– “… Contudo, este ano o enfoque está no mote #CombataAPoluiçãoPorPlástico. Agora que já sabe, vai aderir ou deixar o futuro nas mãos dos outros?”
Pergunto ao cronista: que meios são dados à população para combater a poluição por plástico? Referindo a Coca Cola, passa-se a beber este refrigerante – quem o bebe – a partir de qual vasilhame? E de todas as outras bebidas, inclusive águas minerais? E os sacos de plástico (que são pagos) trocam-se por quê? Na minha meninice, há setenta anos atrás, recordo-me de ir à mercearia do ti Américo comprar grão, feijão, açúcar e outros ingredientes, devidamente acondicionados em cartuchos de papel pardo. As postas de bacalhau demolhado, num alguidar à porta da mercearia, ou eram embrulhadas também em papel pardo ou folhas de jornal. Não existiam super’s, nem hiper’s, existiam as mercearias, os “carvoeiros”, os “petrolinos”, os “lugares” das hortaliças e frutas, as drogarias… Quanto ao lixo, que fazer quando os contentores ficam atulhados, sacos pelos passeios, devido aos serviços de higiene urbana estarem de greve e o civismo e cidadania das gentes são do mais baixo nível? Soluções, precisam-se!!!
🇵🇹 OPINIÃO
Lisboa – e grande parte de Portugal – vive entusiasticamente a época festiva dos Santos Populares.
Ano após ano relembram-se os renovados Santo António, São Pedro e São João em centenas de freguesias e municípios espalhados por todo o país, onde o expoente máximo na capital acontece com a grande marcha pela Avenida da Liberdade.
Esta é ainda uma altura de muita festa e arraial. As ruas da cidade enchem-se com o tradicional fumo das sardinhas e das carnes grelhadas, invadindo esses aromas as vielas e praças de cada Bairro.
Com muita música à mistura, prepara-se deste modo uma das melhores noites do ano que é emblemática e permite um salutar convívio, de certa forma improvável e que junta todas e todos, talvez apenas possível com a ajuda de todos os Santos.
Todo este “mar de gente” traz consigo o habitual acréscimo de trabalho para a higiene urbana da cidade. E hoje, que é Dia Mundial do Ambiente, é a altura adequada para abordar este eixo.
50 anos passaram desde que o Dia Mundial do Ambiente começou a ser celebrado. É um momento de consciencialização ambiental muito relevante e que deve ser comemorado em linha com a sua importância.
Este ano, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente pede soluções globais para combater a poluição por plásticos e por isso criou o #CombataAPoluiçãoPorPlástico (#BeatPlasticPollution).
Por cá, o governo português, conjuntamente com os seus parceiros europeus, tem vindo a adoptar várias medidas para fazer face a este desafio, perspectivando a transição para uma economia circular.
O mote para este ano visa criar uma consciencialização entre a acção local e o seu impacto global, na medida em que todos podem fazer a diferença.
Nos dias de festa em curso esta ligação é particularmente significativa, uma vez que, mesmo com muito esforço, uma autarquia ou freguesia não consegue mitigar as toneladas de resíduos produzidas individualmente.
A acção mais eficaz será aquela que cada um poderá ter porque a limpeza das ruas e cidades começa em cada um de nós.
O banco de informação estatística da Fundação Francisco Manuel dos Santos – a Pordata – compilou uma série de dados que permitem uma análise evolutiva nacional em termos ambientais.
Aí pode verificar-se, entre outros elementos, que os portugueses, desde 1995 e em crescendo, produzem cada vez mais lixo.
Ao que os dados indicam, metade desses resíduos acabaram depositados em aterro. Apesar de Portugal ter começado de um ponto de partida diferente dos parceiros europeus, a verdade é que as trajectórias são mais paralelas e do que convergentes, como seria apreciado.
Ainda assim, em Portugal e neste Dia Mundial do Ambiente, há factos positivos que merecem ser relevados.
O carvão quase desapareceu do “cabaz energético”; a redução de 35% da emissão de gases com efeito de estufa face a 2005, quando a União apenas o fez em 24%; o investimento feito na renovação das frotas das empresas de transportes públicos (Lisboa foi um bom exemplo disso, sobretudo desde a sua municipalização) que também contribuíram para reduzir as emissões num sector que é um dos mais poluidores; a melhoria da qualidade da água, onde 99% da água canalizada é de boa qualidade, quando em 1990 essa percentagem era de 50% ou o aumento em 5 vezes da área marinha protegida, passando assim a ser a terceira maior área marinha protegida da União Europeia, são feitos dos quais nos devemos orgulhar.
Contudo, este ano o enfoque está no mote #CombataAPoluiçãoPorPlástico. Agora que já sabe, vai aderir ou deixar o futuro nas mãos dos outros?
D.N.
Manuel Portugal Lage
05 Junho 2023 — 20:44
Web-designer, Investigador
e Criador de Conteúdos Digitais
published in: 4 meses ago