278: O céu nocturno de Marte é… verde

 

MARTE // CÉU NOCTURNO

A Agência Espacial Europeia (ESA) detectou que o céu de Marte produz um poderoso brilho verde que é capaz de iluminar perfeitamente a superfície marciana durante a noite.

ESA

Segundo o El Confidencial, esta foi a primeira vez que a ESA detectou este fenómeno inesperado no céu marciano.

Trata-se de um brilho nocturno que tinge o céu de verde e é suficientemente brilhante para iluminar os rovers e os futuros colonos enquanto exploram o Planeta Vermelho.

O fenómeno foi descoberto durante a missão ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) da ESA. E, de acordo com a Agência Espacial Europeia, ocorre quando dois átomos de oxigénio se combinam para formar uma molécula de oxigénio a uma distância de 50 km acima da superfície.

Estes átomos de oxigénio são formados quando a luz solar fornece energia às moléculas de dióxido de carbono. Depois, separam-se e só voltam a agrupar-se quando escurece e o Sol deixa de ter qualquer influência sobre elas.

Quando se juntam, emitem uma curiosa luz esverdeada.

Lauriane Soret, investigadora do Laboratório de Física Atmosférica e Planetária da Universidade de Liège, na Bélgica, explica que “esta emissão deve-se à recombinação de átomos de oxigénio criados na atmosfera de verão e transportados pelos ventos para as altas latitudes de inverno, a altitudes entre 40 e 60 km na atmosfera marciana”.

Por muito surpreendente que possa ser esta descoberta, os investigadores afirmam que os ajudará a compreender melhor a composição e a dinâmica da atmosfera, bem como dará informações sobre a densidade do oxigénio marciano e sobre a forma como a energia é depositada pela luz solar e pelo vento solar.

Jean-Claude Gérard, autor principal do novo estudo publicado e cientista planetário da Universidade de Liège, diz que “estas observações são inesperadas e interessantes para futuras viagens ao Planeta Vermelho”.

A determinação da densidade atmosférica, por exemplo, ajudará a compreender a resistência experimentada pelos para-quedas utilizados pelas sondas para aterrar na superfície marciana.

Cientistas criam robot capaz de produzir oxigénio em Marte

Cientistas chineses criaram um robot químico com capacidades de inteligência artificial.

Este robot inovador demonstrou a capacidade de analisar minerais marcianos, determinar os químicos necessários para a produção de oxigénio e realizar experiências de forma autónoma.

“Este robot pode produzir diferentes produtos químicos”, atirou o autor principal do estudo, Jun Jiang, citado pela Insider.

Jiang acredita que este avanço coloca a humanidade um passo mais perto de realizar o sonho de viver em Marte, prevendo também potenciais aplicações para a exploração lunar. O estudo foi recentemente publicado na revista científica Nature Synthesis.

 Teresa Oliveira Campos, ZAP //
26 Novembro, 2023


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183: Marte vai “desaparecer” durante duas semanas

 

CIÊNCIA // ASTRONOMIA // MARTE

A partir deste sábado, Marte vai desaparecer do céu da Terra durante duas semanas, devido a uma ocorrência celestial cativante conhecida como conjunção solar.

Aynur Zakirov / Pixabay

Durante este período, o Sol actua como uma cortina cósmica, escondendo temporariamente Marte e a Terra um do outro, de acordo com a NASA.

A conjunção solar é um evento recorrente que ocorre a cada dois anos na dança cósmica entre a Terra e Marte. Normalmente, os dois planetas mantêm uma distância média de 140 milhões de quilómetros um do outro.

No entanto, durante a conjunção solar, esta separação é ampliada para cerca de 235 milhões de quilómetros, tornando Marte praticamente invisível para os observadores na Terra.

A conjunção solar coloca desafios práticos às agências espaciais, em particular à NASA, afectando a comunicação com as naves espaciais em Marte.

A NASA explicou que a interferência causada pelas partículas carregadas do Sol durante este período torna impossível prever uma potencial perda de informação, o que pode pôr em risco a nave espacial.

Para atenuar estes riscos, os engenheiros adoptam uma abordagem cautelosa, enviando duas semanas de instruções à nave espacial que se dirige a Marte antes do início do período de conjunção.

A conjunção solar de 2023, que afecta as capacidades de comunicação e comando, decorre de 11 a 25 de Novembro. Durante este período, a NASA abstém-se de enviar comandos para as naves espaciais em Marte, assegurando que as instruções previamente enviadas orientam as operações destes exploradores robóticos.

“Ainda vamos poder ter notícias delas e verificar o seu estado de saúde nas próximas semanas”, disse Roy Gladden, director da Mars Relay Network, referindo-se às missões espaciais em Marte.

ZAP //
18 Novembro, 2023


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177: Temos de sair do berço. Mas vamos para onde, Marte? Porque não Vénus?

 

CIÊNCIA // HUMANIDADE // UNIVERSO

Há anos que andamos obcecados com a ideia de chegar a Marte. Para alguns especialistas, é o planeta errado. Isto porque Vénus está mais perto, a viagem seria mais curta e deixaria uma valiosa experiência de aprendizagem. Claro, nem todos concordam. Então, será que estamos a traçar um caminho espacial errado?

“Precisamos de perceber como podemos sair do berço.”

A frase é do Dr. Noam Izenberg, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, e para sermos precisos e contextualizarmos as coisas: não, ele não está a falar de bebés que saltam da cama para explorar o quarto.

O que Izenberg se questiona é: como planear a nossa exploração do universo, além da Terra e da Lua, para a qual decidimos começar a tarefa há algumas décadas?

A pergunta parece um pouco extemporânea, especialmente se tivermos em conta que a NASA estabeleceu o objectivo de levar uma missão tripulada a Marte no final da década de 2030 ou no início da década de 2040 e que Elon Musk prevê que aterraremos no planeta vermelho dentro de dez anos.

Para Izenberg, no entanto, não tem de ser este o caso e a questão é pertinente. De facto, Izenberg argumenta que talvez seja mais sensato olhar para outro dos nossos vizinhos do Sistema Solar, Vénus, antes de tentar explorar Marte de forma tripulada.

O paradigma actual da NASA é ir da Lua a Marte. Estamos a tentar defender Vénus como um alvo adicional neste caminho.

Disse Izenberg. Esta sua opinião é partilhada por outros astrónomos. Mas então, quais são os argumentos que sustentam esta mudança de objectivo?

O investigador refere que, em primeiro lugar, está a proximidade. A distância varia de acordo com as órbitas, mas a NASA estima que Vénus se situa entre 38,2 e 261 milhões de quilómetros. No caso de Marte, a agência espacial americana fala de 54,6 a 401,4 milhões de quilómetros.

A distância média entre a Terra e Marte é de aproximadamente 225 milhões de quilómetros. No entanto, esta distância pode variar significativamente devido às órbitas elípticas.

A distância mínima entre a Terra e Marte, chamada de oposição, ocorre quando os dois planetas estão alinhados do lado oposto do Sol. Nesse momento, a distância pode diminuir para cerca de 54,6 milhões de quilómetros. A oposição ocorre aproximadamente a cada 26 meses.

Já a distância máxima, chamada de conjunção superior, ocorre quando Marte está do lado oposto do Sol em relação à Terra. Nesse ponto, a distância pode ser de até 401,4 milhões de quilómetros.

Vénus, com as suas nuvens de ácido sulfúrico e temperaturas superficiais infernais, é frequentemente ignorado como uma morada potencial para a vida. Mas alguns cientistas planetários sugeriram que micróbios que vivem na atmosfera poderiam sobreviver nas camadas inferiores de nuvens, possivelmente explicando os misteriosos fenómenos atmosféricos de Vénus.

Vamos antes a Vénus e um dia pensamos em Marte

Os defensores da inclusão de Vénus no calendário espacial afirmam, como relata o The Guardian, que poderíamos realizar uma viagem tripulada a Vénus em menos tempo: em vez dos três anos que seriam necessários para completar uma viagem de ida e volta a Marte, uma missão a Vénus demoraria cerca de um ano.

A experiência permitir-nos-ia conhecer melhor o planeta, mas também forneceria uma primeira lição valiosa sobre missões tripuladas e explorações prolongadas.

Outra vantagem de incluir Vénus no planeamento é que o que pareceria ser um desvio para Vénus encurtaria a viagem e pouparia combustível para o planeta vermelho, tirando partido da sua gravidade.

Em todo o caso, o objectivo da missão venusiana pode ser definido quer numa missão autónoma, quer numa missão que tenha Marte como destino final.

Aprenderíamos a trabalhar no espaço profundo, sem nos comprometermos com uma missão completa a Marte.

Concluiu Izenberg.

As reflexões do especialista sobre a atractividade de uma missão a Vénus são apresentadas no relatório “Meeting with the Goddess”, editado com o economista da NASA, Alexander Macdonald.

Pplware
Autor: Vítor M
17 Nov 2023


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134: Cientistas criam robô capaz de produzir oxigénio em Marte

 

CIÊNCIA // MARTE // OXIGÉNIO

Cientistas chineses criaram um robô químico com capacidades de inteligência artificial. Este robô inovador demonstrou a capacidade de analisar minerais marcianos, determinar os químicos necessários para a produção de oxigénio e realizar experiências de forma autónoma.

MarsOneProject / Facebook
Colónia Mars One em Marte

O estudo centra-se no desenvolvimento de um sistema robótico de IA com um “cérebro químico”. Este sistema tem como objectivo conceber métodos eficientes para a criação de compostos utilizando os recursos disponíveis em Marte, facilitando a habitação humana sustentável.

A principal motivação por detrás desta tecnologia inovadora é enfrentar o desafio de transportar para Marte os abastecimentos essenciais, em particular o oxigénio.

Os métodos tradicionais de envio de provisões da Terra são caros, tornando essencial encontrar soluções inovadoras para a utilização de recursos in situ.

As capacidades de IA do robô foram postas à prova dando-lhe instruções para gerar oxigénio a partir da água, restringindo a utilização do solo marciano como recurso primário.

Utilizando lasers de alta potência, o robô analisou a composição dos meteoritos marcianos, explorando mais de 3,7 milhões de fórmulas químicas para identificar um catalisador que pudesse produzir oxigénio de forma eficiente. Este processo, que teria levado cerca de 2.000 anos a um ser humano, foi concluído pela IA num período extremamente curto.

A IA do robô seleccionou mais de 200 catalisadores e realizou experiências em meteoritos marcianos num laboratório, utilizando um braço robótico para validar as suas teorias. Em dois meses, o robô desenvolveu com sucesso um catalisador químico capaz de converter água em oxigénio.

Jiang prevê um futuro em que os humanos possam estabelecer fábricas de oxigénio em Marte com a ajuda deste químico de IA. Embora existam outros métodos, como o Perseverance Rover da NASA, que extrai oxigénio do dióxido de carbono na atmosfera marciana, o objectivo continua a ser a utilização dos recursos do planeta para fins de sustentabilidade.

“Este robô pode produzir diferentes produtos químicos”, atirou o autor principal do estudo, Jun Jiang, citado pela Insider. Jiang acredita que este avanço coloca a humanidade um passo mais perto de realizar o sonho de viver em Marte, prevendo também potenciais aplicações para a exploração lunar. O estudo foi recentemente publicado na revista científica Nature Synthesis.

ZAP //
15 Novembro, 2023


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