Vasco Morgado | Cultura

🇵🇹 OPINIÃO

Sem qualquer dúvida, a importância da saúde metal é algo que não pode, nem deve, ser subestimado. É a pedra angular do bem-estar geral.

Por isso, é absolutamente crucial que, na mesma medida em que dedicamos tempo e energia para cuidar do nosso corpo, devemos também dar a devida importância à nossa saúde emocional e mental.

Vivemos ainda muito com a ideia de que pedir ajuda é um sinal de fraqueza. Um mito nocivo que permeia muitas culturas. Mas nada é mais falso. Não pedir ajuda quando se precisa é tão mau como ser vítima de violência doméstica e não denunciar.

Bem pelo contrário, reconhecer que precisamos de ajuda e fazer um esforço para procurá-la é uma demonstração de força e resiliência. É um ato de auto-afirmação, um reconhecimento de humanidade e da vontade de cuidar-se.

Todos nós, sem excepção, passamos por momentos difíceis nas nossas vidas, enfrentamos desafios e pressões de várias formas, seja no trabalho, nos relacionamentos pessoais, ou simplesmente na nossa própria mente.

Mente esta onde muitas vezes lutamos contra fantasmas, medos ou alter egos mais difíceis de explicar do que aquele amigo imaginário a que a nossa avó achava piada.

E é perfeitamente normal sentirmo-nos sobrecarregados.

Nestes momentos, procurar ajuda, num amigo, na família ou num profissional pode ser a chave para aprender a lidar com esses sentimentos e encontrar caminhos para superá-los.

Na prevenção de “causas maiores”, é essencial entender que a saúde mental tem um impacto significativo em todas as áreas de nossa vida.

Problemas deste género não-tratados podem levar a uma série de complicações, incluindo problemas físicos e relacionais. Assim, ao cuidarmo-nos, estamos, de facto, a prevenir problemas maiores no futuro.

Cuidar de nós próprios, tanto mental quanto fisicamente, é um ato de amor-próprio. É um investimento na nossa própria vida e felicidade. Então, quando sentimos que precisamos de ajuda, não podemos hesitar em pedir.

Reconhecer que precisamos de ajuda e fazer um esforço para procurá-la é uma demonstração de força e resiliência. É um ato de auto-afirmação, um reconhecimento de humanidade e da vontade de cuidar-se.

Não nos podemos mascarar quando temos e vivemos de sentimentos, não nos podemos esconder dos “nossos” porque não os queremos “chatear”.

“Chateados” sim, e muito, ficam depois quando nos acontece algo que eles não perceberam porque nós o escondemos, não temos o direito de “oferecer” um sentimento de culpa a alguém que não a tem.

É importante perceber, mesmo nos momentos mais complicados, que não estamos sozinhos no mundo, e o ser humano não é, por si só, um animal solitário.

Se no filme Forrest Gump, com um magistral desempenho de Tom Hanks, percebemos que “a vida é como uma caixa de chocolates, nunca sabemos o que vem lá dentro”, já Charles Chaplin dizia que “a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.

Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”.

Somos todos actores e actrizes desta grande peça de teatro que é a vida.

E a vida não traz instruções, nem guião para ensaiar até sair bem.

Mas, tal como no teatro, também a peça da vida necessita de uma companhia que ajude a peça a ser produzida e a ter sucesso.

Mas, tal como no teatro, também a vida necessita de um elenco que ajude a peça a ser produzida com sucesso.

Presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Lisboa

DN
Vasco Morgado
23 Julho 2023 — 00:21