376: Não! Este texto não é a fingir

 

– Desconheço a que “marrecos” o cronista se refere, ou aos que se atiram para o chão (no futebol), ou outras vicissitudes contextualizadas na crónica porque não mencionam alvos. O texto pode não ser a fingir mas é obtuso quanto a destinatários. Se existem alvos, é por os “nomes aos bois” com se costume dizer na gíria popular!

🇵🇹 OPINIÃO

Copiar um texto é uma mentira. É uma simulação. É uma falsa verdade. É enganar o leitor.

Atirar-me para o chão, ou fingir uma agressão é igual. É mentir. É enganar o público, é enganar o árbitro.

É enganar os colegas. É desrespeitar a profissão. É não respeitar os outros colegas que escrevem, neste caso… que jogam.

Quanto vale um golo? Quanto vale um texto? Quanto vale o meu nome? E já agora… quanto vale a minha profissão?

Falo da nossa cultura do desporto. Da nossa cultura perante o desporto português. Ou deveria falar de conduta desportiva?

Qual o meu papel, perante as artes, a cultura e o ensino?

Qual o papel de um profissional de futebol na protelação e veiculação dos valores que a sua actividade dá ao seu público e à sociedade em geral?

© D.R. / Carlos Rosa

É como eu copiar um artigo e dizer que é meu.

Isso é enganar os meus pares. É burlar o público das universidades, os alunos, os professores e os investigadores. É ludibriar o público em geral e o público deste jornal!

É como eu fingir que este ou aquele texto é meu.

Se eu escrever um texto sobre um marreco que vive numa igreja em Paris, o texto não é meu. Todos sabem disso!

Mas se alguém na redacção achar graça e consentir a simulação e ele for publicado, a responsabilidade da mentira passa a ser partilhada. Tem culpa o meu colega cronista. Tem culpa o revisor. Tem culpa o editor. E tem culpa o director do jornal.

É o que somos.

Somos uma cambada de marrecos!

Somos coniventes.

Não podemos aceitar que alguém caia no chão para enganar os seus pares, da mesma forma que não podemos permitir que eu, de forma simulada, deixe cair umas palavras numa folha em branco, que não sejam minhas.

Não podemos permitir que uma mentira se torne verdade!

Porque aí, quando a verdade cair, duvido que alguém a consiga levantar!

Designer e director do IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia

DN
Carlos Rosa
06 Setembro 2023 — 00:48


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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375: Má aposta no país do esquecimento

 

– Não possuo nem nutro qualquer simpatia por esta governança, pela anterior ou por todas as outras anteriores (ainda menos). Por uma razão muito simples e que se resume apenas nesta análise: os políticos da governança, sejam eles quais forem, tenham eles a cor que tiverem, não governam para o país, para a melhoria de condições de vida dos portugueses, para o desenvolvimento social e económico de Portugal. Mas reconheço que o presidente da República (MRS) e toda a oposição que lhe é afecta (PPD), jornalixo – e não só -, pretendem derrubar esta governança porque ela é pretensamente de esquerda – que não é – e mesmo mal, vai andando conforme a competência de todos os ministros escolhidos. Basta ler a verborreia dos políticos da oposição, opinadores, comentadeiros de vão-de-escada, nomeadamente do PPD, CDS & afins, para chegar a esta conclusão. E nem é preciso ser-se analista político encartado! Bota abaixo com fartura… soluções, nenhumas, falácias até dizer chega!

🇵🇹 OPINIÃO

Uma grande diferença entre memória curta e memória de elefante não é o que se esquece ou é lembrado, mas sim, de certa forma, a oportunidade de quem é esquecido.

Galamba não ficou incomodado por Marcelo levar a gestão da TAP ao Conselho de Estado, porque imaginava que há informação que geralmente é limitada no tempo, desaparece num minuto, ou passado uns dias, ou no meio de uma silly season.

No calor do acontecimento, muita coisa se afigura diferente do que será dali a uns dias. É verdade que ninguém supunha que o Conselho de Estado se fizesse em duas partes, atravessado por umas férias de verão entre 21 de Julho e 5 de Setembro, mas adivinhava-se que a passagem do tempo traria novos acontecimentos e depressa se percebeu que a tensão entre Belém e S. Bento, desde o caso Galamba, haveria de ter novos episódios e divergências políticas.

Ainda assim, o Presidente não deixou cair a polémica à volta da TAP, falou criticamente do novo aeroporto e da privatização da companhia aérea.

Costa ficou em silêncio. E Marcelo voltou ao ataque na habitação, como de resto aconteceu, desde que vetou o pacote Mais Habitação, que deixou o primeiro-ministro debaixo de fogo vindo da Direita, como da Esquerda, e de vários quadrantes da sociedade, por causa de uma solução que insiste em avançar.

Costa ficou em silêncio nas críticas à Saúde. Outro dos temas quentes, com a falta de médicos, as sucessivas greves, o fecho de Urgências e um ministro da Saúde contestado pela degradação do Serviço Nacional de Saúde.

Já se esperava, de resto, que fossem estes os alvos das críticas do Presidente da República sobre a situação política, económica e social do País, numa altura em que os analistas realçam a discrepância entre a melhoria dos números económicos e as famílias, que não sentem qualquer melhoria no bolso.

Pelo contrário, a subida dos juros, a inflação que persiste e a menor capacidade de endividamento estão a tornar-se cada vez mais pesadas. Mário Centeno já alertou que, no final do ano, “cerca de 70 mil famílias poderão vir a ter despesas com o serviço do crédito à habitação permanente superiores a 50% do seu rendimento líquido”.

No fundo, o comunicado lacónico da Presidência da República, onde se lê apenas que “foi concluída a análise”, já foi antecedido por muitas análises e muitos recados de Marcelo.

Costa ficou calado no Conselho de Estado, mas horas antes desdramatizou o que lá pudesse ser dito. Disse que “a função de um primeiro-ministro não é ser comentador, mas ser fazedor, é fazer”. Há é uma grande diferença entre fazer e resolver. A aposta de um governante não pode ser no país do esquecimento.

Subdirector do Diário de Notícias

DN
Bruno Contreiras Mateus
06 Setembro 2023 — 00:02


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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