296: Pedro Sánchez, o resistente

 

🇵🇹 OPINIÃO

O resultado das eleições em Espanha é complexo para se conhecer o próximo presidente do governo espanhol. Diria que é quase impossível de resolver – é um facto, há a possibilidade de bloqueio.

Tem que ser definidas as alianças e as coisas não estão fáceis.

A primeira conclusão é que as sondagens foram um fiasco, o PP e o Vox não tiveram uma maioria absoluta e por este andar ficarão na oposição. O Vox perdeu influência e isso não ajudou o PP.

O PSOE aguenta-se e resiste. No fundo o PP avança, mas o PSOE aguenta-se e pode ser governo.

Estas eleições convocadas para o dia 23 de Julho, por Pedro Sánchez ao sentir-se acossado pelo mau resultado das eleições municipais e regionais não foram clarificadoras e deixaram tudo num impasse.

Neste momento, há duas maiorias possíveis, dependendo do que cada uma das partes fizer ou disser.

Alberto Núñez Feijóo sofreu uma grande decepção porque sabe que, apesar de ter vencido pelo mínimo em votos e de ter mais 14 deputados do que o PSOE, é perfeitamente possível que não consiga governar. No fundo é uma vitória insuficiente.

A campanha de Feijóo, os pactos do PP com o Vox e uma última semana de vertigem, em que faltou a um debate, mobilizou o voto à esquerda muito mais do que estava previsto.

Pedro Sánchez pode escrever um “Manual de Resistência”.

O cenário político espanhol está completamente aberto e o novo presidente do governo no ar.

A Espanha votou um empate entre dois blocos, mas os números mostram que um dos dois, o da actual maioria, tem um assento a mais. E isso pode ser decisivo para governar o país. Caso contrário, haverá uma nova eleição.

Pedro Sánchez tem sete vidas e tudo leva a crer chefiará o próximo governo espanhol com mais ou menos negociações, sejam independentistas ou não. A esquerda nestas coisas é mais solidária e abdica de algumas questões. Num acordo tem que haver sempre cedências.

A democracia tem coisas do arco da velha, a chave decisiva para haver um governo depende de Junts, partido independentista de Carles Puigdemont fugido à justiça espanhola.

Quem está no poder, sempre que há eleições está em vantagem. Reparem que apesar da troika e todos os sacrifícios dos portugueses, o PSD, em 2015, venceu as eleições em Portugal, só foi apeado do governo pela notável habilidade de António Costa, em se aliar ao BE e PCP.

Em Espanha, Pedro Sánchez perdeu as eleições, mas pode muito bem suceder a si próprio, com um amplo acordo à esquerda.

Em democracia para governar não chega vencer, tem que se ter uma maioria absoluta ou uma maioria simples.

Aqui em Portugal, o PSD queria aproveitar a embalagem da vitória do PP, mas ficou-se pela intenção. O PSD para ser poder em Portugal tem que ser muito melhor.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

DN
Joaquim Jorge
29 Julho 2023 — 12:46


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
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263: Os portugueses têm o direito de saber quanto custa a nossa democracia

 

– Menos almoçaradas e jantaradas, menos recepções, menos viagens ao estrangeiro, menos subsídios de rendas, alimentação, deslocações, telemóveis, etc., etc., etc.. Eu, como cidadão que sou roubado no IRS, na qualidade de contribuinte viúvo, cujos subsídios de férias e de natal já não chegam para liquidar este famigerado imposto, faço parte do clube não dos Pensadores, mas dos alimentadores desta raça de políticos que apenas se chegam ao Povo aquando das Campanhas Eleitorais. E depois admiram-se da elevada abstenção…

🇵🇹 OPINIÃO

A propósito da question Rui Rio, a nossa democracia tem enormes gastos que era importante os portugueses saberem. Não é nada despiciendo pedir uma análise dos gastos da nossa democracia. Penso que é um direito dos cidadãos.

A democracia tem um custo, mas deve ser muito menor, deve-se reduzir os custos das campanhas eleitorais. A subvenção pública destinada ao financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais deve ser reduzida ao estritamente necessário.

Os portugueses não compreendem que se gaste tanto dinheiro para fazer política, como não compreendem que se gaste tanto dinheiro para apelar ao voto e cada vez menos gente vai votar. Há aqui qualquer coisa que não bate certo!

Um partido deveria financiar-se marcadamente com receitas próprias ou financiamento privado ou do bolso dos seus militantes e simpatizantes.

Os partidos políticos fazem parte da democracia, mas já deveriam há muito tempo, para bem da sua credibilidade e da própria democracia, reconhecer a realidade do nosso país e irem de encontro ao que pensam os portugueses – menos gastos com tudo que tenha que ver com política.

Os partidos políticos em vez de fazerem parte da solução são parte do problema. É muito mau, se os portugueses começam a pensar que a nossa democracia como funciona e com estes partidos e políticos estão a mais.

Os actores da política em Portugal continuam a dar tiros nos pés, todos os “casos e casinhos” que têm vindo a lume dão uma imagem hedionda e provocam asco.

A credibilização da política passa pelo exemplo e os políticos devem dá-lo.

Um estudo recente demonstra que os partidos políticos portugueses são os que mais recebem do Estado e que têm mais rendimento em relação ao PIB.

Se fossem os portugueses a decidir a grande maioria era a favor que os partidos nada recebessem em campanhas eleitorais e o estritamente necessário para o seu funcionamento. Todavia os senhores dos partidos votam em causa própria, o que está mal.

Verdade seja dita que Marcelo Rebelo de Sousa, político astuto e que percebe muito bem os sinais transmitidos pelos portugueses, foi na campanha eleitoral para as presidenciais o que menos dinheiro gastou tendo um superavit considerável (muito mais score em votos que despesa).

Os partidos políticos são, à partida, subvencionados pelo Estado. A cada partido que tenha concorrido a eleições legislativas é-lhe concedido uma subvenção anual. Essa subvenção consiste numa quantia em dinheiro equivalente à fracção 1/135 do valor do IAS, por cada voto obtido. O IAS (indexante de acção social).

Este ano, cada voto vale à volta de 3,2€. É também concedido aos partidos que, tendo concorrido à eleição para a Assembleia da República e não tendo conseguido representação parlamentar, obtenham um número de votos superior a 50 000 – foi o caso do CDS ( 89.181).

As subvenções para remunerações, assessoria e outras despesas do funcionamento dos grupos parlamentares representam 8 milhões de euros anuais.

Mas, a estes 8 milhões, se somarmos 17 milhões pela subvenção política aos partidos no final de cada ano de legislatura a democracia custa 25 milhões de euros por ano.

Ao apontar estes gastos não estou contra que se gaste dinheiro com a democracia e sou um anti-democrático.

Penso como Daniel Innerarity (professor catedrático da Filosofia Política e Social na Universidade do País Basco): “pior que haver maus partidos, é não haver partidos”.

Mas mete-me muita confusão numa democracia gastar-se tanto dinheiro público e haver tanta pobreza! A abstenção continua com números alarmantes.

O exercício da nossa democracia tem de ser revisto e os seus gastos serem menores. A nossa democracia fica muito cara aos portugueses e a grande maioria não se revê nesta ” democracia”, que se constata pela enorme abstenção que é o maior partido português.

Eu sou apologista que se repense os gastos com a nossa democracia: campanhas eleitorais; financiamento dos partidos, Governo, Presidente da República, deputados e autarcas.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

DN
Joaquim Jorge
18 Julho 2023 — 13:34



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236: PSD vs. ADSE

 

🇵🇹 OPINIÃO

O PSD apresentou um documento estratégico, que tem 25 propostas estruturantes para o sector da saúde e pretende transformar a ADSE num seguro universal de saúde.

O PSD deve ser claro nas suas propostas, não pode atacar António Costa por ser ambíguo e dissimulado em algumas medidas e depois ser como ele.

Quanto se vai descontar nesse seguro? Os direitos de anteriores beneficiários da ADSE serão salvaguardados? Esse seguro é obrigatório ou facultativo?

Quem fizer esse seguro como pode aceder ao SNS? Quem não fizer esse seguro como pode aceder a cuidados de saúde? Vamos lá esclarecer as pessoas, para saber com o que podem contar. O PSD nesta temática poderia fazer a diferença.

Quando muita gente critica a ADSE dizendo, “são uns privilegiados”, ” outros funcionários não têm esses direitos”, “blá-blá-blá”, quando se informa que é necessário fazer descontos do seu vencimento mudam de conversa.

Segundo a PORDATA, os beneficiários da ADSE são cerca de 1.200 mil ❓, porém só cerca de 800 mil é que estão sujeitos ao pagamento do desconto de 3,5% sobre a sua remuneração base, pensão ou reforma, subsídio de férias e subsídio de Natal.

As pensões de aposentação e de reforma dos beneficiários titulares, quando o seu montante for superior a 635€ ficam sujeitas ao desconto de 3,5%. Quem recebe abaixo de 635€ fica isento.

Numa família o cônjuge não está abrangido pelos direitos da ADSE, só em circunstâncias muito especiais. Os filhos usufruem de direitos até aos 26 anos de idade, desde que frequentem cursos de nível médio ou superior.

O mais irritante é haver portugueses que acham que a ADSE é algo que beneficia uns funcionários e não beneficia outros. Porém quem paga tem “alguns” direitos, com limitação de actos médicos.

Para quem ingressa, actualmente, na Função Pública os descontos da ADSE deixaram de ser obrigatórios e passaram a ser facultativos.

Descontar 3,5% do ordenado é algo brutal, supera em larga escala ter um seguro de saúde, ainda mais, que esse desconto é feito por 14 meses, e não, por 12 meses em cada ano.

Os portugueses estão preparados para fazerem estes descontos? O PSD tem alternativa para quem não o quiser fazer?

Há uma ideia que ter acesso à ADSE é um privilégio, mas não é verdade. Há subsistemas de saúde bem melhores: SAMS dos bancários (toda a família abrangida, marido, mulher e filhos) e dos funcionários do Parlamento (comparticipações na totalidade).

Muita gente beneficia da ADSE e não paga nada, está isenta de descontar. O critério de pagamento da ADSE é feito em função do vencimento, quem ganha mais paga mais, mas todos têm as mesmas regalias na doença.

Se, alguém que usufrui da ADSE, tivesse feito um seguro de saúde desde que começou a trabalhar, pagaria muito menos e teria no geral os mesmos direitos.

Quando se diz, “eu pago impostos tenho direito à saúde”. Deve-se esclarecer que os descontos para a segurança social são para no futuro ter direito à sua reforma.

Os descontos de IRS, são para a saúde, educação, justiça, pagar aos funcionários públicos, pagar aos membros do governo, deputados, etc. Um trabalhador não faz descontos específicos para o SNS.

E, como sabemos quem ganha o ordenado mínimo nem descontos faz. E, são cerca de 1 milhão de portugueses.

Convém o PSD ser claro e dizer como vai fazer, não chega avançar com uma ideia, é importante ver se é exequível e se os portugueses estão a fim de pagar esse seguro de saúde semelhante à ADSE.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

DN
Joaquim Jorge
05 Julho 2023 — 11:06


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94: Tabaco e Estado

 

“… O Estado tem tendência para tratar os seus cidadãos como atrasados mentais ou acéfalos, em que lhes indica tudo o que devem fazer.” “… Eu vivo numa sociedade livre e democrática, em que há o direito à liberdade de escolha, à privacidade e a fazer o que bem entendo sem prejudicar terceiros.

Eu também gostaria de dizer que aqui é que se encontra o busílis da questão: PREJUDICAR TERCEIROS… Quando era ainda muito moço (mas já trabalhava com 14 anos), cheguei a fumar 3 maços de tabaco/dia. Por indicação médica – que me receitou um “sobretudo de madeira” – fui reduzindo até deixar de fumar por completo. Por curiosidade, quando fui para a guerra, não fumava – e não comecei de novo a fumar – ao passo que muitos camaradas meus passaram a fazê-lo. E tabaco estrangeiro era mais barato que o nacional (Kent, Philip Morris, Marlboro, Camel, Chesterfield, Winston, Du Maurier, etc.). Embora concorde na generalidade com o cronista, há que realçar as palavras dele: “… há o direito à liberdade de escolha, à privacidade e a fazer o que bem entendo sem prejudicar terceiros.“, o que realmente não acontece porque muitas vezes estou sentado numa paragem de transportes públicos e tenho de desandar para outro lado porque um “responsável” começou a fumar ao meu lado… No fundo, é a merda de sociedade que temos… E não é necessário ser-se biólogo para chegarmos a esta conclusão: “quem quiser matar-se que o faça mas deixe viver quem preza a vida”!

🇵🇹 OPINIÃO

Gostaria de dizer que não fumo, nunca fumei e não bebo.

Vai ser mais difícil comprar tabaco e proibido fumar em esplanadas cobertas e nos espaços ao ar livre, próximo de edifícios com acesso público.

Não entendo mais estas proibições sobre as pessoas. O Estado tem a mania que é nosso paizinho, que nos diz o que devemos fazer ou não fazer. Rejeito completamente estas normas.

Em relação às normas, já existentes e restrições sobre o tabaco completamente de acordo, sempre que prejudiquem terceiros ( isto é não fumadores).

Mas fico-me por aí. Para mim um fumador não é um criminoso ou delinquente, assim como quem bebe álcool, consome gorduras, gosta de alimentos com muito sal e açúcar.

A população portuguesa precisa de ser informada e aprender que o tabaco tem efeitos nocivos sobre os pulmões, fígado, etc.

E, cada um em sua consciência fuma ou não fuma. E, já agora o álcool não prejudica a saúde? Claro que sim, tem efeitos nocivos no coração, cérebro, etc.

Mas a cruzada é contra o tabaco, o álcool tolera-se e aceita-se socialmente. Eu detesto estar à beira de alguém que bebeu demais e cheira a álcool.

Por exemplo, o governo quer proteger a saúde pública, mas depois da pandemia esqueceu-se de proteger a saúde mental.

O Estado tem tendência para tratar os seus cidadãos como atrasados mentais ou acéfalos, em que lhes indica tudo o que devem fazer.

Todavia há imensa dificuldade, até inoperância, para os cidadãos controlarem quem governa e toma decisões sem pés nem cabeça. A prestação de contas de um governo é deixada para as calendas gregas.

O governo deve ter uma maior exigência de informação do tabaco para os portugueses.

Eu vivo numa sociedade livre e democrática, em que há o direito à liberdade de escolha, à privacidade e a fazer o que bem entendo sem prejudicar terceiros.

No que é meu e nas minhas horas de lazer: fumo se me apetecer; ponho música se me apetecer; tenho um cão em casa se me apetecer; vejo televisão e os programas que me apetecer; durmo se me apetecer; falo do que me apetecer; como o que me apetecer; bebo o que me apetecer; etc.

Acho um absurdo, excesso de zelo e insensatez impor às pessoas de maior idade, com capacidade eleitoral, o que devem fazer ou não fazer. Só nos falta dizer em quem somos obrigados a votar!

Estou cansado deste Estado metediço, intrometido, pseudo-policial, meu paizinho. Sou a favor de uma sociedade livre, informada e responsável.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

D.N.
Joaquim Jorge
15 Maio 2023 — 12:38

 


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e Criador de Conteúdos Digitais


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