🇵🇹 OPINIÃO
São muitas, as campanhas de sensibilização, que têm vindo a tentar consciencializar os utilizadores para as consequências negativas – que uma má utilização dos telemóveis/smartphones/tablets – podem ter no nosso dia-a-dia, nomeadamente, nas nossas relações. E parecem não ser suficientes. Porque quando observamos o que acontece à nossa volta, o mundo está a olhar para o ecrã.
O telemóvel ganhou o seu espaço e hoje está em todo o lado.
São muitas as pessoas que estão horas e horas a “ver coisas no telemóvel”. E se esta “ferramenta” nos permite conectar com pessoas que até estão longe, muitas vezes afasta-nos de quem está mesmo ao nosso lado.
É um “ignorar” as pessoas, porque estamos distraídos a “ver coisas no telemóvel” – Phubbing.
E se todos já ouvimos falar disto? Porque não mudamos o nosso comportamento? Não estaremos todos a assobiar para o lado? Este comportamento cria distanciamento emocional (e físico) entre as pessoas. Entre casais. Entre amigos. Entre pais e filhos. Entre nós.
Pensemos, mais uma vez, nas consequências. E não só nas que influenciam a nossa saúde mental – ansiedade, stress, baixos níveis de satisfação com a vida, isolamento, solidão (…).
Reflictamos nas nossas relações. Naquilo que não fazemos e não vemos. Na diminuição dos níveis de “satisfação relacional”. Nas relações que temos e no que gostaríamos de ter.
Famílias em que existe uma utilização excessiva do telemóvel e das redes sociais têm menores níveis de satisfação com a vida, mais dificuldades de conexão e de comunicação, mais sentimentos de solidão e falta de empatia, por exemplo.
Por vezes, estamos a conversar com alguém e a trocar mensagens com outra pessoa – ao mesmo tempo.
E à noite, ao jantar com a nossa família e a consultar as redes sociais.
E quando nos deitamos na cama? Espreitamos as redes. Muitas pessoas referem que o descanso e até a intimidade, é prejudicada por este comportamento – utilização excessiva dos telemóveis e das redes.
E quando acordamos? Vemos as novidades, ainda nem “dissemos um bom dia” a quem vive connosco.
E se saímos para jantar? Há sempre qualquer coisa para ver – e assistimos com frequência a famílias inteiras à mesa a olhar para o telemóvel.
E não se conversa. E não se olha. E não se cheira. E não se partilha. E não se pergunta. E não se ouve. Os vídeos do telemóvel, são mesmo muito interessantes. Viciantes. E não regulamos o nosso comportamento.
As relações significativas vão ficando para depois. Que dinâmica familiar?
Para minimizar estas e outras consequências negativas, espera-se uma utilização consciente, equilibrada na utilização do telemóvel porque estamos a criar relações de afastamento e a barreira é muitas vezes o telemóvel.
É IMPORTANTE lembrar com frequência que as relações amorosas e familiares saudáveis devem ser “cuidadas e nutridas”.
Não fique sem rede. Desligue o telemóvel.
Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde
DN
Ana Carina Valente
07 Novembro 2023 — 00:50
Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator
published in: 4 semanas ago