353: Salário mínimo não chega para as contas reais

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– Que dizer então dos miseráveis valores inferiores ao salário mínimo nacional, recebido pelos pensionistas? Já nem mencionando os desempregados de longa duração sem qualquer apoio social? Isso não conta para os “economistas” propagandistas do costume? Vibrava vê-los receberem € 650,00 ou menos, a terem de pagar rendas de casa de mais de 80% do rendimento – e não, não são casas em condomínios privados -, mais electricidade, água, gás, alimentação, farmácia, saúde, passe social de transportes, etc.!!! Seria um fartote vê-los a ganir por todos os lados!

🇵🇹 OPINIÃO

O número de trabalhadores por conta de outrem que recebem o salário mínimo nacional (SMN) desceu, no segundo trimestre, para o valor homólogo mais baixo desde o início da governação de Costa.

Comparando apenas 2022 com 2023, são menos 98 mil trabalhadores a auferirem o SMN. Hoje, a diferença entre homens e mulheres é de apenas cerca de cinco mil, o que a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, enaltece ao DN.

Acontece que, num período mais recente, saídos da pandemia, com a recuperação do turismo e do comércio, dada a escassez de mão de obra e a inflação a comer praticamente o valor real do aumento do SMN, conforme aponta o especialista em Economia do Trabalho, João Cerejeira, “as empresas sentiram-se pressionadas a aumentar mais os salários”.

Entre 2006 e 2023, os aumentos sucessivos do SMN geraram uma subida do poder de compra acumulado de 43%, enquanto o salário real médio nacional se ficou por um crescimento de apenas 4,2%, nota o economista João César das Neves no mais recente livro, escrito em conjunto com Luís Valadares Tavares, Portugal: porquê o país do salário abaixo de mil euros?, da D. Quixote. “Para o Governo é excelente, porque parece que melhora a situação dos trabalhadores sem gastar um cêntimo.

Quem paga o salário mínimo são as empresas, não o Estado, que, no entanto, fica com os louros políticos. Por outro lado, a medida beneficia evidentemente todos os trabalhadores que, no fundo da escala, mantêm o emprego”, explica.

Estando a evolução dos salários estritamente ligada à evolução da economia, é inegável a sua enorme dependência da produtividade do trabalho, em que o nosso desempenho é mau, nota César das Neves: “Ora, o que é especialmente grave é o desafio da produtividade estar ausente da agenda nacional, pois é tema que não surge no quotidiano nacional!” – dispara.

O problema é estrutural e as medidas governativas devem ser consequentes. Senão, continuaremos a assistir ao fenómeno da emigração de jovens talentos que procuram melhores condições lá fora.

Continuaremos a assistir a greves e manifestações dos médicos, que apontam para fragilidades gritantes do Serviço Nacional de Saúde. Vemos os professores em luta pela recuperação da carreira.

E vemos tudo isto a acontecer há demasiado tempo. A subida do salário mínimo não deixa de ser boa, não se pode é nivelar um país por baixo, com o valor dos salários médios reais ainda muito abaixo daquilo que é o custo real de vida dos portugueses. O País tem de nivelar por cima!

Subdirector do Diário de Notícias

DN
Bruno Contreiras Mateus
25 Agosto 2023 — 00:02


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



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One thought on “353: Salário mínimo não chega para as contas reais

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    – Que dizer então dos miseráveis valores inferiores ao salário mínimo nacional, recebido pelos pensionistas? Já nem mencionando os desempregados de longa duração sem qualquer apoio social?

    Isso não conta para os “economistas” propagandistas do costume? Vibrava vê-los receberem € 650,00 ou menos, a terem de pagar rendas de casa de mais de 80% do rendimento – e não, não são casas em condomínios privados -, mais electricidade, água, gás, alimentação, farmácia, saúde, passe social de transportes, etc.!!! Seria um fartote vê-los a ganir por todos os lados!

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