“Three Planets Rock” é o nome da Imagem do Dia para hoje, partilhada pela NASA, num arquivo que a agência espacial americana tem vindo a rechear, diariamente, desde 2015. Hoje, vemos a Lua, Júpiter e Vénus em triângulo.
A partir de um arquivo que a NASA tem vindo a rechear, diariamente, podemos encontrar impressionantes imagens. A de hoje, dia 14 de Novembro, tem o título de “Three Planets Rock” e é assinada por Giovanni Passalacqua.
Na imagem, veem-se a Lua, Júpiter e Vénus a formar um triângulo, na primeiras horas do dia 27 de Abril de 2022.
Os três corpos celestes parecem quase delinear a formação rochosa distinta perto do extremo sul da Sicília.
Crédito & Copyright: Giovanni Passalacqua via NASA
A compor o triângulo estão, segundo Liz Coelho, no website da NASA, três dos quatro objectos mais brilhantes visíveis no céu da Terra: Júpiter (à esquerda), Vénus (no centro) e a Lua.
Naquele dia, Vénus e Júpiter estavam separados por aproximadamente três graus e caminhavam em direcção a uma conjunção próxima. Na descrição da Imagem do Dia da NASA, Liz Coelho explica que as conjunções de Vénus e Júpiter ocorrem cerca de uma vez por ano e são visíveis no leste antes do nascer do sol ou no oeste após o pôr do sol.
“A imagem em destaque foi tirada cerca de uma hora antes da chegada do objecto mais brilhante no céu da Terra – o Sol”, concluiu Liz.
O governo chinês criou a maior operação de desinformação online do mundo e está a utilizá-la para assediar residentes, políticos e empresas dos EUA – por vezes ameaçando os seus alvos com violência, segundo uma análise da CNN de documentos judiciais e revelações públicas de empresas de redes sociais.
A investida de ataques – muitas vezes de natureza vil e profundamente pessoal – faz parte de uma campanha do governo chinês de intimidação, bem organizada e cada vez mais descarada, dirigida a pessoas nos Estados Unidos, segundo os documentos.
O Departamento de Estado dos EUA afirma que as tácticas fazem parte de um esforço multimilionário mais amplo para moldar o ambiente de informação do mundo e silenciar os críticos de Pequim, que se expandiu sob o presidente Xi Jinping. Na quarta-feira, o Presidente Biden deverá encontrar-se com Xi numa cimeira em São Francisco.
As vítimas enfrentam um bombardeamento de dezenas de milhares de publicações nas redes sociais que os chamam de traidores, cães e insultos racistas e homofóbicos. Dizem que tudo isto faz parte de um esforço para as levar a um estado de medo e paranóia constantes.
Muitas vezes, estas vítimas não sabem para onde se virar. Algumas falaram com as autoridades policiais, incluindo o FBI – mas pouco foi feito. Embora as empresas tecnológicas e de redes sociais tenham encerrado milhares de contas dirigidas a estas vítimas, são ultrapassadas por uma série de novas contas que surgem praticamente todos os dias.
Conhecida como “Spamouflage” ou “Dragonbridge”, a rede de centenas de milhares de contas espalhadas por todas as principais plataformas de redes sociais não só assediou americanos que criticaram o Partido Comunista Chinês, como também procurou desacreditar políticos dos EUA, denegrir empresas americanas em desacordo com os interesses da China e sequestrar conversas online em todo o mundo que pudessem retratar o PCC de forma negativa.
Investigadores privados têm seguido a rede desde a sua descoberta há mais de quatro anos, mas só nos últimos meses é que os procuradores federais e a empresa-mãe do Facebook, a Meta, concluíram publicamente que a operação tem ligações à polícia chinesa.
A Meta anunciou em Agosto que tinha retirado um conjunto de quase 8.000 contas atribuídas a este grupo só no segundo trimestre de 2023. A Google, que detém o YouTube, disse à CNN que tinha encerrado mais de 100 mil contas associadas nos últimos anos, enquanto o X, anteriormente conhecido como Twitter, bloqueou centenas de milhares de contas chinesas “apoiadas pelo Estado” ou “ligadas ao Estado”, de acordo com blogues da empresa.
Ainda assim, dado o custo relativamente baixo de tais operações, os especialistas que monitorizam a desinformação alertam para o facto de o governo chinês continuar a utilizar estas tácticas para tentar aproximar as discussões online da narrativa preferida do PCC, o que frequentemente implica tentar minar os EUA e os valores democráticos.
“Podemos pensar que isto se limita a certas salas de conversação, ou a esta ou àquela plataforma, mas está a expandir-se por todo o lado”, disse à CNN o deputado Mike Gallagher, presidente da Comissão de Selecção da Câmara norte-americana sobre o PCC.
“E é apenas uma questão de tempo até que isso aconteça com o cidadão americano médio que não acha que isso seja um problema seu no momento”.
“Trollar” para ganhar a vida
Quando os trolls interromperam um evento Zoom anti-comunista organizado pelo activista Chen Pokong, baseado em Nova Iorque, em Janeiro de 2021, ele não teve muitas dúvidas sobre quem era o responsável.
Os trolls zombaram dos participantes e ameaçaram uma das vítimas, dizendo que ela iria “morrer miseravelmente”. A sua conduta fez Chen recordar a repressão do governo da China, onde passou quase cinco anos na prisão por trabalho pró-democracia.
Mas as suas suspeitas sobre quem estava por detrás da interrupção solidificaram-se quando o Departamento de Justiça dos EUA acusou mais de 30 funcionários oficiais chineses no início deste ano de dirigirem uma vasta operação de desinformação que tinha como alvo dissidentes nos EUA, incluindo os da reunião Zoom que Chen diz ter organizado em 2021.
Foi apenas uma das várias acusações que o Departamento de Justiça divulgou em Abril, expondo supostas conspirações do governo chinês para atingir seus supostos críticos e inimigos, enquanto impugna a soberania dos Estados Unidos.
Dois alegados agentes chineses foram acusados de gerir uma “esquadra de polícia não declarada” na cidade de Nova Iorque. No ano passado, uma outra acusação descreveu a forma como os agentes chineses alegadamente tentaram fazer descarrilar a campanha para o Congresso de um dissidente chinês.
“Querem privar-me da minha liberdade de expressão, pelo que sinto que não se trata apenas de um ataque contra mim”, disse Chen, que foi expulso da sua própria reunião durante a perturbação. “Eles também atacam a América”.
A queixa do Departamento de Justiça dos EUA nomeou 34 funcionários do Ministério da Segurança Pública da China e publicou fotografias deles em computadores, alegadamente a trabalhar na campanha de desinformação conhecida como “Grupo de Trabalho do Projecto Especial 912”.
A operação, baseada principalmente em Pequim, parece envolver “centenas” de funcionários do MPS em todo o país, de acordo com o depoimento de um agente do FBI.
A queixa não se refere ao conjunto de contas falsas como “Spamouflage”, mas investigadores privados e um porta-voz da Meta disseram à CNN que a actividade nas redes sociais descrita pelo Departamento de Justiça faz parte dessa rede.
Como parte de uma missão “para manipular as percepções públicas da [China], o Grupo usa as suas contas de redes sociais mal atribuídas para ameaçar, assediar e intimidar vítimas específicas”, afirma a queixa.
Quando questionado sobre as alegadas ligações do Spamouflage às forças da lei chinesas, o porta-voz da embaixada da China em Washington, Liu Pengyu, negou as alegações.
“A China respeita sempre a soberania dos outros países. A acusação dos EUA não tem qualquer prova factual ou base legal. É inteiramente motivada por razões políticas. A China opõe-se firmemente a ela”, afirmou Liu numa declaração à CNN. E afirmou que os EUA “inventaram o armamento do espaço de informação global”.
Um relatório publicado pela Meta em Agosto ilustra a forma como as mensagens da rede se alinham frequentemente com as horas do dia de trabalho na China. O relatório descrevia “explosões de actividade a meio da manhã e ao início da tarde, hora de Pequim, com pausas para almoço e jantar, e depois uma explosão final de actividade à noite”.
E, embora a Meta tenha detectado mensagens de várias regiões da China, a empresa e outros investigadores descobriram uma coordenação centralizada que enviava incessantemente mensagens idênticas através de várias plataformas de redes sociais, por vezes insultando repetidamente os mesmos indivíduos que questionaram o governo chinês.
Um desses indivíduos é Jiayang Fan, jornalista da The New Yorker que disse à CNN que começou a enfrentar o assédio da rede quando cobriu os protestos pró-democracia em Hong Kong em 2019.
Os ataques dirigidos a Fan – que variaram de desenhos animados dela a pintar o rosto de branco, como se rejeitasse a sua identidade, a acusações de que ela matou a sua mãe para obter lucros – carregam sinais reveladores da rede Spamouflage, disse Darren Linvill, do Media Forensics Hub da Clemson University. O grupo de Linvill encontrou mais de 12 mil tweets a atacar Fan usando a mesma hashtag, #TraitorJiayangFan.
Apesar de não viver na China desde criança, Fan acredita que tais mensagens foram lançadas contra ela para provocar medo e silenciar os outros.
“Isto faz parte de um manual muito antigo do Partido Comunista Chinês para intimidar os infractores e os aspirantes a infractores”, afirmou Fan, que se questiona sobre o que poderão pensar os seus familiares distantes na China quando virem este tipo de conteúdo. “É desconfortável para mim saber que eles estão a ver estas representações de mim e não fazem ideia do que acreditar.”
Tácticas em evolução
Os peritos que acompanham as campanhas de influência online dizem que há sinais de uma mudança na estratégia da China nos últimos anos. No passado, a rede Spamouflage centrava-se sobretudo em questões internas relevantes para a China.
No entanto, mais recentemente, as contas ligadas ao grupo têm alimentado a controvérsia em torno de questões globais, incluindo os desenvolvimentos nos Estados Unidos.
As contas do Spamouflage – algumas das quais se faziam passar por residentes do Texas – apelaram a protestos contra os planos de construção de uma instalação de processamento de terras raras no Texas e espalharam mensagens negativas sobre uma outra empresa de fabrico norte-americana, segundo um relatório da empresa de cibersegurança Mandiant do ano passado.
O relatório também descreveu a forma como a campanha promoveu conteúdos negativos sobre os esforços da administração Biden para acelerar a produção de minerais que reduziriam a dependência dos EUA em relação à China.
Outros posts da rede referiam que “o racismo é uma vergonha indelével para a democracia americana” e que os EUA cometeram “genocídio cultural contra os índios”, de acordo com um relatório da Meta em Agosto. Outro post afirmava que a antiga Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, está “cheia de escândalos”.
“O spamouflage está “a evoluir nas tácticas. Está a evoluir em termos de temas”. Ben Nimmo, líder global de informações sobre ameaças na Meta
Contas ligadas ao governo chinês também publicaram mensagens que incluíam um apelo para “matar” o presidente Biden, um desenho animado com o chamado QAnon Shaman que se revoltou no Capitólio dos EUA como um símbolo da “democracia de estilo ocidental” e uma publicação que sugeria que as empresas privadas de defesa dos EUA iriam lucrar com a morte de pessoas inocentes, de acordo com um relatório do Departamento de Segurança Interna em Abril obtido por solicitação de registos.
A queixa apresentada pelo Departamento de Justiça contra os funcionários chineses alegava que, no ano passado, estes tentaram tirar partido do segundo aniversário da morte de George Floyd e publicar nas redes sociais sobre o seu assassínio para “revelar a brutalidade da aplicação da lei” nos EUA. Também receberam uma tarefa para “trabalhar nas eleições intercalares de 2022 nos EUA e criticar a democracia americana”.
O Spamouflage está “a evoluir em termos de tácticas. Está a evoluir em termos de temas”, disse Ben Nimmo, o líder global da inteligência de ameaças da Meta. “O nosso trabalho é continuar a aumentar as nossas defesas e continuar a informar as pessoas sobre isto, especialmente à medida que nos aproximamos do ano eleitoral”.
No entanto, à medida que as empresas de redes sociais se esforçam por travar a desinformação e o governo dos EUA apresenta queixas contra os alegados responsáveis, a responsabilização pode ser ilusória.
“É este o problema de muitos crimes cibernéticos, que se torna muito, muito difícil colocar os autores na cadeia”, disse Lindsay Gorman, chefe de tecnologia e geopolítica da Aliança para a Segurança da Democracia do Fundo Marshall Alemão.
Mas, acrescentou Gorman, isso não significa que não haja consequências para a China.
“Mesmo que os indivíduos tenham um certo grau de impunidade porque nunca planearam vir para os Estados Unidos, isso não significa que a operação do partido tenha impunidade aqui – certamente não em termos de opinião pública, certamente não em termos de relações EUA-China”, disse ela.
Inundação das redes sociais
A Meta, a Google e outras empresas que publicaram relatórios sobre o Spamouflage sublinham que a maioria das contas das redes sociais dentro da rede recebem pouco ou nenhum envolvimento, o que significa que raramente se tornam virais.
Mas Linvill, da Universidade de Clemson, argumenta que a rede utiliza uma estratégia única de “inundar” as conversas com tantos comentários que as mensagens de utilizadores genuínos recebem menos atenção. Isto inclui a publicação em plataformas normalmente não associadas à desinformação, como o Pinterest.
“Eles operam milhares de contas ao mesmo tempo numa determinada plataforma, muitas vezes para abafar as conversas, apenas com o grande volume de mensagens”, disse Linvill.
“Quando pensamos em desinformação, muitas vezes pensamos em empurrar ideias para os utilizadores e torná-las mais salientes, enquanto o que a China está a fazer é o oposto. Eles estão tentando remover as conversas das redes sociais.
Quando Pequim sediou os Jogos Olímpicos de inverno de 2022, por exemplo, grupos de direitos humanos começaram a promover a hashtag #GenocideGames para chamar a atenção para as acusações de que a China deteve mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas em campos de internamento.
Mas depois aconteceu algo surpreendente. Contas que Linvill e os seus colegas acreditavam fazer parte do Spamouflage começaram também a tweetar a hashtag.
Poderia ser contra-intuitivo para um grupo pró-governo chinês começar a espalhar uma hashtag que chamava a atenção para os abusos dos direitos humanos do governo chinês, explicou Linvill.
Mas ao usar a hashtag repetidamente em tweets que não tinham nada a ver com o assunto em si, o Spamouflage conseguiu reduzir as visualizações das mensagens legítimas.
Jiajun Qiu, cujo trabalho académico se centra nas eleições e que fugiu da China em 2016, mostrou à CNN o que acontece quando escreve o seu nome no X, anteriormente conhecido como Twitter. Por vezes, há dezenas de contas que se fazem passar por ele, utilizando o seu nome e a sua fotografia.
Os operadores do Spamouflage, explicou Linvill, criaram estes trolls para confundir as pessoas e impedir que encontrem a conta verdadeira de Qiu, baralhando as águas.
Actualmente a viver na Virgínia, Qiu gere um canal pró-democracia no YouTube e tem enfrentado um ataque de insultos homofóbicos, racistas e bizarros de contas de redes sociais que a equipa de Linvill e outros associaram ao Spamouflage.
Algumas contas publicaram desenhos animados que apresentam Qiu como um insecto que trabalha para o governo dos EUA. Outra imagem mostra-o a ser espezinhado por um Jesus dos desenhos animados. Outra ainda pinta-o como um cão à trela de um rato americano.
“Eu digo a verdade às pessoas, por isso elas querem fazer tudo o que for possível para me insultar”, disse Qiu.
Linvill e a sua equipa localizaram centenas destes desenhos animados na Internet e afirmam que são um “sinal” do Spamouflage. Os cartoons, explicou Linvill, podem ser mais eficazes do que o texto porque são “apelativos” e “é preciso parar e olhar para eles”.
Além disso, estes desenhos animados originais podem ser facilmente traduzidos para centenas de línguas a um custo muito baixo.
Além das difamações online, Qiu diz que também foi alvo de ameaças através de outras mensagens em linha e de telefonemas de fontes não identificadas que acredita terem ligações ao governo chinês.
Uma mensagem anónima dizia-lhe que seria preso e levado à justiça por violar a lei chinesa. Um e-mail fazia referência à igreja que frequenta em Manassas, Virgínia, e dizia que “para sua própria segurança e a dos fiéis, ele faria bem em encontrar outro lugar para ficar”.
Qiu disse à CNN que o FBI o interrogou quatro vezes sobre estas ameaças e que recebeu instruções para contactar a polícia local se alguma vez for seguido.
As mudanças ocorrem antes das eleições que serão realizadas em Março, nas quais Putin deverá concorrer a um novo mandato de seis anos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, aprovou mudanças na lei que rege as eleições presidenciais, colocando novas restrições à cobertura dos meios de comunicação, noticiaram esta terça-feira as agências de notícias locais.
As mudanças ocorrem antes das eleições que serão realizadas em Março, nas quais Putin – que governa a Rússia há 24 anos – deverá concorrer a um novo mandato de seis anos.
Putin, de 71 anos, não declarou ainda se irá concorrer, afirmando que só o anunciará depois de o Parlamento russo definir formalmente a data das eleições.
De acordo com as alterações que aprovou, apenas os jornalistas contratados por meios de comunicação social registados poderão cobrir reuniões da comissão eleitoral, excluindo potencialmente ‘freelancers‘ e jornalistas independentes.
As alterações incluem também a proibição de qualquer cobertura das acções da comissão em bases militares ou em áreas sob lei marcial sem autorização prévia das autoridades regionais e militares.
Além disso, as mudanças proíbem actividades de campanha em “recursos bloqueados”, como portais na Internet ou rede sociais.
Sob uma intensificação da repressão à oposição e ao fluxo de informação, a Rússia proibiu uma série de portais e serviços na Internet, incluindo o Facebook e o Instagram, embora muitas pessoas utilizem VPN para contornar o bloqueio.
Equinoderme extinto há 450 milhões de anos foi ressuscitado por robótica flexível. Investigação demarca um importante avanço na paleobiónica.
College of Engineering, Carnegie Mellon University/Youtube
Cientistas recriaram com sucesso um organismo marinho extinto há 450 milhões de anos, uma espécie pertencente à classe dos equinodermes, grupo de animais actualmente composto por estrelas e ouriços-do-mar.
Recorrendo a robótica flexível, o projecto reviveu um dos primeiros equinodermes capazes de movimento usando um caule muscular, cujo papel evolutivo não é claro devido à ausência actual de organismos semelhantes existentes, segundo a pesquisa publicada nos Autos da Academia Nacional de Ciências.
A equipa internacional de investigadores utilizou evidências fósseis para desenhar uma réplica robótica, combinando partes impressas em 3D com polímeros, segundo o IFL Science. O design imita o caule flexível, semelhante à cauda da criatura, possibilitando o desvendar a sua locomoção.
O estudo descobriu que o caule muscular do cistídio foi provavelmente fundamental para o seu movimento ao permitir que o organismo atravessasse o fundo do mar, impulsionando-se para a frente, com movimentos amplos e abrangentes — os mais eficazes.
Curiosamente, aumentar o comprimento do caule aumentou a velocidade do robô sem elevar significativamente os seus custos energéticos.
Além de um marco no estudo da evolução, investigação representa um avanço significativo no campo da paleobiónica, uma área de pesquisa emergente que combina robótica com paleontologia para obter novos insights sobre formas de vida extintas, ao replicar organismos extintos através de robótica suave e flexível.
Estabelece também um precedente para futuras explorações na mecânica e movimentos de outras espécies extintas.
48,1% dos portugueses com 65 ou mais anos já foram vacinados, percentagem que sobe para 66,3% entre as pessoas com 80 ou mais anos.
Mais de 1,3 milhões de portugueses com idade igual ou superior a 60 anos (32%) já foram vacinados contra a gripe, segundo dados da segunda vaga do Vacinómetro 2023/2024.
O relatório conjunto da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da empresa Sanofi, adianta que 48,1% dos portugueses com 65 ou mais anos já foram vacinados, percentagem que sobe para 66,3% entre as pessoas com 80 ou mais anos.
Da população estudada, 35,5% são mulheres e 26,5 homens, refere o relatório.
O documento, que monitoriza, através de questionários, a vacinação durante e época gripal, mostra também que 48,9% dos portadores de doença crónica já foram vacinados, incluindo 55,9% dos doentes com diabetes e 50,1% da população com doença cardiovascular.
Vacinas contra a gripe foram também já administradas a 35,3% dos profissionais de saúde em contacto directo com doentes.
No que se refere às grávidas, o inquérito revela uma cobertura vacinal de 52,4%, sendo que 72,2% o fizeram por recomendação do médico.
O documento nota igualmente que das pessoas com 65 ou mais anos já vacinadas, 57,1% são da Área Metropolitana de Lisboa, 56,5% da região Norte, 39,4% dos Açores, 39,3% do Alentejo, 34,8% do Algarve, 32,6% da região Centro e 32,4% da Madeira.
Do total de pessoas vacinadas, 50,8% fizeram-no por recomendação do médico, 19,1% no contexto de uma iniciativa laboral, 14,7% por iniciativa própria e 9,9% porque receberam notificação de agendamento pelo SNS.
O inquérito refere ainda que 59,7% das pessoas com 65 ou mais anos que não estão vacinadas tencionam fazê-lo.
No caso dos profissionais de saúde, 21,5% das pessoas não vacinadas manifestaram intenção de vacinação nesta época gripal e no grupo com mais de 80 anos, 58,9% dos inquiridos não vacinados declararam intenção de o fazer nesta época gripal.
Relativamente à co-administração da vacina da gripe com a da covid-19, 83,1% dos vacinados pertencentes aos grupos com recomendação, optaram pela co-administração.
Sobre os motivos que levaram a optar pela co-administração, 69,6% responderam que pretendem estar protegidos 21,1% referiram que o médico recomendou a co-administração, 5,2% por fazerem parte dos grupos de risco e 4,2% por recomendação do farmacêutico.
De acordo com uma norma da DGS, a vacinação contra a gripe é fortemente recomendada para os grupos prioritários, como pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos com seis ou mais meses de idade e grávidas. Fazem parte da recomendação também os profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.
O cronista recorre à memória, quando a actualidade o excede. A crise política é o elefante que não está já só no meio da sala: ele passeia-se agora por toda a sala, a esmagar recordações e realidades, esperanças e promessas.
Estamos nas vésperas do cinquentenário do 25 de Abril. Como podemos olhar com confiança para o futuro, enquanto o elefante continua a sua marcha arrasadora à volta da sala? Como poderemos defender a pequena luz bruxuleante (Jorge de Sena) dessa liberdade que reconquistámos e não queremos perder? Como manter a esperança no meio da desolação?
Num momento em que as ameaças à democracia nunca foram tão fortes, lembro-me da pergunta canónica de Baptista Bastos, que deu título a esta crónica, e escrevo de uma memória feliz contra um presente sombrio.
No jornal República, onde eu colaborava então, a convite do Mário Mesquita, os nossos colegas comunistas defendiam a inconsistência da “ilusão militarista”, porque só um “levantamento nacional armado” (que não víamos muito bem donde viria) poderia pôr fim à ditadura. Álvaro Guerra e Carlos Albino, por dentro da conspiração, abanavam a cabeça e sorriam daquela juventude convencida e dogmática.
Eu, sem as informações, ainda que crípticas, de Melo Antunes, que fora transferido para os Açores, e considerando o falhado “Golpe das Caldas” de 16 de Março, tendia para o cepticismo.
Nesse tempo, ter um telefone em casa implicava uma longa espera, e havia já dois anos que eu tinha pedido a sua instalação, sem consequências. Por isso, foi a vizinha de cima que veio bater à minha porta naquela manhã e me disse para ligar o rádio.
Lembro-me de andar todo o dia a pé pela cidade e ver as ruas cheias de gente deambulante e excitada, como quem acorda de um sonho e tarda a reconhecer a realidade que o rodeia.
A liberdade espalhava-se pelas ruas, brilhava no reflexo das armas e dos capacetes dos militares, dividia-se nas multidões várias que corriam, no boca a boca que nos trazia as boas notícias e os desvairados rumores, ressoava nos aplausos e nos gritos de alegria, como nos tiros perdidos, aqui e ali.
Não fui para o Largo do Carmo, fiquei pela redacção do República, na Rua da Misericórdia. Os populares vinham aplaudir às nossas janelas e em seguida desciam o Chiado em direcção ao edifício da sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, donde vieram os primeiros tiros e os únicos mortos daquele dia. De todo os outros jornais saíam edições anunciando “não-visado pela Comissão de Censura”, com a alegria de uma primeira vez.
Lembro-me de nesse dia almoçar no restaurante Mealhada com um grande grupo e ficar confuso por podermos falar de política em voz tão alta, sem recear os ouvidos à volta, tal como, quando da chegada de Mário Soares a Santa Apolónia, continuei com o reflexo de procurar ao longe, atrás da manifestação, os vultos da polícia de choque, para poder preparar a fuga.
Os PIDEs, tão presentes nas nossas vidas e nos nossos medos, espreitando das mesas do café para as nossas mesas, espreitando por dentro das manifestações e das reuniões de alunos, entrando violentamente, à bofetada e ao pontapé, nas salas de estudo que tínhamos transformado em sedes de propaganda clandestina, disparando por vezes e matando, como fizeram ao colega Ribeiro dos Santos, os PIDEs tinham desaparecido da nossa vista, detidos para não serem massacrados.
De que valem estas recordações do passado nos dias cinzentos que estamos a viver? Talvez elas possam reacender a pequena luz bruxuleante, talvez lembrar Abril seja hoje, mais do que uma comemoração, um ato de resistência.
Contra o elefante no meio da sala, contra a degradação da democracia, contra tudo o que contra Abril se levanta. Ou, como escrevia o poeta Manuel Gusmão, contra toda a evidência em contrário a alegria.
O Telescópio Espacial James Webb e o Telescópio Espacial Hubble uniram-se para estudar um extenso enxame de galáxias conhecido como MACS0416.
A imagem pancromática resultante combina luz visível e infravermelha para reunir uma das vistas mais abrangentes do Universo jamais obtidas. Localizado a cerca de 4,3 mil milhões de anos-luz da Terra, MACS0416 é um par de enxames galácticos em colisão que acabarão por se combinar para formar um enxame ainda maior.
Esta vista pancromática do enxame de galáxias MACS0416 foi criada pela combinação de observações infravermelhas pelo Telescópio Espacial James Webb da NASA com dados no visível pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA. A cobertura de comprimento de onda resultante, de 0,4 a 5 micrómetros, revela uma paisagem vívida de galáxias cujas cores dão pistas sobre as distâncias das galáxias: as galáxias mais azuis estão relativamente próximas e mostram frequentemente uma intensa formação estelar, como foi detectado pelo Hubble, enquanto as galáxias mais vermelhas tendem a estar mais distantes, ou então contêm uma grande quantidade de poeira, como foi detectado pelo Webb. A imagem revela uma riqueza de pormenores que só é possível captar combinando o poder de ambos os telescópios espaciais. Nesta imagem, o azul representa dados com comprimentos de onda de 0,435 e 0,606 micrómetros (filtros do Hubble F435W e F606W); o ciano representa 0,814, 0,9 e 1,05 micrómetros (filtros do Hubble F814W e F105W e filtro do Webb F090W); o verde representa 1,15, 1,25, 1,4, 1,5 e 1,6 micrómetros (filtros Hubble F125W, F140W e F160W, e filtros Webb F115W e F150W); o amarelo corresponde a 2,00 e 2,77 micrómetros (filtros Webb F200W e F277W); o laranja corresponde a 3,56 micrómetros (filtro Webb F356W); e o vermelho representa dados a 4,1 e 4,44 micrómetros (filtros Webb F410M e F444W). Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, J. Diego (Instituto de Física de Cantabria, Espanha), J. D’Silva (Universidade da Austrália Ocidental), A. Koekemoer (STScI), J. Summers & R. Windhorst (Universidade do Estado do Arizona), e H. Yan (Universidade do Missouri)
A imagem revela uma riqueza de pormenores que só é possível captar combinando o poder de ambos os telescópios espaciais. Inclui uma abundância de galáxias no exterior do enxame e um conjunto de fontes que variam ao longo do tempo, provavelmente devido à lente gravitacional – a distorção e amplificação da luz de fontes de fundo distantes.
Este enxame foi o primeiro de um conjunto de vistas super-profundas e sem precedentes do Universo, obtidas através de um programa ambicioso e colaborativo do Hubble chamado Frontier Fields, inaugurado em 2014. O Hubble foi pioneiro na procura de algumas das galáxias intrinsecamente mais ténues e mais jovens alguma vez detectadas.
A visão infravermelha do Webb reforça significativamente este olhar profundo, indo ainda mais longe no início do Universo com a sua visão infravermelha.
“Estamos a acrescentar ao legado do Hubble, avançando para distâncias maiores e para objectos mais ténues”, disse Rogier Windhorst da Universidade do Estado do Arizona, investigador principal do programa PEARLS (Prime Extragalactic Areas for Reionization and Lensing Science), que realizou as observações do Webb.
O que as cores significam
Para criar a imagem, em geral, os comprimentos de onda mais curtos da luz foram codificados com a cor azul, os comprimentos de onda mais longos com a cor vermelha e os comprimentos de onda intermédios com a cor verde. A vasta gama de comprimentos de onda, de 0,4 a 5 micrómetros, produz uma paisagem particularmente vívida de galáxias.
Estas cores dão pistas sobre as distâncias das galáxias: As galáxias mais azuis estão relativamente próximas e mostram frequentemente uma intensa formação estelar, como foi detectado pelo Hubble, enquanto as galáxias mais vermelhas tendem a estar mais distantes, como foi detectado pelo Webb.
Algumas galáxias também aparecem muito vermelhas porque contêm grandes quantidades de poeira cósmica que tende a absorver as cores mais azuis da luz das estrelas.
“O quadro completo só se torna claro quando se combinam os dados do Webb com os do Hubble”, disse Windhorst.
Comparação, lado a lado, do enxame de galáxias MACS0416, visto pelo Telescópio Espacial Hubble no visível (esquerda) e pelo Telescópio Espacial James Webb no infravermelho (direita), que revela pormenores diferentes. Ambas as imagens apresentam centenas de galáxias, mas a imagem do Webb mostra galáxias que são invisíveis ou pouco visíveis na imagem do Hubble. Isto acontece porque a visão infravermelha do Webb consegue detectar galáxias demasiado distantes ou poeirentas para serem vistas pelo Hubble (a luz de galáxias distantes é desviada para o vermelho devido à expansão do Universo). O tempo total de exposição do Webb foi de cerca de 22 horas, em comparação com as 122 horas de exposição da imagem do Hubble. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI
Enxame de galáxias da Árvore de Natal
Embora as novas observações do Webb contribuam para esta visão agradável, foram efectuadas com um objectivo científico específico. A equipa de investigação combinou as suas três épocas de observações, cada uma tirada com semanas de intervalo, com uma quarta época da equipa de investigação CANUCS (CAnadian NIRISS Unbiased Cluster Survey).
O objectivo era procurar objectos que variassem de brilho observado ao longo do tempo, conhecidos como transientes.
Foram identificados 14 desses transientes em todo o campo de visão. Doze desses transientes estavam localizados em três galáxias que são altamente ampliadas por lentes gravitacionais, e são provavelmente estrelas individuais ou sistemas de estrelas múltiplas que são muito ampliados brevemente.
Os restantes dois transientes encontram-se em galáxias de fundo mais moderadamente ampliadas e são susceptíveis de serem super-novas.
“Estamos a chamar a MACS0416 o Enxame de Galáxias da Árvore de Natal, tanto por ser tão colorido como por causa destas luzes cintilantes que encontramos no seu interior. Podemos ver transientes por todo o lado”, disse Haojing Yan da Universidade do Missouri em Columbia, autor principal de um artigo que descreve os resultados científicos.
A descoberta de tantos transientes com observações que abrangem um período de tempo relativamente curto sugere que os astrónomos poderão encontrar muitos outros transientes neste enxame e noutros semelhantes através da monitorização regular com o Webb.
Uma estrela “Kaiju”
Entre os transientes identificados pela equipa, um destacou-se em particular. Localizado numa galáxia que existia cerca de 3 mil milhões de anos após o Big Bang, está ampliada por um factor de pelo menos 4000.
A equipa apelidou o sistema estelar de “Mothra”, numa alusão à sua “natureza monstruosa”, sendo ao mesmo tempo extremamente brilhante e extremamente ampliado.
Junta-se a outra estrela que sofre o efeito de lente que os investigadores identificaram anteriormente e que apelidaram de “Godzilla” (tanto Godzilla como Mothra são monstros gigantes conhecidos como kaiju no cinema japonês).
Curiosamente, Mothra também é visível nas observações do Hubble efectuadas nove anos antes. Isto é invulgar, porque é necessário um alinhamento muito específico entre o enxame de galáxias em primeiro plano e a estrela de fundo para ampliar um objecto assim tanto. Os movimentos mútuos da estrela e do enxame deveriam ter acabado por eliminar esse alinhamento.
Esta imagem do enxame de galáxias MACS0416 destaca uma galáxia de fundo sob o efeito de lentes gravitacionais, que existia cerca de 3 mil milhões de anos após o Big Bang. Essa galáxia contém um objecto transiente, ou seja, um objecto cujo brilho varia ao longo do tempo, que a equipa científica apelidou de “Mothra”. Mothra é uma estrela que é ampliada por um factor de pelo menos 4000 vezes. A equipa pensa que Mothra é ampliada não só pela gravidade do aglomerado de galáxias MACS0416, mas também por um objecto conhecido como “mililente” que provavelmente pesa tanto como um enxame globular de estrelas. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, J. Diego (Instituto de Física de Cantabria, Espanha), J. D’Silva (Universidade da Austrália Ocidental), A. Koekemoer (STScI), J. Summers & R. Windhorst (Universidade do Estado do Arizona), e H. Yan (Universidade do Missouri)
A explicação mais provável é que existe um objecto adicional no interior do enxame em primeiro plano que está a aumentar a ampliação. A equipa conseguiu determinar que a sua massa se situa entre 10.000 e 1 milhão de vezes a massa do nosso Sol. A natureza exacta da chamada “mililente”, no entanto, permanece desconhecida.
“A explicação mais provável é um enxame globular de estrelas que é demasiado ténue para ser visto directamente pelo Webb,” afirmou Jose Diego do Instituto de Física de Cantabria em Espanha, autor principal do artigo que detalha a descoberta. “Mas ainda não sabemos a verdadeira natureza desta lente adicional”.
O artigo de Yan et al. foi aceite para publicação na revista The Astrophysical Journal. O artigo de Diego et al. foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
Os dados do Webb aqui apresentados foram obtidos no âmbito do programa PEARLS GTO 1176.
Uma equipa científica internacional, incluindo investigadores do IAC (Instituto de Astrofísica de Canarias) e da ULL (Universidade de La Laguna), encontrou uma galáxia espiral barrada análoga à Via Láctea no início do Universo, quando este tinha apenas 15% da sua idade actual.
Denominada ceers-2112, é a galáxia espiral barrada mais distante alguma vez observada e a sua existência desafia o actual modelo de formação e evolução das galáxias. A descoberta, efectuada com dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), foi publicada na revista Nature.
Representação artística ilustrando a evolução em milhares de milhões de anos da galáxia detectada, ceers-2112, desde o Universo jovem, há 12 mil milhões de anos, até à actual Via Láctea. Crédito: Lorenzo Morelli
Em astrofísica, o estudo da estrutura das galáxias a diferentes distâncias, ou seja, em diferentes idades do cosmos, é essencial para reconstruir a história da formação e evolução da Via Láctea.
No Universo próximo, a maior parte das galáxias espirais massivas apresentam uma estrutura alongada em forma de barra nas suas regiões centrais, tal como a nossa própria Galáxia. Estas barras desempenham um papel fundamental na evolução galáctica, uma vez que promovem a mistura de elementos que é essencial para a formação de estrelas.
No entanto, de acordo com as previsões dos modelos teóricos, as condições físicas e dinâmicas do Universo primitivo não favorecem a formação de barras nas galáxias mais jovens e mais distantes.
Por isso, pensava-se que a estrutura das galáxias espirais como a Via Láctea só se consolidaria quando o Universo tivesse metade da sua idade, que é actualmente de 13,8 mil milhões de anos.
Agora, uma equipa liderada pelo CAB (Centro de Astrobiologia), CSIC-INTA (Consejo Superior de Investigaciones Científicas – Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial), descobriu uma galáxia no Universo primitivo que tem uma barra galáctica semelhante à da Via Láctea.
As observações, feitas com o JWST, mostram uma galáxia espiral barrada quando o Universo tinha apenas 2,1 mil milhões de anos, o que desafia o conhecimento anterior sobre a formação de galáxias.
“Contrariamente às expectativas, esta descoberta revela que galáxias semelhantes à Via Láctea já existiam há 11,7 mil milhões de anos, quando o Universo tinha apenas 15% da sua idade actual”, diz Luca Costantin, investigador de pós-doutoramento do CSIC no CAB em Madrid e autor principal do artigo.
Esta galáxia espiral barrada, chamada ceers-2112, tem também a mesma massa que a Via Láctea deve ter tido nessa altura do Universo. De acordo com a equipa científica, este facto leva a uma conclusão importante: “surpreendentemente, este achado prova que, quando o Universo era ainda muito jovem, a evolução desta galáxia era dominada por bariões, a matéria comum de que somos compostos, e não por matéria escura, embora esta última seja mais abundante”, diz Jairo Méndez Abreu, investigador da ULL e do IAC, co-autor do estudo.
Um telescópio revolucionário
Até agora, o conhecimento sobre a morfologia de galáxias distantes baseava-se principalmente em estudos com o Telescópio Espacial Hubble, que revelaram estruturas altamente irregulares resultantes de possíveis fusões entre galáxias.
No entanto, as extraordinárias capacidades do JWST estão a revolucionar a astrofísica e a revelar um Universo distante que não é exactamente como se esperava.
“Pela primeira vez, com o James Webb, temos a tecnologia e a instrumentação para estudar em pormenor a morfologia de galáxias muito distantes, pelo que esperamos, nos próximos anos, uma transformação sem precedentes do nosso conhecimento sobre os processos de formação e evolução das galáxias”, afirma Marc Huertas-Company, investigador do IAC e da ULL que também participou no estudo.
A barra da galáxia ceers-2112 foi identificada graças à análise de imagens obtidas com o instrumento NIRCam do JWST. Os dados científicos foram obtidos durante observações do projeto CEERS (Cosmic Evolution Early Release Science, liderado por Steven L. Finkelstein da Universidade do Texas, EUA) na “Extended Groth Strip”, uma região do céu situada entre as constelações de Ursa Maior e Boieiro. O projecto envolveu 33 investigadores de 29 instituições em 8 países.
– “… O que os leitores procuram num jornal, no seu jornal de todos os dias, é a garantia de uma informação sólida, de uma análise rigorosa e de um jornalismo escrito com paixão e seriedade.”
O que seria excelente neste jornal, seria a abolição pura e concreta da CENSURA aos comentários dos leitores online. Dar voz ao contraditório das notícias, respeitando o factor não ofensivo, educado e pertinente de quem não concorda com o que está escrito. Isto é que é Democracia num jornal. No meu caso, por exemplo, nem acesso tenho à caixa dos comentários, apenas aparecendo o título COMENTÁRIOS… Enquanto esta situação durar, ninguém me consegue convencer que o DN é um jornal onde “… para quem queira ler notícias de jornalistas, ler reportagens de repórteres, ler opinião bem escrita que não seja apenas propaganda acéfala ou repetição de banalidades.”
🇵🇹 OPINIÃO
Entra hoje em funções uma nova direcção do Diário de Notícias. Para os leitores menos atentos, ou para aqueles que compram este jornal para ler as notícias ou a variedade de artigos de análise ou opinião que encontram nas suas páginas, e que são para qualquer editor de imprensa o leitor ideal, uma mudança nas letras pequeninas no cabeçalho pode passar despercebida ou não ser o que mais chama a atenção. Ou sequer o mais interessante.
Não é por acaso que em grandes títulos mundiais da imprensa, com dezenas ou séculos de existência, o leitor dificilmente encontrará os nomes de quem dirige o jornal, chefia as redacções ou confere solidez, coerência e rigor ao que é publicado.
O que os leitores procuram num jornal, no seu jornal de todos os dias, é a garantia de uma informação sólida, de uma análise rigorosa e de um jornalismo escrito com paixão e seriedade.
Dia após dia, ano após ano, é por isso que o compram todos os dias, sejam quais forem as letras pequeninas na ficha técnica. O jornal que compram é um organismo vivo, não uma marioneta ou um teatro de sombras de interesses obscuros.
Na tradição portuguesa, fruto de uma história política atribulada onde a posse e orientação dos principais meios de informação, primeiro os jornais e nas duas últimas décadas também a televisão, quem dirige um jornal torna-se, mesmo involuntariamente, um protagonista. Uma mudança de direcção pressupõe uma mudança de orientação ou uma nova sujeição. E, mesmo que o não seja, é essa a suspeição que sobre ela paira.
Falando apenas do DN, nos quase 50 anos de democracia as mudanças políticas e as mudanças nos interesses empresariais, através de fusões e outras confusões, fizeram com que este jornal tivesse 24 directores diferentes, entre efectivos e interinos.
Um em cada dois anos e meio. Menos que uma legislatura. Mas suficiente para escrever um manual de como destruir um jornal de referência.
Na entrada em funções de uma nova direcção do Diário de Notícias poderá, assim, ser necessário esclarecer quem somos e o que queremos. Quem somos, é simples. Somos jornalistas.
E o que queremos é ainda mais simples: queremos fazer do Diário de Notícias um jornal que se torne leitura obrigatória, tanto na edição impressa como na online, para quem queira ler notícias de jornalistas, ler reportagens de repórteres, ler opinião bem escrita que não seja apenas propaganda acéfala ou repetição de banalidades.
Queremos que cada leitor se sinta informado, se sinta esclarecido e sinta, a cada momento, o prazer da leitura.
Dir-se-á que deveria ser esse o objectivo de cada jornal. Será. Mas cada um sabe de si. No caso do Diário de Notícias, depois de desastrosas remodelações e despedimentos que reduziram os efectivos ao osso, isso tem sido conseguido à custa de um esforço insano dos poucos jornalistas que asseguram, dia após dia, que o jornal chega às bancas e a edição online continua atraente para milhares e milhares de leitores.
Como num restaurante 5 estrelas onde é melhor não ir espreitar o que se passa na cozinha, pouco interesse terá para os leitores saber como é que o jornal é feito e se, mantendo a fraca analogia, quem serve à mesa também descasca as batatas e lava a loiça.
Mas infelizmente é esse o esforço heróico que há anos tem sido pedido a uma mão-cheia de jornalistas e trabalhadores deste jornal para assegurar que o cheiro da tinta fresca está todos os dias nas bancas.
Irão juntar-se-lhes vários jornalistas experientes e com reputação feita de integridade e profissionalismo. Iremos, pouco a pouco, transformar as colunas de opinião, acrescentando outras vozes e outras perspectivas, e procuraremos clarificar o dia-a-dia das notícias com análise e enquadramento.
Iremos abrir as portas a novas tendências, novos comportamentos, novas ideias. Queremos, os que entram e os que já cá estão, manter cada vez mais vivo o Diário de Notícias. Queremos fazer um jornal.