– “… Num País que não está em guerra há 50 anos, onde o Estado Social garante apoio aos que precisam”.
Fake news!!! Portugal não possui um Estado Social que garanta apoio aos que precisam! E a prova é que existem desempregados de longa duração, sem qualquer rendimento, sem qualquer apoio social, sem qualquer subsídio, dependentes de familiares – os que os têm e podem ajudar na sua sobrevivência!
🇵🇹 OPINIÃO
Esta é a semana mais difícil para o País nos últimos anos. Num País que não está em guerra há 50 anos, onde o Estado Social garante apoio aos que precisam, onde a segurança é, felizmente, uma das bandeiras de promoção do País, os problemas que surgem são genericamente de origem política ou envolvendo políticos.
Estamos no meio de um turbilhão político e a dúvida que se nos depara é se estamos perante um problema político causado pelo exercício da política, e do que isso proporciona, ou se estamos perante uma crise política provocada pelo exercício judiciário que cabe ao Ministério Público, eventualmente mal utilizado.
Num caso ou noutro, ao cidadão comum o assunto causa medo, por perceber que é possível que um comunicado do Ministério Público à imprensa ponha em causa o chefe do Governo sem se saber uma semana depois porquê… supostamente porque há umas escutas onde se compromete a resolver assuntos de elevado interesse para o País e para os quais tem um mandato inequívoco conferido pelos portugueses nas urnas.
Ao cidadão comum causa perplexidade que um assunto de gravidade suficiente para envolver o primeiro-ministro e poder demitir o Governo não seja analisado, reanalisado, ponderado, pensado e que, quando se chega à fase de intervenção, não se tenham certezas absolutas do que se vai comprometer.
Ao cidadão comum é assustadora a leveza com que se entra em “casa do primeiro-ministro”, porque se imagina como o farão na casa do cidadão anónimo.
Ao cidadão comum mete medo que se prenda um presidente de câmara durante seis dias sem se conseguir formalizar qualquer acusação, porque se conhecem casos de quem esteja preso sem culpa formada mais de um ano.
Ao cidadão comum causa perplexidade que um assunto de gravidade suficiente para envolver o primeiro-ministro e poder demitir o Governo não seja analisado, reanalisado, ponderado, pensado e que, quando se chega à fase de intervenção, não se tenham certezas absolutas do que se vai comprometer.
Aqui chegados, o Presidente da República, sem uma resposta clara do Conselho de Estado, decide dissolver um Parlamento com uma maioria que garantiria estabilidade ao País durante mais três anos e arrastar-nos para uma crise governativa sem fim à vista. Não é possível prever quando e que Governo teremos.
A probabilidade de se encontrar uma solução mais estável a 10 de Março é uma miragem. Claro que a actual maioria e o primeiro-ministro como seu líder não garantiram uma estabilidade governativa intocável, tendo existido um número de demissões no Governo inadmissível.
Os portugueses têm-se demitido da sua responsabilidade na manutenção da democracia, com a crescente abstenção nas urnas e com a crescente opção por movimentos políticos nos extremos do exercício democrático. Esta crise tem tudo para fomentar o aumento desta desresponsabilização.
Cabe aos partidos centrais da democracia serem capazes de aproveitar esta campanha para mostrar que continuam a ser solução e que são capazes de criar respostas, sob pena de nos vermos todos reféns de vontades minoritárias e extremistas.
Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra
DN
Jorge Conde
16 Novembro 2023 — 00:50
Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator
published in: 3 semanas ago
– “… Num País que não está em guerra há 50 anos, onde o Estado Social garante apoio aos que precisam”.
Fake news!!! Portugal não possui um Estado Social que garanta apoio aos que precisam! E a prova é que existem desempregados de longa duração, sem qualquer rendimento, sem qualquer apoio social, sem qualquer subsídio, dependentes de familiares – os que os têm e podem ajudar na sua sobrevivência!