107: Cientistas dizem que o Sol é mais pequeno do que o pensávamos

 

CIÊNCIA // UNIVERSO // SOL

De facto, com cada vez mais tecnologia a “olhar” para a nossa estrela, os cientistas estão agora convencidos que o Sol é apenas um bocadinho mais pequeno do que se pensava. Uma nova investigação vem trazer novos dados importantes para o cálculo mais exacto do astro-rei.

Uns quilómetros a menos… faz diferença?

Um novo estudo, disponível online enquanto está a ser revisto pelos pares, corrobora trabalhos anteriores que utilizaram ondas sonoras no Sol – essencialmente a sua actividade sísmica – para calcular o seu tamanho, que também encontraram uma discrepância no raio da estrela em comparação com o modelo solar tradicional.

Agora, ao utilizar um “modo” diferente de ondas sonoras, os investigadores descobriram que o raio do Sol é menor em alguns centésimos de percentagem, ou seja, uma diferença de algumas dezenas de quilómetros, o que pode ter implicações maiores na forma como compreendemos o funcionamento da sua estrutura interna.

As inferências sismológicas dizem coisas relacionadas com as reacções nucleares, a composição química e a estrutura básica do Sol.

Disse à New Scientist o co-autor do estudo, Douglas Gough, da Universidade de Cambridge.

Embora os cientistas tenham tradicionalmente estimado o tamanho do Sol medindo a sua concha exterior luminosa chamada fotosfera, os métodos mais recentes têm-se voltado para os modos de oscilação da estrela.

À medida que as ondas sonoras se propagam através do interior do Sol, fazem ricochete na fotosfera e fazem oscilar partes da superfície. Os cientistas dividem estas ondas em diferentes “modos”, dependendo do que as provoca.

A “fita métrica” agora é outra

As ondas do modo F foram usadas no passado para estimar o tamanho do Sol, com os resultados a sugerirem que a estrela era ligeiramente menor do que o padrão.

Mas havia alguma incerteza em torno destas estimativas, porque, como explicam os investigadores, as ondas de modo F podem não penetrar totalmente na fotosfera e, como tal, são menos fiáveis para medições.

Para uma conclusão mais firme, os investigadores utilizaram ondas de modo p. Estas são causadas por enormes flutuações de pressão no interior turbulento do Sol e são capazes de atravessar o núcleo com facilidade.

O resultado foi um raio “mais ou menos consistente” com as estimativas do modo f, escreveram os investigadores, o que reforça a ideia de um Sol mais pequeno.

Por mais fraccionada que seja a diferença – apenas centésimos de um por cento, para reiterar – significa uma diferença potencialmente enorme na estrutura e composição do Sol, onde a precisão absoluta é fundamental.

É possível chegar a conclusões enganadoras sobre os elementos subtis da estrutura interna do Sol.

Explicou William Chaplin, da Universidade de Birmingham, que não esteve envolvido no estudo, à New Scientist.

Pplware
Autor: Vítor M
12 Nov 2023


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Pensamentos…

 

🇵🇹 NOTAS SOLTAS DE QUEM SE PREOCUPA COM ABRIL DE PORTUGAL

… e de repente as matilhas dos mabecos, professores, médicos, enfermeiros, deixaram de uivar, de rosnar e de ganir.

– O mabeco (Lycaon pictus) também conhecido como cão-selvagem-africano ou cão-caçador-africano é um canídeo típico da África que vive em zonas de savana e vegetação esparsa. A espécie já foi comum em toda a África subsariana (excepto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas). A sua distribuição geográfica actual limita-se ao sul da África especialmente em Namíbia, Zimbabué, Zâmbia, Botswana e sul da África Oriental na Tanzânia e norte de Moçambique. É uma espécie ameaçada de extinção principalmente pela fragmentação do habitat, que aumenta os conflitos com humanos, como perseguição por criadores de gado, acidentes em estradas, doenças de animais domésticos. Como agravante, a espécie naturalmente ocorre em baixas densidades populacionais, mesmo em áreas bem preservadas. A população é estimada em 6600 por toda a África, com cerca de 1400 indivíduos maduros.

Fez-se silêncio …

Já está próximo o Natal deste ano, já há árvores enfeitadas com luzinhas multi-cores, já há azáfama em se escolher prendas, em se pensar nos doces da véspera, no bacalhau, nas rabanadas, etc.

E têm razão os portugueses em andarem preocupados pois o Natal deste ano poderá ser um dos últimos passado com dignidade.

O que irá haver no Natal de 2024 e seguintes?

Teremos talvez «ventrulhadas e aldrebices» em lugar do bacalhau, dos formigos e rabanadas, teremos conversa em família em lugar de uma música apropriada à ocasião, cantarão, aqueles que para tal ainda tiverem forças, o «va pensiere» da ópera de Verdi, em lugar da Holy Night, pois seremos todos escravos de uma seita de nazis.

No Terreiro do Paço, acender-se-ão, não as costumeiras luzinhas, mas fogueiras de uma nova inquisição onde se queimarão os novos bruxos e as bruxas, comedores de crianças ao pqa, os socialistas.

Haverá uma nova ordem, mas não haverá subsídios para a malandrada da peste grisalha, e também não haverá tantos feriados, porque, segundo a tal nova ordem, é o trabalho que liberta, (arbeit macht frei) já lá o dizia o «avô Adolfo».

Exultarão bancos e banqueiros, grandes industriais e comerciantes e também os patrões da UE.

As armas que fizeram o 25A já não existem, hoje serão clips, lâminas de barbear, facas de cozinha etc. Os cravos que enfeitaram essas armas também já não existem, hoje os seus restos misturar-se-ão com a mãe terra.
Mas existe ainda a vontade de homens como Salgueiro Maia, entre tantos outros conhecidos ou anónimos, que participaram activamente no mais belo Abril que Portugal teve.

E essa vontade persiste na alma e na garra de muitos portugueses, vontade de derrubar ditaduras, golpadas palacianas, injustiças e corrupção, compadres e oportunistas.

Assim como Marcelo Caetano foi derrubado, talvez se derrubem mais marcelos, que infelizmente ainda os há por aí.

Aguardemos com esperança.

Joana Maria-Lobo
Nov.2023


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105: MP troca Costa e Costa Silva na transcrição das escutas

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️ MINISTÉRIO PÚBLICO // ❌❓ TROCAS & BALDROCAS

O Ministério Público trocou os nomes do primeiro-ministro e do ministro da Economia na transcrição das escutas da Operação Influencer.

© MIGUEL A. LOPES/LUSA

A transcrição da uma das escutas da Operação Influencer tem um erro, já reconhecido pelo Ministério Público, segundo avança a CNN. Em vez de António Costa Silva, ministro da Economia, surge o nome de António Costa, primeiro-ministro.

De acordo com a estação de televisão, está em causa a transcrição de uma escuta telefónica entre Lacerda Machado e Afonso Salema, consultor e administrador da Start Campus, respectivamente, a 31 de Agosto de 2022. Nessa conversa, o primeiro iria mover influência junto de António Costa Silva, mas na transcrição surge o nome de António Costa.

Nesse telefonema, segundo a CNN, Afonso Salema quer que Diogo Lacerda Machada aborde o Governo para que seja suscitado junto da Comissão Europeia uma alteração em matéria de códigos de actividade económica para os data centers. “Tá bem. Eu vou decifrar se é Economia ou Finanças. Se for Finanças em falo logo com o Medina (ministro) ou com o António Mendes, que é o secretário de Estado. Se for Economia, arranjo maneira depois de chegar ao próprio António Costa”, responde o consultor, segundo consta da transcrição.

No entanto, na conversa, Lacerda Machado não referiu o nome de António Costa, mas sim de António Costa Silva.

Esta manhã, à chegada ao Campus da Justiça, o advogado de Lacerda Machado confirmou que o lapso foi detectado pelo próprio. “O Dr. Lacerda Machado deu sinal ao MP de que havia esse lapso e o MP reconheceu”, disse Magalhães e Silva.

“O que o dr. Lacerda Machado diz é que, se for com o Ministério das Finanças, fala com Fernando Medina, se for Economia ‘arranjarei maneira de falar’ – e o que está transcrito – com António Costa.

Ora isto é absurdo, o dr. Lacerda Machado, se quer falar com o dr. António Costa pega no telemóvel e liga-lhe, o que estava em causa era falar com o ministro da Economia, António Costa Silva”, explicou.

O advogado reforçou que aquilo que se ouve na escuta é Lacerda Machado referir o nome do ministro da Economia. “Na escuta ouve-se ‘António Costa Silva’. Vou repetir: ‘António Costa Silva'”.

Segundo Magalhães e Silva, esta era a única escuta na indiciação em que Lacerda Machado fazia referencia directa ao primeiro-ministro, António Costa.

“Os lapsos, quando são involuntários, não têm, obviamente, gravidade nenhuma sob o ponto de vista subjectivo, têm apenas gravidade sob o ponto de vista objectivo. Se foi intencional ou não, eu não faço essa injúria ao Ministério Público”, afirmou o advogado de Lacerda Machado.

Também esta manhã, no Campus da Justiça, o advogado do ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária recusou comentar o lapso.

“Estou cansado dos comentários de vários comentadores que não conhecem o processo, que não sabem nada, mas toda a gente tem muito a dizer sobre este processo e portanto não vou falar rigorosamente mais nada”, disse. Pressionado pelos jornalistas acerca da troca de nomes, Tiago Rodrigues Bastos, disse. “É a vida”.

O primeiro-ministro demitiu-se, na terça-feira, depois de saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do Ministério Público a negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de Março.

(Actualizada às 11h25 com declarações dos advogados)

DN
12 Novembro 2023 — 10:28


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104: Ministério Público: “Não é uma gralha é um erro grave. Podemos estar perante uma investigação com pés de barro e muita incompetência”

 

🇵🇹 PORTUGAL // ⚖️MINISTÉRIO PÚBLICO // INCOMPETÊNCIA?

O comentador Anselmo Crespo esteve, este domingo, em directo na CNN Portugal.

A análise esteve centrada na notícia da CNN Portugal que dá conta de que o Ministério Público confundiu António Costa com António Costa Silva na transcrição de uma das escutas da “Operação Influencer”.

Anselmo Crespo
CNN Portugal
12.11.2023

Ministério Público confunde António Costa com António Costa Silva: “Não são aceitáveis erros infantis como este”

O comentador Miguel Relvas esteve, este domingo, em directo na CNN Portugal. A análise esteve centrada na notícia da CNN Portugal que dá conta de que o Ministério Público confundiu António Costa com António Costa Silva na transcrição de uma das escutas da “Operação Influencer”.

Miguel Relvas

CNN Portugal
12.11.2023


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103: O maior telescópio do mundo é Extremamente Grande. O que vamos conseguir ver com ele?

 

CIÊNCIA // UNIVERSO // TELESCÓPIOS

Vai destronar o Webb ao captar mais luz do que todos os telescópios existentes combinados e visitar as primeiras galáxias do Universo para tentar responder à pergunta eterna: “estamos sozinhos?”

Wikimedia Commons
Impressão de artista do futuro Telescópio Extremamente Grande (ELT), que ficará no Deserto do Atacama, no Chile.

Vai chegar em breve, ao Chile, o Telescópio Extremamente Grande (ELT), cujo nome não mente — e é até ingénuo.

A verdade é que o gigante óptico se prepara para conquistar o título de maior telescópio do mundo e provar que o céu não é o limite ao estabelecer um novo horizonte no mundo da Astronomia.

Com um espelho primário de 39 metros, o ELT vai superar a capacidade de captação de luz combinada de todos os grandes telescópios existentes ao criar a superfície reflectora mais extensa e precisa alguma vez conhecida.

Esta capacidade notável permitirá ao novo “brinquedo” detectar objectos milhões de vezes mais ténues do que aqueles visíveis ao olho humano.

Um dos principais objectivos do ELT é observar algumas das primeiras galáxias formadas, com luz que viajou 13 mil milhões de anos para nos alcançar — mas as suas intenções vão além disso.

A questão mais profunda que o ELT procura responder é uma das maiores e mais velhas incógnitas do nosso mundo: “estamos sozinhos no Universo?”

A busca pela vida alienígena com dois instrumentos

Sendo que o ELT vai ser o primeiro telescópio a encontrar exoplanetas semelhantes à Terra na “zona Goldilocks” das suas estrelas, onde as condições são propícias para a vida, a busca pela vida alienígena pode vir a sofrer uma evolução monumental.

A câmara do ELT, com resolução seis vezes maior do que a do infame Telescópio Espacial James Webb, vai captar as imagens mais nítidas destes exoplanetas que alguma vez vimos.

No entanto, há que ressalvar que imagens por si só não serão suficientes para determinar o potencial de vida nestes exoplanetas, explica o Real Clear Science.

Os astrónomos vão empregar a espectroscopia para analisar o espectro de luz em busca de sinais de água, oxigénio e outros gases indicadores de vida recorrendo aos quatro espectrógrafos do ELT, construídos precisamente para este fim.

O instrumento Harmoni vai analisar a luz das atmosferas dos exoplanetas gigantes para detectar sinais de vida; o instrumento Andes, mais especializado e desenhado especificamente para detectar exoplanetas menores e semelhantes à Terra, vai identificar mudanças mínimas no comprimento de onda da luz causadas pelos efeitos gravitacionais destes planetas nas suas estrelas hospedeiras.

Gigante vai ver os primeiros momentos do Universo

O Extremamente Grande vai introduzir um novo método de detecção de exoplanetas.

Ao contrário do método de trânsito tradicionalmente usado para descobrir estes astros gigantes, o Andes focar-se-á na detecção do subtil balanço numa estrela causado pela atracção gravitacional do planeta em órbita — um método que requer a detecção de alterações incrivelmente ligeiras na cor da luz, uma tarefa para a qual o Andes estará singularmente equipado.

Fruto de um investimento “astronómico” de 1,45 mil milhões de euros, o ELT propõe-se a detalhar o nosso lugar específico no Universo, procurar sinais de vida “lá fora” e, em suma, redefinir toda a nossa compreensão do cosmos.

Vai espreitar, por nós, os primeiros momentos do Universo e dizer-nos o que há muito além do nosso sistema solar. Tudo deve começar em 2028, ano previsto para a conclusão do projecto.

 Tomás Guimarães, ZAP //
11 Novembro, 2023


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102: Descobertas dezenas de estrelas gigantes a fugir da Via Láctea

 

CIÊNCIA // UNIVERSO // VIA LÁCTEA

A Via Láctea não consegue reter todas as suas estrelas. Algumas são ejectadas para o espaço intergaláctico, embarcando numa jornada incerta.

NASA / JPL / Spitzer
Zeta Ophiuchi

Uma equipa de astrónomos analisou mais de perto as estrelas fugitivas mais massivas para compreender como são ejectadas.

Quando observam um campo de estrelas na Via Láctea, os astrónomos medem a distribuição da velocidade. A distribuição global da velocidade da população estelar reflecte a rotação da galáxia. Uma estrela que não está em harmonia com a rotação da galáxia chama a atenção dos astrónomos.

Uma equipa, a trabalhar com dois catálogos de estrelas massivas, descobriu um grupo de estrelas a mover-se de forma diferente da galáxia. São estrelas fugitivas a caminho de sair da galáxia.

Os novos achados estão num artigo intitulado “Galactic runaway O and Be stars found using Gaia DR3”, que será publicado na revista Astronomy and Astrophysics.

A autora principal é Mar Carretero Castrillo, investigadora pós-graduada no Departamento de Física Quântica e Astrofísica, Instituto de Ciências do Cosmos, Universidade de Barcelona.

Castrillo e os seus colegas basearam o seu trabalho em dois catálogos estelares: o Galactic O-Star Catalog (GOSC) e o Be Star Spectra (BeSS), que são catálogos de diferentes tipos de estrelas massivas: estrelas tipo O e tipo Be, e os seus subtipos.

Os investigadores também utilizaram dados da Gaia, a poderosa nave de medição estelar da ESA. A Gaia emprega astrometria para medir posições, distâncias e movimentos de mil milhões de estrelas, revolucionando a astronomia com dados precisos e robustos.

Não se sabe quantas estrelas fugitivas estão a deixar a nossa galáxia, mas os astrónomos continuam a encontrar mais. Algumas estimativas apontam para 10 milhões de estrelas fugitivas da Via Láctea, mas pode depender do mecanismo que as impulsiona, algo ainda não totalmente compreendido pelos astrofísicos.

Este estudo visa esclarecer o fenómeno das estrelas fugitivas, focando nas estrelas massivas.

“Uma fracção relevante de estrelas massivas são estrelas fugitivas. Estas estrelas movem-se com uma velocidade peculiar significativa em relação ao seu ambiente”, explicam os autores, que procuraram descobrir e caracterizar as estrelas massivas e de tipo inicial fugitivas nos catálogos, examinando os dados da Gaia.

“As estrelas OB de tipo inicial massivo são as mais luminosas da Via Láctea”, explicam. Estas estrelas não são apenas massivas e jovens, mas também extremamente quentes, formando-se em grupos organizados de forma frouxa chamados associações OB.

Devido à sua juventude e calor, não duram muito. São importantes na astronomia por serem massivas, energéticas e muitas explodem como super-novas.

A equipa cruzou os dados da Gaia com os catálogos GOSC e BeSS, encontrando 417 estrelas tipo O e 1335 estrelas tipo Be presentes tanto na Gaia quanto nos catálogos. Entre estas, descobriram 106 estrelas tipo O fugitivas, o que representa 25,4% das estrelas no catálogo GOSC. 42 são recém-identificadas.

Encontraram 69 estrelas tipo Be fugitivas, representando 5,2% das estrelas no catálogo de estrelas tipo Be. 47 destas são recém-identificadas. No geral, as estrelas tipo O movem-se mais rápido do que as estrelas tipo Be.

Por que as estrelas massivas compõem uma proporção tão alta de estrelas fugitivas? Há duas teorias concorrentes que tentam explicar as estrelas fugitivas, ambas envolvendo estrelas massivas. Uma é o cenário de ejecção dinâmica (DES) e a outra é o cenário de super-nova binária (BSS).

As estrelas OB muitas vezes formam pares binários. No BSS, uma estrela explode como super-nova e a explosão impulsiona a outra estrela. Se a situação for adequada, a estrela sobrevivente recebe energia suficiente na direcção certa para escapar da sua ligação com o parceiro, agora uma estrela de neutrões ou um buraco negro, e também da gravidade da Via Láctea. Se isso acontecer, inicia a sua longa jornada pelo espaço intergaláctico.

No DES, não há explosão dramática de super-nova. Em vez disso, uma estrela numa região densamente povoada sofre interacções gravitacionais com outras estrelas. Encontros entre estrelas binárias e simples podem produzir fugitivas, assim como encontros entre dois pares binários.

As associações OB, onde as estrelas tipo O e B tendem a formar-se, são ambientes densos que podem desencadear estrelas fugitivas. Como a maioria destas estrelas é massiva, a maioria das estrelas fugitivas também o é.

Os cientistas têm debatido sobre os dois cenários há décadas. Ambos podem produzir estrelas com velocidade suficiente para escapar da galáxia. Ao estudar a sua amostra de 175 estrelas fugitivas, os investigadores descobriram que os seus dados favorecem uma explicação em detrimento da outra.

“Os percentuais mais altos e as velocidades mais elevadas encontradas para as estrelas tipo O em comparação com as estrelas tipo Be sublinham que o cenário de ejecção dinâmica é mais provável do que o cenário de super-nova binária”, escrevem.

As percentagens de tipos espectrais representados em estrelas fugitivas ajudam a explicar esta conclusão. 25% das estrelas tipo O na amostra são fugitivas versus 5% das estrelas tipo Be.

Outros estudos apresentaram números diferentes, mas, como os autores apontam, “há concordância no sentido de que a percentagem de estrelas tipo O fugitivas é significativamente maior do que para estrelas B ou Be”.

Pesquisas anteriores mostram que as estrelas tipo O fugitivas têm velocidades mais altas do que as estrelas B e Be. Pesquisas anteriores também mostram que a ejecção dinâmica muitas vezes resulta em fugitivas mais rápidas e massivas do que o cenário de super-nova binária.

“As estrelas GOSC-Gaia DR3 têm velocidades mais elevadas em geral do que aquelas em BeSS-Gaia DR3”, explicam os autores, o que está alinhado com pesquisas anteriores.

“Isto reforça a dominância do cenário DES em detrimento do BSS”, concluem.

ZAP // Universe Today
12 Novembro, 2023


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