146: Cavalos-marinhos resgatados em 2022 na Trafaria já foram devolvidos à natureza

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🐟BIOLOGIA // CAVALOS-MARINHOS

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas coordenou esta operação, em colaboração com o Oceanário de Lisboa.

© ICNF

Os cavalos-marinhos que em Março de 2022 foram recolhidos na zona da baía da Trafaria, no concelho de Almada, e acolhidos no Oceanário de Lisboa, foram devolvidos ao seu habitat natural.

“A acção decorreu no passado dia 31 de Outubro, foi coordenada pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e envolveu o Oceanário, o MARE-ISPA, devidamente licenciados para a translocação dos cavalos-marinhos, e a Câmara Municipal de Almada”, revelou esta quinta-feira o ICNF, em comunicado.

A devolução dos cavalos-marinhos, que tinham sido resgatados na sequência do colapso de um pontão, foi feita em mergulho, na zona da Trafaria, no distrito de Setúbal.

Segundo o ICNF, este núcleo populacional de cavalos-marinhos é das espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus.

Após a sua recolha em Março, os cavalos-marinhos foram acolhidos pelo Oceanário de Lisboa, onde permaneceram até agora.

A intervenção de 2022, ainda de acordo com o instituto, “permitiu recolher cinco marinhas (Syngnathus acus) e 23 cavalos-marinhos, das duas espécies ocorrentes em Portugal (quatro cavalos-marinhos comuns, Hippocampus hippocampus, e 19 cavalos-marinhos-de-focinho-comprido, Hippocampus guttulatus)”.

“As marinhas, que entretanto se haviam reproduzido, permitiram devolver mais de 100 indivíduos no passado mês de Março”, acrescenta o ICNF.

Na nota, o instituto salienta que “as espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus têm graves problemas de conservação, necessitando de medidas de protecção específicas e urgentes, o que fez com que já estejam listadas nos anexos da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) e no Regulamento Comunitário, que aplica essa convenção na União Europeia”.

As duas espécies foram também incluídas nos anexos do decreto-lei que aprovou o regime jurídico aplicável à protecção e à conservação da flora e da fauna selvagens e dos habitats naturais das espécies enumeradas nas Convenções de Berna e de Bona, acrescenta ainda o instituto.

DN/Lusa
16 Novembro 2023 — 11:09


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 2 semanas ago

Loading

“Mistério zoológico” desvendado: onde fica a cabeça da estrela-do-mar?

 

⚗️ CIÊNCIA // 🐟BIOLOGIA MARINHA // ESTRELAS DO MAR

Um novo estudo publicado esta semana na revista Nature concluiu que os “braços” das estrelas-do-mar são, afinal, partes da cabeça.

“Mistério zoológico” desvendado: onde fica a cabeça da estrela-do-mar?
© SIC Notícias

“Mistério zoológico” desvendado: onde fica a cabeça da estrela-do-mar?
© SIC Notícias[/caption]

As cabeças da maioria dos animais são facilmente identificáveis, mas, até esta semana, os cientistas não conseguiram dizer o mesmo das estrelas-do-mar.

As estrelas-do-mar são animais que pertencem ao grupo dos equinodermos, juntamente com os ouriços-do-mar. Com um corpo achatado e cinco “braços”, são protagonistas das paisagens marinhas, desde as regiões costeiras a zonas mais afastadas em mar aberto.

Há muito tempo que os especialistas tentam perceber como é que as estrelas-do-mar, com um plano corporal quíntuplo, evoluíram de um ancestral com simetria dupla, um plano corporal comum em animais, incluindo insectos, moluscos e vertebrados.

“Como as diferentes partes do corpo dos equinodermos se relacionam com aquelas que vemos noutros grupos de animais tem sido um mistério para os cientistas desde que os estudamos”, disse Jeff Thompson, co-autor do estudo do Universidade de Southampton, publicado na revista Nature.

Ao contrário de outros animais, que têm corpos formados num plano bilateral, com um lado esquerdo e um lado direito, os equinodermos apresentam um corpo dividido em cinco partes simétricas.

“Nos seus parentes bilaterais, o corpo é dividido em cabeça, tronco e cauda. Mas olhando para uma estrela-do-mar, é impossível ver como estas secções se relacionam com os corpos de animais bilaterais”, explica Thompson.

Para estudar o mistério da localização da cabeça da estrela-do-mar, os investigadores utilizaram um mapeamento genético e molecular de estrelas-do-mar da espécie Patiria miniata para identificarem as diferentes regiões do seu corpo.

No caso das estrelas-do-mar, nascem de ovos fertilizados como larvas que flutuam nas correntes marinhas, com uma forma corporal bilateral. À medida que se vão desenvolvendo, acabam por se instalar no leito oceânico, fase em que atravessam uma metamorfose extraordinária que os transforma nos animais peculiares que são.

“A nossa investigação mostra que o plano corporal dos equinodermos evoluiu de uma forma muito mais complexa do que antes pensávamos e que há ainda muito para aprender sobre estas criaturas intrigantes”, aponta Jeff Thompson.Assim, diferentes partes dos “braços” das estrelas-do-mar correspondem a extensões da sua cabeça, com a parte frontal localizada perto do centro dos “braços” e a parte posterior localizada perto das bordas.

Na prática, quer dizer que a estrela-do-mar é uma espécie de cabeça, sem corpo, com uma boca virada para o chão, um ânus orientado para cima e cinco projecções que a ajudam a movimentar-se.

MSN Notícias
SIC Notícias
07.11.2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator

published in: 3 semanas ago

 

Loading