134: Cientistas criam robô capaz de produzir oxigénio em Marte

 

CIÊNCIA // MARTE // OXIGÉNIO

Cientistas chineses criaram um robô químico com capacidades de inteligência artificial. Este robô inovador demonstrou a capacidade de analisar minerais marcianos, determinar os químicos necessários para a produção de oxigénio e realizar experiências de forma autónoma.

MarsOneProject / Facebook
Colónia Mars One em Marte

O estudo centra-se no desenvolvimento de um sistema robótico de IA com um “cérebro químico”. Este sistema tem como objectivo conceber métodos eficientes para a criação de compostos utilizando os recursos disponíveis em Marte, facilitando a habitação humana sustentável.

A principal motivação por detrás desta tecnologia inovadora é enfrentar o desafio de transportar para Marte os abastecimentos essenciais, em particular o oxigénio.

Os métodos tradicionais de envio de provisões da Terra são caros, tornando essencial encontrar soluções inovadoras para a utilização de recursos in situ.

As capacidades de IA do robô foram postas à prova dando-lhe instruções para gerar oxigénio a partir da água, restringindo a utilização do solo marciano como recurso primário.

Utilizando lasers de alta potência, o robô analisou a composição dos meteoritos marcianos, explorando mais de 3,7 milhões de fórmulas químicas para identificar um catalisador que pudesse produzir oxigénio de forma eficiente. Este processo, que teria levado cerca de 2.000 anos a um ser humano, foi concluído pela IA num período extremamente curto.

A IA do robô seleccionou mais de 200 catalisadores e realizou experiências em meteoritos marcianos num laboratório, utilizando um braço robótico para validar as suas teorias. Em dois meses, o robô desenvolveu com sucesso um catalisador químico capaz de converter água em oxigénio.

Jiang prevê um futuro em que os humanos possam estabelecer fábricas de oxigénio em Marte com a ajuda deste químico de IA. Embora existam outros métodos, como o Perseverance Rover da NASA, que extrai oxigénio do dióxido de carbono na atmosfera marciana, o objectivo continua a ser a utilização dos recursos do planeta para fins de sustentabilidade.

“Este robô pode produzir diferentes produtos químicos”, atirou o autor principal do estudo, Jun Jiang, citado pela Insider. Jiang acredita que este avanço coloca a humanidade um passo mais perto de realizar o sonho de viver em Marte, prevendo também potenciais aplicações para a exploração lunar. O estudo foi recentemente publicado na revista científica Nature Synthesis.

ZAP //
15 Novembro, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 3 semanas ago

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100: Cientistas detectam oxigénio no lado diurno de Vénus

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // VÉNUS

Maioritariamente composta por nuvens de dióxido de carbono, a atmosfera do “gémeo” da Terra também conta com oxigénio — um oxigénio diferente do nosso que nos permite entender as diferenças entre Vénus e Terra.

Venus, captado pela sonda Magellan da NASA

Astrónomos detectaram pela primeira vez directamente sinais claros da presença de oxigénio na luz do dia de Vénus, acima das nuvens tóxicas do planeta.

No lado diurno do planeta, o “gémeo” da Terra conta com oxigénio atómico, verificou agora um estudo liderado pelo físico Heinz-Wilhelm Hübers do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) e publicado na Nature Communications.

O oxigénio atómico encontrado no planeta vizinho é diferente do oxigénio molecular que respiramos (O2). Por sua vez, o oxigénio de Vénus consiste em átomos individuais altamente reactivos e transitórios, lembra o Science Alert.

Um processo semelhante de produção de oxigénio ocorre em Vénus: enquanto na Terra é produzido em grandes altitudes através da foto-decomposição — onde fotões solares separam o oxigénio molecular —, em Vénus a luz solar “divide” o dióxido de carbono em oxigénio atómico e monóxido de carbono.

O estudo recorreu ao Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA) para recolher dados na gama de comprimento de onda terahertz.

As observações abrangeram 17 localizações de Vénus diferentes e confirmaram a presença de oxigénio atómico, assinalando a sua concentração máxima a cerca de 100 quilómetros acima da superfície, numa região que fica entre os dois padrões atmosféricos principais.

A descoberta fornece novas perspectivas sobre a dinâmica da atmosfera e os padrões de circulação de Vénus, que apresenta um contraste acentuado com as suas condições extremas, tais como temperaturas médias de superfície em torno de 464 graus Celsius e nuvens espessas compostas principalmente de dióxido de carbono.

Entender por que Vénus evoluiu de forma tão diferente da Terra é ainda uma questão chave para os cientistas.

“Juntamente com medições de oxigénio atómico nas atmosferas da Terra e de Marte, estes dados podem ajudar a melhorar a nossa compreensão de como e por que as atmosferas de Vénus e da Terra são tão diferentes”, escrevem os investigadores.

A descoberta de oxigénio atómico não é apenas uma conquista no estudo de Vénus, mas também proporciona um novo método para examinar a zona de transição da atmosfera do planeta.

“Observações futuras, especialmente perto dos pontos anti-solar e sub-solar mas também em todos os ângulos de zénite solar, fornecerão uma imagem mais detalhada desta região peculiar e apoiarão futuras missões espaciais a Vénus,” escrevem os investigadores.

ZAP //
11 Novembro, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 4 semanas ago

 

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