🇵🇹 OPINIÃO
O resultado das eleições em Espanha é complexo para se conhecer o próximo presidente do governo espanhol. Diria que é quase impossível de resolver – é um facto, há a possibilidade de bloqueio.
Tem que ser definidas as alianças e as coisas não estão fáceis.
A primeira conclusão é que as sondagens foram um fiasco, o PP e o Vox não tiveram uma maioria absoluta e por este andar ficarão na oposição. O Vox perdeu influência e isso não ajudou o PP.
O PSOE aguenta-se e resiste. No fundo o PP avança, mas o PSOE aguenta-se e pode ser governo.
Estas eleições convocadas para o dia 23 de Julho, por Pedro Sánchez ao sentir-se acossado pelo mau resultado das eleições municipais e regionais não foram clarificadoras e deixaram tudo num impasse.
Neste momento, há duas maiorias possíveis, dependendo do que cada uma das partes fizer ou disser.
Alberto Núñez Feijóo sofreu uma grande decepção porque sabe que, apesar de ter vencido pelo mínimo em votos e de ter mais 14 deputados do que o PSOE, é perfeitamente possível que não consiga governar. No fundo é uma vitória insuficiente.
A campanha de Feijóo, os pactos do PP com o Vox e uma última semana de vertigem, em que faltou a um debate, mobilizou o voto à esquerda muito mais do que estava previsto.
Pedro Sánchez pode escrever um “Manual de Resistência”.
O cenário político espanhol está completamente aberto e o novo presidente do governo no ar.
A Espanha votou um empate entre dois blocos, mas os números mostram que um dos dois, o da actual maioria, tem um assento a mais. E isso pode ser decisivo para governar o país. Caso contrário, haverá uma nova eleição.
Pedro Sánchez tem sete vidas e tudo leva a crer chefiará o próximo governo espanhol com mais ou menos negociações, sejam independentistas ou não. A esquerda nestas coisas é mais solidária e abdica de algumas questões. Num acordo tem que haver sempre cedências.
A democracia tem coisas do arco da velha, a chave decisiva para haver um governo depende de Junts, partido independentista de Carles Puigdemont fugido à justiça espanhola.
Quem está no poder, sempre que há eleições está em vantagem. Reparem que apesar da troika e todos os sacrifícios dos portugueses, o PSD, em 2015, venceu as eleições em Portugal, só foi apeado do governo pela notável habilidade de António Costa, em se aliar ao BE e PCP.
Em Espanha, Pedro Sánchez perdeu as eleições, mas pode muito bem suceder a si próprio, com um amplo acordo à esquerda.
Em democracia para governar não chega vencer, tem que se ter uma maioria absoluta ou uma maioria simples.
Aqui em Portugal, o PSD queria aproveitar a embalagem da vitória do PP, mas ficou-se pela intenção. O PSD para ser poder em Portugal tem que ser muito melhor.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores
DN
Joaquim Jorge
29 Julho 2023 — 12:46
Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator
published in: 2 meses ago