– O que ainda não consegui entender neste Portugalinho de incompetências canhestras, é de existir tanta propaganda pela vacinação e depois, na prática, existirem dificuldades sem nexo. Voltando atrás, a minha filha de 57 anos, diabética tipo 1 há 24 anos, precisa de levar as vacinas da gripe + covid-19. Na farmácia, informaram que a pessoas com menos de 60 anos, não podem dar a vacina covid-19 (???). A vacina da gripe tem de possuir receita médica e é paga (cerca de € 9,00!). Mas que merda de situação é esta, quando ela está desempregada há mais de sete anos, sem qualquer apoio social que a ajude a sobreviver senão a minha ajuda como pai? E do Centro de Saúde (USF), colocada esta questão, primeiro disseram que não tinham conhecimento de agendamentos, depois e após nova questão, remeteram para a Enfermagem a resposta (que ainda estou à espera!)… Tive de enviar um e-mail à Secretaria Geral do Ministério da Saúde a questionar esta situação, nem se dignaram responder! Porra, pá! É sufocante este tipo de atitudes!
🇵🇹 OPINIÃO
Terminam hoje os artigos sobre a era das vacinas. Poderão ter tido alguma utilidade aos leitores, visto que amanhã tem início a campanha para a estação fria que se avizinha que é centrada na indicação para serem administradas duas vacinas: gripe sazonal e covid-19.
A vacina para a gripe é tetravalente, visto que contempla dois vírus do tipo A e dois do tipo B.
Sublinhe-se que a vacina para a covid-19, lançada pela Pfizer com o nome de Comirnatyj, está já adaptada para as variantes do vírus que circulam em 2023-2024.
Ambas as vacinas são gratuitas e estão aconselhadas a adultos maiores de 60 anos de idade e a doentes com problemas crónicos. Este ano, pela primeira vez, podem ser administradas próximo da residência e sem qualquer despesa: vacinas e inoculações têm custo zero nas farmácias privadas habituais.
6 Ao terminar a Era das Vacinas, enumeram-se, a seguir, determinadas doenças que podem ser evitadas através da imunização com novas vacinas, já aprovadas.
Precise-se.
6.1 Para a ZONA, provocada pelo vírus herpes zóster, a nova vacina traduz a maior preocupação actual em vacinar adultos contra certas doenças, até aqui sem protecção. A vacina, fabricada pela empresa farmacêutica GSK, tem o nome comercial de Shingrix, poderá ser adquirida nas farmácias por prescrição médica.
6.2 Para a GRIPE há, agora, uma outra vacina, diferente da sazonal, também tetravalente, mas de alta dose. Foi apresentada pela Sanofi com o nome de Efluelda, sendo indicada para a população mais idosa. Em Portugal tem sido utilizada em lares (tudo indica com bons resultados).
6.3 Para a BRONQUIOLITE, está aprovada a indicação para as mulheres grávidas receberem a vacina contra a infecção originada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) considerada importante na perspectiva da protecção das crianças em relação à infecção provocada por aquele vírus. A vacina, preparada pela Pfizer, tem o nome de Abrysvo. Saliente-se que não é a primeira vez que uma vacina é administrada à mãe, durante a gravidez, para os anticorpos protectores passarem para o recém-nascido e, desta maneira, assegurarem protecção ao filho (prática há muito aconselhada, primeiro para o tétano e depois para a tosse convulsa).
6.4 Para a infecção humana por vírus MONKEYPOX existe a vacina denominada Imvanex, da farmacêutica BN.
6.5 O PALUDISMO, também chamado malária, é uma das doenças mais mortíferas do Planeta, especialmente em África. Atendendo à sua gravidade, foram muitos os cientistas que, a partir de 1960, procuraram, sem sucesso, uma vacina eficaz. Porém, em 2022, foi aprovada a primeira vacina pela Organização Mundial da Saúde, destinada a crianças. É segura e efectiva através de injecção muscular. Tem como nome comercial Mosquirix. Representa uma imensa esperança para reduzir a mortalidade abaixo dos 5 anos de idade nas regiões, sobretudo tropicais, onde os mosquitos Anófeles são vectores dos plasmódios (parasitas protozoários agentes do paludismo).
– Fui um dos “felizes” contemplados com paludismo a uma semana de regressar à Metrópole, finda a comissão de serviço em África. Com doses maciças cavalares no hospital militar de Bissau, consegui safar-me e pude embarcar sem problemas.
Nota final: Ao contrário das doenças infecciosas acima mencionadas, os cientistas não conseguiram afinar a vacina para a infecção provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), agente da SIDA. O vírus começou a circular há quase 50 anos e foi identificado em 1983, mas, apesar de não haver vacina, em compensação, o tratamento medicamentoso é muito eficaz, tendo tornado a SIDA uma doença crónica.
Ex-director-geral da Saúde
DN
Francisco George
27 Setembro 2023 — 00:25
Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator
published in: 3 horas ago