182: Os professores são exemplos para a vida

 

– “… Os professores são exemplos para a vida

Pena que existam “professores” que são autênticos veículos de agitação social, que não são, de forma alguma, exemplos para a vida, conseguindo formatar gente que não possui aptidões para serem professores de verdade! Quanto à língua de Camões, é extremamente lamentável que certo tipo de intelectualóides tenham denegrido a sua língua, passando a utilizar uma mescla (brasuquês) que nada tem a ver com a língua de Camões.

🇵🇹 OPINIÃO

No passado sábado, 10 de Junho, comemorámos o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Uma excelente ocasião para reflectirmos sobre o Portugal e os Portugueses de hoje, aqui e além-fronteiras e sobre a língua portuguesa, onde a escrita de Luís de Camões é uma referência.

Ao falarmos de Camões, associamo-lo sempre aos seus Lusíadas e ao papel que estes tiveram (têm) na educação de sucessivas gerações de Portugueses. A Educação é essencial no crescimento pessoal e intelectual do indivíduo.

Ela proporciona conhecimentos das mais diversas áreas como as ciências, a matemática, a literatura, a história, etc., além de um papel menos formal no desenvolvimento de habilidades socio-emocionais, como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a comunicação, entre outras, indispensáveis para o sucesso pessoal e profissional.

A Educação é um papel de todos, mas é uma missão dos professores. Os professores marcam a vida de todos nós, seja pela positiva, seja pela negativa.

Os professores são responsáveis por planear e implementar estratégias de ensino, por criar ambientes de aprendizagem estimulantes e por inspirar os estudantes na busca do conhecimento. Os professores são os mentores e guias que levam o estudante a desenvolver todo o seu potencial.

As recentes comemorações do 10 de Junho, presididas por um professor (aqui noutras funções), aconteceram em Peso da Régua e foram mais uma boa ocasião para pesar e medir atitudes, comportamentos e acções… dos estudantes das gerações educadas nos últimos 40 anos, que se sentiram motivados a passar o testemunho e a seguir o exemplo.

Os professores têm a responsabilidade de transmitir valores éticos e morais, que incentivem o respeito, a empatia, a tolerância e a justiça.

Um professor é um modelo de comportamento e desempenha um papel fundamental na formação do carácter dos estudantes, pelo exemplo, pelas suas acções e pelas suas atitudes.

Os professores, ao agirem como modelos positivos, passando para os seus alunos empatia, respeito, integridade e responsabilidade são um exemplo poderoso de inspiração para que os estudantes adoptem essas características nas suas próprias vidas.

Um professor apaixonado pelo ensino tem uma dedicação aos seus alunos que os inspirará para a vida.

Todas as regras têm excepção e qualquer profissional é também um ser humano, sujeito a falhas e a dias menos bons. Isso pode acontecer – e acontece, naturalmente – com os professores. Reconhecer que se erra é uma parte importante de ensinar pelo exemplo e demonstra humildade, que transmite responsabilidade e a noção de que falhar faz parte do nosso dia a dia.

As recentes comemorações do 10 de Junho, presididas por um professor (aqui noutras funções), aconteceram em Peso da Régua e foram mais uma boa ocasião para pesar e medir atitudes, comportamentos e acções… dos estudantes das gerações educadas nos últimos 40 anos, que se sentiram motivados a passar o testemunho e a seguir o exemplo.

Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

D.N.
Jorge Conde
15 Junho 2023 — 00:19


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Quando a política vira comédia… ou drama

 

🇵🇹 OPINIÃO

Um “simples” adjunto de um ministro pode fazer cair o governo, obrigando a eleições antecipadas, se o bom senso do Presidente da República não prevalecer.

Nas últimas duas semanas o líder da oposição, ajudado por figuras do arquivo do próprio partido, tem conseguido distrair jornalistas e comentadores políticos com o desaparecimento/recuperação de um computador a que pretensamente se juntam agressões entre colegas ou ex-colegas de serviço.

Uma comissão de inquérito à TAP, cujo assunto é verdadeiramente importante, anda ocupada com o assunto do computador: interveio supostamente o SIS, onde deveria ter sido a Polícia Judiciária, ou a PSP, a mando não se percebeu ainda de quem, nem porquê.

Sejamos honestos: ao cidadão comum o assunto interessa pouco ou nada. Ainda que pareça que os elementos do governo envolvidos não estão à vontade com a história que veio a público e que as verdades possam não ser coincidentes, não justifica tanto e permanente alarido nos órgãos de comunicação, nem tão pouco inquirições na CPI de 7 horas aos envolvidos.

O que importa verdadeiramente no caso TAP é como estão a ser usados os milhões que os Portugueses lá investiram e quando é que a empresa deixa de precisar de ajudas financeiras que são necessárias para as melhorias que são urgentes na saúde, no ensino, na justiça, na ferrovia e em muitos outros investimentos essenciais.

Aos portugueses importa que governo e oposição se concentrem em apresentar soluções que melhorem financeiramente a vida de todos nós, que permitam melhores empregos, melhores condições de vida, menos impostos e mais qualidade dos serviços que destes dependem.

Os portugueses não precisam de instabilidade política permanente. Não precisam que o governo e a maioria falhem na gestão que lhes cabe, ou que adoptem comportamentos que ponham a causa a credibilidade das instituições e da acção política.

Mas precisam ainda menos de uma oposição sem ideias, que se limita a repetir até à exaustão que estamos muito mal e que é obrigatório mudar de governo, porque o SIS interveio e não devia.

Na realidade no meio de tanta distracção, ainda não ouvimos grandes comentários aos indicadores da economia, que cresceu 1,6% no primeiro trimestre do ano e ficou no pódio da zona euro, à travagem da inflação de 7,4% para 5,7%, ou à melhoria da confiança dos portugueses que atingiu o seu máximo desde Fevereiro de 2022.

Aos portugueses interessa verdade, seriedade, ética e bom senso, aplicados aos assuntos que podem mudar a vida de cada um.

Não nos esqueçamos que as mesmas forças políticas que reclamam eleições antecipadas, já o fizeram há um ano atrás, embora com outros protagonistas, tendo os portugueses respondido em sentido antagónico ao que estes pretendiam.

Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

D.N.
Jorge Conde
01 Junho 2023 — 00:25


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103: Os lucros dos bancos e a vida dos que deles dependem

 

🇵🇹 OPINIÃO

10 milhões de euros terá sido o lucro diário dos maiores bancos a operar em Portugal no primeiro trimestre do ano.

Parece mentira, numa altura em que os juros continuam a subir, motivados pela política do Banco Central Europeu e que afectam a vida de todos aqueles que dependem dos bancos para manterem a sua habitação, ou o seu carro, ou os filhos a estudar ou mesmo a sua empresa.

Como parecem mentira, por desajustados da realidade, os discursos da presidente do Banco Central Europeu de que a subida dos juros é inevitável para a contenção da inflação na Europa.

Não sou economista, mas não gosto das posições de Christine Lagarde e das suas equipas. Não esquecemos o péssimo trabalho que fez à frente do FMI, na estratégia da troika que geriu Portugal no início da década passada.

Recordamos todos que Lagarde admitiu erros na austeridade aplicada a Portugal. Erros fáceis de corroborar.

10 milhões diários – ou 300 milhões mensais – é o valor necessário para pagar o ordenado de um mês a 395 mil portugueses que ganhem ordenado mínimo.

Este é o valor conseguido entre outras operações, com o aumento da prestação da casa em cerca de 10% àqueles que, ganhando o ordenado médio português, compraram casa no limite da sua taxa de esforço.

10 milhões diários, ou o lucro de um dia, é o valor necessário para pagar as propinas do Ensino Superior a 15 mil jovens estudantes durante um ano e corresponde a cerca do dobro do que todo o Ensino Superior público português movimenta por dia.

Num estado de economia liberal tudo isto é normal e sabemos que é impossível condicionar os grandes grupos económicos e, nomeadamente, os bancos.

Legalmente nada haverá a apontar aos lucros que, na realidade, até são parcialmente motivados pela política europeia.

10 milhões diários, ou o lucro de um dia, é o valor necessário para pagar as propinas do Ensino Superior a 15 mil jovens estudantes durante um ano e corresponde a cerca do dobro do que todo o Ensino Superior público português movimenta por dia.

A banca reduz balcões e quadros de pessoal; o cliente faz hoje grandes deslocações quando necessita de serviços presenciais, quase sempre taxados por valores exorbitantes; o cliente serve-se cada vez mais dos canais online, ou seja, faz grande parte das tarefas que caberiam aos seus trabalhadores.

Ter conta bancária é uma obrigação, pelo que o sector deveria comportar-se parcialmente como se de um serviço público se tratasse.

Em contraponto ao que fica escrito, e vendo a questão pela perspectiva do Ensino Superior, importa dizer que uma pequeníssima parte deste lucro é investido, através das regras do mecenato, no reforço da missão do Ensino Superior, como a docência, a investigação e a transferência do saber, os desafios sociais, o meio-ambiente, em suma, a melhoria do bem-estar das comunidades.

Na semana passada 700 responsáveis do Ensino Superior de todo o mundo tiveram oportunidade de participar num conjunto de discussões exactamente sobre esse desenvolvimento que é promovido e patrocinado em várias centenas de milhões de euros por um dos mais lucrativos bancos.

Talvez não tivéssemos tanto espaço para criticar estes lucros exorbitantes se, mesmo sendo grandes, a aplicação destes fosse publicitada e realizada na melhoria do bem-estar e progresso das nossas comunidades, do planeta e da sociedade no seu conjunto.

Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

D.N.
Jorge Conde
18 Maio 2023 — 00:19


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60: A autofagia da maioria

 

“… Luiz Goes, cantor e compositor da canção de Coimbra, cantava: “É preciso acreditar, É preciso acreditar, Que esta chuva que nos molha, É um bem para se guardar…”

🇵🇹 OPINIÃO

António Costa não aceitou a demissão de João Galamba depois do triste episódio do assessor. O Primeiro-Ministro não gosta de remodelações, não gosta de pressões venham elas de onde vierem e age mostrando a certeza da sua autoridade.

Farei parte dos que acreditam nessa autoridade e na capacidade de liderança do Primeiro-Ministro, mas precisamos de a sentir. “À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo.”

António Costa ao escolher os seus ministros tê-lo-á feito acreditando que escolhia os melhores e mais competentes, garantindo que saberiam aproveitar a maioria absoluta para fazer andar Portugal, tanto mais que, há data em que o fez, era certo que teriam de gerir o País num tempo em que chegariam a Portugal muitos milhões de euros.

Acontece que neste curto período em que o governo de maioria está em funções, a sucessão de casos que o desgastam foi muito superior ao que seria desejável e ao que aconteceu nos últimos dois governos minoritários de António Costa.

Quer isto dizer que não basta ser um governo apoiado por uma maioria, é preciso parecê-lo. Não basta ter ministros competentes. É preciso que estes o pareçam.

Ora, o que se ouve nas ruas e é muitas vezes corroborado por altas figuras do PS é que ao governo falta competência. Voltando ao ditado da mulher de César: não basta ter competência, é preciso que pareça que tem competência.

O facto é que não parece em diversas áreas e, fundamentalmente, não se sente a autoridade que a competência deveria transmitir.

Costa mostra a autoridade que deve ter e parece ter autoridade, mas à sua volta o enquadramento desmente que o mesmo aconteça em diversas pastas.

O país que ofereceu a António Costa um terceiro mandato governativo e um mandato inequívoco esperava mais deste episódio. Esperava que este caso pudesse ser aproveitado para a remodelação que o país sente ser necessária.

Exemplificando: uma coisa é temperatura, outra é sensação térmica. Extrapolando: uma coisa é competência, outra é sensação de competência. Este caso poderia ter sido aproveitado para aumentar a “sensação” de competência e de autoridade que o País está necessitado.

Matematicamente o País está a melhorar nos indicadores que mostram o crescimento da economia e não só, mas o cidadão precisa de o sentir.

Luiz Goes (¹), cantor e compositor da canção de Coimbra, cantava: “É preciso acreditar, É preciso acreditar, Que esta chuva que nos molha, É um bem para se guardar…”

Os cidadãos precisam muito de acreditar que este governo governa, que o país se desenvolve, e que, mais do que o país, a vida das pessoas está melhor.

Era preciso que as pessoas e especialmente os mais jovens, vissem no governo e naqueles que o compõem um exemplo que os entusiasme para a nobre arte da política.

Só isso permitirá à democracia sobreviver à ausência de restrições à liberdade e ao convívio com movimentos antidemocráticos que dependem do lodo para levedar e assim crescer.

António Costa precisa de um governo que faça com que os Portugueses que lhe deram a maioria tenham a vontade de o repetir em cada dia do seu mandato.

Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

D.N.
Jorge Conde
04 Maio 2023 — 00:21

– (¹) Luiz Goes, um excelente médico estomatologista que me assistiu durante anos, ainda no tempo dos Postos das Caixas de Previdência que possuíam várias especialidades médicas: estomatologia, cardiologia, psiquiatria, clínica geral, raios X, enfermagem, entre outras.


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34: A academia, a liberdade e os estados de alma do governo e do povo

 

🇵🇹 OPINIÃO

A 17 de Abril comemorou-se o aniversário do “peço a palavra”. Alberto Martins, estudante da Universidade de Coimbra a 17 de Abril de 1969, numa cerimónia presidida pelo então Presidente da República Américo Tomás, pede a palavra em nome dos estudantes para contestar o regime. Era a crise estudantil de 1969 que abalaria o sistema e que fazia caminho para o fim da ditadura.

Ontem, a 19 de Abril, na Universidade de Aveiro, comemoraram-se os 50 anos do III Congresso da Oposição Democrática que aconteceu em Abril de 1973, já na recta final para a revolução de Abril.

Estes dois eventos são bem reveladores do papel que a academia sempre teve na liberdade de pensamento, na construção de uma sociedade crítica e livre que seja capaz de se questionar permanentemente e de garantir que todos podemos usar a liberdade individual, sem restrições que não sejam o respeito pelo bem comum.

É esse um dos principais papéis da literacia, nomeadamente da literacia política: criar no maior número de pessoas e, especialmente, nos jovens competências para o exercício da cidadania e do uso dos direitos da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Estamos perto de comemorar os 50 anos da revolução de Abril, numa altura em que o governo está sob forte contestação, nas ruas, nas empresas, na comunicação social e, obviamente, da oposição parlamentar.

Se esta última é permanente, tão permanente que é desvalorizada pela população mais esclarecida, já o que se vai passando na rua e nas empresas marca a agenda política. Casos como a TAP trazem elevado desgaste a quem governa e algum alento a quem quer governar tão rápido quanto possível.

Mas são também situações que nos fazem questionar o estado da democracia, da ética republicana e da renovação que importa fazer no modo como interpretamos os princípios que sustentam o regime e a forma como exercemos o poder.

A oposição interrompeu a legislatura anterior, na expectativa de chegar ao poder e de desgastar o partido do governo. Nas urnas o povo sufragou esse mesmo partido de forma clamorosa oferecendo-lhe uma maioria absoluta e reduzindo alguma da oposição a uma expressão mínima.

A saída para a rua da extrema esquerda, especialista no assunto, coadjuvada aqui e ali pelo sindicalismo afecto à direita democrática e pelo barulho da extrema direita tem levado a sociedade (o povo) a percepcionar uma realidade pior que a que efectivamente vivemos, ainda que não vivamos propriamente um bom momento.

Importa por isso que quem deve, leia-se quem lidera, seja capaz de transmitir segurança e poder suficientes para não deixar que um regime maioritário impluda por dentro.

Sabemos todos que essa é a melhor maneira de interromper um governo de maioria absoluta. O país não deve perder tempo com interrupções de legislatura, nomeadamente quando sabemos ser improvável encontrar uma situação parlamentar mais sólida que a actual. Mas, é o governo que tem de garantir que tal não é necessário.

Voltando ao ensino superior e ao papel que este teve e tem, na construção do pensamento e da acção democrática, importa que lhe continuemos a dar condições legislativas, financeiras, técnicas e humanas para exercer e fomentar o pensamento livre, que ajude a consolidar a democracia.

Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

D.N.
Jorge Conde
20 Abril 2023 — 00:19


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