– 400 g de almôndegas de frango (12 unid.) já temperadas ❄️
– 200 ml de molho Béchamel de pacote
– pão ralado com ervas aromáticas q.b.
– queijo Mozzarella ralado q.b. ❄️
❄️- artigos conservados no frio
Preparação:
01.- Envolva as almôndegas no pão ralado e disponha-as num tabuleiro refractário untado e leve ao forno a 180ºC. por 20 minutos.
02.- Retire as almôndegas do forno e regue-as com o molho Béchamel.
03.- Polvilhe com o queijo ralado e volte a introduzir no forno por mais 10 minutos, ou até dourar levemente.
04.- Retire do forno e sirva de seguida com uma guarnição de esparguete.
Em 30 de Março de 2022, na cerimónia de tomada de posse do actual Governo, o Presidente da República deixou um aviso público ao primeiro-ministro de que não seria “politicamente fácil” a sua substituição a meio da legislatura.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que nesta legislatura, com maioria absoluta do PS, a eventual saída de António Costa do cargo de primeiro-ministro, que agora se verifica, levaria à dissolução do parlamento.
Em 30 de Março de 2022, no discurso que fez na cerimónia de posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, o chefe de Estado deixou um aviso público ao primeiro-ministro de que não seria “politicamente fácil” a sua substituição a meio da legislatura.
“Deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem, vossa excelência, senhor primeiro-ministro, um homem que, aliás, fez questão de personalizar o voto, ao falar de duas pessoas para a chefia do Governo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
“Agora que ganhou, e ganhou por quatro anos e meio, tenho a certeza de que vossa excelência sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições possa ser substituída por outra a meio do caminho”, acrescentou, dando a entender que nesse caso convocaria legislativas antecipadas.
Em 24 de Janeiro deste ano, quando passaram sete anos desde a sua eleição como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou esse aviso, em termos ainda mais definitivos: “Se mudar o primeiro-ministro, há dissolução do parlamento”.
O chefe de Estado referia-se à “hipótese teórica de aparecer um outro primeiro-ministro da área do PS” a meio da legislatura, que excluiu.
“Porque esta maioria formou-se com um primeiro-ministro que concorreu não só como líder do partido, mas a líder do Governo. Foi muito importante, eu disse isso no discurso de posse e, portanto, estava fora de causa, quer dizer, com outro primeiro-ministro haveria dissolução do parlamento”, argumentou na altura.
Ao longo destes dois anos e meio, especulou-se sobre a possibilidade de António Costa querer sair a meio da legislatura para ocupar um cargo europeu, cenário que o próprio afastou.
Hoje, o primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República, que a aceitou, depois de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça sobre projectos de lítio e hidrogénio.
De manhã, foram realizadas buscas em gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, que foi detido para interrogatório.
Marcelo Rebelo de Sousa convocou os partidos com assento parlamentar para quarta-feira e o Conselho de Estado para quinta-feira, “ao abrigo do artigo 145º, alínea a) e da alínea e), segunda parte” da Constituição.
Estas duas alíneas são sobre competências do Conselho de Estado e estabelecem que compete a este órgão de consulta “pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República”, mas também, “em geral, aconselhar o Presidente da República no exercício das suas funções”.
O Presidente da República irá falar ao país imediatamente a seguir à reunião do Conselho de Estado, marcada para quinta-feira às 15:00 no Palácio de Belém.
Na comunicação que fez hoje ao país, o primeiro-ministro declarou-se de “cabeça erguida” e “consciência tranquila” e justificou a sua demissão defendendo que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.
António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de Novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
O actual Governo resultou de uma dissolução do parlamento e de eleições legislativas antecipadas, realizadas em 30 de Janeiro de 2022, na sequência do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, no início do segundo mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
Qualquer proposta de lei cai quando um Governo cai. Ou seja, vamos andar em duodécimos no início de 2024, em princípio.
Miguel A. Lopes / LUSA Deputados do Partido Socialista aplaudem de pé, durante o debate do OE 2024
O Governo vai cair. António Costa apresentou a sua demissão depois de saber que é alvo de um processo-crime.
Esta decisão surge numa altura em que se tem debatido – e muito – algumas medidas do Orçamento do Estado para 2024.
Há precisamente uma semana a proposta do Orçamento do Estado para 2024 foi aprovada, na generalidade.
Não houve surpresas: bastava a aprovação dos deputados do Partido Socialista (PS), que – ainda – estão em maioria absoluta na Assembleia da República.
A proposta iria baixar às comissões parlamentares para ser discutida na especialidade, com redacção final que estava marcada para 14 de Dezembro.
Muito foi falado sobre a previsão de impostos, sobretudo sobre a polémica subida do Imposto Único de Circulação.
Duodécimos
No entanto, tudo mudou nesta terça-feira.
O portal Notícias ao Minuto já recordou que a actual proposta vai desaparecer da agenda do Parlamento porque o Governo vai mudar.
Citando a Constituição da República Portuguesa: “As propostas de lei e de referendo caducam com a demissão do Governo”.
Ou seja, deveremos andar “a correr” no início de 2024 – ainda não se sabe o que vai decidir o presidente da República, sendo o mais provável a dissolução da Assembleia da República.
Assim, esperaremos por novas eleições e por novo Orçamento. Aliás, tal como aconteceu em 2022: o Orçamento do Estado para esse ano foi rejeitado, houve eleições antecipadas em Janeiro e o Orçamento só foi aprovado… no final de Maio.
Portugal deverá entrar em 2024 com um Orçamento do Estado em duodécimos: só se pode gastar 1/12 da despesa de 2023 em cada mês do próximo ano. Com algumas excepções, nos temas mais sensíveis.
Mas, repetimos, ainda se espera pela decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, que fala publicamente daqui a dois dias, na quinta-feira.
António Costa anunciou a sua demissão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.
O primeiro-ministro revelou que é alvo de um processo-crime: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal.
Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República” – que aceitou o pedido.
Processo-crime foi essencial na decisão do primeiro-ministro. E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas.
Tiago Petinga / LUSA António Costa
António Costa apresentou a sua demissão. Vai haver um novo Governo em Portugal, em breve.
O ainda primeiro-ministro anunciou a sua decisão nesta terça-feira, depois das buscas realizadas ao longo da manhã.
Costa começou por dizer que, ao longo destes oito anos, dedicou-se com” alma e coração a servir Portugal e os portugueses”.
E estava “totalmente disposto” para cumprir o mandato até ao fim, mas hoje foi surpreendido: há um processo-crime a decorrer contra ele próprio.
“Fui surpreendido por um processo-crime contra mim. Obviamente estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for”.
Mas assegurou: “Não me pesa na consciência a prática de qualquer acto ilícito ou censurável. Como sempre, confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento. A Justiça que servi ao longo de toda a minha vida e que sempre defendi”.
E garantiu que não é arguido e nem sabe quais são as acusações de que é alvo. Aliás, nem sabia da existência de qualquer processo. Só soube hoje, através do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República.
No entanto, com este cenário, demite-se: “A dignidade de funções não é compatível com suspeitas de integridade, de conduta e, sobretudo, de prática de qualquer acto criminal”.
“Por isso, nesta circunstância, obviamente apresentei a minha demissão ao presidente da República“, anunciou. Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido.
E não vai ser candidato nas próximas eleições legislativas, caso o presidente da República avance para a dissolução da Assembleia da República. É um capítulo fechado, garantiu o primeiro-ministro.
Marcelo “não questionou” a decisão de Costa e “compreendeu de imediato” o seu rumo.
Já na fase das questões dos jornalistas, António Costa reforçou que não está acima da lei, embora – repetiu – não saiba do que é suspeito.
As buscas
Esta declaração do primeiro-ministro foi feita horas depois das buscas realizadas, não só ao Palácio de São Bento, mas também a casas de diversos ministros.
Numa operação sem precedentes em Portugal, as buscas do Ministério Público estão relacionadas com um processo envolve o ministro das Infra-estruturas, João Galamba.
A aprovação da concessão de exploração de lítio em Cepeda (Montalegre), à empresa Lusorecursos Portugal Lithium, levantou dúvidas.
Galamba, na altura secretário de Estado da Energia, aprovou a concessão a uma empresa com um capital social de 50 mil euros – mas, segundo a própria Lusorecursos, a ideia era construir, para a concessão da exploração, uma empresa que teria um capital social de 1 milhão de euros.
A nova empresa foi constituída três dias antes da assinatura do contrato para a exploração, com um capital social de apenas 50 mil euros. Previa-se que o negócio implique um investimento da ordem dos 300 milhões de euros.
Já em 2023, e após a nomeação de Galamba para ministro da Infra-estruturas, a Procuradoria-Geral da República disse que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde está em curso, mas não tinha arguidos constituídos – algo que terá mudado agora: João Galamba e Duarte Cordeiro passam a ser arguidos neste processo.
Entre os detidos está também o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Também foram detidos Diogo Lacerda Machado, o “melhor amigo” de António Costa, e o presidente da câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; além de dois outros empresários.
Seis distritos do continente e os grupos ocidental e central dos Açores vão estar a partir de quarta-feira sob aviso amarelo devido à previsão de chuva, que pode ser por vezes forte, segundo o IPMA.
Os distritos do Porto, Aveiro, Braga, Viseu, Vila Real e Viana do Castelo vão estar sob aviso entre as 12:00 de quarta-feira e as 00:00 de quinta-feira.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu também aviso amarelo de chuva forte para o grupo Ocidental (Flores e Corvo) entre as 18:00 de hoje e as 09:00 de quarta-feira e para o grupo Central (Terceira, Faial, Pico, São Jorge e Graciosa) entre as 09:00 de quarta-feira e as 00:00 de quinta-feira.
O aviso amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica.
Surgiu uma piada nova no Twitter: “E tu, já condenaste hoje o Hamas?”. A ideia é de que toda a gente condena o Hamas e o 7/10 e que a exigência de tal condenação visa escamotear os crimes de Israel. Sucede que não – nem toda a gente condenou ou condena o Hamas e o 7/10. Entre quem não fez – pelo contrário – estão convocantes das manifs pró-Palestina em Portugal.
“O Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) rejeita “os lamentos” daqueles que “hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação (…).
Os que há décadas convivem com a ausência de um real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestiniano não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram“.
Este parágrafo faz parte de um texto publicado a 8 de Outubro no site abrilabril, sob o título “MPPM – Só Haverá Paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano”. O MPPM é um dos organizadores de todas as manifestações convocadas no último mês em apoio à Palestina.
Sob o título “Resistência palestiniana unida em torno da operação contra Israel”, descreve, citando a Prensa Latina (agência de notícias cubana), o ataque do Hamas como “uma incursão terrestre em território ocupado em 1948”, tornando assim claro encarar todo o território de Israel – fundado como país nesse ano após a aprovação de uma resolução da ONU no sentido da partição do território em dois estados, um para judeus e outro para palestinianos -, como ilegitimamente ocupado e assim, quiçá, todos os seus ocupantes como alvos legítimos.
Fechando o parêntesis, voltemos à “notícia”, não assinada, sobre o comunicado do MPPM, a qual também não permite confusão sobre a forma como este movimento encarou o ataque do Hamas. Começando pelo facto de o nome da organização não ser mencionado uma única vez: fala-se apenas de “resistência palestiniana”.
“O MPPM”, lê-se, “reage assim às acções desencadeadas em Gaza e Israel na madrugada deste sábado (…) quando militantes de organizações de resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, no que apelidaram de Operação Dilúvio Al-Aqsa. Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos (…).”
Indo directamente à fonte, ou seja ao site do MPPM, verifica-se que o comunicado, assinado pela “direcção nacional do MPPM”, presidida pela actriz e encenadora Maria do Céu Guerra e tendo como vice-presidentes o professor universitário aposentado de origem egípcia Adel Yussef Sidarus, o também professor universitário e investigador da Universidade de Lisboa Carlos José Duarte Almeida e o teólogo dominicano Frei Bento Domingues, finda com o que parece ser um manifesto apoio à acção daquele dia: “O MPPM reafirma a sua solidariedade com o povo palestino e o seu inalienável direito à resistência contra a ocupação, até à vitória da sua justa causa.”
Será que todas as pessoas da direcção deste movimento subscrevem tal posição, perante um ataque terrorista com o nível de barbaridade do de dia 7? Custa a crer.
Mas sendo certo que quando este comunicado foi publicado ainda não eram conhecidos todos os contornos da acção ali descrita como “resistência contra a ocupação”, quer no que respeita ao número de mortos e à sua identidade – sobretudo, como se soube logo ao fim desse dia e no seguinte, civis, famílias residentes no sul de Israel, jovens que tinham ido a um festival de música e que foram executados às centenas – nem as formas horríveis como foram assassinados (tanto tempo depois ainda não se sabe tudo) e o número de reféns, incluindo crianças e até bebés, levados pelos terroristas para Gaza, não se encontra qualquer texto posterior no site do movimento a rectificá-lo.
Aliás, o comunicado seguinte surge quase um mês depois, este domingo, e tem como único propósito causticar o Presidente da República pelas suas (muito infelizes e despropositadas, sem dúvida) declarações “dirigindo-se ao Embaixador da Palestina em Portugal e perante a comunicação social”.
Mas, ao contrário do que sucedeu com tantos dos críticos desse triste momento do PR, o MPPM não se atira a Marcelo Rebelo de Sousa por se ter dirigido ao representante da Autoridade Palestiniana em Portugal dizendo “desta vez foram vocês que começaram” – como se o ataque perpetrado pelo Hamas contra Israel tivesse sido da autoria de todos os palestinianos, inclusive do governo da Cisjordânia (que o diplomata representa em Portugal, e que nada tem a ver com o Hamas), cabendo-lhes uma responsabilidade colectiva por ele.
Não, nada disso. O MPPM “afirma-se chocado” por, explica, as declarações de Marcelo “se caracterizarem por ignorar totalmente o massacre em curso do povo palestino“. Não houve, prossegue, “nenhum reparo crítico aos ataques de Israel a hospitais, escolas, centro de abrigo de refugiados, colunas de refugiados, ambulâncias, pessoal humanitário.
(…) Não se escutou uma palavra de indignação pelo castigo colectivo de uma população que se vê privada de água, electricidade, alimentos e cuidados médicos – e da vida – (…)
Qualquer que fosse a intenção do Presidente da República, as suas palavras podem ser e estão a ser interpretadas, nacional e internacionalmente, como um apoio incondicional à agressão israelita em curso.”
Não fosse o assunto tão trágico e apreciar-se-ia mais a ironia: afinal, o MPPM não poderia censurar ao PR aquilo que o próprio MPPM fez no seu primeiro comunicado, a saber, aglutinar todo o povo palestino à acção do Hamas.
Não; censura-lhe exactamente o que o próprio MPPM fez em relação ao massacre perpetrado pelo Hamas: ignorar totalmente, “sem uma palavra de indignação pelo castigo colectivo de uma população”.
Podemos, pois, como o MPPM sobre o PR, concluir que, qualquer que fosse a intenção da direcção nacional deste movimento, as suas palavras podem ser interpretadas como “um apoio incondicional” à acção do Hamas.
Um apoio incondicional de resto claramente vocalizado por outro dos colectivos que com o MPPM tem convocado manifestações, a começar pela de 9 de Outubro no Largo de Camões, apresentada como de “apoio à resistência palestiniana”: o Colectivo pela Libertação da Palestina.
Nessa ocasião, a palestiniana Shahd Wadi, que foi candidata independente pelo Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu em 2014 e integra o dito colectivo, afirmou à TVI: “O que aconteceu no dia 7 não foi mais que a reacção a uma ocupação ilegal de 75 anos.
As pessoas que estão nesta manifestação [e lá estava, diz a Lusa, também um membro da direcção do MPPM, Carlos Almeida] são todas contra a ideologia do Hamas mas estão com o direito do povo palestiniano à resistência. Os acontecimentos dos últimos dias são apoiados por todas as facções políticas na Palestina e pelo povo palestiniano inteiro.
Portanto também é preciso deixar isso claro: é um povo que está oprimido e a viver sob um sistema de apartheid permanente e não pode mais, tem o direito a defender-se e não ficar de mãos atadas.”
Outro membro do colectivo, o jornalista Ricardo Ribeiro, disse à Lusa: “Obviamente que legitimamos a acção de resistência, este é um povo que está ocupado há 75 anos e tem, como todos os povos ocupados, o direito de resistir à ocupação, utilizando os meios que tem à sua disposição, incluindo a [luta] armada, tal como diz o direito internacional mas também como mostrou a história anticolonial durante o século XX“.
No Twitter/X, Ribeiro tinha já, no dia anterior, reputado de “legítimo” o método do Hamas e, perante uma pergunta concreta sobre o que via como legítimo – “homens armados andarem a caçar civis na rua e em suas casas, violarem e despirem mulheres e exibirem-nas como troféus de caça, sequestrarem centenas de civis por serem israelitas” -, respondia: “São colonos, em primeiro lugar.”
Portanto, sim, também em Portugal há quem não condene – muito pelo contrário – o Hamas e o 7/10.
Decerto que muitas das pessoas que saem à rua em defesa dos palestinianos que estão a ser massacrados pelas bombas de Israel e atacados, perseguidos e mortos pelos – esses sim – colonos (porque dos colonatos ilegais) na Cisjordânia não subscrevem as palavras dos citados organizadores das manifestações; provavelmente nem as conhecem.
Mas – este é mesmo um grande mas – ninguém deverá surpreender-se por haver tanta gente que, pugnando pelo direito à autodeterminação dos palestinianos,condenando o regime apartheidista, racista e fascista em que Israel se tem vindo a tornar, e atormentando-se ante a carnificina causada pelos ataques israelitas, passa ao largo de tão infausta companhia.
Porque quem grita massacre e apela, contra Israel, ao cumprimento da lei internacional humanitária, mas tão alegremente reputa de “legítimo” o que o Hamas é e faz, incluindo a forma assassina como usa o povo que mantém, desgraçadamente, sob seu poder, não sabe, nunca saberá, o que é ser pelos direitos humanos.
São muitas, as campanhas de sensibilização, que têm vindo a tentar consciencializar os utilizadores para as consequências negativas – que uma má utilização dos telemóveis/smartphones/tablets – podem ter no nosso dia-a-dia, nomeadamente, nas nossas relações. E parecem não ser suficientes. Porque quando observamos o que acontece à nossa volta, o mundo está a olhar para o ecrã.
O telemóvel ganhou o seu espaço e hoje está em todo o lado.
São muitas as pessoas que estão horas e horas a “ver coisas no telemóvel”. E se esta “ferramenta” nos permite conectar com pessoas que até estão longe, muitas vezes afasta-nos de quem está mesmo ao nosso lado.
É um “ignorar” as pessoas, porque estamos distraídos a “ver coisas no telemóvel” – Phubbing.
E se todos já ouvimos falar disto? Porque não mudamos o nosso comportamento? Não estaremos todos a assobiar para o lado? Este comportamento cria distanciamento emocional (e físico) entre as pessoas. Entre casais. Entre amigos. Entre pais e filhos. Entre nós.
Pensemos, mais uma vez, nas consequências. E não só nas que influenciam a nossa saúde mental – ansiedade, stress, baixos níveis de satisfação com a vida, isolamento, solidão (…).
Reflictamos nas nossas relações. Naquilo que não fazemos e não vemos. Na diminuição dos níveis de “satisfação relacional”. Nas relações que temos e no que gostaríamos de ter.
Famílias em que existe uma utilização excessiva do telemóvel e das redes sociais têm menores níveis de satisfação com a vida, mais dificuldades de conexão e de comunicação, mais sentimentos de solidão e falta de empatia, por exemplo.
Por vezes, estamos a conversar com alguém e a trocar mensagens com outra pessoa – ao mesmo tempo.
E à noite, ao jantar com a nossa família e a consultar as redes sociais.
E quando nos deitamos na cama? Espreitamos as redes. Muitas pessoas referem que o descanso e até a intimidade, é prejudicada por este comportamento – utilização excessiva dos telemóveis e das redes.
E quando acordamos? Vemos as novidades, ainda nem “dissemos um bom dia” a quem vive connosco.
E se saímos para jantar? Há sempre qualquer coisa para ver – e assistimos com frequência a famílias inteiras à mesa a olhar para o telemóvel.
E não se conversa. E não se olha. E não se cheira. E não se partilha. E não se pergunta. E não se ouve. Os vídeos do telemóvel, são mesmo muito interessantes. Viciantes. E não regulamos o nosso comportamento.
As relações significativas vão ficando para depois. Que dinâmica familiar?
Para minimizar estas e outras consequências negativas, espera-se uma utilização consciente, equilibrada na utilização do telemóvel porque estamos a criar relações de afastamento e a barreira é muitas vezes o telemóvel.
É IMPORTANTE lembrar com frequência que as relações amorosas e familiares saudáveis devem ser “cuidadas e nutridas”.
Há sempre uma linha que separa, nas pessoas que ocupam cargos públicos, o cidadão do político. Há uma dimensão pessoal e outra institucional, uma persona pública e outra privada.
Marcelo Rebelo de Sousa, o professor universitário, antigo governante, comentador de política e assuntos vários, ex-jornalista e director de jornal, e Marcelo Rebelo de Sousa eleito e reeleito, por sufrágio directo, Presidente da República.
Marcelo Presidente quis e conseguiu dessacralizar a presidência. Mandou arejar o palácio, dizem que literalmente, levou para Belém exactamente a mesma pessoa que era antes de ter sido eleito.
Quis ser popular, afectuoso, estar próximo, dizer presente em todas as situações. Foi o primeiro a chegar a catástrofes e acidentes, esteve no posto de comando quando os incêndios ainda lavraram, é o primeiro a comentar o resultado da selecção nacional, ainda antes do seleccionador.
Dá entrevistas em tronco nu, mantêm o mais possível as rotinas que tinha antes, vai mergulhar pela manhã na praia de sempre, em Cascais.
Marcelo quis que se fundissem as duas personas . Ele é ele em qualquer circunstância, é o que está na sua natureza.
Apesar do país político e dos comentadores acharem que o presidente “fala demais”, Marcelo parece não se importar com isso, a menos que, por razões tácticas, lhe dê jeito ficar em silêncio. É raro, mas acontece.
Ora, ao dessacralizar a presidência, Marcelo, que queria ser visto como um homem comum, um de nós, mostrou ao país que se pode ser presidente de uma outra forma. E foi ele, com esta decisão, que abriu a porta a que os cidadãos o tratem assim, como se ele fosse um de nós, ou mais um apenas.
Acontece que não é. Marcelo Rebelo de Sousa é o Presidente da República.
As imagens deste domingo, diante do Palácio de Belém, onde decorria uma manifestação pró Palestina e contra as declarações de Marcelo no bazar diplomático, dois dias antes, mostram que há portugueses que aprenderam bem a lição do professor e se acham iguais a ele.
Um dos manifestantes, de dedo em riste, a falar a centímetros da cara d o Presidente, em tom exaltado e insultuoso, sem deixar que o interlocutor, sequer, pudesse expressar-se, é a prova de que se esbateu de tal forma a linha que separa o homem do presidente e, portanto, quase tudo é permitido.
Ainda não estou certo se a ida de Marcelo à manifestação, que também era contra ele é coragem ou loucura. Ou as duas coisas. Nos últimos meses, vezes demais, Marcelo tem sido obrigado a vir esclarecer, explicar, justificar declarações que faz em público.
Seja por causa do decote de uma luso-descendente, seja por causa do número de casos de pedofilia na Igreja Católica, seja pela conversa que teve no tal bazar diplomático, com um representante da autoridade palestiniana.
Levada ao extremo, a dessacralização do exercício da presidência da república leva a que muitos portugueses tenham perdido o devido respeito ao Presidente. Não se trata do “respeitinho é muito lindo”, trata-se apenas do respeito devido à função e, por arrasto, ao seu titular
Num tempo de extremismos exacerbados, onde se confunde a razão com gritaria, direito à opinião com insulto, discordância com animosidade, convém não esquecer que o Presidente da República é o eleito mais representativo dos portugueses, precisamente porque a sua eleição é uninominal. E. mesmo quem discorda das palavras e actos do presidente, deve ter presente que sim, por mais que custe, é ele que nos representa.
Não acredito que a dois anos e pouco do fim do segundo mandato, Marcelo altere a sua postura. E, mesmo que o fizesse, se isso teria qualquer efeito prático. Tendo a considerar que Marcelo ter enfrentado os que se opunham é mais coragem do que loucura.
Outros presidentes em situação semelhante teriam ficado isolados no palácio, sem agenda pública durante vários dias, até que a poeira assentasse. Marcelo embateu de frente contra os críticos, procurando explicar-se. E, quanto mais não fosse por isso, a atitude merece respeito.
Num novo avanço científico, uma equipa internacional de cientistas mergulhou no coração do núcleo galáctico activo da Galáxia do Compasso utilizando o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array). Alcançando uma resolução sem precedentes de cerca de um ano-luz, a investigação, liderada pelo Professor Assistente Takuma Izumi do NAOJ (National Astronomical Observatory of Japan), iluminou a intrincada dança dos fluxos de gás em torno do buraco negro super-massivo da galáxia, abrangendo fases plasmáticas, atómicas e moleculares.
Em particular, a equipa elucidou o fluxo de acreção – impulsionado por um mecanismo denominado “instabilidade gravitacional” – que alimenta o buraco negro.
Curiosamente, nem todo este gás contribui para o crescimento do buraco negro. Uma fracção significativa é ejectada como fluxos atómicos ou moleculares, apenas para regressar e ser novamente atraída para o buraco negro, num padrão cíclico que faz lembrar uma fonte. Esta descoberta profunda abre caminho a uma compreensão mais holística da dinâmica de crescimento dos buracos negros super-massivos.
Uma ilustração representando a distribuição do meio interestelar no núcleo galáctico activo com base nos resultados desta observação. O gás molecular de alta densidade flui da galáxia em direcção ao buraco negro ao longo do plano do disco. O material acumulado em torno do buraco negro gera uma enorme quantidade de energia, fazendo com que o gás molecular seja destruído e transformado em fases atómicas e de plasma. A maior parte destes gases multifásicos é expelida através de fluxos a partir do núcleo (incluindo fluxos de plasma que ocorrem principalmente na direcção acima do disco e fluxos atómicos ou moleculares que ocorrem principalmente na diagonal). Ainda assim, a maioria destes fluxos cairá de volta para o disco, actuando como uma fonte de gás. Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), T. Izumi et al.
Nos centros de muitas galáxias massivas, existem “buracos negros super-massivos” com massas superiores a um milhão de vezes a do Sol. Como é que estes buracos negros super-massivos se formam?
Um dos mecanismos cruciais de crescimento proposto por investigações anteriores é a “acreção de gás” no buraco negro. Isto refere-se à forma como o gás na galáxia hospedeira cai de alguma forma em direcção ao buraco negro central.
O gás que se junta muito perto dos buracos negros super-massivos é acelerado a altas velocidades devido à gravidade do buraco negro. Graças à intensa fricção entre as partículas de gás, este gás aquece até vários milhões de graus e emite luz brilhante.
Este fenómeno é conhecido como um NGA (núcleo galáctico activo) e o seu brilho pode por vezes ultrapassar a luz combinada de todas as estrelas da galáxia. Curiosamente, pensa-se que uma porção do gás que cai em direcção ao buraco negro (fluxo de acreção) é soprado para longe pela imensa energia deste núcleo galáctico activo, dando origem a fluxos exteriores.
Tanto os estudos teóricos como os observacionais forneceram informações pormenorizadas sobre os mecanismos de acreção de gás, desde a escala de 100.000 anos-luz das galáxias até uma escala de algumas centenas de anos-luz no centro. No entanto, a acreção de gás numa região muito mais pequena, especialmente a algumas dezenas de anos-luz do centro galáctico, tem permanecido pouco clara devido à sua escala espacial mínima.
Por exemplo, para compreender quantitativamente o crescimento dos buracos negros, é necessário medir a taxa do fluxo de acreção (quanto gás está a entrar) e determinar as quantidades e tipos de gases (plasma, gás atómico, gás molecular) que são expelidos como fluxos exteriores a essa pequena escala. Infelizmente, os conhecimentos observacionais a este respeito não progrediram significativamente até agora.
Uma equipa internacional de investigação liderada por Takuma Izumi, professor assistente no NAOJ (National Astronomical Observatory of Japan) e afiliado à Universidade Metropolitana de Tóquio na altura deste estudo, conseguiu um êxito inédito a nível mundial ao medir quantitativamente os fluxos de gás e as suas estruturas em todas as fases (plasma, atómica e molecular) a uma escala espacial minúscula de apenas alguns anos-luz em torno de um buraco negro super-massivo, utilizando o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array).
As observações de gases multifásicos podem fornecer uma compreensão mais abrangente da distribuição e dinâmica da matéria em torno de um buraco negro.
O objecto observado foi a Galáxia do Compasso, um NGA representativo do Universo próximo. A resolução alcançada foi de aproximadamente um ano-luz. Este resultado marca a mais alta resolução conseguida para observações de gases multifásicos num núcleo galáctico activo.
As distribuições do monóxido de carbono (CO, reflectindo a presença de gás molecular de média densidade), do carbono atómico (C, reflectindo a presença de gás atómico), do cianeto de hidrogénio (HCN, reflectindo a presença de gás molecular de alta densidade) e da linha de recombinação do hidrogénio (H36α; reflectindo a presença de gás ionizado) são mostradas a vermelho, azul, verde e rosa, respectivamente. Existe um núcleo galáctico activo no centro. Esta galáxia é conhecida por ter uma estrutura inclinada das regiões exteriores para as interiores, com a região central a assemelhar-se a um disco quase de lado. O tamanho do disco central de gás denso (verde) é de aproximadamente seis anos-luz: isto foi observado graças à alta resolução do ALMA (ver ampliação). O fluxo de plasma viaja quase perpendicularmente ao disco denso central. Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), T. Izumi et al.
Neste estudo, a equipa de investigação conseguiu inicialmente captar, pela primeira vez, o fluxo de acreção que se dirige para o buraco negro super-massivo no interior do denso disco de gás que se estende ao longo de vários anos-luz do centro galáctico.
A identificação deste fluxo de acreção foi, durante muito tempo, uma tarefa difícil devido à pequena escala da região e aos movimentos complexos do gás perto do centro galáctico.
No entanto, neste caso, a equipa de investigação identificou o local onde o gás molecular em primeiro plano estava a absorver a luz do núcleo galáctico activo, que brilhava em segundo plano. Esta identificação foi possível através de observações de alta resolução com o ALMA.
Uma análise detalhada revelou que este material absorvente está a mover-se na direcção oposta à nossa. Uma vez que o material absorvente existe sempre entre o núcleo galáctico activo e nós, a equipa conseguiu captar o fluxo de acreção na direcção do NGA.
Além disso, a equipa de investigação também elucidou o mecanismo físico responsável por induzir esta acreção de gás. O disco de gás observado exibia uma força gravitacional tão substancial que não podia ser sustentada pela pressão calculada a partir do movimento do disco de gás.
Quando esta situação se verifica, o disco de gás colapsa sob o seu peso, formando estruturas complexas e tornando-se incapaz de manter um movimento estável no centro galáctico. Como resultado, o gás cai rapidamente em direcção ao buraco negro central. O ALMA revelou este fenómeno físico conhecido como “instabilidade gravitacional” no coração da galáxia.
Em adição, este estudo fez avançar significativamente a compreensão quantitativa dos fluxos de gás em torno do núcleo galáctico activo. A taxa de acreção a que o gás é fornecido ao buraco negro pode ser calculada a partir da densidade do gás observado e da velocidade do fluxo de acreção. Surpreendentemente, verificou-se que esta taxa é 30 vezes superior ao que é necessário para manter a actividade deste NGA.
Por outras palavras, a maior parte do fluxo de acreção à escala de 1 ano-luz em torno do centro galáctico não estava a contribuir para o crescimento do buraco negro. Então, para onde foi este gás excedentário?
O estudo também desvenda esse mistério – com observações de alta sensibilidade de todos os gases de fase com fluxos exteriores detectados pelo ALMA a partir do núcleo galáctico activo. A análise quantitativa revelou que a maior parte do gás que fluía em direcção ao buraco negro era expelido como fluxos atómicos ou moleculares.
No entanto, devido às suas velocidades lentas, não conseguiram escapar ao potencial gravitacional do buraco negro e acabaram por regressar ao disco de gás. Aí, eram reciclados de novo num fluxo de acreção em direcção ao buraco negro, semelhante a uma fonte, completando assim um fascinante processo de reciclagem de gás no centro galáctico.
Relativamente aos feitos deste estudo, Takuma Izumi afirma: “Detectar fluxos de acreção e fluxos exteriores numa região a apenas alguns anos-luz em torno de um buraco negro super-massivo em crescimento activo, particularmente num gás multifásico, e até decifrar o próprio mecanismo de acreção, são de facto conquistas monumentais na história da investigação dos buracos negros super-massivos”.
O investigador sublinha a importância deste feito. Olhando para o futuro, continua: “Para compreender de forma abrangente o crescimento dos buracos negros super-massivos na história cósmica, precisamos de investigar vários tipos de buracos negros super-massivos localizados mais longe. Isto requer observações de alta resolução e alta sensibilidade, e temos grandes expectativas para a utilização futura do ALMA e para os próximos grandes interferómetros rádio de próxima geração”.
A última música dos The Beatles foi apresentada nesta quinta-feira. A loucura espalhou-se rapidamente pela Internet.
Now and then.
O vídeo que partilhamos acima é oficialmente a última música dos The Beatles e foi apresentada nesta quinta-feira.
Obviamente os quatro músicos de Liverpool não estiveram juntos para gravar esta melodia. John Lennon morreu em 1980, George Harrison morreu em 2001.
Mas, na verdade, três deles estiveram a (tentar) gravar esta música, com base numa cassete que John Lennon deixou para Paul McCartney.
Essa cassete (provavelmente gravada em 1977) tinha a voz e o piano de John Lennon, o autor de Now and Then. Os outros três Beatles juntaram-se em 1995, no projecto The Beatles Anthology.
Conseguiram lançar músicas inéditas mas esta tinha ficado para trás. Não foi possível separar a voz de John Lennon do piano que o mesmo compositor tocou.
Hoje a tecnologia é outra. Um software desenvolvido pela equipa de Peter Jackson – responsável pelo documentário Get Back – permitiu concretizar essa separação. “Limpinha”.
Seria um método que os The Beatles iriam abraçar imediatamente, se ainda estivessem juntos. A curiosidade dos “quatro fantásticos” pela tecnologia, pela inovação em estúdio – e não só – não se esgotava.
Depois do “1, 2” inicial, a melodia original do piano de John Lennon é respeitada, na sua base, logo no início. A sua voz aparece a seguir, antes de Paul McCartney oferecer uma segunda voz; a bateria de Ringo Starr pouco depois, e mais tarde entram em cena baixo e guitarra de McCartney e de George Harrison – esta última foi captada nas tais gravações de 1995.
Uma música simples, como tantas outras dos The Beatles.
Uma melodia bonita, como tantas outras dos The Beatles.
Elegante, suavemente psicadélica e com tom de melancolia, de despedida – o contexto ajuda.
“Sold out”
É provável que muitas pessoas que ouviram a música também tenham espreitado a loja oficial dos The Beatles, para comprar o single ou os novos discos.
E é provável que não tenha encontrado o que queria porque quatro dos produtos já estão esgotados: vinil azul e branco, vinil preto e cassete (tudo de Now and then) e até as camisolas brancas – com uma cassete do single desenhada, além do nome do grupo – esgotaram.
É uma nova versão da Beatlemania.
Não se puxam os cabelos, não há desmaios e não há problemas com a polícia, como há 60 anos. Mas a procura pelos The Beatles chegou a outro patamar e basta olhar para a quantidade de reacções que canais de televisão ou “anónimos” quiseram publicar ao longo da tarde de ontem.
À hora da elaboração deste artigo, o áudio de Now and then já tem praticamente 5 milhões de visualizações. Em menos de 24 horas.