182: Analisámos o preço de mais de 160 produtos e serviços. Um terço está a aumentar mais em Portugal do que na zona euro

 

– Não há ku c’aguente este aumento de custo de vida! Pelo menos na zona dos mais desfavorecidos da sociedade! Os ricos, esses, safam-se sempre!

🇵🇹 PORTUGAL // 💰AUMENTOS // PRODUTOS E SERVIÇOS

Café, açúcar, água mineral, gás natural, aulas de condução e consultas médicas são alguns exemplos dos 54 produtos e serviços que registam, em Portugal, um aumento anual de preços acima da média observada na zona euro.

Uma análise feita pela CNN à variação do custo anual de 166 bens e serviços, mostra como, um em cada três produtos desta lista, encareceu mais em Portugal – e há casos onde o valor pago por esse artigo é 60% mais alto hoje do que em Julho de 2022.

Taxa de inflação na zona euro sobre para 7% em Abril. (Yonhap/ LusaH) © CNN Portugal

É o caso do Açúcar, que segundo os dados do Eurostat, o órgão estatístico da União Europeia, registou em Portugal, em Julho, um aumento de 60% face ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, o preço do açúcar aumentou 50,6% no conjunto dos países que compõem a zona euro.

No conjunto da União Europeia apenas há, aliás, dois países em que o preço aumentou mais do que em Portugal: na Alemanha, onde o aumento atingiu os 73% e na Eslováquia, onde o aumentou chegou aos 60,3%.

Mas há vários produtos à base de açúcar que registaram maiores aumentos em Portugal do que a média do crescimento de preços desses mesmos artigos nas outras 19 economias que constituem a zona euro, como o chocolate, o mel, a compota, a marmelada e a generalidade dos produtos de confeitaria – estes últimos cresceram 16,1% face aos 15,6% registados nos outros países.

Também o sal encareceu mais em Portugal do que a média da zona euro, registando um aumento de 19,7% contra os 18,6% registados na zona euro. Situação semelhante registou-se no preço dos molhos, especiarias e ervas culinárias.

O café, que custa mais 9,5% no momento da compra, e a alimentação para bebés, que registou um crescimento de preços anual de 18%, continuam acima da média do euro (6,8% e 12,5%, respectivamente)

O preço da água mineral registou um aumento de preço na ordem dos 13,3% – face aos 10% observados na média da zona euro – e os licores e as bebidas destiladas encareceram 7,8% em Portugal, acima da média do conjunto das outras economias (6,8%).

As rendas para a habitação pagas em Portugal ficaram mais caras (registando uma subida de 4,7%) do que na generalidade da zona euro, mas também os custos da manutenção da casa, a contratação de electricistas e de pintores e o fornecimento de água seguiram a mesma direcção.

Já o gás e o gás natural, em Portugal, registaram aumentos de 7,8%, no primeiro caso, e de 22,6%, no segundo. A média da zona euro seguiu uma trajectória diferente: em ambos os casos houve uma descida de preços na ordem dos 5,2%.

Um rumo semelhante abrangeu a quase totalidade dos preços dos serviços ligados à saúde em Portugal, que na sua totalidade, subiram 5%, mais dois pontos percentuais do que a média registada na zona euro.

Em particular, esse aumento foi mais expressivo nas consultas de análises laboratoriais e naquelas que envolvem a realização de Raios X. Em Portugal, o preço deste serviço subiu, desde Julho de 2022, 7% e na média das economias da União Europeia, desceu 0,5%.

A variação de preços também foi maior em Portugal nas consultas de medicina geral (3,7%) e nas de especialidade (3,4%), tal como nas consultas de medicina dentária, onde a média do aumento de preços na zona euro se situou nos 3,1% e, no País, a subida registada foi de 3,8%.

Igualmente, segundo dados do Eurostat, o preço dos produtos e equipamentos médicos estão 5,9% mais altos em Portugal – na zona euro a média de subida foi 3.3% – e o valor dos produtos farmacêuticos cresceu 6,1% desde o ano passado, registando uma subida superior à média das outras 29 economias que foi de apenas 2,5%.

Comprar um veículo em Portugal é 4% mais caro hoje, mas a subida registada é inferior à média da zona euro (5,9%). Já tirar a carta de condução encareceu mais em Portugal do que no conjunto dos países da zona euro.

O valor das aulas práticas e de código, tal como dos exames de condução subiu 6,1% face aos 2,8% de aumento registado na média da zona euro.

Também o preço de alguns transportes de passageiros registou o mesmo fenómeno, sendo caso de quem apanhe o autocarro, o metro ou o eléctrico.

No primeiro, o custo aumentou 1% e no segundo e terceiro encareceu 2,6%. Já na zona euro registou-se uma descida no preço dos bilhetes de autocarro e um aumento mais ligeiro (1,4%) no valor do eléctrico e na generalidade dos transportes subterrâneos.

Confira os preços que estão a subir mais do que na zona euro

Taxa de variação entre Julho de 2022 e Julho de este ano

Produto ou serviço (taxa de variação em Portugal; taxa de variação na zona euro)

Alimentação

Carnes secas, salgadas ou fumadas (11,3%; 9,6%) || Açúcar (60%;50,6%) || Açúcar, compota, mel, chocolate e produtos de confeitaria (18,9%; 16,7%) || Doces, marmeladas e mel (16,9%; 14,4%) || Chocolate (13,7%; 13,2%) || Produtos de pastelaria (16,1%; 15,6%) || Molhos e condimentos (19,7%; 18,6%) || Sal, especiarias e ervas aromáticas (12,3%; 11%) || Comida para bebé (18%; 12,5%) || Cacau e chocolate em pó (26,2%; 16,3%) || Fruta fresca ou refrigerada (16,2%; 11,6%) || Fruta (14,6%; 11%)

Bebidas

Bebidas não alcoólicas (13,1%; 11,4%) || Café, chá e cacau (11,4%; 7,7%) || Café (9,5%; 6,8%) ||  Águas minerais, refrigerantes, sumos de fruta e de legumes (13,9%; 13,4%) || Águas minerais (13,3%; 10,9%) || Refrigerantes (14,5%; 12,9%) || Bebidas espirituosas (7,8%; 6,9%) || Bebidas espirituosas e licores (7,8%; 6,8%)

Habitação

Rendas para habitação (4,7%; 2,7%) || Rendas efectivas pagas pelos inquilinos (4,7%; 2,7%) || Manutenção e reparação da habitação (9,3%; 6,7%) || Serviços de canalizadores (8,1%; 6,5%) || Serviços de electricistas (10%; 5,7%) || Serviços de pintores (12,2%; 6,7%) || Abastecimento de água e serviços relacionados com a habitação (5,3%; 4,3%) || Gás (7,8%; -5,2%) || Gás natural e gás de cidade (22,6%; -5,2%) || Mobiliário de casa (7,2%; 5,2%) || Frigoríficos, congeladores e frigoríficos-congeladores (6,5%; 3,4%) || Máquinas de café e de chá (8,6%; 6,6%) || Serviços domésticos e serviços prestados às famílias (7,9%; 6,3%) || Serviços de limpeza (8,3%; 5%) ||

Saúde

Saúde (5%; 3%) || Produtos, aparelhos e equipamentos médicos (5,9%; 3,3%) || Produtos farmacêuticos (6,1%; 3,6%) || Óculos de correcção e lentes de contacto (4,7%; 2,7%) || Serviços médicos e paramédicos (5%; 2,2%) || Medicina geral e familiar (3,7%; 2,1%) || Medicina especializada (3,4%; 2,3%) || Medicina dentária (3,8%; 3,1%) || Análises clínicas e centros de Raio X (7%; -0,5%) || Banhos termais, ginástica correctiva, ambulância e aluguer de material terapêutico (12,5%; 5,8%) ||

Transportes e comunicações

Aulas de condução, exames, cartas de condução e testes de aptidão para a condução (6,1%; 2,8%) || Transporte de passageiros em metro e eléctrico (1%; -1,3%) || Comunicações (3,8%; -0,1%) || Serviços postais (7,4%; 3,9%) || Serviços de acesso à Internet (3,7%; 0,9%) || Serviços de telecomunicações em pacote (5,4%; 2,8%)

Turismo e restauração

Restaurantes e hotéis (12,6%; 7,6%) || Restaurantes, cafés e similares (9,3%; 7,2%)

Outros

Cinemas, teatros, concertos (9,8%; 5,2%) || Salões de cabeleireiro e de cuidados pessoais (5,4%; 5%)

IVA Zero ajuda a descer preços

Ainda segundo os dados do Eurostat, analisando uma amostra de 18 produtos que fazem parte do cabaz de alimentos que o Governo português decidiu que, a partir de meados de Abril, deixariam de ser tributados com o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), verifica-se que o desaparecimento do imposto permitiu uma descida generalidade dos preços desde Março até Julho, mas que, ainda assim, há produtos cujo preço aumentou.

Do lado dos preços em queda pode verificar-se que, por exemplo, os vegetais registaram uma queda de 10% entre Março e Julho, o preço do leite caiu 6,9% e o frango 2,9%.

Mas, ainda assim, foram registadas subidas, por exemplo, no valor das batatas que ficou ligeiramente mais caro (0,1%) e da fruta que, no geral, subiu mais de 7%, registando até um aumento superior à média da zona euro (4,5%).

A carne, em geral também viu o preço descer entre Março e Julho (0,8%), com a carne de vaca e vitela a cair 2,5% e o preço da carne de porco a recuar 3,5%.

Confira os preços

Taxa de variação entre Março e Julho de 2023

Produto ou serviço (taxa de variação em Portugal; taxa de variação na zona euro)

Batatas (0,1%; 13,8%) || Vegetais (-11%; -6,2%) || Fruta (7,3%; 4,6%) || Fruta fresca ou refrigerada (8,6%; 5,3%) || Azeite (-4,9%; 8,9%) || Manteiga (-7%; -1,7%) || Ovos (-6,2%; 0,5%) || Iogurtes (-10%; -0,2%) || Queijo e requeijão (-6,9%; -0,7%) || Leite fresco gordo (-6,9%; -2,9%) || Peixe e marisco (-5,2%; 0,6%) || Aves (-2,9%; 0,5%) || Carne (-0,9%; 2%) || Carne de vaca e de vitela (-2,5%; 1%) || Carne de porco (-3,5%; 3%) || Produtos de massa e cuscuz (-7,1%; 0,9%) || Pão (-6,6%; 0,7%) || Arroz (-5,4%; 3,1%).

MSN Notícias
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Henrique Magalhães Claudino
28.08.2023


Ex-Combatente da Guerra do Ultramar, Web-designer,
Investigator, Astronomer and Digital Content Creator



published in: 4 semanas ago

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66: Deco já recebeu mais de 43.900 reclamações este ano

 

“… A Deco Proteste é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores.

Pode ser a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores mas as vezes que recorri a ela, terminou tudo em nada! Portugal, em termos de reclamações, é um autêntico saco roto. Das várias entidades a quem reclamei por me considerar lesado, nunca obtive ajuda necessária para ser ressarcido dessas queixas. Por exemplo, já desisti de reclamar à NOS, ANACOM, Portal da Queixa, o facto de estar a pagar há anos uma velocidade de Internet de 120Mbps e esta nunca passou dos 94Mbps, além de anomalias técnicas repetitivas e quase diárias.

🇵🇹 PORTUGAL // DECO // RECLAMAÇÕES

O sector das telecomunicações aparece no top 3, com maior número de reclamações, com a NOS, MEO e Vodafone, entre outros operadores, a serem alvo de 5.850 queixas reportadas nos primeiros seis meses do ano.

© Leonardo Negrão / Global Imagens

A Deco Proteste registou mais de 43.900 mil reclamações nos primeiros seis meses do ano, com as queixas relativas ao condomínio e arrendamento, segurança social, comunicações electrónicas e serviços financeiros a liderarem os piores resultados.

De acordo com a associação de defesa do consumidor, neste primeira análise foram contabilizados todos os contactos feitos por email (31.460) e via plataforma RECLAMAR (12.448) e uma em cada quatro reclamações (11.700) dizem respeito a situações relacionadas com o imobiliário (condomínio e arrendamento), fiscalidade ou a segurança social.

Também os bens de consumo reúnem um elevado número de queixas, registando 8.112 casos entre Janeiro e Junho. Este sector, com um peso de 18% no total, apresenta como reclamações principais as questões relacionadas com artigos defeituosos, atrasos na entrega e problemas do exercício do direito ao arrependimento.

Na área dos bens de consumo, algumas das empresas mais referidas foram a Worten, a PT Eletrónica e a FNAC, com 770, 485 e 199 casos, respectivamente.

O sector das telecomunicações aparece no ‘top’ 3, com maior número de reclamações, com a NOS, MEO e Vodafone, entre outros operadores, a serem alvo de 5.850 queixas reportadas à Deco Proteste.

Neste sector, os problemas e falta de transparência na facturação, a velocidade da Internet e as dificuldades sentidas ao querer alterar o operador são as queixas mais apontadas pelos consumidores.

No que respeita os serviços financeiros, que ocupam o 4.º lugar nos sectores mais reclamados (4.088 contactos) é sobre as dificuldades sentidas na escolha e mudança de crédito, dos valores cobrado em comissões (que agora terminam) e na regularização de sinistros que os consumidores portugueses mais se queixam. Santander (107 casos), BPI (123 casos ) e Novo Banco (91 casos) são as entidades mais referenciadas.

Segundo a Deco Proteste, no sector da aviação, as reclamações (1.401) recebidas mantêm-se as mesmos, ano após ano: atrasos nos voos, cancelamentos de última hora e perda ou extravio de bagagens.

A TAP lidera o número de ocorrências, com 871 casos, seguida da Easyjet (121) e Ryanair (101).

Com um peso relevante no total das reclamações apresentadas (3.547 casos, 8% do total), aparece o sector das obras e serviços e as queixas são quase sempre as mesmas: atrasos, falta de qualidade na prestação do serviço e pouca transparência nos valores praticados.

A plataforma RECLAMAR permite que os consumidores possam denunciar o que correu menos bem e pedir ajuda na resolução de situações de conflito com vendedores, distribuidores, prestadores de serviços, entidades públicas e privadas, entre outros.

A Deco Proteste é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores.

Intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores, com estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e acções reivindicativas.

DN/Lusa
03 Julho 2023 — 08:45



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38: IVA Zero: centenas de reclamações dos consumidores no Portal da Queixa

 

🇵🇹 PORTAL DA QUEIXA // IVA ZERO // RECLAMAÇÕES

Em vigor há um mês, a isenção do IVA no cabaz de bens essenciais tem vindo a gerar indignação e confusão entre os portugueses.

Ao Portal da Queixa têm chegado centenas de reclamações motivadas por alegadas irregularidades das lojas face ao preço praticado e a não percepção dos consumidores relativamente à diferença de valor do produto com IVA zero.

Pastelarias e Cafetarias e os Hipermercados são as duas categorias com mais reclamações. O pão e a carne são os produtos mais mencionados nas queixas.

Os consumidores queixam-se de que há produtos onde não se verificam diferenças de preço. Implementada há um mês, a medida que isenta de IVA 46 produtos do cabaz de bens essenciais não está a convencer os portugueses.

No Portal da Queixa, a insatisfação dos consumidores não se fez esperar. Entre os dias 18 de Abril e 15 de Maio, foram registadas mais de duas centenas de reclamações relacionadas com o aumento dos preços e com a implementação da medida do IVA zero, verificando-se um crescimento de 107% no número de queixas, se compararmos com o mesmo período homólogo, onde as denúncias sobre a prática de preços geraram apenas 95 queixas.

De acordo com a análise do Portal da Queixa, as centenas de ocorrências registadas na plataforma referentes ao aumento dos preços e do custo de vida reportam como principais motivos de reclamação: as alegadas irregularidades das lojas face ao preço praticado sem IVA e a não percepção dos consumidores relativamente à diferença de valor do produto com IVA zero.

Os dados analisados aferiram que as duas categorias com maior número de reclamações, no período em análise, foram: as Pastelarias e Cafetarias e os Hipermercados. Já os produtos mais mencionados nas queixas como não tendo variação no seu preço final foram: o pão e a carne.

De referir que são inúmeras as reclamações no Portal da Queixa que reportam o mesmo preço aplicado ao produto – antes e após o IVA 0%.

Lamentavelmente, a subida de preços verificada em alguns produtos essenciais do cabaz (desde que foi aplicado o IVA 0%), veio mostrar que esta medida ficou cheia de intenções e vazia de sucessos, com os consumidores a manifestar publicamente a sua indignação e revolta. No que nos compete a nós – Portal da Queixa -, cá estaremos para continuar atentos a estes casos de insatisfação e transparecer, através da partilha da opinião dos consumidores em Portugal, a sua experiência acerca de uma medida que certamente trará, mais uma vez, inúmeras reclamações.”, sublinha Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa e CEO da Consumers Trust.

Recorde-se que esta medida, que visa combater os efeitos da alimentação no rendimento das famílias, estará em vigor até ao final de Outubro, com o Governo a estimar que terá um contributo de 0,2% na redução da taxa de inflação em 2023.

© PRODUÇÃO DE CONTEÚDO | Notícia

Portal da Queixa
18.05.2023


Web-designer, Investigador
e Criador de Conteúdos Digitais


published in: 4 meses ago

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