237: Epidemiologista diz que Portugal tem média diária de 10 óbitos por covid-19

 

– “… é “uma medida inteligente” as pessoas que estão infectadas ou têm sintomas como tosse, espirros, utilizarem por iniciativa própria, máscara para proteger os outros com os quais contacta no trabalho, nos transportes públicos, etc.”

🇵🇹 ⚕️ SAÚDE PÚBLICA // ⚰️ ÓBITOS // 🦠💀 COVID-19

Há 200 a 300 casos por dia, mas tal não representa a realidade. Prioridade é vacinar o máximo de pessoas de risco nas primeiras 10 semanas.

Portugal está com uma média diária de dez óbitos por covid-19 e entre 200 a 300 novos casos, números que representam “uma grande subestimação”, porque a maioria dos infectados já não reporta a situação, segundo o epidemiologista Carmo Gomes.

A poucos dias do arranque da campanha de vacinação sazonal de vacinação contra a covid-19 e a gripe (29 de Setembro), Manuel Carmo Gomes analisou a situação epidemiológica em Portugal do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19.

“Durante o verão o número de notificações de casos positivos de covid-19 manteve-se bastante estável entre os 200 e os 300 novos casos por dia. São os casos que temos conhecimento e representam uma grande subestimação relativamente à realidade porque a maior parte das pessoas agora faz um auto-teste e não reporta”, disse à agência Lusa o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Segundo o epidemiologista, os casos notificados derivam das pessoas que são internadas e fazem o teste à covid-19 que dá positivo ou de pessoas que estão mais preocupadas com o seu estado de saúde e vão aos cuidados de saúde primários e fazem o teste.

Analisando a circulação do vírus no verão, Manuel Carmo Gomes, membro da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, disse que em Junho e Julho registou-se um número mínimo de casos diários, abaixo dos 180, tendo subido em Agosto, chegando a atingir 600 a 650 casos por dia.

“Não há uma explicação segura acerca das razões pelas quais subiram. Provavelmente foram os mega acontecimentos que ocorreram em Agosto, com grandes aglomerados de pessoas”, mas essa subida parou e, neste momento, “já uma reversão” e “as coisas parecem estar a normalizar”, adiantou.

Manuel Carmo Gomes destacou o facto de o vírus não ter apresentado este verão, e ao longo de 2023, uma sazonalidade muito forte, ao contrário, por exemplo, da gripe.

“A covid manteve-se sempre circular com uma actividade bastante notável ao longo de todos os meses do verão e é previsível que agora os casos venham a subir com a entrada do outono, porque evidentemente as pessoas começam a estar mais tempo em recintos fechados não arejados, as escolas e o trabalho recomeçam, etc. Portanto, é de esperar que os casos agora voltem a ter um ressurgimento”.

No que diz respeito às unidades de saúde, o especialista disse que “o verão também foi muito estável”, com aproximadamente cerca de 200 pessoas internadas diariamente a testar positivo para a covid-19, sendo que muitas delas estavam internadas por outras razões de saúde. Destas 200, cerca de 10% estavam em cuidados intensivos, não necessariamente por causa da covid-19.

“Também em Agosto, com a subida dos casos, houve uma ligeira subida nos hospitalizados que testaram covid-19”, assinalou.

De acordo com o epidemiologista, os óbitos também estiveram sempre muito estáveis ao longo de todo o verão e variaram entre os três a seis óbitos por dia, tendo-se registado um mínimo em Junho (uma média de três óbitos diariamente) e uma subida em Agosto associada ao aumento de casos.

“Em finais de Agosto, Portugal atingiu os 10 óbitos por dia e é aí que estamos neste momento”, com uma média de 10 mortes por dia.

“Portanto, a covid continuou entre nós, não deu sinal de desaparecer, ao contrário de muitas outras doenças respiratórias (…) e continuou a evoluir sempre no sentido de fugir aos nossos anticorpos”, comentou, adiantando que desde Março se tornou dominante a sub-variante XBB do coronavírus que teve “muitas descendentes”, sendo a XBB.1.5 uma das “mais abundantes” e que vai ser utilizada na vacina contra a covid-19.

Prioridade é vacinar o maior número de pessoas de risco nas primeiras 10 semanas

Manuel Carmo Gomes apontou como “primeira prioridade” na campanha de vacinação que arranca em 29 de Setembro imunizar logo no início o maior número possível de pessoas de “grande risco”, já que a covid-19 não vai desaparecer.

“Não vale a pena ter ilusões de que vamos conseguir interromper a circulação do vírus. Não há país nenhum neste momento que tenha essa ilusão.

Portanto, a primeira prioridade é tentar cobrir, o mais possível, as pessoas que são de grande risco nas primeiras 10 semanas [da campanha de vacinação]”, para prevenir a doença grave e não sobrecarregar os hospitais.

“Se evitarmos que haja um número muito grande de pessoas a ir parar aos hospitais, estamos a reduzir o impacto e o objectivo é esse: proteger vidas e proteger também o sistema nacional de saúde, portanto, daí a razão de se dar prioridade a estas pessoas e é isso que vai acontecer”, reiterou.

Carmo Gomes, membro da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, afirmou que o vírus que está a circular não é o mesmo do início do ano, com capacidade de fugir aos anticorpos, sendo que a maioria da população já foi vacinada ou infectada há vários meses, o que faz com que a concentração de anticorpos no sangue esteja muito baixa.

Contudo, explicou o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a população continua protegida de doença grave, porque há uma parte do sistema imunitário que se mantém protector, o que se chama “imunidade celular”.

“Os anticorpos podem baixar, nós podemos ser infectados, mas a imunidade celular, que é uma segunda barreira de defesa do sistema imunitário, continua a proteger-nos contra doença grave e não há evidência (prova) que todo este novo jardim zoológico de sub-variantes do vírus seja capaz de vencer a nossa imunidade celular a não ser nas pessoas que têm doenças crónicas, as pessoas mais idosas que têm um sistema imunitário mais em baixo, imunocomprometido por qualquer razão. E são estas pessoas que nós priorizamos agora para a vacinação”, realçou.

Segundo o especialista, a vacina que vai ser administrada contra a covid-19 é monovalente, dirige-se apenas à sub-variante XBB.1.5 do coronavírus SARS-CoV-2, mas protege “contra a esmagadora maioria das variantes que estão a circular do vírus neste momento”, sendo que “não houve felizmente evidência (prova) de que estas novas sub-variantes sejam mais patogénicas”.

Manuel Carmo Gomes avançou que se sobrarem vacinas, provavelmente, serão disponibilizadas para toda a população que se queira proteger, mas ressalvou que a prioridade são as pessoas com risco significativo de ter doença severa.

“Nós sabemos que o risco de ir parar ao hospital de uma pessoa com mais de 70 anos, nomeadamente os mais idosos, os maiores de 70 e de 80, é muito maior do que uma pessoa de 50, 40, 30 anos”, vincou.

Questionado sobre se as pessoas mais vulneráveis deviam usar por sua iniciativa máscara em locais fechados com aglomerados de pessoas, o epidemiologista disse que é uma “medida inteligente” e que deve ser adoptada por “pessoas que não querem ser infectados de maneira nenhuma, e há 1.001 boas razões para não querer ser infectado, nomeadamente as pessoas que são mais frágeis ou que contactem com pessoas muito frágeis em casa, por exemplo”.

“Não creio que existam razões para estar a impor, excepto em situações muito particulares, como unidades de saúde, locais onde estão pessoas muito fragilizadas, a utilização de máscara neste momento. Não quer dizer que daqui a dois meses não mude de opinião (…).

Agora as pessoas têm que ter consciência de que têm que se proteger”, nomeadamente em locais onde o ar não está ventilado, espaços fechados com grandes concentrações de pessoas.

Por outro lado, também é “uma medida inteligente” as pessoas que estão infectadas ou têm sintomas como tosse, espirros, utilizarem por iniciativa própria, máscara para proteger os outros com os quais contacta no trabalho, nos transportes públicos, etc.

DN/LUSA
20 Setembro 2023 — 13:49


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“É mais importante saber se estão a ser tomadas medidas para evitar situações idênticas”

 

⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 🇨🇳☭ CHINA // 🦠COVID-19

O director-geral da OMS lançou outro apelo à China para que permita a entrada no país de nova equipa de cientistas para investigarem a origem do vírus.

O que poderá significar esta atitude? O infecciologista António Silva Graça assume ao DN não perceber o interesse deste apelo tanto tempo depois. E defende: “É mais importante a vigilância do trabalho em laboratório com alguns vírus”.

Só no início de Setembro é que a China deixou de pedir teste negativo à covid-19 à entrada no país.

Mais de três anos e meio depois de o vírus SARS-CoV-2, detectado pela primeira vez na província de Wuhan, na China, ter invadido o resto do mundo, há uma questão que continua em aberto: qual a sua origem?

É verdade que, em 2021, a China permitiu a entrada no país de uma equipa de cientistas indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que, juntamente com cientistas locais, investigassem a origem do novo coronavírus, mas até agora não há uma certeza.

Na altura, esta equipa da OMS tornou público não ter tido “acesso total” à informação, mas produziu conclusões, considerando não haver evidências que provassem que a origem estaria “na fuga de um laboratório” na cidade onde este tipo de vírus estava a ser estudado, privilegiando antes a hipótese de este coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um animal que actuou como intermediário entre o morcego e os seres humanos, possivelmente num mercado da cidade chinesa.

Tempos depois da divulgação destas conclusões, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, veio declarar que “todas as hipóteses continuavam em cima da mesa”.

O assunto parecia estar esquecido, até porque a evolução da doença está mais controlada com a existência das vacinas e porque a própria OMS considerou estarem reunidas as condições para que se decretasse com segurança o fim da pandemia, mas novas declarações do director-geral da organização, neste fim-de-semana, numa entrevista ao Financial Times, voltaram a surpreender.

“Estamos a pressionar a China para que forneça acesso total [à informação] e estamos a pedir aos países que abordem o assunto nas suas reuniões bilaterais [para encorajar Pequim a cooperar]”, afirmou.

O que terá levado a OMS a voltar ao assunto, ao fim de tanto tempo? Tedros Adhanom explicou que tal aconteceu porque, até à data, “a comunidade internacional não conseguiu determinar com certeza a origem da covid-19” e, além disso, a OMS não irá desistir dessa investigação.

Na entrevista explicava que “a OMS já pediu à China, por escrito, que forneça informações e estamos prontos a enviar uma equipa, se nos autorizarem a fazê-lo”. Insistindo: “Pedimos à China que seja transparente na partilha de dados, que efectue as investigações necessárias e que partilhe os resultados”.

É difícil encontrar explicação para o regresso ao tema

Para o infecciologista português António Silva Graça, que tem acompanhado e estudado a evolução do SARS-CoV-2 e da covid-19, “é difícil encontrar uma explicação para se estar agora, depois de tanto tempo, a insistir num tema que já foi tratado previamente”.

A não ser que haja “outras razões que não sanitárias por detrás neste momento”, porque, explica, tendo em conta a situação actual, “parece-me mais importante criar condições para que se possa fazer vigilância e um controlo rigoroso sobre o trabalho que é feito em laboratório com agentes biológicos críticos.

Este controlo não se faz e deveria ser feito por entidades competentes, como a OMS”.

Silva Graça sublinha que, “independentemente da causa que esteve na origem da pandemia, é importante agora que se tomem medidas para haver uma maior vigilância e controlo em relação a alguma situações”.

“Por exemplo, sabemos que alguns países têm hábitos culturais de consumo de animais que podem ser transmissores de vírus.

O que estão estes países a fazer do ponto de vista da vigilância na cadeia alimentar para evitar que este tipo de situação volte a acontecer no futuro? A minha preocupação é esta, não tanto saber a origem do vírus”, diz.

António Silva Graça defende que trabalho em laboratório com alguns tipos de vírus deveria ser mais vigiado pela OMS.

Para o infecciologista “é imprescindível que se pense, efectivamente, nas medidas que possam evitar o tratamento deste tipo de vírus a nível laboratorial sem controlo por parte da OMS”. Isto, por um lado.

Por outro, “é imprescindível que se tomem medidas do ponto de vista do comércio de animais e sobre a proximidade destes com as pessoas nos mercados – porque sabemos que há um risco grande de fazerem parte da cadeia de transmissão -, para se evitar que um vírus do grupo dos coronavírus possa dar o salto para a espécie humana”.

Mais de 700 milhões de infecções e quase 7 milhões de mortes

O médico reforça mesmo que a sua grande preocupação “é se estão ou não a ser criadas as condições para impedir que outros vírus possam levar-nos a uma situação semelhante”.

Recorde-se que o SARS-CoV-2, e de acordo com dados da própria OMS, provocou desde o início da pandemia mais de 770 milhões de infecções no mundo e quase sete milhões de mortes, mas há duas semanas o director-geral da OMS alertou novamente para mais um aumento de casos na Europa.

“As hospitalizações e as mortes por covid-19 estão a aumentar na Ásia Oriental e no Médio Oriente, assim como as hospitalizações na Europa, o que mostra que a covid-19 está a aumentar”, frisou, lamentando que, nesta altura, “só 43 países continuam a reportar as mortes [por covid-19] e apenas 20 dão dados de hospitalizações”.

O infecciologista português concorda que os dados agora recolhidos pelas autoridades são apenas indicativos, “não têm o valor que já tiveram no passado”, precisamente porque hoje em dia muitas pessoas já não fazem testes de diagnósticos nas farmácias ou nos laboratórios para que os resultados possam ficar registados no sistema informático.

Mas, na análise que faz aos dados divulgados pela DGS, diz que se pode verificar que Portugal também registou um aumento de casos, quando se compara os meses de Julho e de Agosto e o número de óbitos.

“O número de casos em Agosto foi sensivelmente o dobro dos que foram registados em Julho, e convém sublinhar que não estamos no inverno. Pelo contrário, tivemos uma onda de calor. Ou seja, as condições eram pouco propícias para os vírus respiratórios, mas, mesmo assim, houve uma duplicação”.

As autoridades chegaram a apontar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que reuniu mais de um milhão de pessoas, e os festivais de verão com razões para tal, mas a verdade, alerta o médico, é “que o aumento de casos não cessou nas semanas imediatas a estes eventos.

O que se verificou foi que esse aumento foi secundado por mais transmissão, mais pessoas infectadas”.

Em parte, refere, porque a população também deixou de ter noção de quando corre riscos maiores, esquecendo medidas de protecção. “É claro que a vacinação dá protecção para formas graves da doença, mas continua a permitir a transmissão”.

Portanto, diz, “a vacinação deve ser dada aos mais vulneráveis, quer por razões clínicas quer por faixas etárias, mas não me parece aconselhável que este reforço seja feito de forma generalizada.

Devemos estar atentos e, se quisermos reduzir o número de casos, voltar a relembrar as medidas que devem ser tomadas para evitar a transmissão.

É neste aspecto que me parece que está a faltar alguma iniciativa da parte da Direcção-Geral da Saúde. É preciso relembrar à população as medidas que evitam a transmissão”.

Na opinião de Silva Graça, “as pessoas já esqueceram as medidas que as protegem a elas próprias e aos outros”, sublinhando ser preciso saber quando usar uma máscara e até o gesto de etiqueta respiratória quando espirramos.

“Falamos da vacinação, mas temos descurado a recomendação das medidas de protecção”, afirma.

Os Números da covid-19

770.563.467 – De acordo com a actualização feita pela OMS, a 13 de Setembro, o SARS-CoV-2 já tinha provocado quase 800 milhões de infecções em todo o mundo.

Sendo que nos sete dias anteriores, havia registo de mais 17.576 novos casos. Quanto a óbitos, há quase sete milhões (6.957.216).

5.610.180 – Os dados da OMS indicam ainda que em Portugal já se contabiliza mais 5,6 milhões de infecções e 27.247 mortes.

Nos últimos 15 dias, o número de casos registou alguma variabilidade, oscilando entre os 203, nesta segunda-feira, e os 922, a 28 de Agosto.

Passou-se o mesmo com o número de óbitos que oscilou entre os 4 e os 15 neste período.

DN
Ana Mafalda Inácio
20 Setembro 2023 — 00:32


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185: EMA recomenda comercialização de vacina adaptada a sub-variante Ómicron

 

⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 🦠 COVID-19 // 💉 VACINAS

A vacina – conhecida como Comirnaty Omicron XBB.1.5 – destina-se a ser utilizada na prevenção da covid-19 em adultos e crianças a partir dos seis meses de idade.

© EPA/Carl Court

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla inglesa) recomendou esta quarta-feira a autorização de uma vacina adaptada à sub-variante XBB.1.5 do vírus Ómicron da covid-19.

A vacina – conhecida como Comirnaty Omicron XBB.1.5 – destina-se a ser utilizada na prevenção da covid-19 em adultos e crianças a partir dos seis meses de idade.

Em conformidade com as recomendações anteriores da EMA e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), os adultos e crianças a partir dos 5 anos de idade que necessitem de vacinação devem receber uma dose única, independentemente do seu historial de vacinação contra a covid-19.

As crianças entre os seis meses e os quatro anos podem levar uma ou três doses da vacina.

A recomendação foi transmitida à Comissão Europeia, para decisão.

Em 17 de Agosto, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) classificou linhagens recombinantes da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 como variantes de interesse, alertando para o aumento da propagação e da transmissão da covid-19 na Europa.

“O ECDC classificou todas as linhagens do tipo XBB.1.5 com a alteração adicional de aminoácidos F456L como variantes de interesse.

Isto deve-se a um rápido aumento da proporção destas variantes actualmente em circulação, que podem ter propriedades de fuga imunitária em comparação com as variantes que estavam anteriormente em circulação”, indica a agência comunitária em nota de imprensa então divulgada.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus detectado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e sub-variantes, umas mais contagiosas do que outras.

A doença foi classificada como pandemia em 11 de Março de 2020 e, em maio de 2023 deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.

DN/Lusa
30 Agosto 2023 — 15:05


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published in: 4 semanas ago

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157: Covid-19. OMS acompanha de perto nova variante do coronavírus

 

– O aumento de infectados em Portugal, deve-se ao festival da igreja católica, aos futebóis, aos concertos, à irresponsabilidade da sociedade e afins.

⚕️SAÚDE PÚBLICA // 🦠COVID-19 // OMS

A OMS decidiu classificar uma nova variante, que até agora só foi detectada em Israel, Dinamarca e EUA, “na categoria de variantes sob vigilância devido ao número muito grande (mais de 30) de mutações”.

© D.R

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta sexta-feira que está a acompanhar de perto uma nova variante do coronavírus responsável pela covid-19, mesmo que “o impacto potencial das numerosas mutações (…) seja desconhecido”.

A OMS decidiu classificar uma nova variante “na categoria de variantes sob vigilância devido ao número muito grande (mais de 30) de mutações”, de acordo com o boletim epidemiológico dedicado ao covid-19 e divulgado esta madrugada.

Até agora, esta nova variante só foi detectada em Israel, Dinamarca e Estados Unidos.

Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças confirmou que está também a acompanhar de perto a variante, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

Actualmente, apenas quatro sequências conhecidas desta variante foram identificadas, sem ligação epidemiológica associada conhecida, explicou a OMS.

“O potencial impacto das mutações BA.2.86 é actualmente desconhecido e está a ser cuidadosamente avaliado”, referiu a organização.

A OMS tem actualmente sete variantes classificadas como sob vigilância e três como variantes de interesse, incluindo a EG.5, cuja identificação foi comunicada pela primeira vez em Fevereiro.

Na semana passada, a organização advertiu que esta variante pode provocar um aumento na incidência de infecções e tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo.

O boletim da OMS diz que, entre 17 de Julho a 13 de Agosto, foram notificados mais de 1,4 milhões de novos casos de covid-19, um aumento de 63% em comparação com o período de 28 dias anterior. Pelo contrário, o número de mortes caiu 56% para mais de 2.300.

Centro europeu classifica novas variantes e alerta para propagação

Na quinta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) alertando para o aumento da propagação e da transmissão da covid-19 na Europa, “após vários meses de taxas de infecção muito baixas”, sem que de momento haja “sinais de aumento das hospitalizações ou de pressões sobre os sistemas de saúde”.

Numa nota de imprensa, o ECDC anunciou que tinha classificado as linhagens recombinantes da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 como variantes de interesse.

O centro sublinhou que estas linhagens “podem ter propriedades de fuga imunitária em comparação com as variantes que estavam anteriormente em circulação”, ou seja, as vacinas poderão ser menos eficazes.

O ECDC disse que “é pouco provável que os níveis atinjam os picos anteriores observados durante a pandemia de covid-19”, mas recordou que os indivíduos mais velhos e aqueles com doenças subjacentes podem desenvolver sintomas graves se forem infectados.

A agência europeia exortou os Estados-membros da União Europeia a alargarem a utilização das vacinas contra a covid-19.

Até 13 de Agosto, a OMS tinha registado mais de 769 milhões de casos confirmados e mais de 6,9 milhões de mortes causadas pelo covid-19 no mundo, embora a organização admita que os números reais sejam muito maiores.

DN/Lusa
18 Agosto 2023 — 09:14


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147: Casos de Covid-19 triplicaram na última semana em Portugal, mas sem gravidade

 

– SEM GRAVIDADE?? O que é que estes gajos entendem por GRAVIDADE?

“… Em Portugal, os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde dão conta de um pico no número de casos, desde o dia 6 Agosto até dia 10, de 152 casos diários para 448, quase que triplicaram em poucos dias, embora o número de óbitos se mantenha baixo, entre os 6 e 10 por dia.

Passar de 152 casos diários para 448 e de 6 a 10 mortos por dia, não é grave? Agradeçam ao festival da igreja católica e à completa indiferença com que a sociedade enfrenta esta pandemia!

🇵🇹 PORTUGAL // 🧑‍⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 🦠 COVID-19

A OMS veio alertar os países para a nova sub linhagem da Ómicron, EG.5 Eris, que está a caminhar a passos largos para se tornar predominante, pedindo-lhes que não descurem os sistemas de vigilância.

No último mês, o número de casos a nível mundIal registou um aumento da ordem dos 80%.

Em Portugal, na última semana, os casos diários passaram de 152 para 448. O pneumologista Filipe Froes diz que tal pode estar associado à nova variante, mas também à JMJ.

Nova variante e JMJ podem ter levado a a um aumento de casos em Portugal.
© Álvaro Isidoro Global Imagens

Há quanto tempo não ouvia falar do coronavírus que no final de 2019 invadiu o mundo – o SARS-CoV-2 – ou da Covid-19? Provavelmente, desde há três meses, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da pandemia numa reunião a 5 de Maio.

Mas o aparecimento de uma nova sub-linhagem do vírus, a EG.5, Eris, que deriva de uma sub-variante da ómicron, a XBB.1.9.2 – e que foi detectada em Fevereiro deste ano, tendo sido identificada em Portugal há cerca de um mês -, fez com que os alarmes soassem de novo junto do Comité de Peritos desta organização, que já veio pedir aos países para estarem atentos e não descurarem a vigilância.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom, fez na sexta-feira passada uma actualização do número de casos registados diariamente em todo o mundo – 1,5 milhões, no último mês, o que representa um aumento da ordem dos 80% em relação aos 28 dias anteriores, atingindo sobretudo países como a China, Estados Unidos da América, a Coreia do Sul e o Japão.

No entanto, no mesmo período, a mortalidade teve uma queda acentuada, da ordem dos 57%, ficando pelos 2.500 óbitos diários.

Em Portugal, os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde dão conta de um pico no número de casos, desde o dia 6 Agosto até dia 10, de 152 casos diários para 448, quase que triplicaram em poucos dias, embora o número de óbitos se mantenha baixo, entre os 6 e 10 por dia.

Ao DN, o pneumologista e ex-coordenador do Gabinete de Crise Contra a Covid-19 da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, explica que este aumento pode derivar da nova variante EG.5, que se está a replicar rapidamente, devendo mesmo tornar-se predominante, mas também do evento que foi a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu muitos milhares de jovens.

“Se estiveram reunidas condições para que fosse possível uma maior transmissibilidade, é certo e sabido que teremos um aumento de casos em Portugal e nos países de origem dos peregrinos na semana passada e que este continuará a sentir-se nos próximos dias”.

Mas, reforça, “a esmagadora maioria das pessoas que lá estiveram eram jovens e saudáveis, não integravam grupos de risco, e mesmo que haja aumento de casos não é expectável um aumento de hospitalizações”.

Filipe Froes argumenta que esta nova sub-linhagem da ómicron veio relembrar dois aspectos essenciais: “O primeiro é que o vírus veio para ficar e que deve permanecer integrado nos sistemas de vigilância mundiais; o segundo tem a ver com a necessidade de vacinar os grupos de risco sazonalmente”.

Ou seja, previsivelmente, no próximo outono-inverno “a campanha da vacinação contra a Gripe vai ter de incluir também uma campanha de vacinação contra o SARS- CoV-2”.

O médico acrescenta que em termos de gravidade, pelo menos até agora, “não há indicação que esta tenha aumentado com a EG.5”.

A própria OMS confirmou “não haver dúvida que o risco de doença grave e de morte é muito menor agora do que há um ano, graças ao aumento da imunidade da população obtida por meio da vacinação, infecção ou ambos, e ao diagnóstico precoce combinado a um atendimento clínico melhor”.

Mas, a verdade, sublinhava o director-geral na semana passada, é que “o risco da covid-19 para a saúde pública global ainda é alto”.

Ameaça futura

O pneumologista português destaca mesmo: “Vivemos um momento único” na luta contra o vírus, porque “a maior parte da população está vacinada com várias doses ou já teve a infecção, portanto está protegida para as variantes e sub-variantes da ómicron que vão aparecendo.

Daqui a um ano será diferente, porque, provavelmente, já não temos o nível de protecção que existe agora, tendo os países que preparar-se para uma possível variante de maior gravidade”.

Para Filipe Froes este é um dos aspectos a ter em conta para o futuro: “Variantes com maior gravidade devido à perda de imunidade da população. Daí a importância de os países manterem uma monitorizada apertada através dos sistemas de vigilância mundiais”.

Os EUA, onde os casos têm crescido, já avisaram que querem começar a vacinar a população no próximo mês com novas vacinas, mais adaptadas às sub-variantes e sub-linhagens da ómicron, mas os especialistas receiam que desta vez não haja uma adesão tão forte à vacinação.

Perante esta realidade, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom, realçou na sexta-feira que “os números divulgados não reflectem a situação real, já que os testes de diagnóstico e a monitorização da pandemia também diminuíram”.

Daí, reforçou, a necessidade de os países manterem “os programas nacionais para a covid-19 actualizados; manterem a manutenção da vigilância colaborativa para a doença, de forma a conseguir detectar alterações significativas no vírus e tendências sobre a gravidade da doença e imunidade da população, como manterem a continuidade da divulgação dos dados à OMS ou em fontes abertas, especialmente os relacionados com óbitos, casos graves, sequenciamento genético e eficácia das vacinas”.

DN
Ana Mafalda Inácio
15 Agosto 2023 — 00:17


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136: Covid-19. OMS adverte que estirpe EG.5 pode aumentar infecções e tornar-se dominante

 

⚕️SAÚDE PÚBLICA // 🦠COVID-19 // ESTIRPE EG.5

Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos na semana de 17 a 23 de Julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu esta quarta-feira que a estirpe EG.5 do SARS-CoV-2, classificada de interesse, pode provocar “um aumento na incidência” de infecções e “tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo”.

Em comunicado, a OMS justifica o alerta com o facto de esta linhagem, resultante da sub-linhagem recombinante XBB.1.9.2 da variante Ómicron, apresentar “características que escapam aos anticorpos” e estar em “vantagem de crescimento”.

A OMS ressalva que, apesar destes factores e da “prevalência aumentada” da EG.5, não foram reportadas até à data alterações na gravidade da doença covid-19 (causada pelo SARS-CoV-2) e o risco para a saúde global que a variante representa é baixo.

Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos na semana de 17 a 23 de Julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4% (quatro semanas antes, a prevalência situava-se em 7,6%).

A estirpe EG.5 foi comunicada pela primeira vez à OMS em Fevereiro e em 19 de Julho foi designada como variante sob monitorização.

Agora, face à “avaliação de risco” feita, a OMS decidiu classificar a EG.5 (e as suas sub-linhagens) como variante de interesse.

A linhagem EG.5 tem uma mutação adicional no aminoácido F456L na proteína da espícula do SARS-CoV-2 (proteína da superfície do coronavírus que se liga às células humanas) quando comparada com a sub-linhagem recombinante XBB.1.9.2 que lhe deu origem e com a sub-linhagem recombinante XBB.1.5, ambas da variante Ómicron.

A sub-linhagem EG.5.1 tem, ainda, mais uma mutação na proteína da espícula e representa 88% das sequências genéticas disponíveis para a estirpe EG.5 e as suas sub-linhagens.

À data de segunda-feira tinham sido submetidas à plataforma internacional de partilha de dados genómicos GISAID 7.354 sequências genéticas da EG.5 de 51 países, incluindo Portugal, que enviou 115 sequências, de acordo com a OMS.

China lidera a lista de países com mais sequências genéticas da EG.5 submetidas (2.247), seguindo-se Estados Unidos (1.356), Coreia do Sul (1.040) e Japão (814).

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus detectado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e sub-variantes, umas mais contagiosas do que outras.

Desde 11 de Março de 2020 que a covid-19 é uma pandemia. Em maio passado deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.

DN/Lusa
09 Agosto 2023 — 21:36

JÁ SE ESQUECERAM DO BICHO???


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22: Portugal deitou ao lixo 3,5 milhões de vacinas contra a covid-19

 

🇵🇹 PORTUGAL // VACINAS // LIXO // COVID-19

Portugal deitou ao lixo 3,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. A Comissão Europeia está a renegociar os contratos de fornecimento.

Hannibal Hanschke / AFP

Se no início da pandemia as vacinas chegavam a um ritmo mais lento do que o desejado, agora os países não sabem o que fazer com o excesso de vacinas contra a covid-19. Portugal deitou ao lixo 3,5 milhões de doses, mas há países que desperdiçaram ainda mais.

Isto faz com que a Comissão Europeia esteja a tentar renegociar com as farmacêuticas os contratos de fornecimento, avança o jornal Público esta segunda-feira.

No pico da pandemia, várias nações encomendaram milhões de doses para fazer frente ao coronavírus. No entanto, agora, com a estabilização da situação epidemiológica, ninguém sabe o que fazer com as vacinas que sobram e cuja validade é reduzida.

Foi neste contexto que Portugal teve de deitar fora “aproximadamente 3,5 milhões de doses” de vacinas, segundo o Ministério da Saúde.

É “uma taxa de inutilização de 8,5%”, precisa a tutela, sublinhando que, ainda assim, é uma das “menores taxas de inutilização a nível europeu”, graças à “conjugação da grande adesão dos portugueses à vacinação” e “uma eficaz e responsável gestão do aprovisionamento”.

De acordo com o Público, os contratos com as farmacêuticas são confidenciais e os valores não são revelados. Porém, são muitos os milhões de euros que estão a ser desperdiçados e, a continuar assim, seriam muitos mais milhões no futuro.

Dados do Ministério da Saúde revelam que entre 2020 e este ano, Portugal celebrou 14 contratos com seis fornecedores de vacinas e que foram entregues cerca de 40 milhões de um total de 61,7 milhões de doses encomendadas e adquiridas para o período até 2023.

Deste total, cerca de 28,5 milhões de doses foram usadas, sensivelmente 8,1 milhões foram doadas e mais de 2,6 milhões foram revendidas a outros países.

“A Comissão Europeia, em representação dos Estados-membros da União Europeia, está a conduzir o processo de renegociação de um contrato assinado em 2021, no sentido de o ajustar às actuais circunstâncias epidemiológicas e estratégias de vacinação de cada Estado-membro, flexibilizando-se as quantidades e compromissos de entrega”, explicou o Ministério da Saúde, ao jornal Público.

Na passada sexta-feira, o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência global para a covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.

O último dos 10 centros de vacinação contra a covid-19 a funcionar em Lisboa encerrou a 27 de Março. Nos dois anos em que estiveram a funcionar , estes espaços administraram 1,48 milhões de vacinas.

Segundo dados divulgados em Setembro pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, neste momento quase todos os portugueses estão imunes à covid-19: 95,8% das pessoas que vivem em Portugal têm anticorpos contra o coronavírus. A região Norte e os jovens entre 20 e 29 anos são os “mais protegidos”.

ZAP //
8 Maio, 2023


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16: OMS declara o fim da pandemia de covid-19. Fez 20 milhões de mortos

 

COVID-19 // OMS // MORTOS

O secretário-geral da Organização Mundial de Saúde assume que a doença deixou de ser uma emergência global, mas “isto não significa que tenha deixado de ser uma ameaça para a saúde”.

© Fabrice COFFRINI / AFP

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta sexta-feira o fim da pandemia de covid-19, três anos e quatro meses depois de ter sido decretada, mais concretamente a 11 de Março de 2020.

“É, com grande esperança, que declaro o fim da covid-19 como uma emergência de saúde global. Contudo, isto não significa que a covid-19 tenha deixado de ser uma ameaça para a saúde a nível global.

Na semana passada, a covid-19 tirou uma vida a cada três minutos e estas são apenas as mortes de que temos conhecimento”, disse Tedros Ghebreyesus, director-geral da OMS.

De acordo com aquele responsável, a pandemia provocou a morte de “pelo menos 20 milhões de pessoas” em todo o mundo, quase três vezes mais do que aquilo que é a estimativa oficial. Terão sido ainda diagnosticados mais de 765 milhões de infecções.

Em conferência de imprensa, Tedros Ghebreyesus reforçou a ideia de que a doença não deve ser desvalorizada após este anúncio, assegurando que ela continua a ser um risco para a saúde.

“Este é o tempo dos países fazerem a transição do modo de emergência para a começarem a gerir a covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas”, disse o secretário-geral da OMS, acrescentando que esta “não foi uma decisão precipitada”.

“Trata-se de uma decisão que foi ponderada com cuidado durante algum tempo, planeada e tomada com base numa análise atenta dos dados. Se for necessário, não hesitarei em convocar outro comité de emergência caso a covid-19 volte a colocar o nosso mundo em perigo”, acrescentou.

Em Portugal, os primeiros casos desta doença foram diagnosticados a 2 de Março de 2020 e, duas semanas depois, o País entrava no seu primeiro estado de emergência. No total, Portugal contabilizou 26 mil mortos, sendo que mais de 5,5 milhões de pessoas contraíram o vírus.

É o “momento certo” de avançar para a gestão da doença

O comité de emergência da OMS considerou ser este o “momento certo de avançar” para a gestão da covid-19, que deixou de ser um “evento incomum e inesperado” que justifique um nível de alerta mais elevado.

“Embora a emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês) tenha sido um instrumento valioso para apoiar a resposta global à covid-19, o comité concordou que é o momento certo para avançar para a gestão a longo prazo do SARS-CoV-2 como um problema de saúde contínuo”, adiantou a OMS em comunicado.

Na reunião de quinta-feira, os peritos do comité avaliaram a situação da pandemia à luz dos três critérios definidos na PHEIC: Se a covid-19 continuava a constituir um evento extraordinário, se se mantinha o risco de saúde pública para outros Estados através da disseminação internacional e se potencialmente requeria uma resposta internacional coordenada.

De acordo com a OMS, o comité de emergência considerou que, embora o SARS-CoV-2 continue a circular e a evoluir, com o risco de surgimento de novas variantes, “já não constitui um evento incomum ou inesperado”, mas Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que pode voltar a convocar esse órgão, se a situação vier a exigi-lo.

“Chegar ao ponto em que a covid-19 pode ser considerada como não constituindo mais uma PHEIC deve ser visto como um reconhecimento à coordenação internacional e ao compromisso com a saúde global”, destacaram ainda os especialistas.

Na sequência da decisão hoje tomada, a OMS recomendou aos países que actualizem os planos de preparação para pandemias de agentes patógenos respiratórios, incorporando as aprendizagens da covid-19, e que restaurem os programas de saúde afectados pela pandemia.

Além disso, devem integrar a vacinação contra a covid-19 nos programas de vacinação ao longo da vida, assim como manter os esforços para aumentar a cobertura vacinal contra a covid-19 para todas as pessoas dos grupos de alta prioridade.

A organização recomendou ainda que os países continuem a levantar as medidas de saúde relacionadas com viagens internacionais, com base em avaliações de risco, e a deixar de exigir comprovativos de vacinação como pré-requisito para essas deslocações.

No seu parecer à OMS, os membros do comité destacaram a tendência decrescente das mortes por covid-19, a diminuição das hospitalizações e dos internamentos em unidades de cuidados intensivos e os elevados níveis de imunidade da população mundial ao SARS-CoV-2.

Segundo a OMS, a nível global, foram administradas cerca de 13,3 mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19.

Actualmente, 89% dos profissionais de saúde e 82% dos adultos com mais de 60 anos completaram a vacinação primária, embora a cobertura nesses grupos prioritários varie em diferentes regiões do mundo.

“A covid-19 deixou — e continua a deixar — cicatrizes profundas no nosso mundo. Essas cicatrizes devem servir como um lembrete permanente do potencial de surgimento de novos vírus, com consequências devastadoras”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

D.N.
DN/Lusa
05 Maio 2023 — 14:36


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15: O Longo Covid é a grande herança da pandemia e Portugal já deve ter mais de 330 mil doentes

 

SAÚDE PÚBLICA // LONGO COVID

A OMS decretou o fim da pandemia três anos depois do seu início, mas com um alerta especial para o Longo Covid, tendo mesmo avançado com um plano de abordagem de emergência para a doença. E aconselhou os países a fazerem o mesmo.

Em relação a Portugal, o pneumologista Filipe Froes diz ao DN não haver outra alternativa senão a da criação de um plano nacional, para que estes doentes sejam tratados de forma estruturada, ao mesmo tempo que se optimiza recursos e se garante a sustentabilidade dos serviços de saúde.

OMS diz que continua a haver pessoas a lutar nas UCI contra a Covid-19 e que vigilância não pode abrandar.

Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde anunciou ter um novo plano global para a gestão da covid-19 até 2025, por causa dos milhões de casos de Longo Covid que “vão continuar a necessitar de cuidados médicos”.

Na quinta-feira, assumiu manter-se a tendência de há meses, que é a de redução de mortes, mas alertando para o facto de ainda haver alguma incerteza sobre o vírus – aliás, frisou bem que um dos erros que está ser cometido pelos países é o de estarem a baixar a guarda na monitorização e na vigilância.

Um alerta que levou alguns especialistas a considerarem que, afinal, não era agora que se iria colocar um ponto final no estado de emergência à escala global, mas, 24 horas depois, ao início da tarde de ontem, em Genebra, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, veio confirmar este mesmo cenário, dizendo que tinha aceite a recomendação do Comité de Emergência, declarando assim “o fim da emergência de saúde para a covid-19 a nível global”.

O pneumologista e ex-coordenador do Gabinete de Crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, explicou ao DN que os passos dados pela OMS, durante este semana, foram no sentido de alertar os países que, em primeiro lugar, “o Longo Covid é a grande herança deixada pelo SARS-CoV-2”, em segundo que, “apesar da melhoria epidemiológica à escala global, a menor monitorização da doença, sobretudo nos países mais desenvolvidos, e, em particular, nos EUA e na Europa, pode estar a dar um retrato menos adequado da doença, e que é preciso manter os sistemas de vigilância”, para eventuais respostas ao aparecimento de novas variantes mais perigosas. E, em terceiro lugar, que “a situação epidemiológica pode ser gerida país a país”. Por isso mesmo, decretou “o fim da pandemia”.

Mas, no entender de Filipe Froes, há um alerta que nenhum país pode descurar e, esse, é o da abordagem à nova doença que é o Longo Covid, nomeadamente Portugal, porque, “segundo os dados da OMS, estima-se esta esteja a atingir, em média, 6% dos infectados, o que significa que no nosso país, e se tivermos em conta os 5,5 milhões de casos registados, que já há entre 330 mil a 350 mil doentes.

É um dado brutal em termos de cuidados assistenciais nos serviços de saúde”. O médico reforça mesmo que, ao fazer este alerta, “a OMS está a dizer aos países que o Longo Covid é uma grande preocupação sua e que vai ser uma das maiores sobrecargas a nível dos cuidados assistenciais nos serviços de saúde, os quais, em muitos países, já estão debilitados pela luta contra a pandemia durante os últimos anos “.

Portugal, por exemplo, reforça o médico, “foi dos países que teve menor capacidade assistencial não covid durante a pandemia e, agora, vai ter de lidar com a nova doença”.

Por isso mesmo, defende, tanto o nosso país como outros, na mesma situação, “não têm outra alternativa senão fazerem o que a OMS recomenda, que é criar condições para avançarem com um plano nacional para a abordagem do Longo Covid. Senão, arriscam-se a tratar estes doentes de uma forma não estruturada, com piores resultados e com maior consumo de recursos”.

Na sua opinião, “a criação de um plano nacional permitirá tratar melhor estes doentes, com melhor utilização de recursos, garantindo a sustentabilidade do SNS.”

Filipe Froes destacou que a existência de um plano nacional para o tratamento dos doentes com Longo Covid é fundamental, não tanto pelos doentes que podem continuar a aparecer – embora em menor número – porque há factores que têm reduzido o risco de desenvolvimento de Longo Covid, como a vacinação, o uso de antivirais no tratamento e a própria evolução do vírus, mas “pelos doentes que já foram afectados pela doença”, recordando as estimativas da OMS que apontam para que “só menos de 15% destes doentes é que consegue recuperar-se até ao fim de ano de desenvolver os sintomas”.

Portanto, “estes doentes precisam de um seguimento que lhes garanta o acesso à investigação que está a ser feita para novos tratamentos, a todos os exames de que necessitam”, porque se estes doentes não recuperarem isso vai ter impacto na qualidade de vida em sociedade, como no absentismo laboral e escolar, e na vida pessoal.

O ex-coordenador do gabinete da Ordem destacou mesmo que “o Governo já deveria estar a avançar para as condições que permitissem criar este plano nacional de abordagem para a doença pós-covid com o foco na criação de centros de referência, para haver uma abordagem estruturada e assente na melhor evidência com o objectivo de se atingirem os melhores resultados”.

Senão, “vai ser um problema enorme para o SNS, já viu o que é ter de acompanhar mais de 330 mil novos doentes?”.

De acordo com o médico, os doentes com Longo Covid continuam a chegar às consultas, três anos depois do início da pandemia, “com uma grande variedade de sintomas e muitos deles já com muitas consultas de especialistas sem nenhum conseguir identificar o que tinham”.

Filipe Froes salientou que, “curiosamente, os sintomas que estão a aparecer mais recentemente têm a ver com a área neurologia”, mas há outros relacionados com a área respiratório e cardiológica. “Há situações de doentes que justificam esta enorme preocupação da OMS”, disse.

Países devem manter forte vigilância ao vírus

Ontem, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deixou claro que, “no último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar todos os dados com cuidado, para perceberem qual seria o tempo certo para baixar o nível de alarme e, na quinta-feira, “o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global.

Eu aceitei esse conselho”, mas tal “não quer dizer que a covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”, porque “na última semana, a covid-19 continuou a reclamar vidas a cada três minutos e, estas, são apenas as mortes que sabemos”.

O director-geral lembrou que “o SARS COV-2 está para ficar” e que continua a haver “milhares de pessoas em todo o mundo a lutar pela vida nos cuidados intensivos e outros milhões que continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-covid-19”, sublinhando: “O pior que cada país pode fazer agora é usar esta notícia como razão para baixar a guarda, para desmantelar os sistemas que tem montado ou para mandar a mensagem aos cidadãos que não têm nada com que se preocupar”.

Pelo contrário, decisão agora tomada “significa que, na prática, os países podem passar do modo de emergência para a gestão da covid-19” em simultâneo com outras doenças infecciosas.

Ou seja, os países devem manter uma “forte vigilância e monitorização das variantes do SARS-CoV-2, incluindo sequenciação estratégica e geograficamente representativa para rastrear variantes conhecidas e futuras, agentes patogénicos respiratórios e outras ameaças pandémicas”.

Foi neste sentido que a OMS decidiu avançar para um plano global para a gestão da covid-19 até 2025, sobretudo com o foco nos milhões de casos de Longo Covid, que vão continuar a necessitar de cuidados médicos.

O Plano Estratégico de Prontidão e Resposta (SPRP, na sigla em inglês) recebe assim uma quarta actualização para apoiar os países na transição da fase de emergência da pandemia para a gestão da doença a longo prazo.

O plano anterior, divulgado em 2022, definiu como objectivos estratégicos a redução da circulação do coronavírus SARS-CoV-2 a nível mundial e o diagnóstico e tratamento da covid-19 para reduzir a mortalidade, a morbilidade e as sequelas a longo prazo.

A nova estratégia mantém estes dois objectivos, mas acrescenta um terceiro: a prevenção, controlo e gestão sustentada da doença nos próximos anos, colocando uma “forte ênfase na abordagem da condição pós-covid” (também chamada como Longo Covid).

Tendo em conta que “as estimativas actuais sugerem que cerca de 6% das infecções sintomáticas resultam em Longo Covid, isto quer dizer que centenas de milhões de pessoas vão precisar de cuidados de longo prazo”.

Para atingir este objectivo, a OMS propõe uma estratégia assente no “acesso e uso optimizado de ferramentas seguras e eficazes”, como a vacinação de populações de risco para prevenir a doença grave e morte e o diagnóstico precoce e tratamento, especialmente das pessoas mais vulneráveis.

Ministério diz que dia de ontem foi simbólico

O DN perguntou ao Ministério da Saúde se estava a ser pensado um Plano Nacional para tratamento de doentes com Longo Covid, mas não obteve resposta.

A meio da semana a tutela fez sair um comunicado reconhecendo que o dia de ontem era simbólico, representando “a vitória da perseverança sobre a hesitação, da ciência sobre o desconhecido, da solidariedade sobre o egoísmo, da comunidade sobre o individualismo”.

Na nota enviada às Redacções, a tutela destaca o papel dos portugueses, dizendo que “demonstraram uma enorme capacidade de adaptação, acolheram as orientações sanitárias e aderiram fortemente à vacinação.

Os trabalhadores dos sectores essenciais mantiveram-se ao serviço, as autarquias e as instituições sociais disseram “presente”. E que “o Governo agiu para proteger as pessoas e a economia”.

765.000.000 Milhões de Infecções no mundo.

Este é o número oficial de infecções provocadas pelo SARS-CoV-2 em todo o mundo, segundo os dados mais recentes divulgados pela OMS. Mas a este número junta-se o número de vítimas.

Oficialmente, estão registadas 6,9 milhões de mortos, mas o próprio director-geral da OMS admitiu ontem que o número real de óbitos é bem mais elevado, devendo atingir, “pelo menos, 20 milhões”. Em Portugal, os dados oficiais da DGS dão conta de mais de 5,5 milhões de infecções ( 5.580.792 ) e de mais de de 26 mil mortes (26.550)· .

D.N.
Ana Mafalda Inácio
06 Maio 2023 — 00:15


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