🇵🇹 OPINIÃO
A expressão popular “Quem sai aos seus…” — quando aplicada à saúde mental é, muitas vezes, real.
Sabemos que alguns problemas de saúde mental “trazem uma herança genética”, no entanto, o ambiente familiar contribui também, para o surgimento de doença mental.
Os pais e o ambiente familiar onde as crianças crescem, têm um papel muito significativo no desenvolvimento do ser humano.
E no âmbito da saúde psicológica, além das influências genéticas e hereditárias, o ambiente em que vivemos pode apresentar-se como um factor de risco (ou protector) no surgimento de sofrimento psicológico ou doença mental.
Sim, a ansiedade e depressão dos progenitores pode estar relacionada com o aparecimento de ansiedade e depressão nos filhos — as crianças são fortemente influenciadas (além da influência genética e hereditária) pelo ambiente onde crescem, incluindo a dinâmica familiar e as atitudes parentais.
Os pais são modelos comportamentais para os filhos e quando, por exemplo, os progenitores manifestam de forma constante: preocupação, inquietação, tensão, evitamento de situações mais desafiadoras, medo, pensamentos catastróficos, irritabilidade, tristeza, perda de interesse ou prazer pela vida, desesperança, pessimismo, diminuição da energia ou fadiga, dificuldades de concentração, instabilidade emocional, dificuldades na gestão do stress (…), os filhos vão desenvolver-se neste ambiente e interiorizar alguns destes comportamentos.
E se a dinâmica familiar, o comportamento (atitudes) e a saúde mental dos pais, podem ter grande impacto na saúde psicológica das crianças – mostra-se urgente o reforço e a consciencialização desta realidade, para que possamos procurar formas de minimizar o impacto e as possíveis consequências, para conseguirmos promover ambientes familiares mais saudáveis.
E ainda, que seja feita “uma monitorização” da saúde mental de crianças e jovens que crescem “nestes ambientes”.
Reconhecer os efeitos da ansiedade e depressão parental nas crianças por parte dos pais, pode ser o primeiro passo para uma procura de apoio ou intervenção adequada, seja a nível individual ou familiar — os pais devem lidar com a sua saúde mental, procurar ajuda e tratamento.
Desta forma, vão conseguir criar estratégicas mais saudáveis e benéficas para o crescimento e desenvolvimento dos seus filhos. Protegendo-os.
E ao investir na saúde mental e no cuidado parental, estaremos a construir um futuro mais saudável e resiliente para os “nossos miúdos”.
É urgente olhar a saúde mental como um dos pilares fundamentais ao bem-estar “geral”.
Psicóloga especialista em Psicologia Clínica e da Saúde
DN
Ana Carina Valente
16 Julho 2023 — 00:30
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published in: 2 meses ago