159: Pulseiras da primeira rainha do Egipto revelam negócios entre duas “grandes potências”

 

CULTURA // 🇪🇬 EGIPTO // NEGÓCIOS

Além da aparente ligação entre dois países, há informações sobre fontes de minério de prata, redes de troca de mercadorias e o fabricação de jóias.

Reprodução/Museu de Belas Artes de Boston

Reza a História que Hetepheres I foi a primeira rainha do Egipto, há cerca de 4.600 anos.

O seu marido foi o faraó Sneferu e mãe do rei Khufu – que encomendou a construção da Grande Pirâmide de Gizé.

As jóias da rainha inédita são a maior e mais renomeada colecção de artefactos egípcios de prata.

As pulseiras de prata que a rainha utilizou revelam as primeiras relações comerciais, aparentemente, entre Egipto e Grécia, duas grandes potências da História da Terra.

As pulseiras estavam escondidas na sua tumba.

Além da relação com a Grécia, a descoberta mostrou que os egípcios começaram a ter contacto com o minério muito antes do que se pensava.

O estudo, publicado no Archaeological Science Reports, analisou amostras das pulseiras com técnicas avançadas – para entender a composição dessas jóias especiais e identificar a sua origem.

As jóias tinham cobre, ouro, chumbo, e aplicações de pedras semi-preciosas.

Foram encontradas pulseiras de prata de uma rainha egípcia – mas o Egipto não tinha locais de prata nativa. A prata não foi produzida no Egipto.

Ou seja, as redes comerciais usadas pelo estado egípcio durante o início do Império Antigo, no auge da era da construção da pirâmide, seriam mais vastas do que se pensava, avisa a professora Karin Sowada em comunicado, de acordo com o portal Live Science.

Os arqueólogos acreditam que esta prata veio das Ilhas Cíclades, arquipélago no Mar Egeu a sudeste da Grécia. A origem alternativa é Lavrion, cidade portuária igualmente na Grécia.

O estudo também admite que a prata possa ter vindo, não dá Grécia, mas de Biblos (hoje cidade do Líbano).

Tudo estimativas, estudos – porque os textos egípcios antigos não deixam pistas.

Houve outras descobertas: “As pulseiras foram feitas com marteladas no metal frio e recozimento contínuo [um processo de aquecimento] para evitar quebras”, disse o professor Damian B. Gore.

As pulseiras podem ter sido combinadas com ouro para melhorar a sua aparência e a capacidade de serem moldadas durante a fabricação.

  ZAP //
8 Junho, 2023

 


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92: Os corpos de pedra de Pompeia não são o que parecem

 

CIÊNCIA // POMPEIA // ARQUEOLOGIA // CORPOS DE PEDRA

Os corpos de pedra são, na verdade, réplicas preenchidas com gesso baseadas nos restos mortais das vítimas da erupção do Vesúvio.

Valdiney Pimenta / Flickr

Em Outubro de 79 D.C., o Vesúvio entrou em erupção e arrasou a cidade italiana de Pompeia e a região envolvente, que ficou mergulhada em gás, lava e cinzas. Esta parte toda a gente já sabe.

O que muitos não sabem é que os famosos corpos de “pedra” das vítimas da tragédia, que são das principais atracções turísticas da cidade, não são exactamente aquilo que parecem.

Apesar de a visão das pessoas a transformarem-se totalmente em pedra à medida que a lava escorria pelo monte abaixo ser impressionante, a realidade não foi bem assim.

Na verdade, quem visitasse Pompeia antes do século XIX, não iria ver qualquer um destes corpos. Então, de onde é que estas estátuas vieram?

“A verdade é que não são corpos de todo. São o produto de engenhosidade arqueológica, datada da década de 1860″, explica Mary Beard, professora da Universidade de Cambridge, num artigo da BBC.

Já desde o século XVI que há registos de escavações em Pompeia, mas só em meados do século XIX é que a Pompeia que conhecemos hoje começou a ganhar forma, sob a direcção do arqueólogo Giuseppe Fiorelli.

À medida que as escavações avançavam, os cientistas começaram a notar algo estranho: uma série de buracos e cavidades que por vezes tinham restos humanos.

Estes eram os verdadeiros “corpos” das vítimas da erupção vulcânica.

“O material do vulcão cobriu os corpos dos mortos, endurecendo e solidificando à sua volta. À medida que a carne, os órgãos internos e as roupas se decompunham gradualmente, um vazio era deixado – que era uma impressão negativa exacta da forma do cadáver no momento da morte”, escreveu Beard.

Os arqueólogos rapidamente perceberam que, se colocassem gesso nos espaços vazios, o molde ficaria novamente completo e seria uma réplica exacta do corpo da pessoa.

As escavações modernas actualizaram ligeiramente os métodos para analisar o conteúdo destes corpos, com recurso a raios-X ou tomografia computorizada 3D, mas a elaboração de novos moldes pouco mudou.

Ocasionalmente usa-se uma resina epóxi transparente em vez de gesso, mas a mistura tradicional continua a ser a melhor opção para se ter uma réplica mais fiel à verdadeira pessoa.

  ZAP //
14 Maio, 2023


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