🇵🇹 OPINIÃO
Pais mais centrados em si mesmos ou nos conflitos parentais do que nos interesses dos filhos são pais que dão muito trabalho… ao sistema profissional mas, sobretudo, aos filhos!
Falamos hoje da inversão de papéis familiares e em como as crianças parentificadas sofrem ao ter de assumir um papel que não é o seu e que, em rigor, cabe aos adultos.
No contexto de processos de separação/divórcio com elevado conflito parental, a parentificação das crianças é muito frequente e pode assumir diversas formas. Pensamos, por exemplo, na “Maria”, de 7 anos, que ouve as confidências da mãe, procurando confortá-la.
No “André”, de 13 anos, que evita sair com os amigos para fazer companhia ao pai. Ou no “Francisco”, de 15 anos, que sente que tem de proteger os irmãos da ira da mãe e recusa-se, por isso, a ir à escola.
Estes são apenas alguns exemplos de pais que, fruto da sua fragilidade, imaturidade ou auto-centração acabam por estar mais focados nas suas próprias necessidades do que nas dos filhos. Estes, por sua vez, acabam por ser obrigados a desempenhar um papel que não lhes devia caber. E que lhes rouba a infância e o direito a ser crianças.
No contexto de processos de separação/divórcio com elevado conflito parental, a parentificação das crianças é muito frequente e pode assumir diversas formas. Pensamos, por exemplo, na “Maria”, de 7 anos, que ouve as confidências da mãe, procurando confortá-la. No “André”, de 13 anos, que evita sair com os amigos para fazer companhia ao pai. Ou no “Francisco”, de 15 anos, que sente que tem de proteger os irmãos da ira da mãe e recusa-se, por isso, a ir à escola.”
Quando recentemente ouvi uma criança muito nova a dizer que os pais lhe davam muito trabalho, parei, estarrecida. É uma forma diferente de colocar esta questão e que, de uma forma muito clara, traduz aquilo que estas crianças sentem.
As crianças parentificadas sentem o peso de ter de proteger e cuidar dos pais. E cuidar de adultos não é tarefa fácil, menos ainda para uma criança!
Se queremos que uma criança cresça a sentir-se criança, com a liberdade, a ingenuidade e a inocência que lhes são devidas, pois temos de pensar sobre isto.
Uma criança que mede as palavras que diz, que tenta portar-se sempre bem ou estar sempre presente e disponível para os pais, não é uma criança. Parece uma criança por fora mas, se olharmos com muita atenção, vemos uns olhos tristes e um coração apertado.
Vemos uma pseudo-criança, a quem se exige um crescimento rápido e acelerado e que poderá tornar-se, mais tarde, num pseudo-adulto, amargurado e esvaziado por dentro.
São as crianças que devem (e ainda bem) dar trabalho aos pais, e não o contrário.
Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal
DN
Rute Agulhas
16 Novembro 2023 — 00:51
Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator
published in: 2 semanas ago