Deco alerta para “situação aflitiva” se as rendas subirem 6,94% em 2024

 

A Constituição Portuguesa consagra, no artigo 65º, desde 1976, o direito à habitação, segundo o qual «todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.» Falta acrescentar: “com rendas adequadas ao nível de subsistência dos inquilinos…”

🇵🇹 DECO // 👪🏠 RENDAS // 💰 AUMENTOS

Associação de defesa dos consumidores pede medidas de apoio. Inquilinos reclamam o congelamento das rendas. Senhorios estão contra. Governo diz que está a avaliar.

Este ano, se não tivesse havido havido um travão ao aumento das rendas, limitando-o a 2%, elas teriam subido 5,43%
© Gustavo Bom / Global Imagens

As rendas poderão subir 6,94% no próximo ano. Este é o valor da inflação nos últimos 12 meses, excluindo habitação, e serve de base ao coeficiente de actualização anual das rendas.

A Deco – Associação de Defesa dos Consumidores mostra-se “muito preocupada” com uma possível subida desta ordem e alerta para a “situação aflitiva” em que se encontram muitas famílias.

Os inquilinos reclamam o congelamento das rendas, enquanto os senhorios exigem o cumprimento da lei. O governo diz que está a avaliar se toma medidas ou não.

Recorde-se que, no ano passado, e perante a perspectiva de uma actualização das rendas em 2023 de 5,43%, o executivo avançou com uma norma travão que limitou a subida a um máximo de 2%. Em 2022, o aumento foi de 0,43%, depois de, em 2021, não ter havido qualquer actualização dado que a inflação foi negativa.

Questionada pelos jornalistas, à margem de uma visita que fez ao Fundão, a ministra da Habitação foi peremptória: “Estamos numa fase em que é preciso avaliar as várias possibilidades que temos em cima da mesa”.

O tempo é de “ir acompanhando o mercado de arrendamento e encontrar soluções mais estruturais e mais conjunturais” dentro do mesmo, diz Marina Gonçalves, sublinhando que é preciso “avaliar qual é o passo seguinte”, sendo certo que a actualização de rendas só acontecerá em 2024.

Para os senhorios, a possibilidade de o governo vir a travar, mais uma vez, a actualização das rendas, é algo de impensável. “Se acontecer será muito mau para o mercado de arrendamento.

Nas prestações do crédito à habitação as subidas são de 60%, portanto 10 vezes mais do que este aumento, portanto, não faz sentido penalizarmos desta forma o arrendamento quando não há qualquer intervenção no crédito à habitação”, diz Luís Menezes Leitão, vice-presidente da Associação Lisbonense de Proprietários.

Já António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, lembra que a legislação “existe há 41 anos e foi sempre cumprida”, quer a inflação fosse baixa, negativa ou alta.

“O ano passado houve o atrevimento de camuflar a inflação e será muito mau que se tentar fazê-lo novamente”, diz, sublinhando que o senhorio pode, ou não, aplicar o coeficiente em causa.

O que “não tem lógica nenhuma”, defende, é que “se imponha aos senhorios, a maior parte deles pequenos proprietários, o ónus que não se impõe aos supermercados, quando sabemos que a maior fatia da inflação não está na renda da casa, está no talho, na peixaria, transportes, etc.”.

Os inquilinos não concordam. António Machado, secretário-geral da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, diz que as rendas estão já “em patamares especulativos” e que um aumento de 6,94% seria “agravar a situação de calamidade” que já se vive hoje, lembrando que, numa renda de 500 euros, seriam mais quase 35 euros por mês.

“Não devia haver aumento nenhum, o que é preciso é uma intervenção forte do governo para disponibilizar mais casas e baixar as rendas”, argumenta.

Já José Maria Silva, vice-presidente da Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte, defende, tal como comunicado ao governo no âmbito do pacote Mais Habitação, que “as rendas deveriam ficar congeladas enquanto a inflação se mantiver alta”.

Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Protecção Financeira da Deco, assume preocupação com este eventual aumento, dado que “as rendas ocupam já uma grande parcela do orçamento das famílias”.

Os apoios criados pelo governo não estão a chegar a todos os que, aparentemente, reuniriam condições para deles usufruírem, garante e sublinha: “Se já estão com dificuldades em pagar as rendas, com aumentos desta natureza vão ficar numa situação aflitiva”.

Ilídia Pinto é jornalista do Dinheiro Vivo

DN
Ilídia Pinto
01 Setembro 2023 — 07:01


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73: Andar em tronco nu na rua dá multa? E a conduzir?

 

⛱️ TRONCO NU // 🌡️ CHINELOS //🚗CONDUÇÃO

Com o calor que faz sentir em Portugal, são muitos os que têm o hábito de tirar a roupa.

Em alguns países andar em tronco nu na via pública pode dar origem ao pagamento de coima. E se conduzir em tronco nu? Saiba o que diz a lei para Portugal.

Em Portugal, andar em tronco nu na rua é permitido. No entanto, se tal for considerado um ato exibicionista já não é bem assim. A lei portuguesa prevê que a Polícia Marítima possa intervir, se alguém apresentar queixa por “atitudes exibicionistas” na praia.

O Código Penal, por sua vez, permite enquadrar como crime actos de carácter exibicionista, ou seja, aqueles que têm uma conotação sexual de exposição dos órgãos genitais, o que não será o caso do topless, refere a Deco.

Conduzir em tronco nu ou em chinelos dá multa?

A GNR diz que conduzir descalço, de chinelos ou em tronco nu “não constitui nenhuma infracção” desde que isso não prejudique a segurança da condução. Mas, se isso acontecer, o condutor pode receber uma multa que varia entre os 60 e os 300 euros.

Não existe qualquer indicação no Código da Estrada sobre não se poder conduzir de chinelos ou em tronco nu. Porém, importa que o calçado e o vestuário usados (ou a sua falta) não sejam um entrave para uma condução segura.

Conduzir de tronco nu levanta, no entanto, uma questão de género. Se uma mulher pretender conduzir sem roupa no corpo, será que pode… não será punida?

Sendo este um tema sensível, que geralmente merece muitas discussões, nomeadamente, a de discriminação de género, o Código Penal afirma que a mulher pode vir a ser multada, se alguém se sentir incomodado – saber mais aqui.

Agora que já sabe que conduzir de chinelos ou em tronco nu não dá multa, é preciso que tenha em consideração a sua segurança. 

Certos chinelos possuem solas grossas e demasiado largas que podem retirar capacidade para actuar convenientemente nos pedais do veículo, levando, por exemplo, ao pisar simultâneo de dois pedais.

Às vezes, é o próprio calçado que fica preso no acelerador, não permitindo que o condutor trave. Quando estas situações acontecem, a segurança rodoviária fica em risco.

Se conduzir em tronco nu, não se esqueça de algo muito importante: o cinto de segurança — caso não o faça pode, efectivamente, ser multado independentemente de estar ou não completamente vestido.

Porém, caso esteja a conduzir em tronco e tenha de fazer uma travagem mais repentina ou mesmo em caso de acidente, o risco de lesão é maior, dado que o cinto pode ferir o tronco, uma vez que está em contacto directo com a pele.

Os cafés, restaurantes e esplanadas podem proibir a frequência do espaço em tronco nu. Para isso, o estabelecimento comercial tem de anunciar claramente as regras.

Pplware
Autor: Pedro Pinto
06 Jul 2023


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66: Deco já recebeu mais de 43.900 reclamações este ano

 

“… A Deco Proteste é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores.

Pode ser a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores mas as vezes que recorri a ela, terminou tudo em nada! Portugal, em termos de reclamações, é um autêntico saco roto. Das várias entidades a quem reclamei por me considerar lesado, nunca obtive ajuda necessária para ser ressarcido dessas queixas. Por exemplo, já desisti de reclamar à NOS, ANACOM, Portal da Queixa, o facto de estar a pagar há anos uma velocidade de Internet de 120Mbps e esta nunca passou dos 94Mbps, além de anomalias técnicas repetitivas e quase diárias.

🇵🇹 PORTUGAL // DECO // RECLAMAÇÕES

O sector das telecomunicações aparece no top 3, com maior número de reclamações, com a NOS, MEO e Vodafone, entre outros operadores, a serem alvo de 5.850 queixas reportadas nos primeiros seis meses do ano.

© Leonardo Negrão / Global Imagens

A Deco Proteste registou mais de 43.900 mil reclamações nos primeiros seis meses do ano, com as queixas relativas ao condomínio e arrendamento, segurança social, comunicações electrónicas e serviços financeiros a liderarem os piores resultados.

De acordo com a associação de defesa do consumidor, neste primeira análise foram contabilizados todos os contactos feitos por email (31.460) e via plataforma RECLAMAR (12.448) e uma em cada quatro reclamações (11.700) dizem respeito a situações relacionadas com o imobiliário (condomínio e arrendamento), fiscalidade ou a segurança social.

Também os bens de consumo reúnem um elevado número de queixas, registando 8.112 casos entre Janeiro e Junho. Este sector, com um peso de 18% no total, apresenta como reclamações principais as questões relacionadas com artigos defeituosos, atrasos na entrega e problemas do exercício do direito ao arrependimento.

Na área dos bens de consumo, algumas das empresas mais referidas foram a Worten, a PT Eletrónica e a FNAC, com 770, 485 e 199 casos, respectivamente.

O sector das telecomunicações aparece no ‘top’ 3, com maior número de reclamações, com a NOS, MEO e Vodafone, entre outros operadores, a serem alvo de 5.850 queixas reportadas à Deco Proteste.

Neste sector, os problemas e falta de transparência na facturação, a velocidade da Internet e as dificuldades sentidas ao querer alterar o operador são as queixas mais apontadas pelos consumidores.

No que respeita os serviços financeiros, que ocupam o 4.º lugar nos sectores mais reclamados (4.088 contactos) é sobre as dificuldades sentidas na escolha e mudança de crédito, dos valores cobrado em comissões (que agora terminam) e na regularização de sinistros que os consumidores portugueses mais se queixam. Santander (107 casos), BPI (123 casos ) e Novo Banco (91 casos) são as entidades mais referenciadas.

Segundo a Deco Proteste, no sector da aviação, as reclamações (1.401) recebidas mantêm-se as mesmos, ano após ano: atrasos nos voos, cancelamentos de última hora e perda ou extravio de bagagens.

A TAP lidera o número de ocorrências, com 871 casos, seguida da Easyjet (121) e Ryanair (101).

Com um peso relevante no total das reclamações apresentadas (3.547 casos, 8% do total), aparece o sector das obras e serviços e as queixas são quase sempre as mesmas: atrasos, falta de qualidade na prestação do serviço e pouca transparência nos valores praticados.

A plataforma RECLAMAR permite que os consumidores possam denunciar o que correu menos bem e pedir ajuda na resolução de situações de conflito com vendedores, distribuidores, prestadores de serviços, entidades públicas e privadas, entre outros.

A Deco Proteste é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores.

Intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores, com estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e acções reivindicativas.

DN/Lusa
03 Julho 2023 — 08:45



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