388: O doente tem direito a escolher o médico? Deontologia diz que sim, a prática diz que não

 

– Não entendo! Na escolha de médico pelo doente, a deontologia diz que sim mas a prática diz que não?

Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa ciência do dever e da obrigação. A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito.

SAÚDE // DEONTOLOGIA // MÉDICOS // PRÁTICA // DOENTE // ESCOLHA

Um doente pode escolher o seu médico. É o que diz o artigo 15 do Código Deontológico da Ordem dos Médicos, mas uma coisa é o princípio em abstracto, outra a realidade. Mas uma coisa parece certa: em primeiro lugar deve estar “a decisão técnica” e o “melhor tratamento ao doente”.

O DN conta aqui a saga de uma família que levou três anos para conseguir que uma médica do CHUC voltasse a acompanhar a filha, portadora de uma doença rara, ouvindo também o bastonário e um professor de Ética.

Código deontológico da Ordem dos Médicos define que doente tem direito a escolher o médico.

É ao telefone que o pai de uma criança que é acompanhada por uma médica, que diz ser alvo de assédio laboral, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), conta ao DN a história da sua filha e da família para poder continuar com esta profissional, que um dia se cruzou ocasionalmente nos seus caminhos.

Este pai, que prefere não ser identificado, diz conhecer a médica desde que a filha é bebé e lhe fez o diagnóstico de uma doença rara de sangue.

Depois, quis o acaso que fosse uma das médicas de serviço na urgência de adultos do CHUC quando a mulher teve um episódio de doença aguda e teve de lá ir, acabando por lhe ser detectado um problema de sangue.

“Esta médica já tinha visto a minha filha, mas foi ela quem salvou a vida à minha mulher quando ela teve de ir à urgência com uma situação grave. A partir daqui a relação entre nós ainda ganhou mais confiança”, explica ao DN. A filha, hoje com seis anos, “foi sempre muito bem tratada”, mas, a certa altura, começaram a perceber que algo se passava.

“Começaram a marcar-nos consulta para outros médicos. Sem perceber porquê, em 2018 tomei a iniciativa de fazer uma exposição ao Centro Hospitalar, à Ordem dos Médicos e à Entidade Reguladora da Saúde para reclamar o direito de a minha filha poder continuar a ser acompanhada por esta médica”, explica, argumentando até com o facto de “dever existir alguma continuidade no acompanhamento médico, até por várias razões, como do conhecimento à confidencialidade”.

Houve respostas que chegaram e outras que não, mas, mesmo as que chegaram, não o satisfizeram, e em 2020 fez outra exposição, em que reforçava o artigo 15 do Código Deontológico da Ordem dos Médicos para sustentar o acompanhamento por aquela médica. Tempos depois recebe a convocatória para uma consulta com a filha e pensa que será com a médica em causa, mas não.

“Era outra médica, e assim que percebi falei com a administrativa que estava para lhe perguntar se seria melhor ir-me embora, porque não queria aquela consulta, ou se explicava a situação à médica que ali estava, por uma questão de respeito”, explica.

A administrativa falou com a médica e disse-lhe que se pudesse esperar esta gostaria de falar com ele. “Esperei. Qual é o meu espanto quando, depois de ter dito que não queria consulta com aquela médica porque não era a médica que acompanhava a minha filha, entro no consultório e a médica inicia a conversa como se fosse uma consulta normal. E fiquei mesmo incomodado”, desabafa.

O artigo 15.º do Código da Ordem dos Médicos é sobre a livre escolha pelo doente e refere que “o doente tem o direito de escolher livremente o seu médico, e este o dever de respeitar e defender tal direito. O médico assistente deve respeitar o direito do doente a mudar de médico, devendo antecipar – se, por dignidade profissional, à menor suspeita de que tal vontade exista“.

“Voltei a explicar que queria que a minha filha fosse acompanhada por outra médica e que só queria saber como poderia marcar consulta para ela. A clínica insistiu que queria saber por que é que eu queria a outra médica, expliquei as minhas razões e ela responde-me que não era possível agendar uma consulta para um colega específico. A única forma era tentar falar directamente com a tal médica. Levantei-me e disse que era o que iria fazer.

Quando me dirijo à porta, a médica coloca-se entre mim e a porta e pergunta-me se numa urgência também iria ficar à espera daquela médica, mas num tom intimidatório. Não gostei e disse-lhe que não era burro, uma urgência é uma urgência.”

Este pai voltou a fazer uma exposição para voltar a ter a médica que pretendia para a sua filha, desta vez ao Gabinete de Utente do CHUC, que lhe respondeu que não era matéria da sua competência e que tinha enviado a reclamação para o Gabinete de Utente do Hospital Pediátrico que integra o CHUC. Daqui recebeu a informação de a sua missiva ter sido recepcionada e remetida como queixa registada à plataforma da ERS.

Desta entidade recebeu resposta um mês depois, e era-lhe explicado que a reclamação enquanto tal estava terminada, mas que o assunto necessitava “de uma análise adicional, assim, e após decisão de apensação, o processo foi terminado no âmbito do processo de reclamação mas os factos continuarão a ser avaliados pela ERC”.

Não desistiu. Fez nova reclamação contra os directores do serviço onde a filha é acompanhada no hospital pediátrico do CHUC para a Ordem dos Médicos do Centro, com conhecimento para o Conselho Disciplinar da OM, em Fevereiro de 2022, porque, sustenta, “continuava sem feedback do hospital e parecia-me que ali o meu pedido tinha caído em saco roto. E nesta reclamação para a Ordem exponho que a actuação até agora do serviço é de conduta ética e deontologicamente condenável”.

Mas a primeira resposta que recebe foi a informá-lo de que tinha sido “pedido um esclarecimento à administração do CHUC, depois, na segunda, dizem-me que não há violação deontológica por parte dos serviços hospitalares, uma vez que há limitações à livre escolha do médico, pois poderia acontecer que todos os doentes escolhessem o mesmo médico. Achei inacreditável esta resposta, porque não era de todo o caso da médica que pretendia”.

Três anos para a filha voltar a ser acompanhada pela médica

Neste entretanto, que correu de 2018 a 2020, a filha voltou a ser acompanhada pela médica que queria, “por eu ter conseguido entrar em contacto directo com ela”, afirma, mas “estava longe que todas as tentativas de tirarem a minha filha da agenda da médica podia ter a ver com uma situação de assédio laboral”.

Como especificou ao DN, “apenas queríamos ver cumprido o artigo 15 do Código Deontológico, que diz que o doente tem direito a escolher o seu médico pela competência e tratamento que já nos tinha demonstrado”.

Bastonário dos médicos defende que a decisão técnica deve ser preservada em relação a qualquer outra.

A médica em causa chama-se Maria e é especialista em doenças raras, nomeadamente na área do sangue, em idade adulta e pediátrica, e o seu advogado diz que está a ser vítima de assédio laboral.

É a mesma clínica sobre quem o DN contou, na sua edição de ontem, que viu ser recusada a prescrição de um medicamento inovador, aprovado pelo Infarmed em Fevereiro deste ano, a duas crianças com hemofilia A grave, que acompanha desde bebés.

Segundo o advogado, “é o assédio levado ao extremo”, porque “não estamos a falar de tratamentos da ordem dos quatro milhões de euros, como aconteceu com as gémeas brasileiras em Santa Maria”.

O medicamento tem o custo de 190 mil euros ao ano e “melhoraria muito a qualidade de vida destas crianças”, explicou o seu advogado. “Em vez de terem de se injectar entre três a quatro vezes por semana, com este medicamento as crianças apenas precisam de uma injecção mensal”, especificou ainda o jurista, que integra também o gabinete do Sindicato dos Médicos do Centro.

“A medicação tem uma configuração grave. O doente não pode ser diagnosticado e deixar de receber um medicamento por haver problemas. O doente não pode ser prejudicado. A primazia da decisão técnica sobrepõe-se a qualquer outra, administrativa ou jurídica.”

A justificação da recusa do fármaco às crianças é sustentada pelo serviço e pelo conselho de administração anterior num protocolo que define que só médicos do centro de referência podem prescrever este tipo de medicamento. Maria foi fundadora do centro de referência, mas retirada do mesmo pela direcção do serviço.

O caso de assédio foi levado ao Tribunal do Trabalho de Coimbra, onde foi feito um acordo que o advogado diz não estar a ser cumprido pelo CHUC. O seu caso vai ser levado à nova administração, numa reunião agendada para dia 18 de Dezembro, pois “já lá vão seis anos que é vítima de assédio laboral”.

“A decisão técnica deve estar acima de tudo”, diz bastonário

Este é o caso de Maria e a saga que a família de quem contamos aqui a história passou foi para a ter como médica. Mas, afinal, o utente pode ou não escolher o seu médico? O DN colocou a questão ao bastonário dos médicos, Carlos Cortes, e ao médico e professor de Ética da Faculdade de Medicina de Lisboa Miguel Oliveira Silva.

O objectivo era perceber se o artigo 15 do Código Deontológico dos Médicos é somente um princípio teórico ou se há mesmo algo que o faça ser cumprido.

Pois bem, tanto Carlos Cortes como Miguel Oliveira e Silva, e sem quererem referir-se especificamente a qualquer caso, mas no abstracto, concordam que “o doente tem direito a escolher o médico, mas dentro de algumas regras”.

Por exemplo, “o doente tem direito a escolher um médico desde que este tenha a diferenciação adequada para a sua patologia e tendo em conta a organização interna dos serviços, porque é assim que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) funciona”, refere o bastonário, sublinhando: “Se um utente não estiver satisfeito com o médico que o acompanha, pode recorrer a outro, mas não pode escolher um que não seja do serviço onde tem de ser acompanhado ou que não tenha as competências necessárias para acompanhar a sua patologia.”

Miguei Oliveira e Silva diz que, no SNS de hoje, é cada vez mais difícil fazer valer o direito de que o doente pode escolher o médico.

O professor de Ética Miguel Oliveira e Silva é taxativo quando responde: “Tudo depende se estamos a falar em se aplicar esse direito no SNS de 2023 ou ao sector privado.”

Isto porque “no SNS, e cada vez mais devido à escassez de recursos que existe, este direito não é possível de exercer, até porque o médico que o doente gostaria de escolher pode já não estar lá, pode estar com outras funções ou pode não ter a competência necessária para o tratar”.

Se tal acontecer, destaca, “é o médico que tem de ter a honestidade, a transparência e a humildade de dizer ao doente: “Essa situação não é para mim. Tem de ir a outro colega””. Em relação ao privado, “é o doente quem escolhe o médico”.

“Uma coisa é o direito do utente em abstracto poder escolher o local e o médico que o consulta, outra é concretizar esse direito no dia a dia do SNS e nas suas dificuldades.”

Mas, no entender de Carlos Cortes, há algo que deve estar acima de qualquer decisão ou de problemas entre clínicos. “A medicação tem uma configuração grave. O doente não pode ser diagnosticado e deixar de receber um medicamento por haver problemas. O doente não pode ser prejudicado. A primazia da decisão técnica sobrepõe-se a qualquer outra, administrativa ou jurídica.”

O bastonário reconhece não ser habitual exposições ou pedidos de cidadãos para que sejam acompanhados por um determinado médico. “Não conheço casos desta natureza, mas não coloco a possibilidade de estes não existirem, só que não é habitual chegarem à Ordem.”

Miguel Oliveira e Silva refere ao DN que nas suas aulas na faculdade “o assunto é abordado, claro”, até para alertar os futuros médicos de que “uma coisa é o direito de o utente poder escolher, em abstracto, o médico e o local onde quer ser consultado, outra é concretizar esse direito no dia a dia e nas dificuldades do SNS”.

A médica de quem falamos, e segundo o testemunho deste pai e do advogado que a defende, “tem toda a competência para acompanhar estes doentes” e, em relação à organização do serviço, “integra o serviço em que se tratam estas patologias e, por acordo em tribunal, tem um dia de consulta dedicada ao centro de referência onde estas crianças devem ser acompanhadas”, sublinha o jurista do SMC.

O DN sabe que a médica tem vindo a perder doentes – dos 15 a 20 que tinha há seis anos restam-lhe agora quatro. “Todos os novos doentes vão para outros médicos.

E o Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o CHUC, dá-se ao luxo de ter uma clínica diferenciada a não trabalhar no total das suas capacidades nem sequer com horário atribuído para os primeiros três dias da semana, definido em acordo assinado no Tribunal do Trabalho por acção deste assédio laboral”, sublinha Miguel Monteiro. E defende ainda que a questão que envolve os doentes deveria ser abordada pela Ordem dos Médicos.

O DN questionou o CHUC sobre o caso de assédio laboral que esta médica está sujeita há seis anos, segundo o seu advogado. E ainda sobre a sua posição relativamente ao artigo 15 do Código Deontológico das Ordem que invoca o direito do doente a escolher o seu médico, mas ao fim de uma semana não tinha ainda obtido qualquer resposta.

DN
na Mafalda Inácio
03 Dezembro 2023 — 00:13


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Marcelo disponível para ir a tribunal se “aparecer alguém” que diga que pressionou tratamento de gémeas luso-brasileiras

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 MRS // 🇧🇷 GÉMEAS BRASILEIRAS

Presidente da República reitera que não influenciou o tratamento no Hospital de Santa Maria.

O Presidente da República reiterou hoje que não falou com qualquer entidade para influenciar o tratamento das gémeas luso-brasileiras em Portugal e mostrou-se disponível para ir a tribunal “se vier a aparecer alguém” que diga o contrário.

No final da cerimónia evocativa do 1.º de Dezembro e da visita a uma exposição no Palácio da Independência, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre ocaso das irmãs gémeas luso-brasileiras que vieram a Portugal para ser tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo.

O chefe de Estado começou por afirmar que “o que tinha a dizer disse no dia 04 de Novembro”, que vai esperar pela investigação e que não se iria pronunciar sobre o caso.

O Presidente da República salientou também que na “altura disse uma coisa muito clara” e mencionou “todas as entidades” com as quais não falou sobre o caso: “Nem primeiro-ministro, nem ministra, nem secretário de Estado, nem à presidente do hospital, nem à administração do hospital, nem nenhuma responsabilidade de director de serviço do hospital”.

“Naturalmente que, como em tudo na vida, se vier a aparecer alguém que diga que eu o contactei ou que fiz qualquer pressão ou empenho ou pedido, aí eu sou o primeiro a ir a tribunal para esclarecer isso”, salientou, já a entrar no carro, não tendo prestado mais declarações.

Em 04 de Novembro, o Presidente da República negou que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria, ou de qualquer outra entidade, para que duas crianças luso-brasileiras pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.

“Eu ontem disse que não tinha feito isso. Não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra [da Saúde], não falei ao secretário de Estado, não falei ao director-geral, não falei à presidente do hospital, nem ao conselho de administração nem aos médicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

Em causa está uma reportagem da TVI, transmitida no início de Novembro, segundo a qual duas crianças luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo — para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou qualquer interferência no caso.

Em declaração à TVI, o Presidente da República confirmou que foram enviadas duas cartas, uma para o chefe de gabinete do primeiro-ministro e outra o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Numa nova reportagem divulgada na quinta-feira à noite, a TVI indica que se lê na carta enviada para o gabinete do primeiro-ministro que o tratamento com este medicamento é “a única esperança de cura” para as crianças.

A TVI mostrou uma carta, alegadamente assinada pela mãe das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento de quatro milhões de euros em 2020, com a indicação de que o tratamento era a “única esperança de cura” das crianças.

Até aqui, de acordo com a estação de televisão, a existência do documento tinha sido negada pelo chefe da Casa Civil do Presidente da República.

Esta mesma missiva, ainda segundo a estação, foi depois encaminhada para o primeiro-ministro, tal como dita o Código do Procedimento Administrativo.

A carta, segundo é revelado, resume-se a “três parágrafos escritos em português do Brasil” com a indicação de que o medicamento Zolgensma (o mais caro do mundo) configurava “a única esperança de cura” das crianças.

Na reportagem da TVI, vários médicos ouvidos pelos jornalistas desmentem esta afirmação, indicando que o medicamento “em termos de eficácia, não acrescenta nada” ao tratamento que as meninas já estavam a fazer na altura.

O caso está a ser investigado pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e pelo Ministério Público.

Ex-ministra da Saúde disponível para prestas esclarecimentos

A ex-ministra da Saúde, que já se manifestou disponível para prestar todos os esclarecimentos que lhe peça o parlamento, o Ministério Público (MP) ou entidades da saúde sobre o caso, adianta que ainda não foi contactada pelo MP nem pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que anunciou ter aberto um processo.

Numa entrevista divulgada esta quinta-feira, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, afirma que a “lei é clara”, que o que importa é a nacionalidade e, por isso, Portugal tinha de tratar as crianças.

Sobre o processo, acrescenta que teve necessidade de “ir refazer o circuito documental” daquilo que lhe poderia ter passado pelas mãos e apurou que o pedido de verificação do que se passava com este caso entrou no Ministério da Saúde junto com outros pedidos.

“É o circuito normal. Foi o normal o que o Ministério da Saúde fez a esse documento, que vinha do gabinete do primeiro-ministro e que canalizava um documento da Casa Civil da Presidência da República”, afirma.

Explica ainda que a carta da Casa Civil da Presidência da República foi “acompanhada de outros pedidos de outros utentes” e teve a tramitação habitual: “O encaminhamento era feito para as instituições visadas pela queixa, reclamação, dificuldade ou exposição”.

Com a carta, acrescenta, veio “uma informação médica e os cartões de cidadão das duas crianças”: “Não houve nenhum contacto da Presidência da República com a ministra da Saúde sobre este tema”, insistiu.

Diz que não tem os documentos de envio para outras entidades fora do Ministério da Saúde e que o que tem consigo é já uma resposta aos pais da criança, dada por uma das entidades, no caso o Infarmed, a dizer que o medicamento estava “em processo de avaliação europeu”.

Sobre a decisão de tratar as crianças, afirma: “Se há uma nota de que há duas crianças que precisam de um tratamento, se as crianças têm documentos nacionais do nosso país, o normal era as crianças serem tratadas no nosso país e, portanto, bastava o encaminhamento normal, que era aquilo que se fazia no Ministério da Saúde para a instituição”.

Refere que ainda não percebe o “mal-estar dos médicos de Santa Maria, insistindo que “a lei é clara” e que o que conta é a nacionalidade.

A ex-responsável da pasta da Saúde diz esperar que o processo de averiguações avalie três questões: “se houve ou não houve uma interferência indevida; se as crianças deveriam ou não deveriam ter sido tratadas e, em última instância, se o medicamento a utilizar deveria ser aquele ou deveria ser outro”.

Além da IGAS, o caso está igualmente a ser investigado pelo Ministério Público.

DN // Lusa
01 Dezembro 2023 — 12:45


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170: Medicação para Doenças Crónicas 👨‍⚕️

 

🇵🇹⚕️👪 SAÚDE PÚBLICA // 💊 MEDICAÇÃO CRÓNICA // 👨‍⚕️🏥FARMÁCIAS

Dizem os entendidos que “Sem passar pelo Centro de Saúde? Vamos de bem a melhor”!

Mas não é isso que se passa (ainda)!Desde 25 de Outubro de 2023 que a medida está implementada pelo Ministério da Saúde.

A Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) informa que a partir desta quarta-feira entra em vigor uma medida para “melhorar o acesso em tempo útil” de doentes crónicos à respectiva medicação. Na prática, os utentes deixam de precisar de renovar a receita no centro de saúde e podem levantar a medicação directamente na farmácia.

Após avaliação médica, e durante um ano, estes utentes não precisam de renovar a receita no centro de saúde, bastando para tal que se dirigiram “directamente à farmácia comunitária para levantar a sua medicação”.

“Deixa também de haver limite do número de embalagens a prescrever para medicamentos destinados ao tratamento de doenças crónicas. Nestes casos de tratamentos prolongados bastará que o médico assinale essa opção na receita, indicando a posologia e a duração do tratamento”, explica a Direcção Executiva do SNS.”

Ora, não é isto que se passa (ainda) nesta data, dado que necessitei de um medicamento comprovadamente de uso crónico e a farmácia informou que ainda não sabiam as directrizes a tomar neste campo.

Ou seja, a publicidade é muita, mas apenas para “inglês ver…”, porque na prática e apesar da medida implementada, as farmácias – pelo menos a da minha localidade -, ainda desconhecem os respectivos procedimentos.

Não é de estranhar… estamos em Portugal!

18.11.2023


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48: Lisboa Ocidental chama médicos de todas as especialidades para urgência interna. OM pede explicações

 

🇵🇹👪 SAÚDE PÚBLICA // ⚕️ MÉDICOS // 🏥URGÊNCIAS

Bastonário da Ordem dos Médicos diz que situação pode configurar “um problema grave”, com implicações técnicas, deontológicas e de segurança. Conselho de administração do CHLO justifica medida devido aos “graves constrangimentos” na elaboração das escalas de urgência interna, na sequência da recusa de vários médicos em fazerem mais horas extra além das 150 por ano previstas na lei.

© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO) determinou que “a escala de urgência interna seja composta por médicos de todas as especialidades, de modo a assegurar o funcionamento da mesma”. A informação consta de uma circular informativa, com data de 3 de Outubro (sexta-feira), a que o DN teve acesso.

A medida é justificada pelos “graves constrangimentos que se têm verificado na elaboração das escalas de urgências, uma vez que “diversos médicos do CHLO” têm apresentado “declarações de indisponibilidade para prestação do trabalho suplementar, para além do limite legalmente previsto”, de 150 horas por ano.

A Ordem dos Médicos (OM) já pediu explicações ao CHLO, que abrange os hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Marta, para saber “exactamente aquilo que está em causa”.

“Se significar taxativamente o que lá está escrito, estamos perante um problema grave. Por um lado, não tem sustentação técnica absolutamente nenhuma e, por outro lado, pode configurar situações perigosas que põem em causa a segurança dos doentes e dos próprios médicos”, diz ao DN Carlos Cortes, bastonário da OM.

“Se a intenção é colocar médicos de uma especialidade a tratarem de doentes de uma área diferente da sua especialidade, terá, obviamente, a total oposição da OM”, avisa o responsável, dando conta de “implicações técnicas e deontológicas”.

À espera de explicações do CHLO, Carlos Cortes opta pela cautela e espera que não seja essa a medida que o Conselho de Administração pretende aplicar.

“Estar a obrigar todos os médicos, independentemente da sua especialidade, a tratar doentes de uma área de conhecimento, de diferenciação diferente da sua, parece-me algo que não faz sentido absolutamente nenhum”, sublinha.

A decisão, diz o Conselho de Administração, surge tendo em conta a “prossecução do interesse público inerente à prestação de cuidados de saúde”, o que “determina a necessidade imperiosa de garantir assistência atempada e adequada aos doentes internados do CHLO”.

“Para o efeito, deverão os directores dos serviços diligenciar no sentido do cumprimento desta deliberação, através da melhor gestão de recursos disponíveis”, determina a administração do CHLO, adiantando que “os médicos escalados para a urgência interna do Hospital São Francisco Xavier e no Hospital Egas Moniz, em particular os internos, terão nesse período, se necessário, todo o suporte clínico pela Equipa de Emergência Interna”.

Na circular informativa, a administração hospitalar refere ainda que lhe compete “a aprovação da constituição das equipas no Serviço de urgência” e recorda que “os profissionais do CHLO encontram-se obrigados, nos termos da legislação em vigor, ao cumprimento de 150 horas anuais de trabalho suplementar”.

Para o bastonário da OM, “nenhum médico”, apesar do Conselho de Administração dizer “que decide como são as equipas”, é “obrigado a intervir num doente – a não ser que o doente esteja naquele momento em perigo de vida -, que esteja fora do seu domínio da especialidade”.

“Isto é, vamos supor, um médico de uma especialidade de psiquiatria” ou “um pneumologista” a “tratar de um doente da área da cardiologia”, exemplifica. “Obviamente, qualquer pessoa compreende que podemos incorrer aqui em situações gravíssimas.

E, obviamente, que o médico, do ponto de vista deontológico, do ponto de vista técnico, jamais irá incorrer numa situação que pode ter consequências muito complicadas para si próprio”, considera Carlos Cortes.

“Não são só as pessoas que entram pela porta da urgência que têm um problema agudo, os doentes que estão internados de repente podem descompensar, daí ter que haver uma urgência interna para poder dar resposta a esses doentes”, explica o bastonário, reforçando a importância dos cuidados diferenciados.

“Se a intenção é colocar médicos de uma especialidade a tratarem de doentes de outra área de especialidade, obviamente que a OM terá que intervir”, reitera.

Carlos Cortes afirma que cabe aos conselhos de administração “proporcionarem a medicina diferenciada, os meios que têm no seu hospital para que os doentes sejam tratados adequadamente”. Trata-se de uma “obrigação ética”, reforça.

“Nenhum médico pode ser obrigado a tratar um doente para o qual não tem conhecimentos”, diz, salvaguardando que aguarda as explicações do CHLO. “Espero que haja o bom senso de não estar a formar equipas de urgência interna no pressuposto de os médicos tratarem doentes de outra especialidade”, declara Carlos Cortes.

DN
Susete Henriques
06 Novembro 2023 — 21:49


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17: Centena de utentes protesta por falta de médicos em Algueirão-Mem Martins

 

👪⚕️ SAÚDE PÚBLICA //⚕️ CENTROS DE SAÚDE // 👪⚕️MÉDICOS DE FAMÍLIA

De acordo com a porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde de Algueirão-Mem Martins, quando o Centro de Saúde foi inaugurado, 66% das pessoas em mais de 40 mil inscritos não tinham médico de família, hoje são mais de 82%.

Mais de uma centena de utentes do Centro de Saúde de Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra, estão desde as 07:30 desta quinta-feira junto àquela unidade para denunciar mais uma vez o agravamento da falta de recursos humanos.

Em declarações à agência Lusa cerca das 08:30, Amália Alface da Comissão de Utentes da Saúde de Algueirão-Mem Martins (CUSAMM) explicou que o protesto visa, mais uma vez, o agravamento das condições de acesso à saúde naquela freguesia.

“Desde a criação deste centro de saúde, em Abril de 2021, temos feito várias acções de protesto por causa da falta de meios humanos. Quando foi inaugurado, supostamente deveria ter mais meios, mas desde então a situação piorou”, contou.

De acordo com Amália Alface, quando o Centro de Saúde foi inaugurado, 66% das pessoas em mais de 40 mil inscritos não tinham médico de família, hoje são mais de 82%.

“Neste momento há cinco médicos, sendo que destes, dois não estão a serviço, um por licença de maternidade e outro por questões de saúde. Deveríamos ter 25”, sublinhou.

Amália Alface reconhece que os problemas na saúde são transversais a todo o país, mas na maior freguesia de Sintra a situação é “abismal”.

“A situação é gritante. Temos pessoas que vêm as 05:00 às vezes às 04:00 para conseguirem uma consulta. Os governantes não olham para esta freguesia. Estamos completamente abandonados”, frisou.

Segundo Amália Alface, há uns meses fizeram uma recolha de assinatura para exigir mais meios humanos para a unidade de saúde, mas não têm tido qualquer feedback.

“Nós lutamos pela defesa do Serviço Nacional de Saúde porque só o Serviço Nacional de Saúde pode dar uma resposta à população no acesso à saúde”, disse.

O centro de saúde de Algueirão Mem-Martins foi inaugurado no dia 25 de Abril de 2021 pelo primeiro-ministro, António Costa, e representou um investimento na ordem dos quatro milhões de euros, de acordo com o ‘site’ da Câmara Municipal de Sintra.

DN/Lusa
02 Novembro 2023 — 09:07


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7: Há 38 hospitais com cerca de 90% dos serviços indisponíveis

 

PROIBIDO ESTAR DOENTE…!!!

– E VIVA O JURAMENTO DE HIPÓCRATES…!!!

🇵🇹⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 👪PERIGOS // 💰🧑‍⚕️ MÉDICOS // 🏥🕗 GREVES

Contabilizados 19 serviços em que 100% dos médicos pediram escusa. Também 25 de 55 agrupamentos de centros de saúde estão a sentir os efeitos do protesto às horas extraordinárias.

© Artur Machado / Global Imagens

Um total de 38 unidades hospitalares está com cerca de 90% dos seus serviços indisponíveis devido falta de médicos para assegurar as escalas, segundo os mais recentes dados divulgados esta quarta-feira pelo movimento “Médicos em Luta”.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do movimento “Médicos em Luta”, Susana Costa, disse que a lista é praticamente actualizada todos os dias e as informações sobre o impacto nos hospitais são facultadas pelos médicos.

“(…) Num serviço em que haja 20 médicos que façam trabalho extraordinário, se 50% desses médicos colocarem a minuta [de indisponibilidade para horário suplementar], a repercussão que vamos ter nas equipas tem a ver com o número de horas extraordinárias a que estes médicos estão vinculados. Se eles só fizerem seis ou 12 [horas] por semana tem um impacto, se fizerem 24 horas extraordinárias por semana tem outro”, salientou Susana Costa.

Ainda assim, ressalvou que “quem tem o conhecimento exato destes números e do (…) impacto” que as escusas têm nos serviços são as administrações.

A lista ‘online’ está discriminada pelo nome das unidades hospitalares e das especialidades que estão mais afectadas.

Segundo os dados dos “Médicos em Luta”, Garcia de Orta (Almada), Amadora — Sintra, Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Caldas da Rainha e Torres Vedras, Coimbra, Leiria, Covilhã, Évora, Famalicão e Santo Tirso, Faro, Figueira da Foz, Vila Nova de Gaia, Guimarães, Guarda, Leiria, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Santa Maria (Lisboa), São Francisco Xavier (Lisboa), Beatriz Ângelo — Loures, Matosinhos, Penafiel, Portalegre e Elvas, Portimão, São João (Porto), Santo António (Porto), Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Ponte de Lima, Vila Franca de Xira, Vila Real-Chaves-Lamego e Viseu serão os mais afectados.

Até ao momento, foram contabilizados 19 serviços em que 100% dos médicos pediram escusa, como — entre outros — os casos das unidades hospitalares de Santa Maria da Feira, em ortopedia, Viana do Castelo e Ponte de Lima, em cirurgia geral, Garcia de Orta, em Pediatria e Neurologia, Guimarães, em obstetrícia, e Barcelos e Caldas da Rainha, em cirurgia geral.

Também 25 de 55 agrupamentos de centros de saúde (ACES) estão a sentir os efeitos do protesto às horas extraordinárias.

Na zona Norte estarão a ser afectados 15 ACES, enquanto no Centro três e no Alentejo um. Em Lisboa, serão seis os ACES a sofrer com o impacto da falta de médicos.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) revelou esta quarta-feira que médicos e Governo não chegaram a acordo sobre os aumentos salariais, mas consolidaram os avanços negociais em outras matérias, como férias e tempo de trabalho no serviço de urgência.

No final de uma nova ronda negocial entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que começou na quarta-feira ao final da tarde e terminou pelas 00:00 desta quarta-feira, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, garantiu que “há uma grande vontade de chegar a acordo” sobre as questões salariais.

As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a FNAM iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.

Ministro da Saúde deixou portugueses “entregues à sorte”

O movimento “Médicos em Luta” admitiu entretanto que não esperava que os sindicatos chegassem a acordo na terça-feira, afirmando que o ministro da Saúde “deixou os portugueses entregues à sua sorte” no mês de Novembro.

“Não tínhamos grande expectativa. As mensagens deixadas pelo ministro da Saúde são muito claras. Não está muito preocupado com a fixação de médicos no Serviço Nacional de Saúde [SNS], claramente.

O trabalho médico, o sucesso e a garantia de acesso por parte dos utentes aos serviços de saúde não tem necessariamente a ver com número de horas (…), mas antes com o seu empenho, com a sua capacidade de trabalho”, adiantou agência Lusa a porta-voz do movimento, Susana Costa.

De acordo com Susana Costa, a motivação dos médicos é cada vez menor devido à postura de Manuel Pizarro.

“A mensagem que o ministro da Saúde deixou aos portugueses é que estão entregues à sua sorte, em relação à sua saúde e aos cuidados de saúde a que terão acesso no mês de Novembro.

Julgo que todos os portugueses captaram muito bem essa mensagem e é esta a postura do Ministério da Saúde: não está muito preocupado com a saúde dos portugueses”, acusou.

Sobre a possibilidade de os sindicatos e o Governo chegarem a um acordo na próxima sexta-feira, a porta-voz do “Médicos em Luta” disse não acreditar “devido ao comportamento do Ministério da Saúde nos últimos 18 meses”.

“Está muito satisfeito com as aproximações que ele diz que tem tido, relativamente às reivindicações dos médicos, mas essa não é a realidade naquilo que verdadeiramente se verifica, portanto, esse optimismo que passa à população não é real. (…) Não estamos convictos de que haja definitivamente um acordo fechado na sexta-feira”, sublinhou.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) revelou hoje que médicos e Governo não chegaram a acordo sobre os aumentos salariais, mas consolidaram os avanços negociais em outras matérias, como férias e tempo de trabalho no serviço de urgência.

No final de uma nova ronda negocial entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que começou na quarta-feira ao final da tarde e terminou pelas 00:00 de hoje, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, garantiu que “há uma grande vontade de chegar a acordo” sobre as questões salariais.

As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a FNAM iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.

DN/Lusa
01 Novembro 2023 — 14:20


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 1 mês ago

 

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