– O aumento de infectados em Portugal, deve-se ao festival da igreja católica, aos futebóis, aos concertos, à irresponsabilidade da sociedade e afins.
⚕️SAÚDE PÚBLICA // 🦠COVID-19 // OMS
A OMS decidiu classificar uma nova variante, que até agora só foi detectada em Israel, Dinamarca e EUA, “na categoria de variantes sob vigilância devido ao número muito grande (mais de 30) de mutações”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta sexta-feira que está a acompanhar de perto uma nova variante do coronavírus responsável pela covid-19, mesmo que “o impacto potencial das numerosas mutações (…) seja desconhecido”.
A OMS decidiu classificar uma nova variante “na categoria de variantes sob vigilância devido ao número muito grande (mais de 30) de mutações”, de acordo com o boletim epidemiológico dedicado ao covid-19 e divulgado esta madrugada.
Até agora, esta nova variante só foi detectada em Israel, Dinamarca e Estados Unidos.
WHO has designated #COVID19 variant BA.2.86 as a ‘variant under monitoring’ today due to the large number of mutations it carries.
So far, only a few sequences of the variant have been reported from a handful of countries. 🔗 https://t.co/3tJkDZdY1V
Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças confirmou que está também a acompanhar de perto a variante, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
CDC is tracking a new lineage of the virus that causes COVID-19. This lineage is named BA.2.86, and has been detected in the United States, Denmark and Israel. CDC is gathering more information and will share more about this lineage as we learn it.
Actualmente, apenas quatro sequências conhecidas desta variante foram identificadas, sem ligação epidemiológica associada conhecida, explicou a OMS.
“O potencial impacto das mutações BA.2.86 é actualmente desconhecido e está a ser cuidadosamente avaliado”, referiu a organização.
A OMS tem actualmente sete variantes classificadas como sob vigilância e três como variantes de interesse, incluindo a EG.5, cuja identificação foi comunicada pela primeira vez em Fevereiro.
Na semana passada, a organização advertiu que esta variante pode provocar um aumento na incidência de infecções e tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo.
O boletim da OMS diz que, entre 17 de Julho a 13 de Agosto, foram notificados mais de 1,4 milhões de novos casos de covid-19, um aumento de 63% em comparação com o período de 28 dias anterior. Pelo contrário, o número de mortes caiu 56% para mais de 2.300.
Centro europeu classifica novas variantes e alerta para propagação
Numa nota de imprensa, o ECDC anunciou que tinha classificado as linhagens recombinantes da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 como variantes de interesse.
O centro sublinhou que estas linhagens “podem ter propriedades de fuga imunitária em comparação com as variantes que estavam anteriormente em circulação”, ou seja, as vacinas poderão ser menos eficazes.
O ECDC disse que “é pouco provável que os níveis atinjam os picos anteriores observados durante a pandemia de covid-19”, mas recordou que os indivíduos mais velhos e aqueles com doenças subjacentes podem desenvolver sintomas graves se forem infectados.
A agência europeia exortou os Estados-membros da União Europeia a alargarem a utilização das vacinas contra a covid-19.
Até 13 de Agosto, a OMS tinha registado mais de 769 milhões de casos confirmados e mais de 6,9 milhões de mortes causadas pelo covid-19 no mundo, embora a organização admita que os números reais sejam muito maiores.
– SEM GRAVIDADE?? O que é que estes gajos entendem por GRAVIDADE?
“… Em Portugal, os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde dão conta de um pico no número de casos, desde o dia 6 Agosto até dia 10, de 152 casos diários para 448, quase que triplicaram em poucos dias, embora o número de óbitos se mantenha baixo, entre os 6 e 10 por dia.”
Passar de 152 casos diários para 448 e de 6 a 10 mortos por dia, não é grave? Agradeçam ao festival da igreja católica e à completa indiferença com que a sociedade enfrenta esta pandemia!
🇵🇹 PORTUGAL // 🧑⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 🦠 COVID-19
A OMS veio alertar os países para a nova sub linhagem da Ómicron, EG.5 Eris, que está a caminhar a passos largos para se tornar predominante, pedindo-lhes que não descurem os sistemas de vigilância.
No último mês, o número de casos a nível mundIal registou um aumento da ordem dos 80%.
Em Portugal, na última semana, os casos diários passaram de 152 para 448. O pneumologista Filipe Froes diz que tal pode estar associado à nova variante, mas também à JMJ.
Há quanto tempo não ouvia falar do coronavírus que no final de 2019 invadiu o mundo – o SARS-CoV-2 – ou da Covid-19? Provavelmente, desde há três meses, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da pandemia numa reunião a 5 de Maio.
Mas o aparecimento de uma nova sub-linhagem do vírus, a EG.5, Eris, que deriva de uma sub-variante da ómicron, a XBB.1.9.2 – e que foi detectada em Fevereiro deste ano, tendo sido identificada em Portugal há cerca de um mês -, fez com que os alarmes soassem de novo junto do Comité de Peritos desta organização, que já veio pedir aos países para estarem atentos e não descurarem a vigilância.
O director-geral da OMS, Tedros Adhanom, fez na sexta-feira passada uma actualização do número de casos registados diariamente em todo o mundo – 1,5 milhões, no último mês, o que representa um aumento da ordem dos 80% em relação aos 28 dias anteriores, atingindo sobretudo países como a China, Estados Unidos da América, a Coreia do Sul e o Japão.
No entanto, no mesmo período, a mortalidade teve uma queda acentuada, da ordem dos 57%, ficando pelos 2.500 óbitos diários.
Em Portugal, os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde dão conta de um pico no número de casos, desde o dia 6 Agosto até dia 10, de 152 casos diários para 448, quase que triplicaram em poucos dias, embora o número de óbitos se mantenha baixo, entre os 6 e 10 por dia.
Ao DN, o pneumologista e ex-coordenador do Gabinete de Crise Contra a Covid-19 da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, explica que este aumento pode derivar da nova variante EG.5, que se está a replicar rapidamente, devendo mesmo tornar-se predominante, mas também do evento que foi a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu muitos milhares de jovens.
“Se estiveram reunidas condições para que fosse possível uma maior transmissibilidade, é certo e sabido que teremos um aumento de casos em Portugal e nos países de origem dos peregrinos na semana passada e que este continuará a sentir-se nos próximos dias”.
Mas, reforça, “a esmagadora maioria das pessoas que lá estiveram eram jovens e saudáveis, não integravam grupos de risco, e mesmo que haja aumento de casos não é expectável um aumento de hospitalizações”.
Filipe Froes argumenta que esta nova sub-linhagem da ómicron veio relembrar dois aspectos essenciais: “O primeiro é que o vírus veio para ficar e que deve permanecer integrado nos sistemas de vigilância mundiais; o segundo tem a ver com a necessidade de vacinar os grupos de risco sazonalmente”.
Ou seja, previsivelmente, no próximo outono-inverno “a campanha da vacinação contra a Gripe vai ter de incluir também uma campanha de vacinação contra o SARS- CoV-2”.
O médico acrescenta que em termos de gravidade, pelo menos até agora, “não há indicação que esta tenha aumentado com a EG.5”.
A própria OMS confirmou “não haver dúvida que o risco de doença grave e de morte é muito menor agora do que há um ano, graças ao aumento da imunidade da população obtida por meio da vacinação, infecção ou ambos, e ao diagnóstico precoce combinado a um atendimento clínico melhor”.
Mas, a verdade, sublinhava o director-geral na semana passada, é que “o risco da covid-19 para a saúde pública global ainda é alto”.
Ameaça futura
O pneumologista português destaca mesmo: “Vivemos um momento único” na luta contra o vírus, porque “a maior parte da população está vacinada com várias doses ou já teve a infecção, portanto está protegida para as variantes e sub-variantes da ómicron que vão aparecendo.
Daqui a um ano será diferente, porque, provavelmente, já não temos o nível de protecção que existe agora, tendo os países que preparar-se para uma possível variante de maior gravidade”.
Para Filipe Froes este é um dos aspectos a ter em conta para o futuro: “Variantes com maior gravidade devido à perda de imunidade da população. Daí a importância de os países manterem uma monitorizada apertada através dos sistemas de vigilância mundiais”.
Os EUA, onde os casos têm crescido, já avisaram que querem começar a vacinar a população no próximo mês com novas vacinas, mais adaptadas às sub-variantes e sub-linhagens da ómicron, mas os especialistas receiam que desta vez não haja uma adesão tão forte à vacinação.
Perante esta realidade, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom, realçou na sexta-feira que “os números divulgados não reflectem a situação real, já que os testes de diagnóstico e a monitorização da pandemia também diminuíram”.
Daí, reforçou, a necessidade de os países manterem “os programas nacionais para a covid-19 actualizados; manterem a manutenção da vigilância colaborativa para a doença, de forma a conseguir detectar alterações significativas no vírus e tendências sobre a gravidade da doença e imunidade da população, como manterem a continuidade da divulgação dos dados à OMS ou em fontes abertas, especialmente os relacionados com óbitos, casos graves, sequenciamento genético e eficácia das vacinas”.
Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos na semana de 17 a 23 de Julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu esta quarta-feira que a estirpe EG.5 do SARS-CoV-2, classificada de interesse, pode provocar “um aumento na incidência” de infecções e “tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo”.
Em comunicado, a OMS justifica o alerta com o facto de esta linhagem, resultante da sub-linhagem recombinante XBB.1.9.2 da variante Ómicron, apresentar “características que escapam aos anticorpos” e estar em “vantagem de crescimento”.
A OMS ressalva que, apesar destes factores e da “prevalência aumentada” da EG.5, não foram reportadas até à data alterações na gravidade da doença covid-19 (causada pelo SARS-CoV-2) e o risco para a saúde global que a variante representa é baixo.
Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos na semana de 17 a 23 de Julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4% (quatro semanas antes, a prevalência situava-se em 7,6%).
A estirpe EG.5 foi comunicada pela primeira vez à OMS em Fevereiro e em 19 de Julho foi designada como variante sob monitorização.
Agora, face à “avaliação de risco” feita, a OMS decidiu classificar a EG.5 (e as suas sub-linhagens) como variante de interesse.
A linhagem EG.5 tem uma mutação adicional no aminoácido F456L na proteína da espícula do SARS-CoV-2 (proteína da superfície do coronavírus que se liga às células humanas) quando comparada com a sub-linhagem recombinante XBB.1.9.2 que lhe deu origem e com a sub-linhagem recombinante XBB.1.5, ambas da variante Ómicron.
A sub-linhagem EG.5.1 tem, ainda, mais uma mutação na proteína da espícula e representa 88% das sequências genéticas disponíveis para a estirpe EG.5 e as suas sub-linhagens.
À data de segunda-feira tinham sido submetidas à plataforma internacional de partilha de dados genómicos GISAID 7.354 sequências genéticas da EG.5 de 51 países, incluindo Portugal, que enviou 115 sequências, de acordo com a OMS.
China lidera a lista de países com mais sequências genéticas da EG.5 submetidas (2.247), seguindo-se Estados Unidos (1.356), Coreia do Sul (1.040) e Japão (814).
A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus detectado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e sub-variantes, umas mais contagiosas do que outras.
Desde 11 de Março de 2020 que a covid-19 é uma pandemia. Em maio passado deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.
Portugal deitou ao lixo 3,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. A Comissão Europeia está a renegociar os contratos de fornecimento.
Hannibal Hanschke / AFP
Se no início da pandemia as vacinas chegavam a um ritmo mais lento do que o desejado, agora os países não sabem o que fazer com o excesso de vacinas contra a covid-19. Portugal deitou ao lixo 3,5 milhões de doses, mas há países que desperdiçaram ainda mais.
Isto faz com que a Comissão Europeia esteja a tentar renegociar com as farmacêuticas os contratos de fornecimento, avança o jornal Público esta segunda-feira.
No pico da pandemia, várias nações encomendaram milhões de doses para fazer frente ao coronavírus. No entanto, agora, com a estabilização da situação epidemiológica, ninguém sabe o que fazer com as vacinas que sobram e cuja validade é reduzida.
Foi neste contexto que Portugal teve de deitar fora “aproximadamente 3,5 milhões de doses” de vacinas, segundo o Ministério da Saúde.
É “uma taxa de inutilização de 8,5%”, precisa a tutela, sublinhando que, ainda assim, é uma das “menores taxas de inutilização a nível europeu”, graças à “conjugação da grande adesão dos portugueses à vacinação” e “uma eficaz e responsável gestão do aprovisionamento”.
De acordo com o Público, os contratos com as farmacêuticas são confidenciais e os valores não são revelados. Porém, são muitos os milhões de euros que estão a ser desperdiçados e, a continuar assim, seriam muitos mais milhões no futuro.
Dados do Ministério da Saúde revelam que entre 2020 e este ano, Portugal celebrou 14 contratos com seis fornecedores de vacinas e que foram entregues cerca de 40 milhões de um total de 61,7 milhões de doses encomendadas e adquiridas para o período até 2023.
Deste total, cerca de 28,5 milhões de doses foram usadas, sensivelmente 8,1 milhões foram doadas e mais de 2,6 milhões foram revendidas a outros países.
“A Comissão Europeia, em representação dos Estados-membros da União Europeia, está a conduzir o processo de renegociação de um contrato assinado em 2021, no sentido de o ajustar às actuais circunstâncias epidemiológicas e estratégias de vacinação de cada Estado-membro, flexibilizando-se as quantidades e compromissos de entrega”, explicou o Ministério da Saúde, ao jornal Público.
O último dos 10 centros de vacinação contra a covid-19 a funcionar em Lisboa encerrou a 27 de Março. Nos dois anos em que estiveram a funcionar , estes espaços administraram 1,48 milhões de vacinas.
Segundo dados divulgados em Setembro pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, neste momento quase todos os portugueses estão imunes à covid-19: 95,8% das pessoas que vivem em Portugal têm anticorpos contra o coronavírus. A região Norte e os jovens entre 20 e 29 anos são os “mais protegidos”.
O secretário-geral da Organização Mundial de Saúde assume que a doença deixou de ser uma emergência global, mas “isto não significa que tenha deixado de ser uma ameaça para a saúde”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta sexta-feira o fim da pandemia de covid-19, três anos e quatro meses depois de ter sido decretada, mais concretamente a 11 de Março de 2020.
“É, com grande esperança, que declaro o fim da covid-19 como uma emergência de saúde global. Contudo, isto não significa que a covid-19 tenha deixado de ser uma ameaça para a saúde a nível global.
Na semana passada, a covid-19 tirou uma vida a cada três minutos e estas são apenas as mortes de que temos conhecimento”, disse Tedros Ghebreyesus, director-geral da OMS.
🚨 BREAKING 🚨
"Yesterday, the Emergency Committee met for the 15th time and recommended to me that I declare an end to the public health emergency of international concern. I have accepted that advice"-@DrTedros#COVID19pic.twitter.com/esKKKOb1TZ
— World Health Organization (WHO) (@WHO) May 5, 2023
De acordo com aquele responsável, a pandemia provocou a morte de “pelo menos 20 milhões de pessoas” em todo o mundo, quase três vezes mais do que aquilo que é a estimativa oficial. Terão sido ainda diagnosticados mais de 765 milhões de infecções.
Em conferência de imprensa, Tedros Ghebreyesus reforçou a ideia de que a doença não deve ser desvalorizada após este anúncio, assegurando que ela continua a ser um risco para a saúde.
“Este é o tempo dos países fazerem a transição do modo de emergência para a começarem a gerir a covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas”, disse o secretário-geral da OMS, acrescentando que esta “não foi uma decisão precipitada”.
“Trata-se de uma decisão que foi ponderada com cuidado durante algum tempo, planeada e tomada com base numa análise atenta dos dados. Se for necessário, não hesitarei em convocar outro comité de emergência caso a covid-19 volte a colocar o nosso mundo em perigo”, acrescentou.
Em Portugal, os primeiros casos desta doença foram diagnosticados a 2 de Março de 2020 e, duas semanas depois, o País entrava no seu primeiro estado de emergência. No total, Portugal contabilizou 26 mil mortos, sendo que mais de 5,5 milhões de pessoas contraíram o vírus.
É o “momento certo” de avançar para a gestão da doença
O comité de emergência da OMS considerou ser este o “momento certo de avançar” para a gestão da covid-19, que deixou de ser um “evento incomum e inesperado” que justifique um nível de alerta mais elevado.
“Embora a emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês) tenha sido um instrumento valioso para apoiar a resposta global à covid-19, o comité concordou que é o momento certo para avançar para a gestão a longo prazo do SARS-CoV-2 como um problema de saúde contínuo”, adiantou a OMS em comunicado.
Na reunião de quinta-feira, os peritos do comité avaliaram a situação da pandemia à luz dos três critérios definidos na PHEIC: Se a covid-19 continuava a constituir um evento extraordinário, se se mantinha o risco de saúde pública para outros Estados através da disseminação internacional e se potencialmente requeria uma resposta internacional coordenada.
De acordo com a OMS, o comité de emergência considerou que, embora o SARS-CoV-2 continue a circular e a evoluir, com o risco de surgimento de novas variantes, “já não constitui um evento incomum ou inesperado”, mas Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que pode voltar a convocar esse órgão, se a situação vier a exigi-lo.
“Chegar ao ponto em que a covid-19 pode ser considerada como não constituindo mais uma PHEIC deve ser visto como um reconhecimento à coordenação internacional e ao compromisso com a saúde global”, destacaram ainda os especialistas.
Na sequência da decisão hoje tomada, a OMS recomendou aos países que actualizem os planos de preparação para pandemias de agentes patógenos respiratórios, incorporando as aprendizagens da covid-19, e que restaurem os programas de saúde afectados pela pandemia.
Além disso, devem integrar a vacinação contra a covid-19 nos programas de vacinação ao longo da vida, assim como manter os esforços para aumentar a cobertura vacinal contra a covid-19 para todas as pessoas dos grupos de alta prioridade.
A organização recomendou ainda que os países continuem a levantar as medidas de saúde relacionadas com viagens internacionais, com base em avaliações de risco, e a deixar de exigir comprovativos de vacinação como pré-requisito para essas deslocações.
No seu parecer à OMS, os membros do comité destacaram a tendência decrescente das mortes por covid-19, a diminuição das hospitalizações e dos internamentos em unidades de cuidados intensivos e os elevados níveis de imunidade da população mundial ao SARS-CoV-2.
Segundo a OMS, a nível global, foram administradas cerca de 13,3 mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19.
Actualmente, 89% dos profissionais de saúde e 82% dos adultos com mais de 60 anos completaram a vacinação primária, embora a cobertura nesses grupos prioritários varie em diferentes regiões do mundo.
“A covid-19 deixou — e continua a deixar — cicatrizes profundas no nosso mundo. Essas cicatrizes devem servir como um lembrete permanente do potencial de surgimento de novos vírus, com consequências devastadoras”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS decretou o fim da pandemia três anos depois do seu início, mas com um alerta especial para o Longo Covid, tendo mesmo avançado com um plano de abordagem de emergência para a doença. E aconselhou os países a fazerem o mesmo.
Em relação a Portugal, o pneumologista Filipe Froes diz ao DN não haver outra alternativa senão a da criação de um plano nacional, para que estes doentes sejam tratados de forma estruturada, ao mesmo tempo que se optimiza recursos e se garante a sustentabilidade dos serviços de saúde.
OMS diz que continua a haver pessoas a lutar nas UCI contra a Covid-19 e que vigilância não pode abrandar.
Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde anunciou ter um novo plano global para a gestão da covid-19 até 2025, por causa dos milhões de casos de Longo Covid que “vão continuar a necessitar de cuidados médicos”.
Na quinta-feira, assumiu manter-se a tendência de há meses, que é a de redução de mortes, mas alertando para o facto de ainda haver alguma incerteza sobre o vírus – aliás, frisou bem que um dos erros que está ser cometido pelos países é o de estarem a baixar a guarda na monitorização e na vigilância.
Um alerta que levou alguns especialistas a considerarem que, afinal, não era agora que se iria colocar um ponto final no estado de emergência à escala global, mas, 24 horas depois, ao início da tarde de ontem, em Genebra, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, veio confirmar este mesmo cenário, dizendo que tinha aceite a recomendação do Comité de Emergência, declarando assim “o fim da emergência de saúde para a covid-19 a nível global”.
O pneumologista e ex-coordenador do Gabinete de Crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, explicou ao DN que os passos dados pela OMS, durante este semana, foram no sentido de alertar os países que, em primeiro lugar, “o Longo Covid é a grande herança deixada pelo SARS-CoV-2”, em segundo que, “apesar da melhoria epidemiológica à escala global, a menor monitorização da doença, sobretudo nos países mais desenvolvidos, e, em particular, nos EUA e na Europa, pode estar a dar um retrato menos adequado da doença, e que é preciso manter os sistemas de vigilância”, para eventuais respostas ao aparecimento de novas variantes mais perigosas. E, em terceiro lugar, que “a situação epidemiológica pode ser gerida país a país”. Por isso mesmo, decretou “o fim da pandemia”.
Mas, no entender de Filipe Froes, há um alerta que nenhum país pode descurar e, esse, é o da abordagem à nova doença que é o Longo Covid, nomeadamente Portugal, porque, “segundo os dados da OMS, estima-se esta esteja a atingir, em média, 6% dos infectados, o que significa que no nosso país, e se tivermos em conta os 5,5 milhões de casos registados, que já há entre 330 mil a 350 mil doentes.
É um dado brutal em termos de cuidados assistenciais nos serviços de saúde”. O médico reforça mesmo que, ao fazer este alerta, “a OMS está a dizer aos países que o Longo Covid é uma grande preocupação sua e que vai ser uma das maiores sobrecargas a nível dos cuidados assistenciais nos serviços de saúde, os quais, em muitos países, já estão debilitados pela luta contra a pandemia durante os últimos anos “.
Portugal, por exemplo, reforça o médico, “foi dos países que teve menor capacidade assistencial não covid durante a pandemia e, agora, vai ter de lidar com a nova doença”.
Por isso mesmo, defende, tanto o nosso país como outros, na mesma situação, “não têm outra alternativa senão fazerem o que a OMS recomenda, que é criar condições para avançarem com um plano nacional para a abordagem do Longo Covid. Senão, arriscam-se a tratar estes doentes de uma forma não estruturada, com piores resultados e com maior consumo de recursos”.
Na sua opinião, “a criação de um plano nacional permitirá tratar melhor estes doentes, com melhor utilização de recursos, garantindo a sustentabilidade do SNS.”
Filipe Froes destacou que a existência de um plano nacional para o tratamento dos doentes com Longo Covid é fundamental, não tanto pelos doentes que podem continuar a aparecer – embora em menor número – porque há factores que têm reduzido o risco de desenvolvimento de Longo Covid, como a vacinação, o uso de antivirais no tratamento e a própria evolução do vírus, mas “pelos doentes que já foram afectados pela doença”, recordando as estimativas da OMS que apontam para que “só menos de 15% destes doentes é que consegue recuperar-se até ao fim de ano de desenvolver os sintomas”.
Portanto, “estes doentes precisam de um seguimento que lhes garanta o acesso à investigação que está a ser feita para novos tratamentos, a todos os exames de que necessitam”, porque se estes doentes não recuperarem isso vai ter impacto na qualidade de vida em sociedade, como no absentismo laboral e escolar, e na vida pessoal.
O ex-coordenador do gabinete da Ordem destacou mesmo que “o Governo já deveria estar a avançar para as condições que permitissem criar este plano nacional de abordagem para a doença pós-covid com o foco na criação de centros de referência, para haver uma abordagem estruturada e assente na melhor evidência com o objectivo de se atingirem os melhores resultados”.
Senão, “vai ser um problema enorme para o SNS, já viu o que é ter de acompanhar mais de 330 mil novos doentes?”.
De acordo com o médico, os doentes com Longo Covid continuam a chegar às consultas, três anos depois do início da pandemia, “com uma grande variedade de sintomas e muitos deles já com muitas consultas de especialistas sem nenhum conseguir identificar o que tinham”.
Filipe Froes salientou que, “curiosamente, os sintomas que estão a aparecer mais recentemente têm a ver com a área neurologia”, mas há outros relacionados com a área respiratório e cardiológica. “Há situações de doentes que justificam esta enorme preocupação da OMS”, disse.
Países devem manter forte vigilância ao vírus
Ontem, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deixou claro que, “no último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar todos os dados com cuidado, para perceberem qual seria o tempo certo para baixar o nível de alarme e, na quinta-feira, “o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global.
Eu aceitei esse conselho”, mas tal “não quer dizer que a covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”, porque “na última semana, a covid-19 continuou a reclamar vidas a cada três minutos e, estas, são apenas as mortes que sabemos”.
O director-geral lembrou que “o SARS COV-2 está para ficar” e que continua a haver “milhares de pessoas em todo o mundo a lutar pela vida nos cuidados intensivos e outros milhões que continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-covid-19”, sublinhando: “O pior que cada país pode fazer agora é usar esta notícia como razão para baixar a guarda, para desmantelar os sistemas que tem montado ou para mandar a mensagem aos cidadãos que não têm nada com que se preocupar”.
Pelo contrário, decisão agora tomada “significa que, na prática, os países podem passar do modo de emergência para a gestão da covid-19” em simultâneo com outras doenças infecciosas.
Ou seja, os países devem manter uma “forte vigilância e monitorização das variantes do SARS-CoV-2, incluindo sequenciação estratégica e geograficamente representativa para rastrear variantes conhecidas e futuras, agentes patogénicos respiratórios e outras ameaças pandémicas”.
Foi neste sentido que a OMS decidiu avançar para um plano global para a gestão da covid-19 até 2025, sobretudo com o foco nos milhões de casos de Longo Covid, que vão continuar a necessitar de cuidados médicos.
O Plano Estratégico de Prontidão e Resposta (SPRP, na sigla em inglês) recebe assim uma quarta actualização para apoiar os países na transição da fase de emergência da pandemia para a gestão da doença a longo prazo.
O plano anterior, divulgado em 2022, definiu como objectivos estratégicos a redução da circulação do coronavírus SARS-CoV-2 a nível mundial e o diagnóstico e tratamento da covid-19 para reduzir a mortalidade, a morbilidade e as sequelas a longo prazo.
A nova estratégia mantém estes dois objectivos, mas acrescenta um terceiro: a prevenção, controlo e gestão sustentada da doença nos próximos anos, colocando uma “forte ênfase na abordagem da condição pós-covid” (também chamada como Longo Covid).
Tendo em conta que “as estimativas actuais sugerem que cerca de 6% das infecções sintomáticas resultam em Longo Covid, isto quer dizer que centenas de milhões de pessoas vão precisar de cuidados de longo prazo”.
Para atingir este objectivo, a OMS propõe uma estratégia assente no “acesso e uso optimizado de ferramentas seguras e eficazes”, como a vacinação de populações de risco para prevenir a doença grave e morte e o diagnóstico precoce e tratamento, especialmente das pessoas mais vulneráveis.
Ministério diz que dia de ontem foi simbólico
O DN perguntou ao Ministério da Saúde se estava a ser pensado um Plano Nacional para tratamento de doentes com Longo Covid, mas não obteve resposta.
A meio da semana a tutela fez sair um comunicado reconhecendo que o dia de ontem era simbólico, representando “a vitória da perseverança sobre a hesitação, da ciência sobre o desconhecido, da solidariedade sobre o egoísmo, da comunidade sobre o individualismo”.
Na nota enviada às Redacções, a tutela destaca o papel dos portugueses, dizendo que “demonstraram uma enorme capacidade de adaptação, acolheram as orientações sanitárias e aderiram fortemente à vacinação.
Os trabalhadores dos sectores essenciais mantiveram-se ao serviço, as autarquias e as instituições sociais disseram “presente”. E que “o Governo agiu para proteger as pessoas e a economia”.
765.000.000 Milhões de Infecções no mundo.
Este é o número oficial de infecções provocadas pelo SARS-CoV-2 em todo o mundo, segundo os dados mais recentes divulgados pela OMS. Mas a este número junta-se o número de vítimas.
Oficialmente, estão registadas 6,9 milhões de mortos, mas o próprio director-geral da OMS admitiu ontem que o número real de óbitos é bem mais elevado, devendo atingir, “pelo menos, 20 milhões”. Em Portugal, os dados oficiais da DGS dão conta de mais de 5,5 milhões de infecções ( 5.580.792 ) e de mais de de 26 mil mortes (26.550)· .