Marcelo vai formalizar demissão do Governo “nos primeiros dias de Dezembro”

 

– O desejo íntimo de Marcelo Rebelo de Sousa e do seu PPD, realizou-se com a demissão de António Costa. O curioso é que não se soube mais sobre o desenvolvimento do processo judicial que a PGR instaurou a Costa.

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 PR // 🇵🇹 PM // 🇵🇹 DEMISSÃO

Após a aprovação final do Orçamento do Estado para 2024, agendada para esta quarta-feira, “no início de Dezembro, seguir-se-á o decreto de demissão do Governo e a passagem do Governo a Governo de gestão”, declarou o Presidente da República.

O Presidente da República confirmou esta terça-feira que vai formalizar a demissão do Governo “nos primeiros dias de Dezembro”, após a aprovação final do Orçamento do Estado para 2024, como indicou na sua comunicação ao país.

“Amanhã [quarta-feira] termina a votação do Orçamento do Estado e a partir daí, como eu disse, no início de Dezembro, seguir-se-á o decreto de demissão do Governo e a passagem do Governo a Governo de gestão”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

“Será nos primeiros dias de Dezembro. E, portanto, saberão quando isso vier a acontecer”, acrescentou o chefe de Estado, sem especificar uma data.

A demissão do Governo “por efeito da aceitação do pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro” é oficializada por decreto assinado pelo Presidente da República e publicado em Diário da República.

Segundo o artigo 186.º, n.º 5 da Constituição, “após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão ao Presidente da República em 07 de Novembro, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.

O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro, embora sem a formalizar, e dois dias depois anunciou que irá dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de Março, após ter ouvido os partidos com assento parlamentar e o Conselho de Estado.

Na comunicação que fez ao país em 9 de Novembro, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que decidiu adiar o processo formal de demissão do Governo para “inícios de Dezembro”, para permitir a aprovação final do Orçamento do Estado para 2023 e a sua entrada em vigor.

Segundo o Presidente da República, impunha-se “a garantia da indispensável estabilidade económica e social que é dada pela prévia votação do Orçamento do Estado para 2024”.

“A aprovação do Orçamento permitirá ir ao encontro das expectativas de muitos portugueses e acompanhar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que não pára nem pode parar com a passagem do Governo a Governo de gestão ou mais tarde com a dissolução da Assembleia da República”, justificou.

A votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2024 na Assembleia da República está marcada para quarta-feira, com aprovação garantida pela maioria absoluta de deputados do PS.

O artigo 195.º, n.º 1, alínea b) da Constituição estabelece que “a aceitação pelo Presidente da República do pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro” é uma das circunstâncias que “implicam a demissão do Governo”.

O primeiro-ministro e respectivo executivo continuam em funções até à posse do seu sucessor e do novo Governo, e só nesse momento são exonerados.

Nos termos do artigo 186.º da Constituição, “em caso de demissão do Governo, o primeiro-ministro do Governo cessante é exonerado na data da nomeação e posse do novo primeiro-ministro”, enquanto “as funções dos restantes membros do Governo iniciam-se com a sua posse e cessam com a sua exoneração ou com a exoneração do primeiro-ministro”.

DN // Lusa
28 Novembro 2023 — 21:45


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160: Lucília Gago escreveu o parágrafo que levou à demissão de Costa

 

🇵🇹⚖️ PGR //⚖️ LUCÍLIA GAGO // DEMISSÃO COSTA

Procuradora Geral da República decidiu incluir na nota a revelação de que existe uma investigação criminal contra António Costa.

© PAULO SPRANGER/Global Imagens

Foi a própria Procuradora-Geral da República quem redigiu o último parágrafo do comunicado que levou o primeiro-ministro a apresentar a demissão, avança o Expresso.

Lucília Gago decidiu incluir na nota a revelação de que existe uma investigação criminal contra António Costa, apesar de os procuradores responsáveis pelo processo não terem proposto qualquer referência a esse inquérito, aberto no Supremo Tribunal de Justiça.

Habitualmente as notas emitidas pela PGR são redigidas de acordo com os dados fornecidos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, mas a procuradora quis acrescentar esse parágrafo, para evitar que o Ministério Público fosse acusado de proteger Costa.

A decisão não terá provocado mal-estar na equipa de magistrados liderada por João Paulo Centeno, adianta o mesmo jornal.

O Presidente da República terá sido o primeiro a saber da inclusão desse parágrafo, mas fonte de Belém vincou que Marcelo Rebelo de Sousa não teve qualquer interferência na comunicação da PGR.

O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Adão Carvalho, assegurou ao Expresso que a demissão de Costa apanhou “de surpresa” tanto Lucília Gago como os procuradores que investigam o caso.

António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos no processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos.

O MP considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação.

No dia da demissão, em 07 de Novembro, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

O MP em 10 de Novembro deteve cinco pessoas: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa, que no final do interrogatório judicial foram colocados em liberdade.

No total, há nove arguidos no investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, entre eles o ex-ministro das Infra-estruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

DN
17 Novembro 2023 — 08:27


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88: “Fraude à Constituição”. O truque de Marcelo para proteger o Orçamento

 

🇵🇹 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA // FRAUDE

O Presidente da República dissolveu o parlamento, marcou eleições para 10 de Março e adiou o decreto de demissão de António Costa — um truque para salvar o OE2024 que constitui uma “fraude à Constituição”.

Em discurso muito aguardado, Marcelo Rebelo de Sousa falou esta quinta-feira ao país para ditar o futuro de Portugal. O Presidente da República anunciou que optou pela dissolução da Assembleia da República depois da demissão do primeiro-ministro António Costa, “devolvendo a palavra ao povo”, convocando também eleições antecipadas para 10 de Março de 2024.

Entre estas principais decisões, Marcelo anunciou ainda que vai adiar o processo formal, por decreto, de demissão do Governo, de forma a proteger o Orçamento de Estado para 2024 (OE2024).

Aproveitou também para justificar a sua decisão: “Fi-lo por decisão própria no exercício de um poder conferido pela Constituição da República Portuguesa”, sublinhou. Mas será que o adiamento está previsto na lei fundamental do Estado?

“Violação da Constituição”

A verdade é que caso este decreto de demissão venha a ser publicado sem referir o dia 7 de Novembro — o dia em que o país parou para ver António Costa demitir-se — o Presidente da República estará a cometer uma “fraude à Constituição”, avisa o constitucionalista Jorge Reis Novais ao Público.

Há dois artigos fundamentais no documento assente em Portugal desde 1976  que justificam esta afirmação ousada.

Por um lado, o artigo 195.º, n.º 1, alínea b) da Constituição estabelece que “a aceitação pelo Presidente da República do pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro” é uma das circunstâncias que “implicam a demissão do Governo”.

Por outro lado, o artigo 186.º da Constituição prevê um Governo em gestão “antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República ou após a sua demissão”.

O decreto de demissão oficializa o momento a partir do qual, nos termos do artigo 186.º, n.º 5 da Constituição, “após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

Mas a demissão de Costa foi aceite por Marcelo Rebelo de Sousa — sabe o país inteiro graças à confirmação na nota publicada no site da Assembleia da República — e o antigo consultor para Assuntos Constitucionais do Presidente da República Jorge Sampaio considera mesmo que haverá uma “violação à Constituição” se o decreto for publicado daqui a semanas sem remeter para a data em que produz efeitos.

“Estão a preparar-se para uma fraude à Constituição e publicar o decreto mais à frente sem dizer a data em que produz efeitos. Os decretos não podem mentir”, disse o professor da faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

“O que é fraude à Constituição é aceitar a demissão num dia e só a formalizar um mês depois. É incompreensível”, sublinhou.

“Seria uma fraude à Constituição. Mas seria a primeira vez que o Presidente da República o faz? Não, não seria a primeira vez. Era bom que não o fizesse, sobretudo porque a Constituição é o mais clara possível”, reforçou em declarações à SIC Notícias.

Tempo de “olhar em frente” com OE2024 assegurado

Marcelo sublinhou esta quinta-feira o facto de o OE2024 já ter sido aprovado na generalidade, o que dá a “garantia da indispensável estabilidade económica e social“.

“A aprovação do OE permitirá ir ao encontro das expectativas de muitos portugueses e acompanhar a execução do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que não para nem pode parar”, sublinhou.

O chefe de Estado também destacou que se exige “maior clareza e mais vigoroso rumo para superar um vazio inesperado” que “perturbou” os portugueses.

E, assim, “devolve a palavra ao povo”, “sem dramatizações nem temores”, porque “é essa a força da democracia: não ter medo do povo“, concluiu.

Marcelo também realçou que tentou “encurtar o mais possível o tempo desta decisão, tal como o da dissolução e convocação de eleições”.

Agora, é tempo de “olhar em frente, escolher os representantes do povo e o Governo que resultará das eleições” e que terá como dever “segurar a estabilidade e progresso económico, social e cultural“, sublinhou o chefe de Estado, recomendando que haja uma “visão de futuro, tomando o já feito, acabando o que importa fazer e inovando no que ficou por alcançar”.

 Tomás Guimarães, ZAP //
10 Novembro, 2023


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82: Marcelo convoca eleições. Eanes votou contra. Costa propôs Centeno para PM

 

🇵🇹 MRS // 🗳️ ELEIÇÕES ANTECIPADAS // DECISÃO PESSOAL

Foi tão renhida a discussão no Conselho de Estado sobre as soluções para a crise que acabou para caber a Marcelo desempatar, a favor da ideia de eleições antecipadas (em 10 de Março). Os socialistas presentes votaram contra e também Eanes. Costa propôs Centeno para primeiro-ministro

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, ontem, no Conselho de Estado
© Paulo Spranger/Global Imagens

Não fosse a escritora Lídia Jorge ter deixado a reunião (na qual participava em vídeo conferência) antes da votação final para ir receber um prémio e teria havido esta quinta-feira uma maioria no Conselho de Estado contra a dissolução (9-8), o que isolaria ainda mais a decisão em sentido oposto que o Presidente da República assumiu: dissolver o Parlamento após a aprovação final do OE2024 e marcar eleições legislativas para 10 de Março.

– Receber um prémio, neste contexto de crise política, foi mais importante que continuar na reunião…

Assim, ainda com uma outra ausência (que o DN não conseguiu identificar), os 18 membros do Conselho de Estado ficaram em 16 e o empate foi de 8-8.

Entre os oito votos contra a dissolução estiveram, evidentemente, os dos quatro militantes do partido presentes no Conselho de Estado (Costa, Carlos César, Augusto Santos Silva e Manuel Alegre) mas também, entre outros, segundo o DN apurou, o antigo Presidente da República Ramalho Eanes, e ainda o presidente do Tribunal Constitucional, José João Abrantes.

Foi o próprio Presidente da República quem esta quinta-feira, depois da reunião terminar, revelou que se tinha verificado um empate na deliberação (não vinculativa) que o Conselho de Estado foi chamado a tomar.

Verificando-se esse empate, a responsabilidade da decisão final foi assumida a cem por cento pelo Presidente da República. “[Convoco as eleições] depois de ouvir os partidos com assento parlamentar e o Conselho de estado, como impunha a Constituição.

Os primeiros, claramente favoráveis. O segundo, com empate. Portanto, não favorável à dissolução. Situação, aliás, que já ocorrera no passado, com outros Chefes de Estado.

Fi-lo, portanto, por decisão própria no exercício de um poder conferido pela Constituição da República Portuguesa”, disse o Presidente, na comunicação ao país que fez depois da reunião.

“Quero sublinhar a elevação do gesto e da respectiva comunicação aos portugueses. Quero, também, testemunhar o serviço à causa pública, durante décadas, em particular nos longos e exigentíssimos anos de saída do défice excessivo, saneamento da banca, pandemia e guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, na chefia do Governo de Portugal.”

O dito empate revela como o PS insistiu forte no Conselho de Estado em defesa da tese de que a crise suscitada pela demissão de António Costa se poderia resolver não com eleições antecipadas mas sim com a nomeação de um novo Governo com um novo primeiro-ministro indicado pelo PS e ainda no quadro da actual maioria parlamentar.

Costa empenhou-se a defender essa solução e pôs um nome em cima da mesa: Mário Centeno, governador do Banco Central, invocando não só a sua experiência governativa (como ministro das Finanças) como a sua experiência internacional (foi presidente do Eurogrupo, o órgão da UE que junta os países do euro).

Ao primeiro-ministro ainda em exercício juntaram-se outros socialistas e um argumentos usados foi o de que esta solução seria, no contexto de instabilidade internacional, a mais estável para o país – argumentos que depois do Conselho de Estado retomaria, ao chegar à sede do PS para uma reunião da Comissão Política do partido.

Pressão sobre a justiça

Depois do Conselho de Estado, Marcelo iniciou a sua comunicação ao país começando por salientar o inédito desta situação: “Pela primeira vez em democracia, um primeiro-ministro em funções ficou a saber, no âmbito de diligências relativas a investigação em curso, respeitante a terceiros, uns seus colaboradores, outros não, que ia ser objecto de processo autónomo, a correr sob a jurisdição do Supremo Tribunal de Justiça.”

E a seguir acrescentou rasgados elogios a António Costa, tanto pela forma como exerceu os seus mandatos de primeiro-ministro como pela forma como na terça-feira se decidiu demitir, depois de saber do seu envolvimento no tal inquérito-crime: “Quero sublinhar a elevação do gesto e da respectiva comunicação aos portugueses.

Quero, também, testemunhar o serviço à causa pública, durante décadas, em particular nos longos e exigentíssimos anos de saída do défice excessivo, saneamento da banca, pandemia e guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, na chefia do Governo de Portugal.”

No final destas referências, pôs pressão no sistema judicial: “Espero que o tempo, mais depressa do que devagar, permita esclarecer o sucedido, no respeito da presunção da inocência, da salvaguarda do bom nome, da afirmação da Justiça e do reforço do Estado de Direito Democrático.”

“Não ter medo do povo”

Marcelo revelou na comunicação as cinco razões que o levaram – como há vários dias se antecipava – a dissolver o Parlamento (ou seja: a convocar eleições antecipadas) e a fazê-lo aguardando que no final do mês o Parlamento aprove o Orçamento do Estado para 2024.

Invocou “a natureza do voto nas eleições de 2022, personalizado no primeiro-ministro, com base na sua própria liderança, candidatura, campanha eleitoral, e esmagadora vitória” (argumento que Costa rejeita, de resto , dizendo que no boletim de voto está “a mãozinha do PS e não a cara do António Costa”). Depois a “fraqueza da formação de novo Governo com a mesma maioria, mas com qualquer outro primeiro-ministro, para tanto não legitimado política e pessoalmente pelo voto popular”.

E ainda “o risco, já verificado no passado [referência à sucessão de Durão por Santana em 2005], de essa fraqueza redundar num mero adiamento da dissolução para pior momento”, sendo que seria “um Governo presidencial, isto é, suportado pelo Presidente da República” e tendo “o Presidente da República como um inspirador partidário”, acabando “tudo a enfraquecer o papel presidencial”.

As outras duas razões foram “a garantia da indispensável estabilidade económica e social que é dada pela prévia votação do Orçamento do Estado para 2024, antes mesmo de ser formalizada a exoneração do actual primeiro-ministro, em inícios de Dezembro”, indo a aprovação do Orçamento “ao encontro das expectativas de muitos portugueses, e acompanhar a execução do PRR, que não para, nem pode parar, com a passagem de Governo a Governo de gestão, ou mais tarde com a dissolução da Assembleia da República” e ainda uma “maior clareza e mais vigoroso rumo para superar um vazio inesperado, que surpreendeu e perturbou tantos portugueses, afeiçoados, que se encontravam, aos oito anos de liderança governativa ininterrupta”, isto é, devolvendo assim a palavra ao povo” e fazê-lo “sem dramatizações nem temores” porque “é essa a força da Democracia: não ter medo do povo.”

Galamba na corda bamba

Depois do Conselho de Estado, Costa foi para a sede do PS. Ao chegar, interpelado por jornalistas, confirmou que indicara Mário Centeno para chefiar um novo Governo do PS.

Ao mesmo tempo, respondendo a uma pergunta, indiciou que o lugar de João Galamba como ministro das Infra-estruturas – e agora arguido no processo “Influencer” – pode estar a dias de cessar: “Fique de falar com o senhor Presidente da República sobre esse assunto.”

joao.p.henriques@dn.pt

DN
João Pedro Henriques
09 Novembro 2023 — 23:39


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Marcelo: “Dissolução da Assembleia da República e marcação das eleições a 10 de Março”

 

🇵🇹 MRS // ✂️ DISSOLUÇÃO // 🗳️ ELEIÇÕES

O Presidente da República reuniu o Conselho de Estado e anunciou a dissolução do parlamento e eleições antecipadas o mais rapidamente possível, tendo em conta que o PS necessita de encontrar novo líder.

Razões para a dissolução do Parlamento. Marcelo explica

“Fi-lo por inúmeras razões”, disse o Presidente da República no final da reunião do Conselho de Estado.

Lembrando a “natureza do voto nas eleições de 2022, personalizado no primeiro-ministro”, que deu ao PS e a António Costa uma “esmagadora vitória”, Marcelo Rebelo de Sousa relembrou “assim o disse no dia 30 de Março do ano passado, falando em substituição” associada a “grandes vitórias”.

Para além disso, “a fraqueza da formação de novo Governo, com a mesma maioria mas não legitimado pelo povo, à semelhança do que aconteceu no passado”, “vivendo até lá como um Governo presidencial”, está fora de questão.

Marcelo deu assim a “garantia da estabilidade económica e social”, com a dissolução da Assembleia da República depois da aprovação do Orçamento do Estado, com a votação final global marcada para dia 29 de Novembro, para garantir a “execução do PRR, que não para nem pode parar”.

Para além disto, Marcelo assumiu que quer dar uma “maior clareza e vigoroso rumo” ao país, “devolvendo a palavra ao povo sem dramatizações e sem tumores”, através das eleições marcadas para 10 de Março.

“Tentei encurtar o mais possível o tempo desta decisão”, destacou o Presidente da República, assumindo que “tem a ver com o processo de substituição do partido do Governo” para “escolher os representantes do povo”, concluiu.

DN
09 nov 20:14
Por Vítor Moita Cordeiro



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73: E agora? “Qualquer primeiro-ministro investigado vai demitir-se?”: o precedente que foi aberto

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️ DEMISSÃO // 🗣️ PRIMEIRO-MINISTRO

Alguém entendeu – mesmo – os fundamentos do comunicado que originou a demissão de António Costa? O debate prolonga-se.

 

“No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”.

Não se sabia mas este comunicado da Procuradoria Geral da República acabou por originar a demissão de um Governo.

António Costa sai “surpreendido” por ser alvo de um processo-crime.

Mas ainda ninguém entendeu o que está realmente em causa. Não se sabe porque o primeiro-ministro está a ser investigado.

É um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça, é uma alegada intervenção para “desbloquear procedimentos” relacionados – aparentemente – com a investigação judicial centrada na exploração de lítio em Montalegre, porque foi “invocado” indirectamente.

António Costa não é suspeito, pelo menos para já. Há dúvidas.

Uma crise política inédita em Portugal, com consequências por apurar e com origens por entender.

Miguel Santos Carrapatoso, editor-adjunto de política no Observador, disse que o “regime é o maior perdedor” neste caso porque foi dada “uma machadada enorme no regime“.

E explicou porquê: “Não me sinto muito confortável em viver num país em que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público condicionam assim um Governo em funções – seja de que cor for”.

Na rádio Observador, Miguel lamentou que se esteja a insinuar o envolvimento do primeiro-ministro sem mostrar indícios, sem mostrar factos, sem concretizar suspeitas.

“Há uma suspeita. Qual é a suspeita? O que se sabe é que foi envolvido por alguém numa conversa sobre um negócio ilícito. E assim se apresenta um processo que acaba por derrubar um primeiro-ministro e um Governo”.

Nessa sequência, fica o aviso: “Daqui para a frente, qualquer primeiro-ministro tem de se demitir, sempre que for suspeito – e para isso basta uma denúncia anónima no Ministério Público. Temos a certeza de que é este o país que queremos? Abriu-se um precedente”.

A nível político, o especialista não tem dúvidas: “António Costa fez a cama onde se deitou. Estava rodeado de activos tóxicos e sabia disso”.

O comentador Daniel Oliveira tinha seguido o mesmo rumo, ao escrever: “O primeiro-ministro demitiu-se por causa de um parágrafo vago sobre uma vaga suspeita que tinha o poder destrutivo de ter sido escrito por quem foi. Sem um esclarecimento total do que está realmente a ser investigado, não é um partido que fica fragilizado, é o sistema democrático”.

“E se António Costa, que nem sequer é arguido, nunca for acusado? Como fica a justiça e a democracia?”, perguntou Daniel Oliveira.

ZAP //
9 Novembro, 2023

 


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66: Demissão de António Costa: 7 medidas que podem ficar suspensas

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🇵🇹 GOVERNO // 💰OE 2024

O país vive momentos de incerteza! Só a partir de quinta-feira é que se saberá o que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu para o futuro do país. Há duas possibilidades: a dissolução do Parlamento e posterior convocação de eleições, ou a escolha de um novo primeiro-ministro para substituir Antónia Costa. Se a proposta do Orçamento do Estado para 2024 não avançar, há muitas medidas que ficam suspensas. Conheça as 7 principais.

O primeiro-ministro António Costa apresentou ontem a demissão ao Presidente da República, que a aceitou. Segundo António Costa, “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.

António Costa afirmou que “ao longo destes quase oito anos em que exerço funções como primeiro-ministro, dediquei-me de alma e coração a servir Portugal e os portugueses”.

7 medidas que ficam suspensas se OE2024 não avançar

A demissão do primeiro-ministro não é apenas “uma demissão”. Tal cenário mexe com muita coisa no nosso país, incluindo o Orçamento do Estado para 2024. Se a proposta do OE2024 não avançar, há um conjunto de medidas que irão ficar suspensas, uma vez que fazem parte do documento. Destaque para:

  • IUC
    • O IUC continua a ser um tema em destaque e ainda hoje milhares de pessoas circularam a protestar contra o aumento. Caso o OE2024 não avance, o IUC também não irá subir 25 euros para os cerca de 3,5 milhões de veículos das categorias A e E.
  • Salário mínimo 
    • O mesmo se passa com o salário mínimo nacional. Se o OE2024 não avançar, fica suspenso o aumento do salário mínimo para 820 euros.
  • IRS Jovem
    • O IRS Jovem também não será para já alargado. Fica suspensa a isenção do pagamento de IRS no primeiro ano de trabalho.
  • Passe gratuito
    • Passe gratuito já não chegará a todos os estudantes (até aos 23 anos).
  • Propinas do Ensino Superior
    • O OE2024 previa a devolução de um ano de propina por cada ano de trabalho declarado em Portugal. Se a proposta não avançar, fica também em suspenso esta medida.
  • Pensões
    • O Governo pretendia aumentar em 6,2% as pensões até 1020 euros. Se OE2024 não avançar, esta medida também fica em “standby“.
  • Taxas de IRS
    • O OE2024 prevê a redução das Taxas de IRS para os cinco primeiros escalões. Fica suspensa também esta medida.

Além destas medidas haverá certamente outras estruturais para o nosso país.

De referir que a demissão do primeiro-ministro português acontece, depois de o Ministério Público ter revelado que iria constituir como arguidos os ministros João Galamba e Duarte Cordeiro, num processo que envolve negócios de lítio e hidrogénio verde.

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa já convocou os partidos e o Conselho de Estado, mas só fala ao país na quinta-feira.

Pplware
Autor: Pplware
08 Nov 2023


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60: Marcelo avisou que saída de Costa levaria a dissolução da Assembleia da República

 

🇵🇹👎🗣️🗳️ ELEIÇÕES ANTECIPADAS

Em 30 de Março de 2022, na cerimónia de tomada de posse do actual Governo, o Presidente da República deixou um aviso público ao primeiro-ministro de que não seria “politicamente fácil” a sua substituição a meio da legislatura.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que nesta legislatura, com maioria absoluta do PS, a eventual saída de António Costa do cargo de primeiro-ministro, que agora se verifica, levaria à dissolução do parlamento.

Em 30 de Março de 2022, no discurso que fez na cerimónia de posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, o chefe de Estado deixou um aviso público ao primeiro-ministro de que não seria “politicamente fácil” a sua substituição a meio da legislatura.

“Deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem, vossa excelência, senhor primeiro-ministro, um homem que, aliás, fez questão de personalizar o voto, ao falar de duas pessoas para a chefia do Governo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

“Agora que ganhou, e ganhou por quatro anos e meio, tenho a certeza de que vossa excelência sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições possa ser substituída por outra a meio do caminho”, acrescentou, dando a entender que nesse caso convocaria legislativas antecipadas.

Em 24 de Janeiro deste ano, quando passaram sete anos desde a sua eleição como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou esse aviso, em termos ainda mais definitivos: “Se mudar o primeiro-ministro, há dissolução do parlamento”.

O chefe de Estado referia-se à “hipótese teórica de aparecer um outro primeiro-ministro da área do PS” a meio da legislatura, que excluiu.

“Porque esta maioria formou-se com um primeiro-ministro que concorreu não só como líder do partido, mas a líder do Governo. Foi muito importante, eu disse isso no discurso de posse e, portanto, estava fora de causa, quer dizer, com outro primeiro-ministro haveria dissolução do parlamento”, argumentou na altura.

Ao longo destes dois anos e meio, especulou-se sobre a possibilidade de António Costa querer sair a meio da legislatura para ocupar um cargo europeu, cenário que o próprio afastou.

Hoje, o primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República, que a aceitou, depois de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça sobre projectos de lítio e hidrogénio.

De manhã, foram realizadas buscas em gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, que foi detido para interrogatório.

Marcelo Rebelo de Sousa convocou os partidos com assento parlamentar para quarta-feira e o Conselho de Estado para quinta-feira, “ao abrigo do artigo 145º, alínea a) e da alínea e), segunda parte” da Constituição.

Estas duas alíneas são sobre competências do Conselho de Estado e estabelecem que compete a este órgão de consulta “pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República”, mas também, “em geral, aconselhar o Presidente da República no exercício das suas funções”.

O Presidente da República irá falar ao país imediatamente a seguir à reunião do Conselho de Estado, marcada para quinta-feira às 15:00 no Palácio de Belém.

Na comunicação que fez hoje ao país, o primeiro-ministro declarou-se de “cabeça erguida” e “consciência tranquila” e justificou a sua demissão defendendo que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.

António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de Novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

O actual Governo resultou de uma dissolução do parlamento e de eleições legislativas antecipadas, realizadas em 30 de Janeiro de 2022, na sequência do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, no início do segundo mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.

DN/Lusa
07 Novembro 2023 — 16:14


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59: E agora, o que acontece ao Orçamento do Estado?

 

🇵🇹 PORTUGAL // OE 2024// 📉QUEDA DO GOVERNO

Qualquer proposta de lei cai quando um Governo cai. Ou seja, vamos andar em duodécimos no início de 2024, em princípio.

Miguel A. Lopes / LUSA
Deputados do Partido Socialista aplaudem de pé, durante o debate do OE 2024

O Governo vai cair. António Costa apresentou a sua demissão depois de saber que é alvo de um processo-crime.

Esta decisão surge numa altura em que se tem debatido – e muito – algumas medidas do Orçamento do Estado para 2024.

Há precisamente uma semana a proposta do Orçamento do Estado para 2024 foi aprovada, na generalidade.

Não houve surpresas: bastava a aprovação dos deputados do Partido Socialista (PS), que – ainda – estão em maioria absoluta na Assembleia da República.

A proposta iria baixar às comissões parlamentares para ser discutida na especialidade, com redacção final que estava marcada para 14 de Dezembro.

Muito foi falado sobre a previsão de impostos, sobretudo sobre a polémica subida do Imposto Único de Circulação.

Duodécimos

No entanto, tudo mudou nesta terça-feira.

O portal Notícias ao Minuto já recordou que a actual proposta vai desaparecer da agenda do Parlamento porque o Governo vai mudar.

Citando a Constituição da República Portuguesa: “As propostas de lei e de referendo caducam com a demissão do Governo”.

Ou seja, deveremos andar “a correr” no início de 2024 – ainda não se sabe o que vai decidir o presidente da República, sendo o mais provável a dissolução da Assembleia da República.

Assim, esperaremos por novas eleições e por novo Orçamento. Aliás, tal como aconteceu em 2022: o Orçamento do Estado para esse ano foi rejeitado, houve eleições antecipadas em Janeiro e o Orçamento só foi aprovado… no final de Maio.

Portugal deverá entrar em 2024 com um Orçamento do Estado em duodécimos: só se pode gastar 1/12 da despesa de 2023 em cada mês do próximo ano. Com algumas excepções, nos temas mais sensíveis.

Mas, repetimos, ainda se espera pela decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, que fala publicamente daqui a dois dias, na quinta-feira.

António Costa anunciou a sua demissão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.

O primeiro-ministro revelou que é alvo de um processo-crime: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal.

Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República” – que aceitou o pedido.

 Nuno Teixeira da Silva, ZAP //
7 Novembro, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

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58: António Costa demite-se

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🗣️ POLÍTICA // GOVERNO

Processo-crime foi essencial na decisão do primeiro-ministro. E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas.

Tiago Petinga / LUSA
António Costa

António Costa apresentou a sua demissão. Vai haver um novo Governo em Portugal, em breve.

O ainda primeiro-ministro anunciou a sua decisão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.

Costa começou por dizer que, ao longo destes oito anos, dedicou-se com” alma e coração a servir Portugal e os portugueses”.

E estava “totalmente disposto” para cumprir o mandato até ao fim, mas hoje foi surpreendido: há um processo-crime a decorrer contra ele próprio.

“Fui surpreendido por um processo-crime contra mim. Obviamente estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for”.

Mas assegurou: “Não me pesa na consciência a prática de qualquer acto ilícito ou censurável. Como sempre, confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento. A Justiça que servi ao longo de toda a minha vida e que sempre defendi”.

E garantiu que não é arguido e nem sabe quais são as acusações de que é alvo. Aliás, nem sabia da existência de qualquer processo. Só soube hoje, através do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República.

No entanto, com este cenário, demite-se: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal”.

“Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República“, anunciou. Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido.

E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas, caso o presidente da República avance para a dissolução da Assembleia da República. É um capítulo fechado, garantiu o primeiro-ministro.

Marcelo “não questionou” a decisão de Costa e “compreendeu de imediato” o seu rumo.

Já na fase das questões dos jornalistas, António Costa reforçou que não está acima da lei, embora – repetiu – não saiba do que é suspeito.

As buscas

Esta declaração do primeiro-ministro foi feita horas depois das buscas realizadas, não só ao Palácio de São Bento, mas também a casas de diversos ministros.

Numa operação sem precedentes em Portugal, as buscas do Ministério Público estão relacionadas com um processo envolve o ministro das Infra-estruturas, João Galamba.

A aprovação da concessão de exploração de lítio em Cepeda (Montalegre), à empresa Lusorecursos Portugal Lithium, levantou dúvidas.

Galamba, na altura secretário de Estado da Energia, aprovou a concessão a uma empresa com um capital social de 50 mil euros – mas, segundo a própria Lusorecursos, a ideia era construir, para a concessão da exploração, uma empresa que teria um capital social de 1 milhão de euros.

A nova empresa foi constituída três dias antes da assinatura do contrato para a exploração, com um capital social de apenas 50 mil euros. Previa-se que o negócio implique um investimento da ordem dos 300 milhões de euros.

Já em 2023, e após a nomeação de Galamba para ministro da Infra-estruturas, a Procuradoria-Geral da República disse que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde está em curso, mas não tinha arguidos constituídos – algo que terá mudado agora: João Galamba e Duarte Cordeiro passam a ser arguidos neste processo.

Entre os detidos está também o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.

Também foram detidos Diogo Lacerda Machado, o “melhor amigo” de António Costa, e o presidente da câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; além de dois outros empresários.

 Nuno Teixeira da Silva, ZAP //
7 Novembro, 2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

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