81: Trotinetas. Campanha apela ao respeito pelas regras de trânsito

 

– “… “O enfoque é o respeito pelas regras de trânsito, pelo cumprimento do código da estrada e a consciencialização de que existem escolhas individuais que interferem na sua segurança e dos outros”.” – “… que por não ser possível haver um polícia em cada esquina, este tipo de campanhas é essencial.

Respeito pelas regras de trânsito e pelo Código da Estrada a que todos os que conduzem veículos que obrigam a ter exame de código, não cumprem! Não só em ordem às trotinetas – muitas espalhadas pelos passeios a toda a sua largura –  e pelos veículos de duas e de quatro rodas estacionados selvaticamente em cima dos passeios obrigando as pessoas a circularem pela estrada com risco de acidente e de vida! Já para não mencionar o estacionamento em cima das passadeiras, nas paragens dos transportes públicos e na obstrução de portas de prédios no caso de uma emergência hospitalar ou outra! Isto demonstra bem os níveis de civismo e de cidadania que a maioria dos labregos condutores possuem em Portugal! Que, no caso de ruas estreitas, obriga os veículos em circulação, a terem de passar para a faixa contrária! E claro que não se pretende um polícia a cada esquina, mas quando a polícia passa nas rondas motorizadas e assobiam para o lado, pactuando com as infracções ao Código da Estrada, isso sim, é muito grave!

🇵🇹 PORTUGAL // TROTINETAS // INFRACÇÕES AO CÓDIGO DA ESTRADA // POLÍCIA

Aumento de acidentes com estes veículos eléctricas leva à criação da campanha “Isto Não é Sobre Trotinetes” para incentivar os utilizadores, maioritariamente jovens, a prevenir sinistros.

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Protecção Civil, considera esta campanha essencial para a segurança
© Leonardo Negrão/Global Imagens

As trotinetas têm-se tornado no meio de transporte privilegiado por muitas pessoas para o seu dia a dia. Para apelar ao uso responsável destes veículos, a Cervejeiros de Portugal lançou ontem a campanha Isto Não é Sobre Trotinetas que quer chegar especialmente aos mais jovens.

“Já todos nos deparámos com três ou quatro pessoas em cima de uma trotineta ou tropeçámos numa trotineta mal estacionada.

Escolhemos as trotinetas para esta campanha porque é um meio de transporte cada vez mais utilizado, especialmente nos meios urbanos”, afirma Rui Lopes Ferreira, presidente da Cervejeiros de Portugal.

Com a consciência de que um acidente de trotineta pode mudar a vida de um jovem adulto, a empresa escolheu dirigir esta iniciativa – que envolve vários meios publicitários, por exemplo muppis – a todos os que utilizam este meio de transporte no dia a dia mas especialmente aos jovens que com mais frequência o utilizam.

Segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em 2022 verificaram-se 1.691 acidentes de trotineta eléctrica, sendo que os mais graves têm resultado em traumatismos cranioencefálicos com necessidade de internamento em cuidados intensivos.

No entanto, estes podem não ser o total dos acidentes verificados pois nem todos são comunicados às autoridades.

Esta iniciativa conta com parceiros institucionais como a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e a Prevenção Rodoviária Portuguesa, e tem o apoio da Bolt, GNR, PSP e a Novamente, Associação de Apoio aos Traumatizados Cranioencefálicos e Suas Famílias.

Rui Lopes Ferreira lembra, no entanto, que o foco desta campanha não são as trotinetas mas sim as pessoas e os seus comportamentos sempre que conduzem qualquer tipo de veículo.

“O enfoque é o respeito pelas regras de trânsito, pelo cumprimento do código da estrada e a consciencialização de que existem escolhas individuais que interferem na sua segurança e dos outros”.

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Protecção Civil, afirmou que esta é uma campanha que o Ministério da Administração Interna considera importante para a segurança rodoviária.

“Acreditamos também que seria irresponsável não notar o papel cada vez mais maior das trotinetas na circulação urbana”, afirmou.

Patrícia Gaspar destacou que é possível criar espaços urbanos em que existe coabitação entre as pessoas e os vários meios de transporte e em que todos se possam sentir mais seguros. Relembra ainda que por não ser possível haver um polícia em cada esquina, este tipo de campanhas é essencial.

A campanha Isto não é Sobre Trotinetes estará nas ruas durante o próximo mês e terá, numa segunda fase, o apoio das câmaras municipais de Lisboa e do Porto.

Apesar de o uso de bicicletas e trotinetas eléctricas ser legislado, os condutores em Portugal não são obrigados a usar capacete. A Novamente lançou, em Fevereiro, uma petição para alterar a legislação sobre o uso de capacete.

Acidentes rodoviários já fizeram 245 vítimas mortais

A secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, revelou ontem durante a apresentação da campanha Isto Não é Sobre Trotinetes, que desde Janeiro os acidentes na estrada já provocaram 245 vítimas mortais.

“Temos vindo a assistir a uma redução da sinistralidade, também por causa da pandemia, mas 2023 tem vindo a reverter estes números”, afirmou Patrícia Gaspar.

Em 2022, segundo os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), registaram-se 473 vítimas mortais no continente e nas ilhas autónomas.

A diminuição significativa da circulação rodoviária em 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19, fez com que 2019 fosse o ano de referência na comparação destes dados. Em 2019, morreram 520 pessoas nas estradas portuguesas.

Patrícia Gaspar lembrou ainda que as autoridades estão na recta final da aprovação da nova Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030, que pretende combater a sinistralidade nas estradas portuguesas.

“Acreditamos que esta estratégia é essencial para termos zero vítimas mortais nas estradas até 2030”, afirmou.

Ao criar esta estratégia, o Governo considera que é necessário reforçar o compromisso de todos com a segurança rodoviária através da definição e aplicação de políticas públicas eficazes e eficientes que mobilizem a administração central e local.

A secretária de Estado apelou, no final da sua intervenção, a que as pessoas escolham circular em segurança, especialmente nos meses de verão que ainda se avizinham, altura em que há maiores movimentos populacionais.

“O verão é uma altura em que há mais movimentos e queremos estar com a nossa família e amigos. Por isso, a circulação tem de ser feita com segurança”, concluiu Patrícia Gaspar.

sara.a.santos@dn.pt

DN
Sara Azevedo Santos
13 Julho 2023 — 00:11



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published in: 3 meses ago

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41: Aumentam os casos de negligência contra idosos

 

SOCIEDADE // IDOSOS // NEGLIGÊNCIA

É a maior subida registada pela linha SOS Pessoa Idosa: no espaço de um ano, os casos de negligência entre os idosos vítimas de violência (em casa e em instituições) aumentaram 16%. Quase metade das denúncias advêm do abandono no que respeita a cuidados básicos.

A ausência de cuidados essenciais aos idosos é uma das principais queixas recebidas pelo serviço da Fundação Bissaya Barreto.
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Um aumento significativo dos casos de negligência para com idosos é o dado mais marcante do relatório da linha SOS Pessoa Idosa, que a partir da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra, regista denúncias de violência em todo o país.

O documento aponta para um aumento de 16% dos casos denunciados face ao ano anterior, sendo que está em causa a violência “praticada principalmente por familiares ou em instituições”.

De Maio de 2022 a Maio de 2023, aquele serviço contabilizou um total de 1785 denúncias, que chegaram através de contactos telefónicos, e-mails e articulações inter-institucionais. No total, as queixas resultaram na abertura de 251 processos internos.

A maioria das denúncias (59%) foram realizadas por e-mail e por telefone (41%). Ao longo deste último ano aquele serviço recebeu 301 pedidos de ajuda.

Marta Ferreira, assistente social da linha SOS Pessoa Idosa — que na manhã desta sexta-feira estará em directo nas redes sociais da Fundação a apresentar estes dados — clarifica o que considera como diferentes tipos violência: “Aqui entra a negligência activa, a omissão de auxílio intencional, a ausência de cuidados essenciais ao bem-estar da pessoa idosa, perpetrada fundamentalmente por familiares ou em contexto institucional”.

A técnica fala do abandono a vários níveis, a começar por “não garantir alimentação adequada, não assegurar que a pessoa tenha higiene ou negligenciar a toma da medicação de forma propositada”.

Já no que respeita aos lares, “há situações que nos são reportadas de utentes sem alimentação adequada ao estado de saúde, em que são administradas dosagens elevadas de medicação deixando os idosos mais prostrados, ou que acabam por dar entrada no hospital, vindos de uma instituição, em muitos casos subnutridos”.

Lisboa mantém-se como o distrito com maior percentagem de situações reportadas (27%), e Coimbra ocupa a segunda posição, com 12%

Marta Ferreira fala ainda da “auto-negligência, que também se insere nesta tipologia, e corresponde à incapacidade da pessoa idosa em perceber que precisa de ajuda”.

Mas a técnica realça também os casos de negligência “sem intencionalidade, passiva, por desconhecimento sobre a forma correta de tratamento, por cansaço do cuidador ou por acentuadas dificuldades financeiras”.

De resto, esse enquadramento social é destacado no relatório. “Nos casos que acompanhamos, esta negligência tende a ter por base problemas económicos, que impedem a contratação de um serviço de apoio, por exemplo, apesar de o cuidador agir sem dolo.

Os cuidadores não pretendem maltratar a pessoa idosa, contudo, nem sempre têm consciência de que estão a praticar actos negligentes, nomeadamente, quando os próprios também apresentam limitações físicas ou mentais que os impedem de cumprir os cuidados de forma adequada”, afirma.

Entre as causas para o aumento deste tipo de casos de negligência, Marta Ferreira não tem dúvidas de que figuram “baixas reformas, diminuição do poder de compra de bens essenciais à sobrevivência, condições de habitabilidade precárias, cancelamento de serviços de apoio por impossibilidade de pagamento, entre muitos outros factores que confluem num aumento das situações de pobreza e, concomitantemente, de negligência, nas camadas mais envelhecidas da população”.

Mais mulheres entre as vítimas

De acordo com a linha SOS Pessoa Idosa, a maioria das vítimas de violência são mulheres (62%), com idades compreendidas entre os 75 e os 84 anos. Cerca de metade das vítimas estão já em situação de viuvez (51%) e residem com familiares ou cuidadores (49%). As que vivem sozinhas são cerca de 40%, e apenas 11% reside numa instituição.

Entre as denúncias recebidas fica claro que os agressores são maioritariamente familiares das vítimas: 42% filhos/as e 38% são homens.

A violência psicológica aparece referida em 29% dos casos, o que significa um aumento de 3% face ao período homólogo em 2022. Em 11% dos casos é referida a violência financeira e agressões físicas, sendo que os casos de abandono se quedam pelos 6%.

Ao longo do último ano foram trabalhados 13 processos em conjunto com o Ministério Público, enquanto a Procuradoria-Geral da República foi responsável por 5% das sinalizações efectuadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa.

Lisboa mantém-se como o distrito com maior percentagem de situações reportadas (27%), e Coimbra ocupa a segunda posição, com 12%, o que significa um aumento comparativamente ao ano passado.

Marta Ferreira acredita que este aumento pode justificar-se “pela maior divulgação do serviço a nível local e também mais conhecimento do trabalho desenvolvido pelo SOS por parte das entidades deste distrito”, onde afinal está sediado.

Os distritos de Setúbal e Porto seguem-no de perto, em números de denúncias.

Desde 2014, início da actividade do serviço, a Linha SOS Pessoa Idosa recebeu 2.203 pedidos de ajuda que resultaram na abertura de 1848 processos internos e na realização de 3.115 articulações com entidades que intervêm na área da violência/envelhecimento, como a Segurança Social, IPSS, autarquias, unidades de saúde e forças de segurança, entre outros.

O Serviço SOS Pessoa Idosa é uma resposta de intervenção social que integra uma linha, nacional e gratuita (800 102 100), com um serviço de atendimento directo e personalizado, incluindo também um serviço de mediação familiar.

A linha tem por objectivo principal apoiar e responder aos apelos de pessoas que vivem situações de violência ou que

delas têm conhecimento, garantindo sempre o anonimato de quem denuncia. Os casos podem também ser reportados através do e-mail sospessoaidosa@fbb.pt.

paula.sofia.luz@ext.dn.pt

D.N.
Paula Sofia Luz
26 Maio 2023 — 00:12


Web-designer, Investigador
e Criador de Conteúdos Digitais


published in: 4 meses ago

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