117: Ex-combatentes da Guerra Colonial cancelam greve de fome

 

– Acho que decidiram bem. Com a nossa idade, agravada com problemas de saúde, fazer uma greve de fome seria um suicídio! Já bem bastou o que passámos nas ex-colónias durante a guerra!

🇵🇹 PORTUGAL // 🪖 EX-COMBATENTES // GUERRA DO ULTRAMAR// GREVE DE FOME

A greve estava marcada para o dia 20 de Agosto, em frente ao Palácio de Belém

© Fernando Veludo/Lusa

Os antigos combatentes da Guerra Colonial decidiram esta segunda-feira cancelar a greve de fome marcada para 20 de Agosto, em frente ao Palácio de Belém, devido às consequências que esta poderia ter para a sua saúde.

Em comunicado enviado à Lusa, a direcção do Movimento Pró Dignidade do Estatuto do Antigo Combatente (EAC), que convocou a greve, explicou que decidiu cancelá-la pelos “efeitos gerais” que poderia ter para a sua saúde, dado tratarem-se de homens e mulheres entre os 70 e 90 anos.

Os ex-combatentes tinham decidido marcar a greve para exigir o cumprimento do Estatuto do Antigo Combatente, nomeadamente a gratuitidade dos transportes públicos em todas as redes nacionais, prioridade no acesso aos hospitais militares, clínicas privadas e lares e a atribuição de uma pensão de guerra de 60 euros.

Além disso, os ex-combatentes reivindicam ainda que seja dada prioridade no acesso à assistência médica, medicamentosa e habitação aos que estão em situação de sem-abrigo e feita a reestruturação da rede nacional de apoio com vista a “tratar condignamente os indiciados com stress pós-traumático”.

“A senhora ministra disse que essa proposta não estava esquecida, mas que a implementação de alguns pontos da mesma teria de ser acordada e conjugada com outros ministérios, nomeadamente os ministérios das Finanças e da Saúde, tendo em vista o melhoramento do Estatuto do Antigo Combatente”, sublinham.

Na semana passada, e quando questionada sobre esta matéria pelos jornalistas, a ministra da Defesa afirmou estar em curso uma avaliação do Estatuto do Antigo Combatente para aprofundá-lo, rejeitando que 50% dos cartões estejam por distribuir, como indicaram estes ex-combatentes da Guerra Colonial.

A governante salientou que o seu ministério está “a fazer um trabalho, no quadro da unidade técnica dos antigos combatentes, de avaliação do Estatuto do Antigo Combatente, que está ainda em consolidação”.

DN/Lusa
31 Julho 2023 — 18:55


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104: Ex-combatentes anunciam greve de fome em frente ao Palácio de Belém

 

– É lamentável toda esta situação dramática em que vivem os ex-combatentes da guerra colonial. Pessoalmente ainda não me posso queixar – e não foi por cunhas ou favores – que recebi o Cartão de Ex-Combatente (Guiné 1968/69), assim como o direito ao passe social gratuito (Lisboa), embora muito tempo depois da aprovação do Estatuto do Combatente. Camaradas de armas, desejo que tenham sorte nesta reivindicação e que não prejudiquem a vossa saúde com esta greve de fome. Talvez o sr. Marcelo vá tirar umas selfies convosco!

🇵🇹 PORTUGAL // 🪖 EX-COMBATENTES // GUERRA DO ULTRAMAR // GREVE DE FOME

O primeiro dia de greve de fome é a 17 de Agosto. Grevistas dizem que só saem da porta de Belém quando Marcelo for ao Ministério de Defesa Nacional e pedir para ser revogado o Estatuto do Antigo Combatente.

Antigos combatentes da guerra do ultramar decorreu este sábado junto ao monumento do Soldado Desconhecido na Praça Carlos Alberto, no Porto.
© FERNANDO VELUDO/LUSA

Cerca de meia centena de antigos combatentes da Guerra Colonial protestaram este sábado no Porto contra o incumprimento do Estatuto do Antigo Combatente e anunciaram uma greve de fome a partir de 17 de Agosto junto do Palácio de Belém, em Lisboa.

António Silva, da Comissão Pró Dignidade do Estatuto do Antigo Combatente (EAC), disse à Lusa que 100 antigos combatentes da Guerra Colonial(1961-1974) vão entrar em “greve de fome às portas da Presidência da República” a partir do dia 17 de Agosto.

O primeiro dia de greve de fome é a 17 de Agosto, disse o ex-combatente da Guerra Colonial, acrescentando que os grevistas só saem da porta do Palácio de Belém quando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, for ao Ministério de Defesa Nacional e pedir para ser revogado o Estatuto do Antigo Combatente.

“Exigimos que o estatuto seja revogado, porque não está a ser cumprido. A Constituição [da República] em Portugal não está a ser cumprida”, declarou António Silva.

Segundo António Silva, o estatuto não está a ser cumprindo a vários níveis, seja nos museus, transportes ou dificuldade em aceder aos cartões de Antigo Combatente (AC).

“Metade dos cartões do ex-combatentes ainda não foram entregues”, disse, referindo que muitos antigos combatentes estão a falecer sem acesso ao cartão de combatente”.

Outro exemplo elencando foi o caso de antigos combatentes de Bragança que não conseguem andar de transportes públicos, porque os passes dados são intermodais, mas deviam dar passes a “título nacional”.

Os museus, que deviam ser gratuitos para os antigos combatentes, muitos dos antigos combatentes estão a ser obrigados a pagar os ingressos, como está a suceder no Monumento ao Combatente do Ultramar, em Belém (Lisboa), em que têm de pagar, exemplificou António Silva, referindo que tem havido problemas e até já foi “chamada a polícia”.

Outro exemplo é o dos combatentes negros que estiveram a combater ao lado dos portugueses e que estão com “graves problemas de saúde e ninguém quer saber deles”, acrescentou, reconhecendo que se não fossem esses homens negros das ex-colónias que tiveram “13 anos de guerra”, os portugueses quando lá chegavam “morreriam lá todos”.

Os 100 antigos combatentes que vão entrar em greve de fome a partir de 17 de Agosto têm idades compreendidas entre os 70 e os 86 anos, são residentes em todo o país, sendo que 34 deles estão a viver em Lisboa, 12 do Porto.

“O mais velho tem 86 anos”, conferiu António Silva.

A greve vai decorrer junto ao Palácio de Belém “até que o Presidente da Republica e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, tome uma posição no cumprimento do estatuto do combatente”.

Hoje, durante a tarde, cerca de 50 antigos combatentes concentraram-se na Praça Carlos Alberto, junto do Monumento do Soldado Desconhecido, onde se podia ler frases em cartazes como “Respeitem os combatentes do Ultramar. Não os desprezem” ou “Guardiões da Pátria. Combatentes das guerras ultramarinas, últimos heróis do império . Fomos combatentes pela nação e para a guerra fomos mandados. Merecemos dignidade e gratidão. Direitos que nos são recusados”.

DN/Lusa
22 Julho 2023 — 16:28


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Jerónimo de Sousa: “Guerra colonial foi importante para jovens portugueses criarem consciência”

 

– Sou um ex-combatente da Guerra do Ultramar, cumprida no sul da Guiné-Bissau durante quase dois anos e acho estranho que um comunista pró-URSS como foi Jerónimo de Sousa, não tivesse desertado para a união soviética para fugir ao colonialismo fascista do regime salazarista… 🤮

🇵🇹 GUERRA COLONIAL // PCP // JERÓNIMO DE SOUSA

Ex-secretário-geral do PCP recordou a sua passagem pela Guiné-Bissau, durante o serviço militar.

© Igor Martins / Global Imagens

O ex-secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, recordou esta terça-feira a sua passagem pela Guiné-Bissau, durante o serviço militar, e considerou que a guerra colonial “foi importante para os jovens portugueses criarem consciência da necessidade de acabar com a guerra”.

Quantos homens ganharam consciência na Guiné de que era preciso acabar com a guerra”, foi a pergunta retórica deixada por Jerónimo de Sousa, na intervenção que fez após visitar uma exposição sobre a vida e obra de Amílcar Cabral, “pai” das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, patente no Palácio Baldaia, em Lisboa.

O ex-secretário-geral do PCP recordou ter feito o serviço militar, tinha então 19 anos, na Guiné-Bissau, e que tanto ele como outros camaradas de armas perceberam “o sentimento de que participaram numa guerra sem sentido”.

Jerónimo de Sousa participou na conversa, que se seguiu à visita à exposição, juntamente com outro militante comunista, o médico Mário Moutinho de Pádua, que fez o serviço militar em Angola e Guiné-Bissau.

O médico recordou que conheceu Amílcar Cabral em Argel, para onde se dirigiu após desertar do exército português para se juntar a outros portugueses que lutavam contra a ditadura colonial portuguesa.

Depois de conhecer Amílcar Cabral, Mário Moutinho de Pádua ofereceu-se para trabalhar como médico das áreas libertadas da Guiné-Bissau e sob administração do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo verde (PAIGC), fundado, entre outros, por Cabral.

Na sua intervenção, Mário Moutinho de Pádua envolveu-se numa acesa troca de palavras com o tenente-coronel reformado Manuel Duran Clemente, que questionou algumas das referências relativas a Angola.

Duran Clemente, que recordou ser um “capitão de Abril”, com comissões de serviço em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, questionou, designadamente, as referências de Mário Moutinho de Pádua aos portugueses que eram enviados para Angola, rejeitando a classificação de “colonos” feita pelo médico.

O tenente-coronel Duran Clemente questionou ainda a organização do evento, enquadrado nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, por não convidar “nenhum capitão de Abril”.

“Amílcar Cabral, uma exposição”, inaugurada em 16 de Março, está aberta ao público até 25 de Junho.

D.N.
DN/Lusa
17 Maio 2023 — 00:11


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