223: O que se passa com Marcelo? Depois do “a cadeira aguenta”, meteu-se com um decote

 

– Penso que a senescência começa a fazer efeito…

🇵🇹 MRS // 🙁 PIADAS DE MAUS GOSTO // SENESCÊNCIA 🧓 

Marcelo Rebelo de Sousa volta a protagonizar um momento caricato, passando os limites daquilo que se espera de um Presidente da República. Depois de ter insinuado que uma jovem era gorda, agora meteu-se com o decote de uma jovem durante a Visita de Estado ao Canadá.

José Coelho / LUSA
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

“Já viu esse decote? Ainda apanha uma gripe”. As palavras saíram da boca de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal, durante a Visita de Estado que está a fazer ao Canadá.

O momento aconteceu em Montreal, durante um encontro com a comunidade emigrante portuguesa naquele país. Perante uma mãe e a sua filha, lançou aquela tirada depois de ter dito que “a filha é mais bonita”.

As palavras de Marcelo estão a fazer sucesso nas redes sociais, mas é pelos piores motivos, com muitas críticas à mistura. Há quem note que o Presidente da República “agiu como um taberneiro numa Visita de Estado ao Canadá“.

Este episódio insólito junta-se ao que ocorreu na semana passada, em Alcáçovas, Viana do Alentejo, numa iniciativa à margem do arranque das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril.

Nessa altura, atirou para o ar a pergunta “a cadeira aguenta?” no momento em que uma jovem, com formas mais generosas, se preparava para se sentar para uma fotografia de grupo.

A deputada do PS Isabel Moreira é uma das figuras públicas que critica Marcelo, falando em falta de noção e notando que “o sexismo dá cabo de nós” e que “não tem piada”.

“Passa a vida em tronco nu, mas não pode ver um decote”, atira, por seu turno, a economista Susana Peralta.

“Incontinência comportamental” e “deslumbramento”

Nessa altura, o presidente da Academia de Protocolo e também da Matriz Portuguesa – Associação para o Desenvolvimento da Cultura e do Conhecimento, João Micael, analisava que Marcelo está a passar por uma fase de “incontinência comportamental”, conforme declarações ao site Delas.

“Há uma diferença entre ser popular e popularucho”, sublinhava, considerando que “estar com as pessoas na rua não é a mesma coisa que entrar numa cervejaria e tirar uma cerveja, sair da praia e mudar de roupa em plena via pública e a ser fotografado, a dar beijos a barrigas das grávidas”, referindo-se a um outro episódio que foi registado na noite das marchas populares de 2022.

Marcelo, enquanto Presidente da República, tem uma “responsabilidade formal, não pode achar que é um cidadão privado em momento nenhum”, realçava ainda João Micael.

Já o profiler Alexandre Monteiro dizia à mesma publicação que Marcelo está “numa fase de deslumbramento” em que “sente que não tem obrigação de agradar a ninguém, pelo que o filtro emocional quebra”.

“O Presidente usa muito a emoção para esconder a verdadeira essência. Ele é controlador, gosta de dominar as situações e, estando neste deslumbramento, já não tem controlo emocional em relação aos sentimentos dos outros”, sustentava ainda Alexandre Monteiro no Delas, considerando que, assim, “perde a autoridade como Presidente“.

Este especialista “dá formação a políticos e a celebridades nacionais e internacionais e forças de autoridade”, conforme cita a mesma publicação.

 Susana Valente, ZAP //
16 Setembro, 2023


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104: Ex-combatentes anunciam greve de fome em frente ao Palácio de Belém

 

– É lamentável toda esta situação dramática em que vivem os ex-combatentes da guerra colonial. Pessoalmente ainda não me posso queixar – e não foi por cunhas ou favores – que recebi o Cartão de Ex-Combatente (Guiné 1968/69), assim como o direito ao passe social gratuito (Lisboa), embora muito tempo depois da aprovação do Estatuto do Combatente. Camaradas de armas, desejo que tenham sorte nesta reivindicação e que não prejudiquem a vossa saúde com esta greve de fome. Talvez o sr. Marcelo vá tirar umas selfies convosco!

🇵🇹 PORTUGAL // 🪖 EX-COMBATENTES // GUERRA DO ULTRAMAR // GREVE DE FOME

O primeiro dia de greve de fome é a 17 de Agosto. Grevistas dizem que só saem da porta de Belém quando Marcelo for ao Ministério de Defesa Nacional e pedir para ser revogado o Estatuto do Antigo Combatente.

Antigos combatentes da guerra do ultramar decorreu este sábado junto ao monumento do Soldado Desconhecido na Praça Carlos Alberto, no Porto.
© FERNANDO VELUDO/LUSA

Cerca de meia centena de antigos combatentes da Guerra Colonial protestaram este sábado no Porto contra o incumprimento do Estatuto do Antigo Combatente e anunciaram uma greve de fome a partir de 17 de Agosto junto do Palácio de Belém, em Lisboa.

António Silva, da Comissão Pró Dignidade do Estatuto do Antigo Combatente (EAC), disse à Lusa que 100 antigos combatentes da Guerra Colonial(1961-1974) vão entrar em “greve de fome às portas da Presidência da República” a partir do dia 17 de Agosto.

O primeiro dia de greve de fome é a 17 de Agosto, disse o ex-combatente da Guerra Colonial, acrescentando que os grevistas só saem da porta do Palácio de Belém quando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, for ao Ministério de Defesa Nacional e pedir para ser revogado o Estatuto do Antigo Combatente.

“Exigimos que o estatuto seja revogado, porque não está a ser cumprido. A Constituição [da República] em Portugal não está a ser cumprida”, declarou António Silva.

Segundo António Silva, o estatuto não está a ser cumprindo a vários níveis, seja nos museus, transportes ou dificuldade em aceder aos cartões de Antigo Combatente (AC).

“Metade dos cartões do ex-combatentes ainda não foram entregues”, disse, referindo que muitos antigos combatentes estão a falecer sem acesso ao cartão de combatente”.

Outro exemplo elencando foi o caso de antigos combatentes de Bragança que não conseguem andar de transportes públicos, porque os passes dados são intermodais, mas deviam dar passes a “título nacional”.

Os museus, que deviam ser gratuitos para os antigos combatentes, muitos dos antigos combatentes estão a ser obrigados a pagar os ingressos, como está a suceder no Monumento ao Combatente do Ultramar, em Belém (Lisboa), em que têm de pagar, exemplificou António Silva, referindo que tem havido problemas e até já foi “chamada a polícia”.

Outro exemplo é o dos combatentes negros que estiveram a combater ao lado dos portugueses e que estão com “graves problemas de saúde e ninguém quer saber deles”, acrescentou, reconhecendo que se não fossem esses homens negros das ex-colónias que tiveram “13 anos de guerra”, os portugueses quando lá chegavam “morreriam lá todos”.

Os 100 antigos combatentes que vão entrar em greve de fome a partir de 17 de Agosto têm idades compreendidas entre os 70 e os 86 anos, são residentes em todo o país, sendo que 34 deles estão a viver em Lisboa, 12 do Porto.

“O mais velho tem 86 anos”, conferiu António Silva.

A greve vai decorrer junto ao Palácio de Belém “até que o Presidente da Republica e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, tome uma posição no cumprimento do estatuto do combatente”.

Hoje, durante a tarde, cerca de 50 antigos combatentes concentraram-se na Praça Carlos Alberto, junto do Monumento do Soldado Desconhecido, onde se podia ler frases em cartazes como “Respeitem os combatentes do Ultramar. Não os desprezem” ou “Guardiões da Pátria. Combatentes das guerras ultramarinas, últimos heróis do império . Fomos combatentes pela nação e para a guerra fomos mandados. Merecemos dignidade e gratidão. Direitos que nos são recusados”.

DN/Lusa
22 Julho 2023 — 16:28


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17: PR acredita que portugueses perceberam a sua mensagem

 

– O que eu percebi – e bem – é que o presidente da República Portuguesa na sua alocução ao País, sagrou-se o novo chefe da oposição PPD e afins, com sintomatologia policial de investigação. Quem decide e escolhe sobre os governantes é o governo, não é o pR. Se algo está mal, é o governo que tem de emendar. É notório que, durante os governos cavaquistas, passistas e outros laranjas que tais, não existiu tanto pau de marmeleiro nas costas deles! O saudosismo é lixado para não entrar em conversa de taberna cavernácula! Ande lá pelas viagens pelo Mundo, que nós pagamos essas mudanças de ares! Ah! E não se esqueça das selfie’s

🇵🇹 UMA QUESTÃO DE PERCEPÇÃO… !

Marcelo Rebelo de Sousa considera que abordou “tudo aquilo que quis abordar” e que os portugueses perceberam a sua mensagem.

O Presidente da República considerou este sábado que os portugueses compreenderam a sua declaração sobre a crise política, recusando-se a fazer reinterpretações, e sublinhou que esta é a fase de ser “o último fusível de segurança” política do sistema.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Embaixada de Portugal, em Londres, cidade à qual se deslocou para a coroação do rei Carlos III de Inglaterra.

“Aquilo que tinha a dizer, disse. Está dito. Não tenciono estar a pronunciar-me sobre essa matéria nem hoje, nem nos próximos dias, nem nas próximas semanas. Os portugueses ouviram e, naturalmente, ouviram atentamente e perceberam”, afirmou.

O chefe de Estado português justificou a decisão “não apenas por estar no estrangeiro”, mas por considerar que “o papel de um presidente não é estar a interpretar-se a si próprio”.

“Faço um grande esforço para ser muito claro, mesmo em matérias que são complicadas”, salientou, assinalando que abordou “tudo aquilo que quis abordar”.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou que teve “uma fase” de vida durante a qual foi comentador, mas argumentou que este não é o momento para o ser: “Esta é a fase de ser responsável político. Como disse, o último fusível de segurança político do sistema”, destacou.

“Não vou estar a fazer releituras daquilo que disse, reinterpretações, esclarecimentos, elucidações. Os portugueses ouviram, entenderam, perceberam, têm a sua opinião sobre isso, certamente”, afirmou.

Na quinta-feira, na sua comunicação, o Presidente da República prometeu que estará “ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia” para prevenir factores de conflito que deteriorem as instituições e “evitar o recurso a poderes de exercício excepcional”.

O chefe de Estado qualificou a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infra-estruturas como uma “divergência de fundo” e considerou que essa decisão de António Costa tem custos “na credibilidade, na confiabilidade, na autoridade do ministro, do Governo e do Estado”.

“O que sucedeu terá outros efeitos no futuro. Terei de estar ainda mais atento à questão da responsabilidade política e administrativa dos que mandam, porque até agora eu julgava que sobre essa matéria existia, com mais ou menos distância temporal, acordo no essencial. Viu-se que não, que há uma diferença de fundo”, considerou.

“Assim, para prevenir o aparecimento e o avolumar de factores imparáveis e indesejáveis de conflito, terei de estar ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia, para evitar o recurso a poderes de exercício excepcional que a Constituição me confere e dos quais não posso abdicar”, prosseguiu.

D.N.
DN/Lusa
06 Maio 2023 — 17:10


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“Continuo a preferir a estabilidade institucional. Portugueses dispensam sobressaltos”

“… Marcelo decidiu então falar esta quinta-feira, antes de iniciar uma agenda política exaustiva no exterior: a partir desta sexta-feira estará em Londres, para a coroação de Carlos III, até sábado (6); depois segue para Yuste, Espanha, entre 8 e 9 de Maio; e Estrasburgo entre 9 e 10 de Maio.”

Não é tão cool andar a passear pelo Mundo à pala dos contribuintes?

🇵🇹 COMUNICAÇÃO AO PAÍS

Presidente manteve solução governativa, mas deixou claro que Costa deveria ter deixado cair Galamba e avisou que a partir de agora terá “de estar ainda mais atento à questão da responsabilidade política e administrativa dos que mandam”.

Esta imagem não corresponde à que foi dada na televisão.

“Continuo a preferir a estabilidade institucional. Portugueses dispensam sobressaltos”, resumiu Marcelo Rebelo de Sousa esta noite na comunicação ao país, depois

O presidente da República começou por avisar que deixaria “duas palavras, uma sobre passado outra sobre o futuro”.

E deixou vários recados fortes ao Governo, explicando porque, na sua opinião, João Galamba deveria ter sido demitido de ministro das Infra-estruturas.

“Um governante sabe que ao aceitar sê-lo aceita ser responsável por aquilo que faz e que não faz.

Como pode um ministro não ser responsável por um colaborador que escolheu manter na sua equipa mais próxima, a acompanhar um dossier tão sensível quanto o da TAP?”

“Como pode um ministro não ser responsável por situações rocambolescas, inadmissíveis e deploráveis desse colaborador – e palavras não são minhas – que levaram à actuação de serviço mais protector do Estado, que, como nome indica, está ao serviço do país e não do governo”, apontou, sobre a polémica actuação do SIS neste episódio do computador levado pelo ex-adjunto de Galamba.

“A responsabilidade política e administrativa é essencial para que portugueses confiem naqueles que os representam. Não basta pedir desculpas.

É uma realidade objectiva”, acrescentou Marcelo, assumindo: “Foi por isto que entendi que o ministro devia ser exonerado e que se abriu uma divergência com o primeiro-ministro. No passado foi sempre possível acertar agulhas, desta vez não. Foi pena. “

Aviso: “terei de estar ainda mais atento e interveniente no futuro”

Sobre o futuro, Marcelo deixou avisos sérios ao primeiro-ministro e ao Governo, prometendo ainda mais vigilância e intervenção: “Se tiro conclusões imediatas ou a prazo? Sim. Duas conclusões se tiram e completam entre si”, sublinhou Marcelo.

A primeira é a de que “tudo isto ponderado, continuo a preferir garantir a estabilidade institucional”, defendeu o Presidente. “Os portugueses dispensam estes sobressaltos”, reforçou, assegurando que da parte presidencial “não haverá vontade de juntar problemas aos problemas que os portugueses já têm”.

A segunda conclusão é de que terá “de estar ainda mais atento à questão da responsabilidade política e administrativa dos que mandam. Julgava que existia acordo no essencial. Viu-se que não, que há uma diferença de fundo”, assinalou, reforçando as críticas à opção de António Costa em manter Galamba no Governo.

A partir de agora, “terei de estar ainda mais atento e interveniente no dia-a-dia”, avisou Marcelo, ele que começara a intervenção a dizer que “apesar de números muito positivos da nossa economia, esses grandes números ainda não chegaram à vida dos portugueses, que esperam e precisam de mais e melhor.” “Isso exige capacidade, credibilidade, respeitabilidade e autoridade. E a autoridade para existir, tem de ser responsável”.

Antes da comunicação ao país, o Presidente da República recebeu António Costa em Belém para a habitual reunião semanal com o primeiro-ministro, cerca das 18:00, dois dias depois de ter manifestado a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infra-estruturas. Costa deixou Belém perto das 19.45, quinze minutos antes da declaração de Marcelo.

Na terça-feira à noite, após António Costa anunciar a decisão de manter o ministro, Marcelo Rebelo de Sousa fez divulgar uma nota na qual afirmou que “discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à percepção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”.

O chefe de Estado salientou que “não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro”.

Nessa mesma nota, publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo mencionou que ao apresentar o seu pedido de demissão João Galamba invocou “razões de peso relacionadas com a percepção dos cidadãos quanto às instituições políticas” e que o primeiro-ministro “entendeu não o fazer, por uma questão de consciência, apesar da situação que considerou deplorável”.

Marcelo decidiu então falar esta quinta-feira, antes de iniciar uma agenda política exaustiva no exterior: a partir desta sexta-feira estará em Londres, para a coroação de Carlos III, até sábado (6); depois segue para Yuste, Espanha, entre 8 e 9 de Maio; e Estrasburgo entre 9 e 10 de Maio.

D,N,
DN
04 Maio 2023 — 20:09


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6: “Meteu o PR no bolso”. Costa segura Galamba e assume guerra aberta com Marcelo

 

– Vamos lá por partes porque, como cidadão eleitor deste Portugal dos (muitos) Pequeninos, tenho direito à palavra, alicerçado no ateísmo partidário (e religioso). Não aprecio a actual governança de António Costa pelo facto de, como contribuinte com baixos recursos remuneratórios (leia-se pensão de reforma), estar a ser roubado indecentemente desde que minha esposa faleceu, no tocante ao pagamento do famigerado imposto do IRS. Não se encontra qualquer tipo de argumentação válida, quando um casal perde um dos conjugues e perde um rendimento, ficar a pagar o DOBRO de IRS quando eram dois elementos activos. Desde há seis anos que os subsídios de férias e de natal são completamente ABSORVIDOS pelo pagamento do IRS e já nem chegam. Ora, como pode alguém, no seu perfeito juízo, apreciar um governo que crucifica quem menos tem, favorecendo os que mais têm? Quanto ao sr. Marcelo, nunca tive qualquer tipo de simpatia por este político de direita que fez a sua campanha para PR durante os anos em que foi comentador da TV sem se chatear muito quando chegou a eleição respectiva. Agora, a sua actuação como PR deixa muito a desejar porque a moral dele é de um nível muito baixo quando assiduamente profere ameaças veladas e/ou bem posicionadas, sobre o que o governo deve ou não fazer, fazendo coro com o seu partido político. No fundo, esteve bem António Costa quando decidiu – nem que fosse por birra – que o Galamba ficasse no governo. Se Marcelo não gostou, paciência! Andar a ameaçar com eleições antecipadas e como o governo deve governar, isso não! Marcelo faz coro não só com os elementos do seu partido PPD, como com todos aqueles parlamentares que continua e repetidamente pedem eleições antecipadas, inclusive os reaccionários cronistas e afins, dos pasquins da comunicação social. Como diz o ditado: cada macaco no seu galho!

🇵🇹 PORTUGAL // GOVERNO // PR // GUERRA ABERTA

Marcelo queria o afastamento de Galamba e emitiu uma nota inédita onde discorda da decisão de Costa de segurar o Ministro. No PS e no Governo, diz-se que o primeiro-ministro está farto das ameaças de Belém.

Manuel de Almeida / Lusa
O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

É um clima de guerra aberta entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. Depois de ser noticiado o apoio do Presidente da República ao afastamento de João Galamba do Governo e de Marcelo ter recebido Costa em Belém para debater o assunto, o próprio Ministro das Infra-estruturas mostrou-se disposto a sair “em prol da necessária tranquilidade institucional”.

A surpresa surgiu quando António Costa decidiu não aceitar o pedido de demissão de Galamba, assumindo assim publicamente um choque com Marcelo.

“Trata-se de um gesto nobre que eu respeito, mas que em consciência não posso aceitar”, referiu o primeiro-ministro, que entende que Galamba não é culpado na polémica em torno das agressões e do roubo do computador por parte do seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro.

“Seria seguramente mais fácil aceitar este pedido de demissão e fazer o que dizem os comentadores, mas entre a facilidade e a minha consciência, dou primazia à minha consciência”, disse ainda o chefe do Governo, recusando “entrar na dança com o populismo” e admitindo que “provavelmente, desta vez todos vão discordar de mim”.

Apesar de já ter várias vezes dado pistas em público da sua opinião sobre os vários escândalos que têm assolado o Governo — e de até ter deixado algumas ameaças veladas de que pode dissolver a Assembleia da República caso Costa não arrume a casa —, desta feita, Marcelo Rebelo de Sousa deixou bem clara a sua discordância com um comunicado inédito onde lamenta não poder demitir um membro do Governo.

“O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à percepção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”, lê-se na nota de Belém.

Já esta quarta-feira, António Costa comentou a polémica à margem de uma visita ao grupo Casais, no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”. O primeiro-ministro garante que não teme receber um telefonema de Marcelo e que “é sempre um gosto” falar com o chefe de Estado.

“A vida política é muito menos ficção do que normalmente julgam. Cada dia é um dia. O que ficou decidido ontem está decidido. Ontem foi ontem, hoje é um novo dia e está tão bonito”, frisa.

“Já chega de ameaças”

Depois de terem tido uma relação cordial durante os mandatos da “geringonça”, o ambiente entre Belém e São Bento tem sido bem mais tenso no Governo maioritário do PS. Esta mudança na relação ficou logo evidente quando Marcelo se mostrou irritado por ter sabido do elenco do novo Governo através da comunicação social.

Na cerimónia de tomada de posse do Governo, o Presidente voltou a deixar recados a Costa, respondendo aos rumores de que o primeiro-ministro poderia sair a meio da legislatura para assumir um cargo em Bruxelas, dizendo que “a cara vencedora não deve ser substituída a meio do caminho“.

Desde então, têm sido várias as picardias, desde o anúncio da data da visita de António Costa à Ucrânia, o conflito sobre quem é que tem de responder ao inquérito de 36 perguntas feito aos membros do executivo, trocas de culpas sobre os atrasos na execução da “bazuca” e sucessivos pedidos de esclarecimento e críticas de Marcelo às polémicas e demissões que têm abalado a maioria socialista “requentada” e “cansada”, nas suas próprias palavras.

Fala-se agora até de uma recusa de Marcelo em fazer visitas oficiais com Costa, com o Presidente a assumir uma postura mais dura com o Governo.

Há um ano, uma fonte de Belém falava numa “guerra localizada” que “nunca se vai tornar numa guerra global”, mas, por estes dias, a tensão é cada vez mais latente.

De acordo com uma fonte do Governo ouvida pelo Expresso, António Costa “meteu o PR no bolso e ainda lhe deu uma lição de coragem e democracia“.

Uma outra fonte socialista acredita ainda que este choque assumido com Belém teve pouco a ver com Galamba e serviu mais como uma demonstração de força de Costa. “Quis libertar-se do PR e dizer ‘já chega de ameaças’”, afirma a fonte.

O Expresso lembra ainda que Costa já informou Marcelo de que está disposto a recandidatar-se caso o chefe de Estado dissolva a Assembleia.

No entender do primeiro-ministro, nada de significativo mudou no panorama político no último ano, pelo que os protagonistas seriam os mesmos na eventualidade de haver eleições legislativas antecipadas.

Ou seja, Costa não se quer submeter às ameaças de Marcelo e decidiu segurar o seu ministro mais fragilizado e evitar uma segunda demissão em cinco meses no mesmo Ministério, para evitar mergulhar o seu Governo no “pântano”.

Costa quer uma “vitimização”

Os partidos já foram reagindo à crise política ao longo da noite de ontem. Luís Montenegro ainda vai fazer hoje uma declaração mais elaborada sobre o caso, mas o PSD já emitiu um comunicado onde considera que a decisão de Costa “mostra que o Governo está de costas voltadas para o país e para as instituições”.

Do lado do Chega, André Ventura fala mesmo num “confronto institucional” entre o Governo e o Presidente e acusa o primeiro-ministro de tentar uma “vitimização” em busca de legislativas antecipadas.

Já Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, acredita que houve uma “humilhação pública” ao Presidente da República, que deve agora usar os poderes previstos na Constituição.

À esquerda, Catarina Martins também criticou a “declaração solene” de Costa “sobre o que foi uma coboiada” no Ministério das Infra-estruturas. A líder bloquista acusa ainda o ex-parceiro da geringonça de não garantir a “estabilidade” que prometeu com o seu Governo maioritário.

A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, preferiu desvalorizar a polémica, afirmando que o país tem outras prioridades e que o Governo se deve focar em políticas de apoio aos trabalhadores.

Já Rui Tavares, do Livre, fala numa “falta de liderança” de António Costa, mas afasta afastou a ideia de que o Parlamento deve ser dissolvido. Inês Sousa Real, do PAN, também prefere uma remodelação do elenco governativo a uma ida às urnas antecipada.

Adriana Peixoto, ZAP //
3 Maio, 2023

28.04.2023


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