333: Medidas do Orçamento que vão mexer com o bolso das famílias

 

– Ver para crer como S. Tomé! Finalmente a gratuitidade dos passes sociais para desempregados de longa duração, os tais que no parecer de certos grunhos labregos não precisam deles? Pois, um desempregado de longa duração, já sem subsídios e/ou auxílios sociais de qualquer espécie, tem de ficar retido em casa – se a tiver – sem poder deslocar-se à procura de trabalho, de ir ao médico, a formações do IEFP, etc., etc., etc.. É esta a merda de mentalidade tacanha de muitos labregos que, com a pança cheia, continuam a viver despreocupados com a tragédia dos outros. Quanto ao IRS, é ver para crer! Deixei de acreditar nos políticos desde há muito.

🇵🇹 PORTUGAL // 💰OE 2024

A redução transversal do IRS que, segundo números do Governo, vai abranger seis milhões de agregados, é a grande marca do documento que tanta contestação gerou devido ao IUC.

Aprovação do Orçamento de Estado 2024.
© Leonardo Negrão/Global Imagens

O reforço do rendimento disponível das famílias foi anunciado como um dos “pilares fundamentais” do Governo na elaboração do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), documento que conseguiu aprovar ontem no Parlamento, quase sem alterações em relação à proposta inicial, mas que não vai conseguir executar.

Descida do IRS

A redução do IRS consagrado no OE2024 acabou por ser maior do que os cerca de 500 milhões de euros de alívio que estava previsto no Programa de Estabilidade. O Governo subiu a parada, talvez pressionado pelo PSD que apresentou uma proposta mais ambiciosa, e na apresentação do Orçamento anunciou uma alívio fiscal acima de 1300 milhões de euros no próximo ano. Os escalões do IRS serão actualizados em 3% e as taxas deste imposto serão reduzidas até ao 5º escalão, ou seja, para salários brutos até os 27 146 euros anuais. Mas o impacto será transversal a todos os rendimentos, abrangendo cerca de seis milhões de agregados, de acordo com o Ministério das Finanças.

IRS Jovem reforçado

Além disso, o IRS Jovem é revisto, passando a isenção para 100% no primeiro ano de trabalho, para 75% no segundo, 50% nos terceiro e quarto anos e 25% no quinto ano, sendo que aumentam também os limites máximos do benefício em cada ano.

Mínimo de existência sobe

E para garantir que o SMN continua a não pagar IRS com a subida para 820 euros no próximo ano, o mínimo de existência (limite isento de imposto) vai aumentar para 11 480 euros anuais.

Dedução de rendas aumenta

O inquilinos vão poder deduzir no IRS as rendas pagas até 600 euros, uma subida face aos actuais 502 euros e aos 550 propostos inicialmente pelo Governo. Outra medida destinada a apoiar os arrendatários – que no próximo ano podem ver as rendas subir até 6,94% – é a possibilidade de os trabalhadores arrendatários com rendimentos mensais até 2700 euros solicitarem uma redução da retenção na fonte de IRS em 40 euros.

Descida do IVA em alimentos

O IVA Zero vai acabar no próximo ano, embora, segundo a associação que representa as empresas de grande distribuição, deva prolongar-se, a pedido desta, até 10 de Janeiro, para dar tempo ao retalho para se adaptar à reposição dos preços com o imposto. No entanto, o OE2024 consagra a descida do IVA nos óleos alimentares da taxa máxima de 23% para a intermédia de 13%. O mesmo sucedendo com as alheiras. Foi uma das alterações ao Orçamento na discussão na especialidade.

Agravamento do IUC cai

Uma das medidas da proposta inicial do OE apresentada por Fernando Medina que mais contestação causou foi o agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) em 25 euros anuais para automóveis com matrículas anteriores a Julho de 2007. Já com o Governo a prazo, o PS contrariou Medina e eliminou a medida. Mas o IUC será actualizado à taxa de inflação.

Retenção de recibos verdes

O modelo de retenção na fonte dos trabalhadores independentes vai mudar para um sistema progressivo, tendo em vista aproximar os valores retidos do rendimento real. Acaba assim a taxa única de 25%.

Valorização salarial no Estado

O próximo ano será de recuperação de poder de compra para os funcionários públicos, com os níveis remuneratórios mais baixos a terem aumentos maiores. Os trabalhadores com salários entre 769,20 e 1754,49 euros recebem mais 52,63 euros, e acima desse montante os aumentos serão de 3%. O salário mínimo no Estado sobe para 821,83 euros (mais 6,8%). Só os aumentos salariais vão custar aos cofres do Estado 847 milhões de euros, mas será um ano de aceleração de progressões e revisões de carreiras, com a despesa total a ascender a 1538 milhões de euros em 2024.

Pensões com subida garantida

As pensões de reforma serão actualizadas no próximo ano aplicando-se a fórmula de cálculo em vigor. O que significa que as pensões até 1020,44 euros devem aumentar 6,2%, entre esse montante e 3061, 32 euros a subida deverá ser de 5,8%. Acima desse valor e até 6122,64 euros o aumento estimado é de 5,2%. São valores provisórios que serão confirmados hoje, com a divulgação da inflação sem habitação de Novembro.

Prestações sociais aumentam

O Abono de Família vai ter um acréscimo de 22 euros por criança. Haverá ainda uma majoração de 50% para todas as famílias monoparentais, com um mínimo de aumento mensal de 33 euros por criança. O valor de referência do Complemento Solidário para Idosos – que o PSD promete subir para 820 euros em 2028 -, por exemplo, vai subir dos 488,22 euros atuais para 550, 67 euros.

O Indexante de Apoios Sociais (IAS), que serve de base para o cálculo de várias prestações sociais, deverá subir para 510 euros, um aumento de 30 euros face aos 480,43 euros em vigor este ano.

Resgatar PPR para a casa

A possibilidade de resgatar Planos Poupança Reforma (PPR) para pagar prestações de crédito à habitação, sem penalização ou limite em termos de montante, já em vigor este ano, vai ser prolongada para 2024. Também o limite anual do valor que pode ser resgatado para amortização do crédito da casa sobe, passando para cerca de 12 400 euros.

Passes gratuitos para alunos

Com a aprovação do OE2024, os jovens estudantes até aos 23 anos vão deixar de pagar passe. Também o Passe Social+ é alargado para pessoas com baixos rendimentos, residentes fora das áreas metropolitanas, desempregados de longa duração e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60 por cento.

Jornalista do Dinheiro Vivo

DN
Carla Alves Ribeiro
30 Novembro 2023 — 00:15


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

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320: Orçamento do Estado de 2024 está pronto para ser aprovado após mais de 70 alterações

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 OE2024 // 🗣️ ✔️APROVAÇÃO

Orçamento do Estado para 2024. Muitas mudanças são clarificações da lei, algumas são pequenas benesses para dar mais conforto aos contribuintes eleitores, outras são cedências aos partidos da oposição, como BE e PSD.

© Paulo Spranger / Global Imagens

O período de quatro dias de debate e votação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) terminou ontem, no Parlamento, e, à hora de fecho desta edição (ao início da noite), já somava cerca de 70 alterações e clarificações (aprovadas) do texto inicialmente entregue pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, a 10 de Outubro, de acordo com um levantamento mais exaustivo feito pelo Dinheiro Vivo (DV).

Os partidos entregaram mais de 1900 propostas de alteração, segundo a contagem disponibilizada pela Assembleia da República (AR).

A maioria dos acertos que vingaram foi, como é de esperar, da iniciativa do PS, que conserva a maioria absoluta neste Parlamento, mas já em contagem decrescente até à sua dissolução (agendada para 15 de Janeiro).

Será tempo mais do que suficiente para fazer aprovar o OE 2024, como quer o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o executivo ainda liderado pelo primeiro-ministro demissionário, António Costa.

Hoje acontece a votação final global do Orçamento. Com o suporte da maioria absoluta do PS (120 dos 230 deputados da AR), a lei que guiará as Finanças Públicas portuguesas e boa parte da economia até meados do próximo verão será aprovada sem ressaltos.

Não fosse a crise política e esta época orçamental até teria sido das mais pacíficas dos oito anos de Costa à frente do Executivo. Não foi e, com o país a caminho de eleições antecipadas (marcadas para 10 de Março), alguns acertos foram feitos para acrescentar conforto aos contribuintes e eleitores.

Nestes quatro dias de votação artigo a artigo, ponto a ponto, alínea a alínea, uma medida acabou por contrariar frontalmente a intenção primeira do Governo.

Foi o aumento do Imposto Único de Circulação (“dois euros por mês” em IUC, um máximo de 25 euros por ano, por cada proprietário de um carro mais antigo, como acenou Medina) que caiu fulminado por vontade do próprio PS.

De resto, a esmagadora maioria das mudanças aprovadas nesta maratona de quatro dias foram essencialmente cedências cirúrgicas e gestos de empatia para com alguns partidos da oposição.

Além das suas, os socialistas viabilizaram propostas de partidos como PAN, Livre, PSD e PCP. O sinal de aprovação surgiu logo no arranque desta recta final da especialidade, na passada quinta-feira.

Com excepção do referido chumbo da subida do IUC (Medina contava arrecadar mais 98 milhões de euros com a medida), pouco ou nada de perturbador do ponto de vista orçamental e do caminho para o excedente público em 2024 surgiu nesta fase final da discussão do novo OE, mas algumas alterações que vingaram são importantes e mexem com as pessoas.

Além destas, esta etapa serviu para confirmar e cimentar algumas das propostas mais emblemáticas do Governo no sentido de devolver algum poder de compra aos contribuintes e aliviar a carga fiscal de IRS da “classe média”.

O fim oficial da subida IUC

Na segunda-feira, e como já tinha sido ventilado pelo próprio PS na semana passada, a proposta socialista para eliminar a medida perfilhada por Medina que visava subir o IUC dos carros matriculados até Junho de 2007 em mais 25 euros no próximo ano acabou por vencer, aprovada pelo PS, sem votos contra e com a abstenção do Livre.

Alívio do IRS passa

Como seria de esperar, foi sem sobressaltos que a medida relativa ao IRS (actualização de escalões e redução de taxas, com especial incidência nos casos dos rendimentos da chamada classe média) passou. Foi também na segunda-feira passada.

Os limites dos escalões aumentaram 3% (o que faz com que aumentos salariais até 3% não impliquem um agravamento do imposto ou subida de escalão de rendimento).

Além disso, foi aprovada a redução das taxas do imposto para os primeiros cinco escalões de rendimento. No escalão dos contribuintes mais pobres, o rendimento colectável sobe de 7479 euros para 7703 euros e a taxa de IRS cai dos 14,5% actuais para 13,25% a aplicar em 2024.

Mas, como disse o ministro das Finanças, o Governo queria dar sobretudo um sinal à classe média. Assim, o segundo e o terceiro escalões de rendimento têm um alívio na taxa respectiva de 3 e 3,5 pontos percentuais.

No mesmo dia, foi ainda aprovado o aumento do valor do mínimo de existência, ou seja, o nível de rendimento até ao qual se fica isento de IRS (11 480 euros brutos no ano que vem), acomodando assim o aumento do salário mínimo para 820 euros brutos.

Medidas para rendas e habitação

O debate na especialidade também trouxe algumas novidades amigas dos contribuintes. É o caso do aumento do valor da renda que se pode deduzir no IRS.

Actualmente é de 502 euros, o Governo estava a propor subir o abatimento para 550 euros, mas o PS e o PAN aprovaram um reforço da medida até aos 600 euros de dedução da renda. Um pequeno amortecedor, tendo em conta que os senhorios vão poder subir as rendas até 6,94% em 2024.

O PCP e o BE ainda propuseram um tecto para estas aumentos muito pronunciados nestes contratos para ter habitação, mas o PS e o Governo não se mostraram disponíveis porque, disseram, “congelar” rendas dificultaria a estabilização do mercado de arrendamento.

Em paralelo, avançou-se com a possibilidade de um apoio directo do Estado para os inquilinos com taxa de esforço superior a 35% com a casa.

Os deputados também fizeram aprovar uma redução adicional de 40 euros na retenção na fonte do IRS em 2023 para os trabalhadores por conta de outrem que vivem em casa arrendada e um salário mensal bruto até 2700 euros.

Segundo a Lusa, outra alteração aprovada ontem por iniciativa do PS, diz que quem vendeu a sua casa (habitação), mas depois não conseguiu reinvestir o dinheiro nos 36 meses seguintes “terá até final de 2024 para substituir a declaração do IRS e pedir o reembolso do imposto sobre mais-valias”.

Resgatar PPR para pagar empréstimos ao banco e o IVA de óleos e alheiras

Também foi aprovada uma proposta de alteração do PS que alarga até ao final de 2024 o prazo para se poder resgatar Planos Poupança Reforma (PPR) para pagar prestações de crédito à habitação, sem penalização ou qualquer limite em termos de montante. Também aumenta o limite anual do valor que pode ser resgatado para amortização do crédito da casa, que passa para cerca de 12 400 euros.

Sob proposta do PSD, a dedução do IVA das despesas com ginásios, actividades em estabelecimentos de ensino e clubes desportivos sobe de 15% para 30%.

No IVA, tendo em conta o aumento do consumo dos óleos alimentares (até por causa da subida exponencial do preço do azeite), a ideia é que o fim do regime do IVA zero (que deve terminar no final deste ano, início de Janeiro) não provoque um choque no custo desse bem alimentar, hoje taxado a 0%, mas que, caso nada fosse feito, voltaria a ser tributado com IVA de 23%. O PS aprovou e assim os óleos alimentares devem ficar na taxa intermédia do IVA (13%). As alheiras também.

Ainda no IVA, a “aquisição, entrega e instalação, manutenção e reparação de aparelhos, máquinas e outros equipamentos destinados exclusiva ou principalmente à captação e aproveitamento de energia solar, eólica e geotérmica e de outras formas alternativas de energia” para a ser tributada à taxa reduzida de 6%. E as cadeiras e assentos para crianças em bicicletas passam a ter IVA de 13%.

A lei do tabaco, que era para apertar muito, proibindo fumar perto de escolas e nas esplanadas, por exemplo, não avança para já (isto seria fora do OE, claro), mas avança a carga fiscal sobre as cigarrilhas, que passa a ficar mais equiparada à dos cigarros, mediante a subida faseada e mais rápida do respectivo imposto.

O PS também fez aprovar a obrigatoriedade de as empresas procederem ao pagamento dos seus impostos e outros valores fiscais apenas por via electrónica, a partir do início do próximo ano.

Estrangeiros em Portugal

Também esta segunda-feira, ficou assente, por iniciativa do PS, que o regime fiscal do residente não habitual (RNH) continua a ser acessível a trabalhadores de empresas certificadas como startups.

Embora o OE preveja terminar gradualmente com este regime, ele continua a observar excepções como os casos dos docentes de ensino superior e de investigação científica ou de postos de trabalho qualificados ligados a “investimentos produtivos”.

Segundo a Lusa, este novo quadro para os RNH “alarga o âmbito dos postos de trabalho que podem beneficiar, durante 10 anos, de uma taxa de IRS de 20%”.

Rendimentos com startups como trabalho dependente

Ainda na nova economia em voga, segundo a Lusa, ontem, a AR clarificou que “os ganhos resultantes de planos de acções de startups são considerados, para efeitos de IRS, como rendimento de trabalho dependente”. “A medida foi aprovada com os votos a favor do PS e PSD, a abstenção do Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN, e o voto contra do PCP e do Bloco de Esquerda.”

Basicamente, o incentivo fiscal à aquisição de participações de startups faz com que “os ganhos obtidos pelos trabalhadores sejam tributados em apenas 50% do seu valor, ficando sujeitos à taxa especial de 28% para efeitos de IRS, havendo opção pelo englobamento”, refere a Lusa.

Novo limite ao alojamento turístico

Ontem, o PS deu a mão ao Bloco de Esquerda numa medida bastante emblemática. Aprovaram um novo limite para a realização de contratos para fins turísticos.

“Por cada ano civil, e relativamente a cada fracção ou prédio, apenas pode ser celebrado um contrato para fins especiais transitórios de turismo”, diz a medida proposta pelo BE que teve o voto favorável de PS, PCP, BE e Livre e os votos contra do PSD, Chega e IL. O PAN absteve-se.

Estas são apenas algumas das alterações mais significativas que passaram no meio das dezenas de acertos e novas medidas que surgiram no derradeiro OE do governo de António Costa.

Luís Reis Ribeiro é jornalista do Dinheiro Vivo

DN
Luís Reis Ribeiro
29 Novembro 2023 — 00:15


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
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77: Pensões vão aumentar mesmo sem Orçamento

 

🇵🇹 PORTUGAL // 👪💰AUMENTOS // 💰OE 2024 // 👴PENSÕES

Mesmo que a proposta de Orçamento de Estado não avance, a subida média de 6,2% das pensões já acontecer logo em Janeiro.

Bruno Martins / Unsplash

A população pensionista de Portugal, que conta com cerca de 2,7 milhões de reformados, tem garantida uma actualização significativa nas pensões para o próximo ano.

Mesmo com a demissão do primeiro-ministro e a possibilidade da proposta de Orçamento de Estado ficar na gaveta, foi confirmado que a subida média nas pensões será de 6,2% já em Janeiro, com uma provisão assegurada nos dinheiros públicos para cobrir os aumentos.

O reajuste das pensões, que representa um impacto orçamental de 2,2 mil milhões de euros, resulta da aplicação de uma fórmula baseada na inflação e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), podendo ocorrer sem necessidade de aprovação governamental directa. No entanto, os fundos para este fim deverão constar no Orçamento do Estado, explica o Correio da Manhã.

Prevê-se que as pensões de até 2 IAS (Indicador dos Aumentos Suplementares), que corresponde a 1020,44 euros, aumentem 6,2%. Para as pensões que se situam entre 2 e 6 IAS (3061,32 euros), espera-se um incremento de 5,8%.

Já para as pensões acima de 6 IAS, o aumento previsto é de 5,2%. A grande maioria das pensões enquadra-se no primeiro escalão, afectando directamente cerca de 2,5 milhões de pensionistas, enquanto os demais escalões abrangem menos beneficiários.

Concretamente, os pensionistas que recebem 500 euros terão um acréscimo de 31 euros mensais a partir de Janeiro. Esta medida insere-se no contexto de uma subida geral de rendimentos, exemplificada também pelo aumento do salário mínimo nacional para 820 euros, uma medida já acordada na Concertação Social e que representa um acréscimo de quase 8%.

Por outro lado, as propostas de aumentos em outros sectores, como no Imposto Único de Circulação (IUC) e a redução nos primeiros escalões do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), estão pendentes e só avançarão com a aprovação do Orçamento do Estado para 2024.

Com a demissão do Primeiro-Ministro, o futuro fiscal de Portugal depende agora das decisões do Presidente da República, que pode decidir se o Governo fica em funções tempo suficiente para aprovar a proposta de Orçamento de Estado.

ZAP //
9 Novembro, 2023


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66: Demissão de António Costa: 7 medidas que podem ficar suspensas

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 GOVERNO // 💰OE 2024

O país vive momentos de incerteza! Só a partir de quinta-feira é que se saberá o que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu para o futuro do país. Há duas possibilidades: a dissolução do Parlamento e posterior convocação de eleições, ou a escolha de um novo primeiro-ministro para substituir Antónia Costa. Se a proposta do Orçamento do Estado para 2024 não avançar, há muitas medidas que ficam suspensas. Conheça as 7 principais.

O primeiro-ministro António Costa apresentou ontem a demissão ao Presidente da República, que a aceitou. Segundo António Costa, “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.

António Costa afirmou que “ao longo destes quase oito anos em que exerço funções como primeiro-ministro, dediquei-me de alma e coração a servir Portugal e os portugueses”.

7 medidas que ficam suspensas se OE2024 não avançar

A demissão do primeiro-ministro não é apenas “uma demissão”. Tal cenário mexe com muita coisa no nosso país, incluindo o Orçamento do Estado para 2024. Se a proposta do OE2024 não avançar, há um conjunto de medidas que irão ficar suspensas, uma vez que fazem parte do documento. Destaque para:

  • IUC
    • O IUC continua a ser um tema em destaque e ainda hoje milhares de pessoas circularam a protestar contra o aumento. Caso o OE2024 não avance, o IUC também não irá subir 25 euros para os cerca de 3,5 milhões de veículos das categorias A e E.
  • Salário mínimo 
    • O mesmo se passa com o salário mínimo nacional. Se o OE2024 não avançar, fica suspenso o aumento do salário mínimo para 820 euros.
  • IRS Jovem
    • O IRS Jovem também não será para já alargado. Fica suspensa a isenção do pagamento de IRS no primeiro ano de trabalho.
  • Passe gratuito
    • Passe gratuito já não chegará a todos os estudantes (até aos 23 anos).
  • Propinas do Ensino Superior
    • O OE2024 previa a devolução de um ano de propina por cada ano de trabalho declarado em Portugal. Se a proposta não avançar, fica também em suspenso esta medida.
  • Pensões
    • O Governo pretendia aumentar em 6,2% as pensões até 1020 euros. Se OE2024 não avançar, esta medida também fica em “standby“.
  • Taxas de IRS
    • O OE2024 prevê a redução das Taxas de IRS para os cinco primeiros escalões. Fica suspensa também esta medida.

Além destas medidas haverá certamente outras estruturais para o nosso país.

De referir que a demissão do primeiro-ministro português acontece, depois de o Ministério Público ter revelado que iria constituir como arguidos os ministros João Galamba e Duarte Cordeiro, num processo que envolve negócios de lítio e hidrogénio verde.

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa já convocou os partidos e o Conselho de Estado, mas só fala ao país na quinta-feira.

Pplware
Autor: Pplware
08 Nov 2023


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59: E agora, o que acontece ao Orçamento do Estado?

 

🇵🇹 PORTUGAL // OE 2024// 📉QUEDA DO GOVERNO

Qualquer proposta de lei cai quando um Governo cai. Ou seja, vamos andar em duodécimos no início de 2024, em princípio.

Miguel A. Lopes / LUSA
Deputados do Partido Socialista aplaudem de pé, durante o debate do OE 2024

O Governo vai cair. António Costa apresentou a sua demissão depois de saber que é alvo de um processo-crime.

Esta decisão surge numa altura em que se tem debatido – e muito – algumas medidas do Orçamento do Estado para 2024.

Há precisamente uma semana a proposta do Orçamento do Estado para 2024 foi aprovada, na generalidade.

Não houve surpresas: bastava a aprovação dos deputados do Partido Socialista (PS), que – ainda – estão em maioria absoluta na Assembleia da República.

A proposta iria baixar às comissões parlamentares para ser discutida na especialidade, com redacção final que estava marcada para 14 de Dezembro.

Muito foi falado sobre a previsão de impostos, sobretudo sobre a polémica subida do Imposto Único de Circulação.

Duodécimos

No entanto, tudo mudou nesta terça-feira.

O portal Notícias ao Minuto já recordou que a actual proposta vai desaparecer da agenda do Parlamento porque o Governo vai mudar.

Citando a Constituição da República Portuguesa: “As propostas de lei e de referendo caducam com a demissão do Governo”.

Ou seja, deveremos andar “a correr” no início de 2024 – ainda não se sabe o que vai decidir o presidente da República, sendo o mais provável a dissolução da Assembleia da República.

Assim, esperaremos por novas eleições e por novo Orçamento. Aliás, tal como aconteceu em 2022: o Orçamento do Estado para esse ano foi rejeitado, houve eleições antecipadas em Janeiro e o Orçamento só foi aprovado… no final de Maio.

Portugal deverá entrar em 2024 com um Orçamento do Estado em duodécimos: só se pode gastar 1/12 da despesa de 2023 em cada mês do próximo ano. Com algumas excepções, nos temas mais sensíveis.

Mas, repetimos, ainda se espera pela decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, que fala publicamente daqui a dois dias, na quinta-feira.

António Costa anunciou a sua demissão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.

O primeiro-ministro revelou que é alvo de um processo-crime: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal.

Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República” – que aceitou o pedido.

 Nuno Teixeira da Silva, ZAP //
7 Novembro, 2023


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45: Três escalões de IRS, passes grátis e reforço dos 3Cs. As primeiras propostas de alteração ao OE

 

🇵🇹 PARLAMENTO // 💸OE 2024

A saúde e as questões fiscais dominam as primeiras propostas da oposição para alterações ao Orçamento de Estado.

Tiago Petinga / Lusa

Já conhecemos as primeiras propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2024, com os impostos, saúde, rendimentos e mobilidade no centro das atenções. O prazo para a apresentação de propostas acaba dia 14, mas já 109 medidas foram submetidas até à última sexta-feira, lembra o Público.

O PSD surpreendeu ao ser o primeiro a apresentar as propostas, defendendo a continuidade das inscrições na Zona Franca da Madeira até 2026 e sugerindo a exclusão do novo IUC para veículos pré-2007 do OE2024.

Além disso, os sociais-democratas vão ainda defender reduzir o IRC para 19%, reduzir o IRS jovem e recuperar o tempo de serviço dos professores ao ritmo de 20% por ano.

Por sua vez, o PCP focou-se na melhoria dos rendimentos, sugerindo um aumento mínimo de 15% nos salários da função pública e de 7,5% para os pensionistas.

Os comunistas defendem ainda a criação de um décimo escalão no IRS, o fim das propinas, a redução do IVA para electricidade, gás e telecomunicações e a criação do regime de dedicação exclusiva ao SNS com uma majoração de 50% do salário.

O PAN prioriza a manutenção do IVA Zero para um conjunto de produtos, a redução de impostos para a classe média, a actualização dos escalões de IRS à taxa de inflação e passes gratuitos para menores de 25 anos.

No plano ambiental, o partido sugere ainda 6% de IVA para a comida para animais de companhia e idas ao veterinário e fim das isenções fiscais para grandes poluentes.

O Livre sublinha medidas como a expansão do passe ferroviário nacional e a criação de um fundo de emergência habitacional. O reforço do programa dos 3Cs “Casa, Conforto e Clima”, que financia obras para melhorar e eficiência energética dos edifícios, também está na lista.

A Iniciativa Liberal (IL) aposta na reforma fiscal e defende que o IRS passe a ter apenas três escalões — taxa zero até aos 7400 euros, 15% até aos 32 450 euros e 48% para os restantes — e sem regimes especiais, como o IRS Jovem. O partido estima que a medida custe cerca de 3500 milhões de euros e seria financiada pela eliminação de benefícios fiscais actuais.

O Bloco de Esquerda ainda não apresentou propostas, mas pretende focar-se no Sistema Nacional de Saúde (SNS), propondo um regime de exclusividade, subidas salariais e uma maior autonomia para os centros de saúde.

Por fim, o Chega, também ainda sem propostas submetidas, vai focar-se na revogação da subida do impostos como o IUC e o IMI para habitação própria permanente, além de aumentar a dotação para a polícia e justiça.

ZAP //
6 Novembro, 2023


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