2: Três em cada dez portugueses esperam que a sua situação financeira melhore daqui a um ano

 

– 🙂 Portugal sempre foi um país de “optimistas”… O facto real é que, depois da prometida mexida nas taxas do IRS pela governança, nos rendimentos mais baixos, este ano ainda vou pagar mais uns €uricos do que me esmifraram no ano passado!

🇵🇹 PORTUGAL // OPTIMISMO // MELHORIA FINANCEIRA

Portugal é o sexto país mais optimista de uma lista de 17, à frente de mercados como Espanha e França, com mais de 80% da população a revelar ter uma almofada financeira. Geração mais velha teme inflação e subida dos juros.

Portugueses andam, em média, com 107 euros na carteira (em numerário) para fazer face às despesas do dia a dia
© Orlando Almeida / Global Imagens

Mais de um terço dos portugueses estão confiantes de que a sua situação financeira irá melhorar daqui a um ano, ao passo que 26% vêem o cenário piorar até àquela altura, segundo o estudo Money Management Pulse da empresa de pagamento Klarna, que analisou os principais hábitos de consumidores de 17 países durante o primeiro trimestre de 2023.

Portugal é, na realidade, o sexto país mais optimista, posicionando-se à frente de mercados como Espanha (35%), França (26%) e Itália (24%).

Seguindo aquela que é também uma predisposição global, as boas perspectivas sobressaem sobretudo entre as camadas mais jovens, com 67% das pessoas nascidas no segundo milénio – a geração Z – a revelarem-se positivas em relação ao futuro das suas finanças.

Do outro lado, três em cada dez baby boomers portugueses, temendo ainda a inflação e possíveis efeitos da subida das taxas de juro, acreditam que a tendência será as suas contas piorarem.

“Temos visto uma mudança dramática ao nível do comportamento do consumidor de mercado. Hoje em dia, os compradores, principalmente os mais jovens, estão mais informados, mais digitais e usam diferentes plataformas que lhes permitem gerir as suas finanças pessoais, o que, por si só, contribui para este optimismo, uma vez que conseguem ter um maior controlo sobre a sua situação financeira”, diz Alexandre Fernandes Ribeiro, country manager da Klarna para Portugal, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

O olhar positivo dos portugueses perante este tema poderá estar também relacionado com o facto de 83% admitirem poupar dinheiro de forma consistente, acima da média global.

De acordo com a análise da fintech, os consumidores nacionais aforram, em média, 11% dos seus rendimentos, sendo que tal número sobe para 19%, quando considerada apenas a geração Z, e desce para 9%, levando em conta apenas os baby boomers.

Para controlar as contas e evitar gastos, cerca de 72% – especialmente as gerações mais novas – confessam estabelecer um orçamento, total ou parcial, antes de gastarem os seus salários.

Da parcela dos que amealham frequentemente, 49% guardam as suas economias na conta bancária e somente 28% investe em produtos financeiros.

As preferências destes consumidores são os fundos mutualistas, nos quais 43% aplica o seu dinheiro, as acções (41%) e os títulos de dívida pública (29%), de que são exemplo os Certificados de Aforro.

Nota ainda o estudo que os portugueses são mais receptivos ao investimento em criptomoedas (27%) do que a média global (16%).

Relação com o dinheiro

Numa sociedade cada vez mais digitalizada, pagar em numerário deixa de ser o método preferencial dos consumidores, diversificando-se esta escolha para outras formas.

Cerca de 52% dos inquiridos portugueses no estudo da Klarna revelam preferir pagar as suas despesas com um cartão de pagamento físico, enquanto 22% optam por um método de pagamento através do smartphone, destacando-se a adesão da geração Z (35%) e a renitência dos mais de 60 anos (10%).

O dinheiro físico, por seu turno, é ainda usado por 21% da população, estima a análise.

“A forma como consumimos está a mudar totalmente e sobretudo nas camadas mais jovens. Há cinco anos não imaginávamos pagar com um QR Code em qualquer ponto físico…

E é isto que está a acontecer hoje em dia, com o MB Way”, nota Alexandre Fernandes Ribeiro.

Questionado sobre as perspectivas no mercado de pagamentos, o responsável revela não ter dúvidas: “O dinheiro vivo vai cair em desuso. Métodos novos, em especial o mobile e o contactless vão sobrepor-se ao cartão físico e ao numerário”.

Contudo, ressalva o country manager, “o cartão digital vai sempre existir, porque temos de conectar as nossas contas bancárias ao mundo real de alguma forma, mas talvez estejamos a falar de uma solução que não seja um cartão físico, mas sim ligada ao número de telemóvel, por exemplo”.

No que respeita à quantidade de dinheiro com a qual os consumidores andam diariamente, o Money Management Pulse concluiu que varia consoante o país. Ainda que com uma diferença de 81 dólares face aos dos Estados Unidos, líder neste sentido, os consumidores portugueses andam com aproximadamente 117 dólares (cerca de 107 euros à taxa de câmbio actual) nas suas carteiras para fazer face às despesas do dia a dia, estima a Klarna. Este valor encontra-se acima da média global de 93 dólares.

Quanto aos levantamentos efectuados em território nacional, a média mensal aponta para 3,1. O ato de ter dinheiro na carteira prova, na opinião daquele responsável, que “a indústria portuguesa não está preparada para ser para ser cashless“, levando a que os consumidores “tenham de andar sempre com algum numerário para pagar, por exemplo, em restaurantes”.

O mesmo já não sucede na banca, um sector “cada vez mais digitalizado”, onde, através do serviço de homebanking, 73% dos consumidores verificam o saldo, 62% fazem transferências e 64% pagam contas.

O estudo inquiriu mil consumidores em cada um dos países, numa amostra global de 17 mil pessoas.

Mariana Coelho Dias é jornalista do Dinheiro Vivo

D.N.
Mariana Coelho Dias
02 Maio 2023 — 07:02

28.04.2023


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published in: 5 meses ago

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