276: PCP acusa PSD de prometer aumentos de pensões que recusou no parlamento

 

– É das muitas poucas coisas que ainda consigo concordar com o PCP. O chorrilho de promessas dos laranjinhas, para ganharem o almejado tacho do poder tem sido escandaloso quando se sabe de antemão e por “experiências” de anteriores (des)governos laranjas (Cavaco e Passos, maioritariamente – com a bengala do CDS à mistura), a miséria que tiveram os portugueses nas suas vidas, mormente a classe social mais baixa.

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Para Paulo Raimundo, até às eleições legislativas os portugueses não só vão ouvir uma “chuva de promessas” por parte do PS e do PSD, como também vão assistir a uma tentativa de desresponsabilização pelo que foi a sua acção governativa nas últimas décadas.

© ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O secretário-geral do PCP acusou este domingo o líder do PSD de prometer aumentar as pensões e as reformas, quando há poucos dias recusou propostas da bancada comunista nesse sentido durante a votação do Orçamento do Estado para 2024.

“O PSD tentou com aquele comício – e não é por acaso que eu estou a chamar comício – por o conta-quilómetros a zero, passar uma esponja nas suas responsabilidades passadas e avançar com mais uma chuva de promessas”, disse Paulo Raimundo num almoço comício em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.

O líder comunista reagiu desta forma à promessa feita no sábado por Luís Montenegro, no encerramento do Congresso do PSD, de aumentar para 820 euros o rendimento mínimo garantido dos pensionistas até 2028, assegurando que o seu partido não vai cortar “um cêntimo a nenhuma pensão”.

O PSD e o PS estão “apostados na memória curta do nosso povo, mas é notável ouvir o PSD prometer aumentos de pensões e de reformas”, disse Paulo Raimundo, considerando que as promessas não condizem com a prática dos social-democratas.

“Não vale a pena nós recuarmos oito anos atrás para lhes lembrar o corte que eles fizeram nas reformas e nas pensões. Recuemos apenas alguns dias, quando o PSD, na Assembleia da República, perante a proposta que o partido (PCP) avançou de aumentos de reformas e pensões de 7,5%, com um aumento mínimo para todas as reformas e pensões 70 euros”, disse Paulo Raimundo.

“O PSD teve aí uma oportunidade para fazer vingar essa sua promessa. E o que é que fez? Aliou-se ao PS, aliou-se ao Chega e à Iniciativa Liberal, uns [com votos] contra, outros, abstendo-se, e, no fim, a nossa proposta foi chumbada”, lamentou o líder comunista.

Quanto à promessa do PSD de promover uma maior justiça fiscal, Paulo Raimundo deu o exemplo de outra proposta do PCP, que acabou por ser inviabilizada na discussão do Orçamento do Estado.

“Também não vale a pena recuarmos oito anos atrás para os confrontarmos com o maior aumento de impostos de todos os tempos, que foi aquele do Governo PSD/CDS.

Recuemos apenas alguns dias atrás, porque mais uma vez, há poucos dias, aqueles que vêm encher o peito a falar de impostos e contra a injustiça fiscal – PSD, PS, Chega e Iniciativa liberal -, votaram contra a proposta do partido [PCP] que combatia um dos maiores escândalos de injustiça fiscal no nosso país, que são os benefícios fiscais dados às grandes empresas”, disse.

Segundo o líder comunista, até às eleições legislativas antecipadas de 10 de Março os portugueses não só vão ouvir uma “chuva de promessas” por parte do PS e do PSD, como também vão assistir a uma tentativa de desresponsabilização pelo que foi a sua acção governativa nas últimas décadas.

“A táctica é conhecida: muda-se o líder e querem que o conta-quilómetros volte a começar do zero. O que ficou para trás, para trás ficou. O mal que foi feito é da responsabilidade do anterior. É sempre a mesma história, um método, um estilo e uma forma usada e abusada por PS e PSD.

É uma operação que é geralmente acompanhada de uma outra fase, que é a fase da chuva de promessas atrás de promessas”, frisou.

“Podem fazer todas as promessas, podem passar todas as esponjas que quiserem, podem tentar aliviar as suas responsabilidades, mas há uma coisa que é certa: a política de direita do PSD nunca será alternativa à política de direita do PS.

A alternativa à política de direita – venha ela do PSD, venha ela do PS -, está aqui, está no PCP, está na CDU, a alternativa que responde aos problemas das pessoas”, assegurou Paulo Raimundo.

DN/Lusa
26 Novembro 2023 — 18:32


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published in: 1 semana ago

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58: António Costa demite-se

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🗣️ POLÍTICA // GOVERNO

Processo-crime foi essencial na decisão do primeiro-ministro. E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas.

Tiago Petinga / LUSA
António Costa

António Costa apresentou a sua demissão. Vai haver um novo Governo em Portugal, em breve.

O ainda primeiro-ministro anunciou a sua decisão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.

Costa começou por dizer que, ao longo destes oito anos, dedicou-se com” alma e coração a servir Portugal e os portugueses”.

E estava “totalmente disposto” para cumprir o mandato até ao fim, mas hoje foi surpreendido: há um processo-crime a decorrer contra ele próprio.

“Fui surpreendido por um processo-crime contra mim. Obviamente estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for”.

Mas assegurou: “Não me pesa na consciência a prática de qualquer acto ilícito ou censurável. Como sempre, confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento. A Justiça que servi ao longo de toda a minha vida e que sempre defendi”.

E garantiu que não é arguido e nem sabe quais são as acusações de que é alvo. Aliás, nem sabia da existência de qualquer processo. Só soube hoje, através do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República.

No entanto, com este cenário, demite-se: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal”.

“Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República“, anunciou. Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido.

E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas, caso o presidente da República avance para a dissolução da Assembleia da República. É um capítulo fechado, garantiu o primeiro-ministro.

Marcelo “não questionou” a decisão de Costa e “compreendeu de imediato” o seu rumo.

Já na fase das questões dos jornalistas, António Costa reforçou que não está acima da lei, embora – repetiu – não saiba do que é suspeito.

As buscas

Esta declaração do primeiro-ministro foi feita horas depois das buscas realizadas, não só ao Palácio de São Bento, mas também a casas de diversos ministros.

Numa operação sem precedentes em Portugal, as buscas do Ministério Público estão relacionadas com um processo envolve o ministro das Infra-estruturas, João Galamba.

A aprovação da concessão de exploração de lítio em Cepeda (Montalegre), à empresa Lusorecursos Portugal Lithium, levantou dúvidas.

Galamba, na altura secretário de Estado da Energia, aprovou a concessão a uma empresa com um capital social de 50 mil euros – mas, segundo a própria Lusorecursos, a ideia era construir, para a concessão da exploração, uma empresa que teria um capital social de 1 milhão de euros.

A nova empresa foi constituída três dias antes da assinatura do contrato para a exploração, com um capital social de apenas 50 mil euros. Previa-se que o negócio implique um investimento da ordem dos 300 milhões de euros.

Já em 2023, e após a nomeação de Galamba para ministro da Infra-estruturas, a Procuradoria-Geral da República disse que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde está em curso, mas não tinha arguidos constituídos – algo que terá mudado agora: João Galamba e Duarte Cordeiro passam a ser arguidos neste processo.

Entre os detidos está também o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.

Também foram detidos Diogo Lacerda Machado, o “melhor amigo” de António Costa, e o presidente da câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; além de dois outros empresários.

 Nuno Teixeira da Silva, ZAP //
7 Novembro, 2023


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published in: 4 semanas ago

 

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