Marcelo disponível para ir a tribunal se “aparecer alguém” que diga que pressionou tratamento de gémeas luso-brasileiras

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 MRS // 🇧🇷 GÉMEAS BRASILEIRAS

Presidente da República reitera que não influenciou o tratamento no Hospital de Santa Maria.

O Presidente da República reiterou hoje que não falou com qualquer entidade para influenciar o tratamento das gémeas luso-brasileiras em Portugal e mostrou-se disponível para ir a tribunal “se vier a aparecer alguém” que diga o contrário.

No final da cerimónia evocativa do 1.º de Dezembro e da visita a uma exposição no Palácio da Independência, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre ocaso das irmãs gémeas luso-brasileiras que vieram a Portugal para ser tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo.

O chefe de Estado começou por afirmar que “o que tinha a dizer disse no dia 04 de Novembro”, que vai esperar pela investigação e que não se iria pronunciar sobre o caso.

O Presidente da República salientou também que na “altura disse uma coisa muito clara” e mencionou “todas as entidades” com as quais não falou sobre o caso: “Nem primeiro-ministro, nem ministra, nem secretário de Estado, nem à presidente do hospital, nem à administração do hospital, nem nenhuma responsabilidade de director de serviço do hospital”.

“Naturalmente que, como em tudo na vida, se vier a aparecer alguém que diga que eu o contactei ou que fiz qualquer pressão ou empenho ou pedido, aí eu sou o primeiro a ir a tribunal para esclarecer isso”, salientou, já a entrar no carro, não tendo prestado mais declarações.

Em 04 de Novembro, o Presidente da República negou que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria, ou de qualquer outra entidade, para que duas crianças luso-brasileiras pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.

“Eu ontem disse que não tinha feito isso. Não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra [da Saúde], não falei ao secretário de Estado, não falei ao director-geral, não falei à presidente do hospital, nem ao conselho de administração nem aos médicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

Em causa está uma reportagem da TVI, transmitida no início de Novembro, segundo a qual duas crianças luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo — para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou qualquer interferência no caso.

Em declaração à TVI, o Presidente da República confirmou que foram enviadas duas cartas, uma para o chefe de gabinete do primeiro-ministro e outra o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Numa nova reportagem divulgada na quinta-feira à noite, a TVI indica que se lê na carta enviada para o gabinete do primeiro-ministro que o tratamento com este medicamento é “a única esperança de cura” para as crianças.

A TVI mostrou uma carta, alegadamente assinada pela mãe das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento de quatro milhões de euros em 2020, com a indicação de que o tratamento era a “única esperança de cura” das crianças.

Até aqui, de acordo com a estação de televisão, a existência do documento tinha sido negada pelo chefe da Casa Civil do Presidente da República.

Esta mesma missiva, ainda segundo a estação, foi depois encaminhada para o primeiro-ministro, tal como dita o Código do Procedimento Administrativo.

A carta, segundo é revelado, resume-se a “três parágrafos escritos em português do Brasil” com a indicação de que o medicamento Zolgensma (o mais caro do mundo) configurava “a única esperança de cura” das crianças.

Na reportagem da TVI, vários médicos ouvidos pelos jornalistas desmentem esta afirmação, indicando que o medicamento “em termos de eficácia, não acrescenta nada” ao tratamento que as meninas já estavam a fazer na altura.

O caso está a ser investigado pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e pelo Ministério Público.

Ex-ministra da Saúde disponível para prestas esclarecimentos

A ex-ministra da Saúde, que já se manifestou disponível para prestar todos os esclarecimentos que lhe peça o parlamento, o Ministério Público (MP) ou entidades da saúde sobre o caso, adianta que ainda não foi contactada pelo MP nem pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que anunciou ter aberto um processo.

Numa entrevista divulgada esta quinta-feira, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, afirma que a “lei é clara”, que o que importa é a nacionalidade e, por isso, Portugal tinha de tratar as crianças.

Sobre o processo, acrescenta que teve necessidade de “ir refazer o circuito documental” daquilo que lhe poderia ter passado pelas mãos e apurou que o pedido de verificação do que se passava com este caso entrou no Ministério da Saúde junto com outros pedidos.

“É o circuito normal. Foi o normal o que o Ministério da Saúde fez a esse documento, que vinha do gabinete do primeiro-ministro e que canalizava um documento da Casa Civil da Presidência da República”, afirma.

Explica ainda que a carta da Casa Civil da Presidência da República foi “acompanhada de outros pedidos de outros utentes” e teve a tramitação habitual: “O encaminhamento era feito para as instituições visadas pela queixa, reclamação, dificuldade ou exposição”.

Com a carta, acrescenta, veio “uma informação médica e os cartões de cidadão das duas crianças”: “Não houve nenhum contacto da Presidência da República com a ministra da Saúde sobre este tema”, insistiu.

Diz que não tem os documentos de envio para outras entidades fora do Ministério da Saúde e que o que tem consigo é já uma resposta aos pais da criança, dada por uma das entidades, no caso o Infarmed, a dizer que o medicamento estava “em processo de avaliação europeu”.

Sobre a decisão de tratar as crianças, afirma: “Se há uma nota de que há duas crianças que precisam de um tratamento, se as crianças têm documentos nacionais do nosso país, o normal era as crianças serem tratadas no nosso país e, portanto, bastava o encaminhamento normal, que era aquilo que se fazia no Ministério da Saúde para a instituição”.

Refere que ainda não percebe o “mal-estar dos médicos de Santa Maria, insistindo que “a lei é clara” e que o que conta é a nacionalidade.

A ex-responsável da pasta da Saúde diz esperar que o processo de averiguações avalie três questões: “se houve ou não houve uma interferência indevida; se as crianças deveriam ou não deveriam ter sido tratadas e, em última instância, se o medicamento a utilizar deveria ser aquele ou deveria ser outro”.

Além da IGAS, o caso está igualmente a ser investigado pelo Ministério Público.

DN // Lusa
01 Dezembro 2023 — 12:45


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268: Ministério Público investiga. Afinal, o que está em causa no caso das gémeas brasileiras?

 

🇵🇹⚖️ MP // ⚖️ JUSTIÇA // 🇧🇷 GÉMEAS BRASILEIRAS

Inquérito “não corre sobre pessoa determinada”, mas MP quer conhecer processo que envolveu as crianças tratadas no Santa Maria com um dos medicamentos mais caros do mundo. Em relação a eventual intervenção do Presidente da República, se tal se confirmar, a acção teria de ser votada no Parlamento e a investigação correria no Supremo.

Tratamento às crianças foi ministrado no Hospital Santa Maria em Junho de 2020.
© Álvaro Isidoro/Global Imagens

O Ministério Público abriu um inquérito ao caso das gémeas de origem brasileira que foram tratadas no Hospital de Santa Maria com um dos medicamentos mais caros do mundo. O processo está no Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Lisboa “e, por ora, não corre contra pessoa determinada”, segundo o MP.

Esta situação foi conhecida há cerca de um mês, quando o programa Exclusivo, da TVI, noticiou o caso. As gémeas, com cerca de 2 anos, sofrem de atrofia muscular espinal, uma doença incurável, mas cujo avanço pode ser travado com medicação. António Levy Gomes, médico coordenador da Unidade de Neuro-pediatria do Hospital de Santa Maria revelou uma alegada “cunha” à TVI: “O que corria nos corredores era que o tratamento ocorreu por influência do Presidente da República.”

Às crianças foi ministrado o Zolgensma, conhecido por ser o medicamento mais caro do mundo, que no início da sua comercialização tinha o valor de dois milhões de euros.

Desde que o caso foi conhecido registaram-se várias declarações que lançaram mais dúvidas sobre a situação. Aqui ficam as explicações possíveis até ao momento para o entender.

Quem falou sobre o suposto favorecimento?
A mãe das crianças, Daniela Martins, é cidadã luso-brasileira. Numa primeira ocasião, quando chegou a Portugal com as crianças, os serviços médicos terão recusado o tratamento. “Chorei nos corredores do hospital”, disse a mulher a um canal de televisão do seu país. Entretanto, sem saber que estava a ser gravada, a luso-brasileira assumiu que pôs em marcha os seus “contactos”. “Usei o “pistolão”. Conhecia a nora do Presidente, que conhecia o ministro da Saúde [na altura Marta Temido], que mandou um e-mail para lá e falou “E o caso das meninas?”. Eles começaram a receber ordens de cima.”

Quando é que as crianças receberam o Zolgensma?
As meninas receberam o tratamento, de toma única, por via endovenosa em Junho de 2020.

Este tratamento tem vantagens para as crianças?
As meninas já estavam a receber outro tratamento no Brasil. À TVI, o neuro-pediatra José Pedro Vieira garantiu que “o tratamento não é curativo. A deficiência que já existia permanece”. O antigo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, concorda com o colega e diz que o medicamento, “em termos de eficácia não acrescenta nada”. No entanto, Daniela Martins, mãe das crianças, afiança que as filhas ficaram “mais ágeis e fortes”, sobretudo na zona dos braços, após a toma do Zolgensma, em Portugal.

Quem autorizou a aquisição do fármaco por parte do hospital?
O medicamento ainda não está aprovado pela Autoridade Europeia do Medicamento e, por isso, foi necessária uma autorização especial para a sua aquisição. O Infarmed autorizou a compra do medicamento dois dias depois de este ter sido requisitado. Porém, no dia 21 de Outubro de 2021, esta entidade veio explicar as diferenças entre o Zolgensma e o outro medicamento, com o qual as meninas já estavam a ser tratadas no Brasil. O medicamento mais caro do mundo tem de ser ministrado até aos 2 anos de idade e é de toma única. O outro fármaco tem de ser tomado de quatro em quatro meses, através de uma injecção na medula, para toda a vida.

O Presidente da República está envolvido na alegada “cunha”?
Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas, disse não se lembrar se alguma vez o filho, Nuno Rebelo de Sousa, lhe tinha falado no caso das gémeas brasileiras. “À distância de quatro anos, a mãe tem essa ideia de que foi por “cunha”. Então alguém, com muita influência, passou por cima de Belém, do primeiro-ministro e da sra. ministra. A “cunha” deve ter surgido de outro plano ou então não aconteceu! Se o meu filho me falou… francamente não me lembro”, assegurava o Presidente. Porém, o médico António Levy Gomes revelou um e-mail, trocado com Marcelo Rebelo de Sousa, em que este se contradiz. O Presidente terá escrito: “No meio de milhentos pedidos e solicitações, falou-me o meu filho Nuno, no caso específico de luso-brasileiros no Brasil. Disse-lhe logo de imediato que não havia privilégio algum para ninguém e, por maioria de razão, para filho de Presidente”.

O que disse mais tarde?
Adiante, o Presidente assumiu que chegou um pedido, à Casa Civil, e que seria “uma questão relevante”. Foram enviadas duas cartas: uma para o gabinete do primeiro-ministro e outra para o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

O que diz Nuno Rebelo de Sousa?
O filho do Presidente foi abordado à entrada de um evento da Web Summit e remeteu-se ao silêncio. A mãe das crianças será conhecida da sua mulher.

Foi a primeira vez que o medicamento foi ministrado em Portugal?
Não. Portugal foi dos primeiros países europeus a adoptar o Zolgensma no tratamento da atrofia muscular espinal. Matilde, de 4 meses, e Natália, de 11 meses, foram as primeiras crianças a receber este tratamento em Portugal, no final de Agosto de 2019. No Brasil, a mãe das gémeas Maité e Lorena soube do caso e tentou a sua sorte, dado que tem dupla nacionalidade: portuguesa e brasileira. Foi ao Consulado-Geral de Portugal em S. Paulo, onde fez o pedido de naturalização das filhas, no dia 2 de Setembro de 2019. O pedido foi aprovado duas semanas depois, a 16 de Setembro. Apesar de, supostamente, haver um tempo de espera de vários meses para a aprovação da nacionalidade, os registos garantem que não houve nada de anormal neste processo.

Outras crianças estrangeiras conseguiram ter este tratamento em Portugal?
Não. Um casal luso-canadiano, Ricardo e Jéssica Batista, fez o mesmo pedido mas não conseguiu que a filha, Daniela, recebesse o medicamento.

DN
Isabel Laranjo
25 Novembro 2023 — 07:00


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Críticas ao Ministério Público. “Não retiro uma vírgula”, afirma a procuradora-geral adjunta

 

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️ JUSTIÇA // ⚖️ PGR

Questionada sobre a instauração de um processo disciplinar por parte do Ministério Público, Maria José Fernandes assegurou que mantém tudo o que escreveu.

A procuradora-geral adjunta, Maria José Fernandes, garante à Antena 1 que não altera “uma vírgula” ao texto que escreveu para o jornal Público em que critica alguns métodos e colegas do Ministério Público. © Pedro A. Pina – RTP

“De tudo aquilo que escrevi não retiro uma vírgula, aconteça-me o que acontecer”, vincou. Em causa está o artigo de opinião publicado a 19 de Novembro no jornal Público.

Nesse texto, a procuradora-geral adjunta arrasava com os métodos de investigação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

À Antena 1, afirmou que tudo o que escreveu foi “pensado” e que foi uma crítica geral, mas admite que alguns magistrados “poderão sentir-se identificados com aquilo que eu escrevi”.

“Não é preciso ser magistrado para perceber isso. Basta ser um cidadão com senso comum para ver alguns processos e alguns métodos de investigação que são noticiados pela comunicação social. Qualquer cidadão comum, no senso comum, lhe parece que são exagerados, desnecessários, desproporcionais, etc”, afirmou.

Entretanto, em resposta à RTP, a Procuradoria-Geral da República confirmou a instauração de um processo especial de averiguação na sequência do artigo assinado pela procuradora-geral adjunta.

Entrevistada esta sexta-feira pela Antena 1, a procuradora-geral adjunta diz-se preparada para enfrentar esse procedimento disciplinar e anuncia que, se for necessário, irá dar exemplos práticos sobre o mau funcionamento do Ministério Público.

Maria José Fernandes acrescenta ainda que não colocou em causa a instituição. “Chamei à atenção para que certas vezes, certos colegas, haverá que não cumpriram tão correctamente quanto isso os direitos, liberdades e garantias”, argumentou.

A magistrada diz-se pronta para dar exemplos no caso de ser chamada a prestar esclarecimentos. “Quando tiver um processo e tenha que me defender eu vou exemplificar”, garantiu.

MSN Notícias
Antena 1
24.11.2023


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149: Dias azedos no MP. PGR pediu explicações na investigação que derrubou Costa

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️ PGR // ⚖️ MP // 🍋DIAS AZEDOS

Vivem-se dias complicados no Ministério Público (MP) depois dos erros revelados na Operação Influencer que derrubou António Costa. Há um “mal-estar” na cúpula da entidade e a procuradora-geral da República, Lucília Gago, pediu explicações aos titulares da investigação.

Miguel A. Lopes / Lusa
Lucília Gago, procuradora-geral da República

O “mal-estar” no MP começou com a revelação de alguns erros na investigação da Operação Influencer que levou à detenção do ex-chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e do seu amigo, Diogo Lacerda Machado.

Um desses erros é de transcrição, com o nome de António Costa a ser referido erradamente quando se falava realmente de António Costa e Silva, o ministro da Economia.

Mas o que agravou a situação foi o anúncio das medidas de coacção pelo juiz de instrução criminal Nuno Dias Costa. Foram bem mais leves do que o MP desejava, apenas com a proibição de os arguidos se ausentarem do país e com a obrigação da entrega dos passaportes.

Depois disso, a procuradora-geral da República, Lucília Gago, pediu explicações ao director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Francisco Narciso, de acordo com o que apurou o Público. Foi depois disso que o MP anunciou que ia recorrer das medidas de coacção aplicadas, ainda segundo o mesmo jornal.

A decisão do juiz também causou estranheza porque, apesar de deixar cair os crimes de corrupção, notou que os arguidos estavam “fortemente indiciados” por tráfico de influências e, mesmo assim, não determinou a proibição de contactos entre eles.

Nesta altura, o clima é azedo e há um “mal-estar na Procuradoria-Geral da República (PGR)”, como nota o Público. Perante isso, Lucília Gago desdobra-se em “reuniões” para “definir o rumo a tomar” na Operação Influencer, segundo o diário.

Em cima da mesa, está a possibilidade de os três procuradores ligados ao caso se dedicarem em exclusivo a essa investigação.

Mas também se estuda a hipótese de reforçar a equipa de investigação com mais meios. E isso pode passar por chamar a Polícia Judiciária para o caso, nomeadamente através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção.

ZAP //
16 Novembro, 2023


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105: MP troca Costa e Costa Silva na transcrição das escutas

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️ MINISTÉRIO PÚBLICO // ❌❓ TROCAS & BALDROCAS

O Ministério Público trocou os nomes do primeiro-ministro e do ministro da Economia na transcrição das escutas da Operação Influencer.

© MIGUEL A. LOPES/LUSA

A transcrição da uma das escutas da Operação Influencer tem um erro, já reconhecido pelo Ministério Público, segundo avança a CNN. Em vez de António Costa Silva, ministro da Economia, surge o nome de António Costa, primeiro-ministro.

De acordo com a estação de televisão, está em causa a transcrição de uma escuta telefónica entre Lacerda Machado e Afonso Salema, consultor e administrador da Start Campus, respectivamente, a 31 de Agosto de 2022. Nessa conversa, o primeiro iria mover influência junto de António Costa Silva, mas na transcrição surge o nome de António Costa.

Nesse telefonema, segundo a CNN, Afonso Salema quer que Diogo Lacerda Machada aborde o Governo para que seja suscitado junto da Comissão Europeia uma alteração em matéria de códigos de actividade económica para os data centers. “Tá bem. Eu vou decifrar se é Economia ou Finanças. Se for Finanças em falo logo com o Medina (ministro) ou com o António Mendes, que é o secretário de Estado. Se for Economia, arranjo maneira depois de chegar ao próprio António Costa”, responde o consultor, segundo consta da transcrição.

No entanto, na conversa, Lacerda Machado não referiu o nome de António Costa, mas sim de António Costa Silva.

Esta manhã, à chegada ao Campus da Justiça, o advogado de Lacerda Machado confirmou que o lapso foi detectado pelo próprio. “O Dr. Lacerda Machado deu sinal ao MP de que havia esse lapso e o MP reconheceu”, disse Magalhães e Silva.

“O que o dr. Lacerda Machado diz é que, se for com o Ministério das Finanças, fala com Fernando Medina, se for Economia ‘arranjarei maneira de falar’ – e o que está transcrito – com António Costa.

Ora isto é absurdo, o dr. Lacerda Machado, se quer falar com o dr. António Costa pega no telemóvel e liga-lhe, o que estava em causa era falar com o ministro da Economia, António Costa Silva”, explicou.

O advogado reforçou que aquilo que se ouve na escuta é Lacerda Machado referir o nome do ministro da Economia. “Na escuta ouve-se ‘António Costa Silva’. Vou repetir: ‘António Costa Silva'”.

Segundo Magalhães e Silva, esta era a única escuta na indiciação em que Lacerda Machado fazia referencia directa ao primeiro-ministro, António Costa.

“Os lapsos, quando são involuntários, não têm, obviamente, gravidade nenhuma sob o ponto de vista subjectivo, têm apenas gravidade sob o ponto de vista objectivo. Se foi intencional ou não, eu não faço essa injúria ao Ministério Público”, afirmou o advogado de Lacerda Machado.

Também esta manhã, no Campus da Justiça, o advogado do ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária recusou comentar o lapso.

“Estou cansado dos comentários de vários comentadores que não conhecem o processo, que não sabem nada, mas toda a gente tem muito a dizer sobre este processo e portanto não vou falar rigorosamente mais nada”, disse. Pressionado pelos jornalistas acerca da troca de nomes, Tiago Rodrigues Bastos, disse. “É a vida”.

O primeiro-ministro demitiu-se, na terça-feira, depois de saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do Ministério Público a negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de Março.

(Actualizada às 11h25 com declarações dos advogados)

DN
12 Novembro 2023 — 10:28


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104: Ministério Público: “Não é uma gralha é um erro grave. Podemos estar perante uma investigação com pés de barro e muita incompetência”

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️MINISTÉRIO PÚBLICO // INCOMPETÊNCIA?

O comentador Anselmo Crespo esteve, este domingo, em directo na CNN Portugal.

A análise esteve centrada na notícia da CNN Portugal que dá conta de que o Ministério Público confundiu António Costa com António Costa Silva na transcrição de uma das escutas da “Operação Influencer”.

Anselmo Crespo
CNN Portugal
12.11.2023

Ministério Público confunde António Costa com António Costa Silva: “Não são aceitáveis erros infantis como este”

O comentador Miguel Relvas esteve, este domingo, em directo na CNN Portugal. A análise esteve centrada na notícia da CNN Portugal que dá conta de que o Ministério Público confundiu António Costa com António Costa Silva na transcrição de uma das escutas da “Operação Influencer”.

Miguel Relvas

CNN Portugal
12.11.2023


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