer, obrigando as pessoas, com risco da própria vida, a circularem pela estrada.

– Não aprenderam porque são labregos básicos, autênticos neandertais da era moderna, sem qualquer pudor em estacionar a lata em locais proibidos e, sabendo de antemão, que não vão ser sancionados por essas infracções.

“… É necessária coragem por parte das autoridades e passar a punir de uma vez por todas quem estaciona em cima de passeios e de passadeiras. Sem dó nem piedade. Infelizmente, só assim as regras mais básicas passarão a ser cumpridas.”

🇵🇹 OPINIÃO

A mentalidade portuguesa em relação ao automóvel devia ser um caso de estudo na Europa. A impunidade com que vemos por todo o lado carros em cima de passeios e passadeiras devia fazer-nos corar de vergonha sobre tamanha falta de civismo. Pior, são as próprias autoridades policiais que fazem vista grossa a milhares de casos destes por dia.

E são muitas vezes os veículos da polícia que estão em infracção sem qualquer justificação. O mesmo acontece com os veículos das câmaras e das freguesias. No caso de Lisboa não é raro ver carros e carrinhas em cima da placa central do Rossio, Restauradores ou nos passeios da Avenida da Liberdade.

A desculpa é sempre a mesma: estão a trabalhar. Como se o facto de estarem a trabalhar desse permissão para não cumprir com o código da estrada e com o mais elementar civismo.

Há algo básico que os portugueses ainda não aprenderam ao fim de cerca de 100 anos de automóveis na via pública: os carros usam as estradas e as pessoas usam os passeios e passadeiras.

E só em casos muito excepcionais, como emergências, é que esta regra pode ser esquecida. Basta estar dez minutos na Rua do Ouro em Lisboa para ver cargas e descargas feitas a qualquer hora em cima dos passeios. Ninguém é chamado à atenção, muito menos há multas.

Lisboa é uma selva no que diz respeito ao automóvel e nem Medina nem Moedas fizeram grande coisa para mudar este caos.

Utilizar os passeios em Lisboa já é um autêntico pesadelo por causa dos muitos obstáculos, como painéis publicitários, postes mal colocados, calçada irregular, em que as pessoas têm de fazer gincana constantemente e depois ainda há milhares de chico-espertos que usam os passeios para parar o carro.

Ao contrário do que acontece em qualquer cidade europeia, andar a pé em Lisboa é um contínuo desprazer.

Mas a freguesia de Belém é provavelmente uma das piores no que ao estacionamento ilegal e incómodo diz respeito. Aquela que é uma das principais salas de visita do país é o maior exemplo de tudo o que está errado na gestão do espaço público.

Uma das imagens mais chocantes é o estacionamento mesmo em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, classificado como património da humanidade pela UNESCO, que é permitido sempre que há missa ou um evento cultural no monumento. E com um parque de estacionamento subterrâneo ali ao lado no CCB.

É este o bilhete-postal de Portugal para o mundo: um dos mais importantes monumentos do país com dezenas de carros à frente, estacionados a cinco metros da fachada. Ninguém imagina este triste cenário, representativo do nosso atraso e da nossa falta de noção, em edifícios históricos similares no resto da Europa.

Em Portugal o comodismo vence sempre, a começar pelo comodismo das classes mais altas, que não podem andar 200 metros a pé. Esta mentalidade em que se vai de carro para todo o lado e que se tem de estacionar a cinco metros do destino é uma vergonha para Portugal e para os portugueses.

Ainda na mesma freguesia, na Rua de Belém, a péssima gestão do espaço público continua, com o carro a vencer sempre. Os passeios minúsculos, que deviam ser alargados, ainda têm a “visita” quase constante de automóveis. Salva-se o passeio em frente ao espaço comercial dos Pastéis de Belém, que tem uma protecção.

Mas mais à frente essa protecção já não existe e há sempre um carro ou dois em cima do passeio. Até no passeio junto ao Palácio de Belém e junto ao picadeiro real, antigo Museu dos Coches.

Isto com um parque de estacionamento mesmo em frente, ao lado da Praça Afonso de Albuquerque. O mais curioso é que há ali uma esquadra da polícia, que nada faz perante estes casos.

Também em Belém, toda esta freguesia é uma colecção de maus exemplos, na Rua dos Jerónimos, basta ir subindo para começar a ver carros em cima de passeios, nesta que é uma das artérias principais da zona.

Em frente ao portão da Casa Pia há sempre carros estacionados nos passeios e, virando para a Avenida do Restelo, sempre que há jogos do Belenenses a impunidade vira um escândalo.

Não há um pedaço de passeio livre durante muitas centenas de metros e as pessoas têm de circular pela estrada. Esperemos que a reconfiguração desta artéria, com o novo supermercado e a nova área de serviço, este problema seja resolvido com a colocação de pilaretes.

Esta situação repete-se em Benfica e no Campo Grande quando há jogos de futebol nos estádios dos dois grandes de Lisboa. E não se pode dizer que estas zonas não estejam muito bem servidas de transportes. Mais uma vez o comodismo e o vício de ir de carro para todo o lado faz de Portugal um exemplo a não seguir.

É necessária coragem por parte das autoridades e passar a punir de uma vez por todas quem estaciona em cima de passeios e de passadeiras. Sem dó nem piedade. Infelizmente, só assim as regras mais básicas passarão a ser cumpridas.

Presidente do movimento Partido Democrata Europeu
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

DN
Tiago Matos Gomes
22 Novembro 2023 — 18:52


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 2 semanas ago

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153: Mais Europa precisa-se

 

🇵🇹 OPINIÃO

As eleições europeias têm sido sempre um parente pobre actos eleitorais. Ou os partidos não lhes dão grande relevância ou usam-nas como testes aos governos e às suas lideranças ou aproveitam-nas para fazer política interna. Desta vez é provável que sobressaia a primeira hipótese.

Teremos eleições legislativas em Março e um novo governo em Abril ou Maio, dependendo se teremos negociações mais fáceis ou mais difíceis para um dos dois maiores partidos conseguir uma aliança. Ora as eleições para o Parlamento Europeu serão em Junho.

O país vai estar a viver na ressaca das legislativas e a analisar os primeiros passos do novo governo. Um ambiente em tudo propício para, mais uma vez, não se falar da União Europeia, que caminho deve seguir, que políticas deve implementar e o que cada partido pretende fazer no Parlamento Europeu.

O que a União Europeia decide é hoje profundamente preponderante na vida de cada cidadão. Basta dizer que mais de metade das leis aprovadas no parlamento português são “leis” vindas da União Europeia.

Mas há, de facto, um relativo desinteresse por parte das populações europeias sobre as instituições europeias, as políticas europeias e os temas comuns a todos os europeus. Há diferentes culpados para que isto aconteça.

As próprias instituições europeias são as primeiras culpadas, nomeadamente a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia. Estes organismos deviam ser os principais interessados em divulgar o que fazem e a promoverem bastante melhor as suas competências.

Há muito tempo que devia haver órgãos de comunicação social públicos europeus, nomeadamente televisão e rádio, à semelhança do que acontece com cada Estado europeu. E estes canais deviam estar obrigatoriamente posicionados logo após as estações nacionais, tanto no cabo como na TDT no caso da televisão. Por outro lado, é fundamental uma melhor publicitação de todos os investimentos europeus em cada um dos Estados.

A maioria dos portugueses nem sequer imagina que sem União Europeia não haveria dinheiro para metade das obras do Estado (do governo ou das câmaras).

Os actores políticos são os segundos culpados pela falta de interesse das populações pelas questões europeias. Os governos raramente referem a União Europeia como a grande investidora no país, preferindo ficar com os louros nas inaugurações das obras públicas.

E há mesmo uma narrativa que atravessa todos os partidos de poder, nomeadamente no PS e no PPD: quando as coisas correm bem é porque o seu governo fez bem, quando as coisas correm mal é porque a União Europeia não permitiu que se fizesse bem. E há mesmo aqueles que culpam a União Europeia pela relativa pobreza do país.

Ou são as políticas impostas ou é a existência de uma moeda como o euro. Todo um discurso que tenta disfarçar as suas próprias incompetências. Quanto ao euro ser um factor que obstaculiza o nosso desenvolvimento basta ver como Estados com o euro que estavam bem atrás de Portugal já nos ultrapassaram.

Os terceiros culpados são os órgãos de comunicação social. Ou porque se aliam à narrativa dos políticos ou porque desprezam em geral a política europeia.

Dada a importância do que acontece em Bruxelas é incompreensível que as televisões, os jornais e as rádios tenham apenas um único correspondente na capital europeia e que não haja todos os dias notícias vindas do centro político europeu.

No caso das televisões e rádios o tempo dedicado a estes temas devia ser muito maior, com um maior investimento e atenção. No caso dos jornais devia haver uma secção própria dedicada à política europeia, seja a que sai das suas instituições, seja o que é noticiário dos 27 Estados da UE.

Por fim, é urgente que haja mais Europa no ensino. Mais Europa na História, mais Europa na Geografia… Mas também um maior contacto, por exemplo, com a literatura europeia.

Os alunos saem do secundário sem referências literárias francesas, espanholas, alemãs ou polacas, a não ser que tenham uma disciplina dedicada a um desses idiomas. Há um profundo desconhecimento sobre a nossa cultura comum europeia, que muitas vezes sublinha estereótipos que até roçam a xenofobia.

Quem nunca ouviu comentários preconceituosos sobre espanhóis, franceses, ingleses? Até nos canais televisivos com a maior das naturalidades, sem que ninguém se lembre de recriminar. Existe uma espécie de xenofobia do bem se for direccionada a outros povos europeus.

Há ainda um longo caminho a percorrer no que toca à europeização dos povos europeus. A União Europeia tem apenas 66 anos, a integração está longe do seu final e o sentimento de pertença a uma comunidade europeia ainda está no início.

É visível que as gerações mais novas são muito mais apegadas à Europa, à liberdade de viajar sem obstáculos pelo espaço europeu, à possibilidade de viver e trabalhar fora do seu Estado de origem e ser um cidadão pleno nesse novo Estado.

Mas é necessário que os três maiores responsáveis (UE, governos nacionais e comunicação social) façam o seu papel.

Presidente do movimento Partido Democrata Europeu

DN
Tiago Matos Gomes
16 Novembro 2023 — 18:59


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

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94: O pântano é agora

 

🇵🇹 OPINIÃO

Muitas vezes diz-se que António Guterres, na noite das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, se demitiu de primeiro-ministro porque o país vivia num pântano criado pelo seu governo.

É uma mentira que o centro-direita e a direita costumam erradamente repetir. Há que repor a verdade. Foi isto que António Guterres disse: “(…) e se olhasse para estas eleições e passasse por elas como porventura seria integralmente meu direito constitucional, continuando a exercer as funções de primeiro-ministro, o país cairia inevitavelmente num pântano político que minaria as relações de confiança entre governantes e governados, que são indispensáveis para que Portugal possa vencer os desafios que tem pela frente.

Nessas condições, entendo que é meu dever perante Portugal e perante os portugueses evitar esse pântano político. Por isso mesmo, pedirei ao senhor Presidente da República que me receba para apresentar o pedido de demissão das funções de primeiro-ministro (…)”

Como se vê, Guterres saiu para evitar um pântano e não porque se vivia num pântano criado por si. Mas por vezes aquilo que dizemos é transfigurado por comentadores pouco preparados e por rivais políticos para criar uma nova narrativa, mesmo que longe dos factos.

O resto da história é conhecida, Durão Barroso vence as eleições seguintes, deixa o governo para ser presidente da Comissão Europeia dois anos e meio depois e é substituído sem ir a votos por Santana Lopes.

Agora temos um outro primeiro-ministro do PS que se demite, mas ao contrário do que aconteceu nas eleições legislativas de 2002 é muito provável que possamos viver num pântano após as eleições que teremos no num dos primeiros meses do próximo ano.

Com a excepção do Bloco de Esquerda e do Chega é provável que todos os partidos tenham mais a perder do que a ganhar com novas eleições. O PCP vive numa contínua sangria de votos, que poderá ser acentuada face às incompreensíveis posições sobre política internacional, nomeadamente sobre a guerra na Ucrânia, e à falta de carisma do novo líder, o Livre poderá ganhar mais um ou dois deputados, mas que poderão servir de pouco se não for suficiente para atingir uma maioria de esquerda no parlamento, o PS sai fragilizado por ver o seu nome mais uma vez envolvido num caso de corrupção e porque terá um novo líder sem muito tempo para se preparar para eleições, o PPD não entusiasma ninguém e tem um líder pouco empático, a IL pode aumentar ligeiramente o número de deputados, mas tem o mesmo problema que o Livre, ou seja, isso ser inútil.

O Bloco de Esquerda deverá beneficiar da desilusão com o PS de parte do eleitorado de centro-esquerda, que votou útil nas últimas eleições, e captará todos aqueles que estão zangados com as incompreensíveis e extremistas posições do PCP.

Já o Chega beneficiará de todo o populismo do seu líder feito durante esta última legislatura e de uma narrativa de que o seu partido é puro e que todos os outros são corruptos e ladrões, aproveitando as razões pelas quais este governo caiu. No final poderemos ter um Chega com mais de 30 deputados, reforçando a terceira posição na Assembleia da República.

E isto causa um grave problema. Dificilmente haverá uma maioria de esquerda, a acreditar pelas sondagens ainda antes desta crise política, e dificilmente haverá uma maioria de direita sem os deputados do Chega.

Acreditando que Luís Montenegro cumprirá a sua palavra e não fará qualquer tipo de acordo com o partido de André Ventura, poderemos estar numa situação que António Guterres quis evitar em 2002: um verdadeiro pântano político.

Ou seja, ou o Chega por sua iniciativa deixa o PPD governar (com ou sem IL e, quem sabe, com ou sem CDS) ou dificilmente teremos um governo estável nos próximos anos.

Claro que aqui o PS também tem uma palavra a dizer, já que poderá tomar uma atitude de permitir que o PPD governe, com a abstenção na aprovação de orçamentos, por exemplo, não permitindo que o Chega seja decisivo na existência de um governo de centro-direita.

É verdade que não há vitórias certas e o PS já tem surpreendido com bons resultados. Nesse caso seria muito mais fácil encontrar entendimentos à esquerda, criando uma nova geringonça. Mas ao dia de hoje o mais provável é termos uma situação mais instável e pantanosa do que aquela que temos hoje.

Presidente do movimento Partido Democrata Europeu
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

DN
Tiago Matos Gomes
10 Novembro 2023 — 18:01


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 4 semanas ago

 

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